Seja fiel à verdade, não às emoções
Em julho de 2017, recebi uma carta de uma líder, dizendo que a igreja estava expurgando incrédulos e pedindo que eu fizesse uma avaliação do meu irmão. Isso me deixou surpresa e um tanto nervosa. Eles queriam expulsar o meu irmão? Caso contrário, por que me pediriam que escrevesse sobre ele? Eu sabia que ele não lia as palavras de Deus nem participava de reuniões em seu tempo livre, que estava sempre se divertindo com os amigos, seguindo tendências malignas, e não se interessava por questões de fé. Também me dizia para eu focar menos a religião e sair para o mundo, igual a ele. Comunguei com ele, mas ele não ouviu e até se aborreceu e disse: “Já chega! Você só fala nisso, eu não me importo!”. E foi pra cama. Os irmãos lhe ofereceram comunhão muitas vezes, aconselhando-o a ler as palavras de Deus e ir às reuniões, mas ele não quis aceitar. Disse que seguir a Deus era limitante, que sempre tinha que arrumar tempo para se reunir. Para começar, ele relutou a entrar para a igreja, e só entrou para agradar à nossa mãe. Ele sempre foi assim. Realmente parecia que ele era um descrente, e, se fosse removido da igreja, isso estaria alinhado com os princípios. Mas sempre fomos próximos. Desde pequeno, ele sempre guardava parte de qualquer comida boa para mim e me dava metade de qualquer dinheiro que recebia. Uma vez, uma professora me colocou de castigo, e ele ficou tão transtornado que chorou. No nosso vilarejo, não havia irmãos tão próximos como nós. Pensando nisso, não consegui escrever sobre os problemas dele. Não queria romper esse laço. Se eu fosse honesta sobre o comportamento dele e a igreja o expulsasse, ele não teria qualquer chance de ser salvo. Isso não seria cruel da minha parte? E se ele descobrisse o que eu tinha escrito sobre ele e nunca mais falasse comigo? Decidi escrever algo mais positivo, que, às vezes, ele lia as palavras de Deus e que acreditava na existência de Deus, apesar de não participar das reuniões. Isso lhe daria algum espaço de manobra, e, se a líder visse isso, ela comungaria mais com ele. Talvez, ele teria a chance de permanecer na igreja. Mas, se eu não fosse honesta sobre o comportamento dele, eu estaria mentindo e escondendo a verdade. Estaria enganando os irmãos e interrompendo o progresso normal do trabalho da igreja. De um lado, estava o trabalho da igreja; do outro, meu irmão. O que eu podia fazer? Eu estava muito agitada e não conseguia me acalmar para cumprir meu dever. Só de pensar em escrever sobre ele me dava branco e eu não sabia nem por onde começar. Quanto mais pensava nisso, mais agitava ficava, então orei em silêncio: “Deus, quero ser justa na minha avaliação do meu irmão, mas estou presa às emoções agora e não consigo fazer isso. Por favor, guia-me para que eu não seja governada pela emoção, mas para que siga Tuas palavras”.
Depois de orar, li esta passagem das palavras de Deus: “Aqueles que arrastam seus filhos e parentes totalmente incrédulos para a igreja são extremamente egoístas, e estão apenas exibindo sua bondade. Essas pessoas só se concentram em ser amáveis, independentemente de crerem ou não e independentemente de isso ser ou não a vontade de Deus. Alguns trazem sua esposa para diante de Deus ou arrastam seus pais para diante de Deus e, sem se importar se o Espírito Santo concorda com isso ou está operando nelas, eles cegamente continuam a ‘adotar pessoas talentosas’ para Deus. Que benefício pode ser ganho ao se estender bondade a esses incrédulos? Ainda que eles, que estão sem a presença do Espírito Santo, lutem para seguir a Deus, eles não podem ser salvos como se poderia acreditar. Aqueles que podem receber a salvação, na verdade, não são tão fáceis de serem obtidos. Pessoas que não foram submetidos à obra e às provações do Espírito Santo e que não foram aperfeiçoadas por Deus encarnado são totalmente incapazes de serem completadas. Portanto, a partir do momento em que começam a seguir nominalmente a Deus, essas pessoas carecem da presença do Espírito Santo. À luz de suas condições e estados reais, elas simplesmente não podem ser completadas. Assim, o Espírito Santo não decide despender muita energia com elas nem oferecer esclarecimento ou guiá-las de alguma forma; Ele simplesmente lhes permite seguir adiante e, no final, revelará o desfecho delas — isso basta” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). As palavras de Deus me ensinaram que querer dizer coisas boas sobre meu irmão para mantê-lo na igreja e lhe dar uma chance de ser salvo era um devaneio meu. As palavras de Deus nos dizem claramente que aqueles que não seguem a Deus, que só acreditam nominalmente, não podem ser salvos. Deus salva aqueles que amam e aceitam a verdade. Só esse tipo de pessoa pode ganhar a presença e obra do Espírito Santo, entender e ganhar a verdade, mudar o caráter de vida e, no fim, ser salvo por Deus e permanecer. Em essência, descrentes estão cansados da verdade. Nunca aceitam a verdade, e não importa desde quando creem, as perspectivas deles sobre a vida e os valores deles nunca mudam. São iguais aos incrédulos. Deus não os reconhece, e eles jamais ganharão o esclarecimento e a orientação do Espírito Santo. Podem seguir até o fim, mas nunca mudarão seus caracteres — não podem ser salvos. Quanto ao meu irmão, ele não amava a verdade, ele a detestava. Estava sempre festejando com incrédulos, não lia as palavras de Deus nem ia à reuniões. Nem queria cumprir um dever, achando que não ganharia nada com isso. Sempre dizia que fé em Deus era chato e que não fazia diferença se acreditava ou não. Ele não ouvia a comunhão de ninguém, e comunhão demais o deixava aborrecido. Com base na conduta dele, ele era um crente nominal, um descrente, e Deus não o reconheceria. Ele nunca ganharia a obra do Espírito Santo nem alcançaria entendimento da verdade. Por melhor que eu o retratasse para mantê-lo na igreja, ele nunca seria salvo. Já que eu tinha determinado que ele era um descrente, se eu ficasse presa às emoções e o protegesse para mantê-lo na igreja, eu não estaria indo contra Deus? Se eu não escrevesse de modo imparcial e correto, com base nos fatos, mas enganasse os outros, de modo que alguém que devia ser removido não fosse removido a tempo, isso não seria impedir o trabalho da igreja? Renunciar aos meus sentimentos, seguir os princípios e relatar corretamente sua situação atual na igreja - só isso se alinharia à vontade de Deus. Senti certo alívio após escrever sobre a conduta dele, e ele acabou sendo removido pela igreja. Aceitei esse desfecho calmamente. Graças ao esclarecimento e orientação das palavras de Deus, não protegi meu irmão por emoções, mas fui capaz de avaliá-lo imparcial e objetivamente. Me senti muito grata a Deus.
Então, em julho de 2021, um líder da igreja pediu que eu avaliasse a minha mãe. Pensei que, recentemente, ela não estava compartilhando o evangelho segundo os princípios e quase pôs a igreja em perigo. Quando outros apontaram o problema, ela não quis aceitar. Ela não parava de falar sobre certo e errado, por isso ninguém ousava manifestar uma opinião. Não foi a primeira nem a segunda vez que ela causara esse tipo de problema. Durante uma reunião, um líder pediu que outra irmã, e não ela, lesse as palavras de Deus. Ela disse que o líder a oprimia e que era um falso líder. Uma irmã percebeu que ela estava criando uma confusão numa reunião e pediu que ela baixasse a voz e se conscientizasse do ambiente. Minha mãe disse que a irmã estava sendo implicante e que não precisaria voltar se fizesse isso de novo. Minha mão brigava infinitamente sobre qualquer coisinha e causava problemas nas reuniões. Ela já havia tumultuado a vida da igreja. Outros tinham comungado com ela e a podado muitas vezes, na esperança de que ela conhecesse a si mesma e se arrependesse, mas ela não queria saber. Ela até distorcia os fatos, dizendo que as pessoas se aproveitavam de qualquer coisa que ela dizia. Ela não queria aceitar a verdade. Os princípios sobre isso dizem que ela devia ser isolada para autorrefletir, para impedi-la de causar mais perturbações e de impactar as reuniões normais dos irmãos. Eu sabia que devia denunciar o comportamento dela à igreja o quanto antes. Mas pensei no quanto ela se importava com como os outros a viam e o temperamento explosivo dela. Ela gerava conflitos e a tratava friamente todos que a criticavam. Se ela soubesse que eu a tinha denunciado, ela aceitaria? Não seria humilhante para ela saber que eu disse aquilo sobre ela? Ela poderia ficar deprimida e desistir da fé. Eu estava transtornada e fiquei pensando em como ela tinha me mostrado amor e cuidado. Quando eu era pequena e tive febre alta no meio da noite, ela me colocou nas costas dela e me levou até o médico no vilarejo vizinho. Minha febre estava tão alta que o médico não quis me tratar, então, naquela mesma noite, ela me levou até o hospital na cidade. Ela sempre me ajudou a organizar tudo na minha vida, cuidando de cada detalhe. Ela me deu à luz e me criou, compartilhou o evangelho comigo e me trouxe para diante de Deus. Ela me apoiava em meu dever. Era tão boa comigo — se eu a expusesse, eu não estaria agindo sem consciência e não a magoaria? Se os outros descobrissem que eu mesma tinha exposto sua perturbação da vida de igreja, eles poderiam me criticar por ser cruel com minha própria mãe, chamar-me de filha miserável, fria e ingrata. Eu sabia que minha mãe não aceitava a verdade, mas tinha cuidado tão bem de mim e, afinal de contas, era minha mãe. Então, embora a líder continuasse a me pressionar, fiquei adiando a avaliação da minha mãe. No passado, havíamos sido uma família de crentes — era uma felicidade. Cantávamos e orávamos juntos, líamos as palavras de Deus e conversávamos sobre nossos sentimentos. Às vezes, essas lembranças voltavam. Mas meu irmão tinha sido removido, e a minha mãe estava prestes a ser isolada para autorrefletir. Eu estava péssima e não sabia como encarar aquela situação. Eu não tinha a fé para fazer qualquer busca e estava sem motivação para o meu dever. Eu não sentia nenhum fardo para buscar ao ajudar os outros com seus problemas, só agia sem me envolver nas reuniões, estava distraída e não conseguia comungar nada. Agia com superficialidade todo dia, sofrendo muito. Eu sabia que não estava num estado bom, então vim para diante de Deus e orei, pedindo que Ele me tirasse dessa negatividade para que eu não fosse impedida pela emoção.
Mais tarde, li duas passagens das palavras de Deus. “Quais questões estão relacionadas às emoções? A número um é como avaliar sua família, como reagir às coisas que ela faz. “As coisas que ela faz” incluem quando ela perturba e interrompe o trabalho da igreja, quando julga as pessoas pelas costas, quando faz as coisas dos incrédulos e assim por diante. Você conseguiria ser imparcial em relação às coisas que a sua família faz? Se tivesse que avaliar sua família por escrito, você o faria objetiva e imparcialmente, deixando suas emoções de lado? Isso diz respeito a como você deve encarar membros da família. E você é sentimental com relação àqueles com quem você se dá bem ou que o ajudaram anteriormente? Você seria objetivo, imparcial e preciso sobre suas ações e seu comportamento? Você os denunciaria ou exporia imediatamente se os pegasse perturbando e interrompendo o trabalho da igreja?” (“Identificando falsos líderes (2)”). “Digamos, por exemplo, que os seus parentes ou pais são crentes em Deus e que, por causa de malfeitos, interferências ou por não aceitarem a verdade, eles são expurgados. Você não entende por que e se sente extremamente transtornado. Portanto, você deveria orar a Deus e buscar a verdade e então avaliar que tipo de pessoa esses parentes são com base nas palavras de Deus. Se realmente entender a verdade, você será capaz de as defini-los corretamente, e assim verá que Deus nunca está errado, que Ele é um Deus justo — caso em que você não terá queixas, poderá obedecer aos arranjos de Deus e não tentará defender seus parentes ou pais. […] Assim, para que as pessoas possam alcançar compatibilidade com Deus, a sua visão das questões deve, em primeiro lugar, estar alinhada às palavras de Deus, elas devem ser capazes de ver as pessoas e as coisas com base nas palavras de Deus e aceitar que as palavras de Deus são a verdade, e elas devem ser capazes de renunciar às noções tradicionais do homem. Quando esse for o caso, então, não importam as pessoas ou as questões com que seja confrontado, você será capaz de manter uma opinião e uma perspectiva iguais às de Deus, e a sua opinião e perspectiva estarão em harmonia com a verdade. E nesse caso, as suas opiniões e a forma como você aborda as pessoas não serão hostis a Deus, e você será capaz de obediência a Deus e compatibilidade com Deus. Tais pessoas nunca mais poderão resistir a Deus; são precisamente as pessoas que Deus deseja ganhar” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como discernir a natureza e essência de Paulo”). As palavras de Deus me mostraram que não devemos olhar as coisas e pessoas a partir de um ponto de vista carnal e emocional. Devemos discernir a natureza e essência delas de acordo com as palavras de Deus e a verdade. Quando olhamos as pessoas desse jeito, é improvável que sejamos dominados pelo afeto. Eu sempre avaliava as coisas a partir de uma perspectiva emocional, pensando que ela era minha mãe e em como ela me amava e cuidava de mim, de modo que eu não conseguia escrever a avaliação. Mas Deus diz que devemos discernir as pessoas com base na natureza e essência delas, e ver tudo isso claramente é o único jeito de aplicar os princípios com justiça e não ser governado pelas emoções. Então, que tipo de pessoa minha mãe realmente era? Normalmente, ela era muito entusiasmada e atenciosa no dia a dia, mas isso só significava que era calorosa. Ela cuidava muito bem de mim, o que só significava que cumpria as responsabilidades de uma mãe. Mas, por natureza, ela era arrogante, protegia a própria reputação e não aceitava a verdade. Era preconceituosa e resistia a todos que apontavam seus problemas ou a criticavam e ficava remoendo aquilo. Num dia ruim, ela entrava em conflito direto com eles e se opunha a todos que a expunham, o que constrangia os outros. Com base na conduta dela, se ela continuasse se reunindo com os irmãos, certamente perturbaria a vida da igreja e atrasaria a entrada na vida dos outros. Se ela fosse isolada para autorrefletir de acordo com os princípios, todos poderiam ter reuniões apropriadas, e esse arranjo seria um alerta para ela. Se ela realmente refletisse sobre si mesma, isso poderia ser bom para a vida dela. Mas se resistisse, se não aceitasse ou até mesmo abandonasse a fé, ela seria exposta e eliminada. Então eu veria a natureza e a essência dela de forma mais clara, se ela era o joio ou o trigo, se poderia permanecer. Àquela altura, entendi a vontade de Deus. Deus tinha estabelecido essa situação para que eu ganhasse discernimento e aprendesse a ver a natureza e essência das pessoas de acordo com as palavras Dele, e assim deixasse de lado as emoções e tratasse as pessoas segundo os princípios.
Li outra passagem das palavras de Deus: “Quem é Satanás, quem são os demônios, quem são os inimigos de Deus se não os que resistem e que não acreditam em Deus? Não são eles as pessoas que desobedecem a Deus? Não são eles os que alegam ter fé, mas carecem da verdade? Não são elas aquelas que só buscam bênçãos, mas são incapazes de dar testemunho de Deus? Você ainda se mistura com esses demônios hoje e tem consciência e amor por eles, mas, nesse caso, você não está estendendo boas intenções a Satanás? Você não está em conluio com demônios? Se as pessoas agora ainda não conseguem distinguir entre o bem e o mal e continuam cegamente a ser amorosas e misericordiosas sem o menor desejo de buscar a vontade de Deus ou ter o coração Dele como seu próprio, então seus desfechos serão ainda mais miserável. Qualquer um que não acredita no Deus na carne é um inimigo de Deus. Se você pode ter consciência e amor por um inimigo, não lhe falta um senso de justiça? Se você é compatível com aqueles que Eu detesto e dos quais discordo e ainda tem amor ou sentimentos pessoais para com eles, você não é desobediente? Você não está resistindo intencionalmente a Deus? Tal pessoa possui verdade? Se as pessoas têm consciência para com os inimigos, amor pelos demônios e misericórdia para com Satanás, elas não estão interrompendo intencionalmente a obra de Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). As palavras de Deus revelaram meu estado com precisão. Eu sabia que minha mãe tinha acreditado em Deus por anos, mas não aceitava a verdade, e quando outros tentavam ajudá-la, podá-la e lidar com ela, ela não aceitava como vindo de Deus. Ela sempre brigava e perturbava a vida da igreja, agindo como assistente de Satanás. Mas eu não me levantava para a expor. Eu continuava a protegendo. Achava que, não expô-la ou não escrever a avaliação era ter uma consciência. Na verdade, era ter amor e consciência por Satanás, não era considerar o trabalho da casa de Deus nem os interesses dos irmãos. Eu estava do lado de Satanás e falando em defesa dele. Não era isso que Deus chamava de “resistir intencionalmente a Deus”? Meu amor era confuso e sem princípios, eu não sabia distinguir o certo do errado. Eu estava protegendo minha mãe, capacitando-a a continuar perturbando a vida da igreja. Eu era cúmplice da maldade dela. Estava prejudicando os outros e a mim mesma. Meu afeto me cegava, ele tinha amarrado os meus pés. O líder me pediu múltiplas vezes que escrevesse a avaliação, mas eu fiquei adiando e atrasando o trabalho da igreja. Me senti muito culpada quando percebi isso. Também me perguntei por que eu não conseguia evitar que minhas emoções me bloqueassem nesse tipo de situação. Qual era o problema real aqui? Vim para diante de Deus para orar e buscar, pedindo que Ele me guiasse a encontrar a senda para me livrar dos laços da emoção.
Depois de orar, li uma passagem das palavras de Deus. As palavras de Deus dizem: “Segundo qual princípio as palavras de Deus pedem que as pessoas tratem umas as outras? Ame o que Deus ama, e odeie o que Deus odeia: esse é o princípio que deve ser seguido. Deus ama aqueles que buscam a verdade e são capazes de seguir a Sua vontade. Essas também são as pessoas que nós deveríamos amar. Aquelas que não são capazes de seguir a vontade de Deus, que odeiam Deus e se revoltam contra Deus — essas pessoas são desprezadas por Deus, e nós também devemos desprezá-las. Isso é o que Deus pede ao homem. […] Se uma pessoa é amaldiçoada por Deus, mas é um pai ou parente seu, e, pelo que você sabe, não é um malfeitor e o trata bem, talvez você se veja incapaz de odiar essa pessoa, e seu relacionamento com ela pode não mudar. Ouvir que Deus despreza tais pessoas incomodará você, e você não será capaz de odiá-las. Você está sempre preso à emoção e não consegue largá-las. Qual é a razão disso? Isso acontece porque você valoriza demais a emoção, e ela o impede de praticar a verdade ou de defender princípios. Essa pessoa é boa com você e nunca lhe fez mal, por isso você não consegue odiá-la. Você só conseguiria odiá-la se ela lhe fizesse algum mal. Esse ódio estaria alinhado com os princípios da verdade? Além disso, você é restringido por noções tradicionais, pensa que a pessoa é seu pai ou parente, então se você a odiar, você será desprezado e injuriado pela sociedade, condenado como não filial, sem consciência, até desumano. Você acha que sofreria condenação e castigo divinos. Mesmo se quiser odiá-la, sua consciência não lhe permitirá. Por que a sua consciência funciona dessa forma? É uma forma de pensar que lhe foi ensinada pelos seus pais, que lhe foi incutida e transmitida pela cultura social. Ela está profundamente enraizada no seu coração, levando-o a acreditar equivocadamente que é uma coisa positiva, que é algo que você herdou dos seus antepassados e que é sempre uma coisa boa. Você aprendeu isso primeiro, e isso permanece dominante, criando uma grande pedra de tropeço e perturbação na sua fé e aceitação da verdade, deixando-o incapaz de praticar as palavras de Deus e de amar e odiar o que Deus ama e odeia. Você sabe no seu coração que a sua vida veio de Deus, não dos seus pais, e você os viu não só não acreditarem, mas também resistirem a Deus; Deus os odeia, e você deve se submeter a Deus, ficar do lado Dele, mas você simplesmente não consegue convencer-se a odiá-los, mesmo que queira. Você não consegue mudar isso, não consegue fortalecer seu coração e não consegue praticar a verdade. Qual é a raiz disso? Satanás usa esse tipo de cultura tradicional e noções de moralidade para amarrar os seus pensamentos, a sua mente e o seu coração, deixando-o incapaz de aceitar as palavras de Deus; você foi possuído por essas coisas de Satanás, e elas o deixaram incapaz de aceitar as palavras de Deus. Mesmo quando você quer praticar as palavras de Deus, essas coisas causam agitação dentro de você e levam você a opor-se à verdade e às exigências de Deus e tornam você incapaz de se livrar do jugo da cultura tradicional. Depois de lutar por um tempo, você recorre à concessão: prefere achar que as noções tradicionais de moralidade estão corretas e alinhadas à verdade, e então você rejeita ou abandona as palavras de Deus. Não aceita as palavras de Deus como a verdade e não dá importância a ser salvo, sentindo no seu coração que ainda vive neste mundo, que ainda deve confiar nessas pessoas para sobreviver. Incapaz de suportar a recriminação da sociedade, você prefere abrir mão da verdade e das palavras de Deus, abandonar-se às noções tradicionais de moralidade e à influência de Satanás, e prefere ofender a Deus e não praticar a verdade. O homem não é lamentável? Ele não precisa da salvação de Deus?” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só reconhecendo seus pontos de vista equivocados você pode se conhecer”). As palavras de Deus me mostraram que Ele exige que amemos o que Ele ama e odiemos o que Ele odeia. O Senhor Jesus também disse: “Quem é Minha mãe? E quem são Meus irmãos? […] Pois qualquer que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, irmã e mãe” (Mateus 12:48, 50). Deus ama aqueles que buscam a verdade e são capazes de aceitá-la. Só eles são irmãos e irmãs e são aqueles que eu devo amar e ajudar com amor. Todos aqueles que desprezam a verdade e nunca a praticam são descrentes, não são irmãos e irmãs. Mesmo que sejam da família, devemos ver e expô-los com base nos princípios da verdade. Isso não significa que não está sendo filial com seus pais e que não cuidará deles, mas significa que você deve tratá-los racional e imparcialmente, de acordo com a natureza e a essência deles. Mas “o sangue é mais espesso que a água” e “o homem não é inanimado; como pode não ter emoções?” eram venenos satânicos em que eu estava submersa. Eu não tinha princípios, mas protegia e ficava do lado da minha família com base em afetos carnais. Quando escrevi sobre meu irmão, eu sabia que ele já tinha revelado ser um descrente que devia ser removido da igreja, mas eu estava presa em afetos e não queria escrever a verdade. Queria esconder os fatos e enganar os outros. Quando o líder pediu que eu escrevesse sobre minha mãe, eu sabia que ela perturbava a vida de igreja e que devia escrever uma avaliação correta e objetiva para ajudar o líder a expô-la e limitá-la. Mas quando pensava que era minha mãe e como ela era boa comigo, eu temia que, ao escrever isso, eu sempre me sentiria culpada e não conseguiria conviver com isso. Também temia que os outros me veriam como cruel e fria. Cheia de equívocos e apreensões, fiquei protelando. Esses venenos satânicos estavam enraizados em meu coração, e eu estava presa nos afetos. Eu não estava seguindo os princípios nem defendendo o trabalho da igreja. Estava do lado de Satanás, revoltando-me e resistindo a Deus. Minha mãe e meu irmão eram descrentes. Expor o comportamento deles era a coisa justa a se fazer. Era proteger o trabalho da igreja e seguir as exigências de Deus. Era amar o que Deus ama e odiar o que Deus odeia e um testemunho de praticar a verdade. Mas eu via praticar a verdade e expor Satanás como algo negativo, pensando que isso seria frio, sem consciência, traiçoeiro. Eu estava tão confusa. Estava confundindo o certo e o errado, o bem e o mal. Até estava deprimida e sendo constrangida pelas emoções, sem vontade de cumprir o meu dever. Sem o esclarecimento e a orientação oportunos de Deus, meus afetos teriam acabado comigo. Viver dominada pelas emoções foi quase o fim para mim. É tão perigoso!
Mais tarde, pensei que havia outro equívoco em minha relutância de escrever sobre a mãe. Eu achava que ela sempre tinha me nutrido tanto, então qualquer conversa sobre expô-la atormentava minha consciência. Li uma passagem das palavras de Deus que mudou minha perspectiva sobre isso. As palavras de Deus dizem: “Deus criou este mundo e trouxe o homem, um ser vivo ao qual Ele concedeu a vida, para dentro dele. Em seguida, o homem veio a ter pais e parentes, não estava mais só. Desde que colocou os olhos pela primeira vez neste mundo material, o homem estava destinado a existir dentro da ordenação de Deus. O sopro de vida de Deus sustenta cada ser vivo durante o crescimento até a vida adulta. Nesse processo, ninguém acha que o homem está crescendo sob os cuidados de Deus; eles acreditam que ele cresce sob o cuidado amoroso dos pais e que é o próprio instinto vital que dirige o seu crescimento. Isso acontece porque o homem não sabe quem concedeu sua vida, ou de onde ela veio, menos ainda como o instinto da vida cria milagres. O homem sabe apenas que o alimento é a base da continuidade da vida, que a perseverança é a fonte da existência da vida e que as crenças em sua mente são o capital para a sua sobrevivência. Da graça e da providência de Deus, o homem é totalmente indiferente, e assim ele desperdiça a vida que lhe foi concedida por Deus… Nem uma pessoa da qual Deus cuida dia e noite se O adora espontaneamente. Deus apenas continua a operar no homem, de quem não espera mais nada, conforme havia planejado. Ele faz isso na esperança de que um dia o homem acordará de seu sonho e, de repente, perceberá o valor e o propósito da vida, o preço que Deus pagou por tudo que tem dado ao homem e o anseio de Deus em esperar que o homem volte para Ele” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus é a fonte da vida do homem”). Por fora, parece que minha mãe me deu à luz e me criou e que ela tem cuidado de mim na vida. Na verdade, porém, a fonte da vida humana é Deus e tudo que desfrutei foi dado por Deus. Estou viva por causa deste sopro de vida que Deus me deu. Deus me deu vida e me trouxe para o mundo, e Ele arranjou minha família e meu lar. Foram os arranjos de Deus que me permitiram ouvir a voz Dele e vir para diante Dele. Se eu fosse sensata, deveria estar agradecendo a Deus e deveria praticar a verdade para satisfazer a Deus quando as coisas acontecem, para retribuir o amor de Deus. Não deveria ficar do lado da família mundana e agir em prol de Satanás, impedindo o trabalho da igreja. Foi quando percebi isso que despertei. Eu devia vir para diante de Deus para me arrepender. Não devia continuar seguindo meus sentimentos. A igreja pediu que eu escrevesse sobre minha mãe, portanto, eu devia escrever sobre a conduta dela corretamente, de acordo com os fatos, e então aceitar o que a igreja decidisse fazer a respeito. Então eu trouxe à luz a conduta da minha mãe que perturbava a vida de igreja.
Um mês depois, fui eleita líder de igreja. Descobri que alguns membros da igreja ainda não viam minha mãe claramente. Pensei que deveria falar com eles sobre como minha mãe tinha perturbado a vida de igreja, para que tivessem discernimento e a tratassem de acordo com os princípios. Mas justo quando estava prestes a fazer isso, senti um conflito interno. Se eu a expusesse e a dissecasse e eles ganhassem discernimento sobre ela, eles a veriam com outros olhos? Isso a aborreceria? Eu não quis dizer nada. Percebi que, de novo, estava vivendo segundo as emoções e me lembrei das palavras de Deus, de que devo amar o que Deus ama e odiar o que Ele odeia. Minha mãe causou problemas na vida da igreja, e isso é algo que Deus odeia. Não podia continuar protegendo-a por causa de afetos. Era responsabilidade minha expor e dissecar isso com base nos princípios da verdade para que os outros tivessem discernimento. Então, descrevi em detalhes como minha mãe tinha perturbado a vida da igreja, e os outros ganharam algum discernimento e aprenderam algumas lições. A maioria acabou votando por isolá-la para autorrefletir. Eu me senti relaxada e em paz após colocar isso em prática.
Agradeço a Deus de coração pelo esclarecimento e orientação das palavras Dele, que me ajudaram a entender a verdade, encontrar os princípios e saber como tratar os membros da minha família. Sem isso, eu ainda estaria presa em emoções e fazendo coisas contra Deus. Essa experiência me mostrou que, no que diz respeito a pessoas e questões na casa de Deus, tudo deve ser feito com base nos princípios da verdade. Isso está de acordo com a vontade de Deus. Também é o jeito de ganhar um senso de paz interior. Graças a Deus!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.