Para que serviu todo esse sofrimento?
Depois de me converter, vi que muitos líderes e obreiros eram capazes de suportar muita adversidade. Eles continuavam trabalhando e cumprindo seu dever com sol ou chuva, e eram aprovados e admirados pelos irmãos. Eu os invejava muito e esperava tornar-me como eles: alguém que conseguisse sofrer e pagar um preço igual a eles e ganhar a admiração dos outros. Por isso, estava muito entusiasmada em minha busca. Mais tarde, fui eleita líder de igreja. Eu estava muito ocupada com meu dever todos os dias, e os outros me elogiavam por ser capaz de lidar com adversidades, e eles diziam que eu era alguém que buscava a verdade. Eu ficava animada sempre que ouvia algo assim e achava que todo o sofrimento valia a pena. Mais tarde, o escopo das minhas responsabilidades crescia cada vez mais e minha carga de trabalho continuava a aumentar. Vi que algumas das irmãs de quem eu era parceira conseguiam sofrer e pagar um preço. Elas sempre ficavam acordadas até tarde e, às vezes, iam às reuniões de barriga vazia, sem tempo para comer. Ouvi os irmãos dizerem que elas carregavam um fardo no seu dever e eram capazes de suportar adversidade. Achei que, se os irmãos gostavam de pessoas assim, Deus certamente também gostava. Então, comecei a cumprir meu dever até tarde. Mas, depois de um tempo, meu corpo não suportou mais e eu ficava com sono quando passava da meia-noite. Mas cada vez que via as irmãs ainda trabalhando, eu tinha vergonha de ir para a cama, temendo que dissessem que eu estava dando ouvidos à carne e não tinha um fardo no meu dever. Então eu persistia, mas eu não podia evitar a sonolência constante e não conseguia fazer muita coisa. A despeito disso, eu não ia dormir. Em silêncio, eu me encorajava a continuar, pensando que não podia satisfazer a carne e que não podia ser menosprezada pelos outros. Às vezes, por ter ficado acordada até tarde, quando eu tinha que levantar cedo para uma reunião, eu ia para lá sonolenta, de bicicleta elétrica, e passava a reunião também com sono. Eu queria cochilar depois do almoço, mas temia que os outros dissessem que eu estava desejando confortos físicos. Todos os dias, eu me forçava a aguentar e me esforçava até o dia acabar. Uma vez, a caminho de uma reunião, por estar tão sonolenta, eu fiquei tonta de sono o caminho todo e acabei caindo numa vala com a bicicleta, e o susto me fez acordar na hora. Ao empurrar a bicicleta elétrica ao longo da estrada, fiquei pensando que esse não era o jeito correto de ser. Minha introspecção me fez perceber que, desde que havia sido eleita líder, eu só tinha pensado, todo dia, em sofrer e trabalhar visivelmente, sempre temendo que as pessoas dissessem que eu me concentrava na carne e desejava conforto. Isso significava que eu carecia de uma rotina na vida e nem estava descansando normalmente.
Um dia, li algumas das palavras de Deus que expõem os fariseus e apliquei essas palavras a mim mesma. As palavras de Deus dizem: “Vocês sabem o que é, de fato, um fariseu? Existem fariseus ao seu redor? Por que essas pessoas são chamadas de ‘fariseus’? Como um fariseu é descrito? São pessoas que são hipócritas, completamente falsas e encenam tudo que fazem. Que tipo de encenação elas fazem? Elas fingem ser boas, gentis e positivas. É isso que essas pessoas são de fato? De forma alguma. Dado que são hipócritas, tudo que é manifestado e revelado nelas é falso; é tudo fingimento — não é a sua face verdadeira. Onde se esconde seu rosto verdadeiro? Ele se esconde no fundo do seu coração para jamais ser visto por outros. Tudo o que está do lado de fora é uma encenação, é tudo falso, mas só podem enganar pessoas; não podem enganar a Deus. Se as pessoas não buscam a verdade, se elas não praticam nem experimentam as palavras de Deus, então não podem realmente compreender a verdade e, assim, independentemente de quão agradáveis soem suas palavras, essas palavras não são a verdade realidade, mas palavras e doutrinas. Algumas pessoas só se concentram em papaguear palavras e doutrinas, imitam qualquer um que pregue os sermões mais elevados, com o resultado de que, em apenas alguns anos, seu recital de palavras e doutrinas fica ainda mais avançado, e eles são venerados e admirados por muitas pessoas; depois disso, começam a se camuflar e a dar muita atenção ao que dizem e fazem, mostrando-se especialmente piedosas e espirituais. Elas usam essas assim chamadas teorias espirituais para se camuflar. Só falam sobre isso onde quer que vão, coisas ilusórias que se encaixam nas noções das pessoas, mas que não têm nenhuma verdade realidade. E por meio da pregação dessas coisas — coisas que estão alinhadas com as noções e os gostos das pessoas — elas enganam muita gente. Para os outros, essas pessoas parecem muito devotas e humildes, mas, na verdade, isso é falso; elas parecem tolerantes, pacientes e amorosas, mas, na verdade, é fingimento; elas dizem que amam a Deus, mas, na verdade, é uma encenação. Outros acham que essas pessoas são santas, mas, na verdade, são falsas. Onde pode ser encontrada uma pessoa verdadeiramente santa? A santidade humana é toda falsa. Tudo é fingimento, falsa aparência. Por fora, elas parecem leais a Deus, mas na verdade estão só representando para os outros verem. Quando ninguém está olhando, elas não são nem um pouco leais e tudo o que fazem é superficial. Aparentemente, elas se despendem por Deus e abriram mão da família e da carreira. Mas o que estão fazendo em segredo? Estão desenvolvendo sua própria empresa e administrando sua própria operação na igreja, lucrando da igreja e roubando ofertas secretamente sob o disfarce de trabalhar para Deus… Essas pessoas são os fariseus hipócritas modernos” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Seis indicadores de crescimento da vida”). O que as palavras de Deus revelaram foi realmente doloroso e difícil para mim. Eu estava agindo igual aos fariseus. Eles adoravam usar seu comportamento superficial para fazer uma encenação, intencionalmente oravam nas esquinas e sempre pregavam as palavras de Deus para que as pessoas achassem que eles eram devotos e que realmente amavam a Deus. Mas, em particular, eles não praticavam as palavras de Deus de modo algum. Tudo isso que faziam era só para aparecer, para ganhar aprovação e admiração. Eu era igual. Eu me concentrava especialmente em ter um bom comportamento superficial para que os irmãos pensassem bem de mim. Quando vi outros sofrendo e pagando um preço em seu dever, e recebendo a aprovação e a admiração de todos, eu me esforcei para ser esse tipo de pessoa. Quando fui escolhida como líder, vi as minhas irmãs parceiras trabalhando até tarde, e me obriguei a ficar acordada até tarde para não ficar para trás. Continuei por mais sonolenta que estivesse. Eu parei até de tirar um cochilo normal ao meio-dia num esforço para me apresentar como alguém que suportava adversidade. Eu estava me disfarçando a cada passo, tentando ganhar a admiração dos irmãos por visivelmente parecer estar fazendo coisas boas. Sofrer e me despender desse jeito era completamente falso e enganoso. Eu estava trilhando a senda dos fariseus — e como isso poderia não enojar a Deus? Depois disso, sempre que eu queria me disfarçar, eu conscientemente renunciava a mim mesma, sem dar um show na frente dos outros, e também ajustei meus horários de trabalho e descanso. Eu ia dormir depois de terminar o trabalho do dia. Eu me senti muito mais relaxada quando passei a praticar dessa forma.
Um ano depois, fui para o exterior. Os irmãos com os quais eu trabalhava realmente conseguiam suportar adversidade em seu dever e trabalhavam até tarde todas as noites. Às vezes, eu queria dormir cedo depois de terminar o trabalho, mas temia que eles pensassem que eu dava ouvidos à carne. Além disso, eu era uma líder, assim, o que todos pensariam se eu fosse dormir mais cedo que os outros irmãos? Diriam que eu não suportava sofrimento e não tinha um fardo em meu dever? Quando eu pensei desse jeito, não consegui deixar de encenar de novo e ficava acordada até tarde com eles. Mas eu ficava sonolenta e começava a cochilar depois de uma hora da manhã. Eles me encorajavam a ir dormir mais cedo, mas eu me forçava a despertar e dizia: “Estou bem. Eu consigo. Vou dormir daqui a pouco”. Mas então acabava tonta de sono novamente. Às vezes, eu não dava conta do meu sono, deitava a cabeça na mesa e cochilava um pouco, mas não me sentia em paz fazendo isso. Ficava preocupada com o que os outros diriam sobre mim, então voltava logo a me ocupar com o trabalho novamente. Para fazer parecer que eu suportava um fardo, às vezes eu enviava uma mensagem de grupo quando já era muito tarde para que os outros soubessem como eu ficava acordada até tarde, que eu cumpria meu dever noite adentro. Eu queria comprar alguns suplementos nutricionais por causa de alguns problemas de saúde, mas temia o que os outros iriam dizer. Achariam que eu valorizava demais a minha carne? Por isso, não os comprei. Uma vez, numa reunião, descobri que uma irmã não estava num estado bom e que precisava de comunhão e apoio. Mas já que ela estava num país com fuso horário diferente e já era o meio da noite para mim, a princípio pensei que comungaria com ela no dia seguinte. Mas então pensei que comungar com ela de noite passaria a impressão de que eu carregava um fardo pela entrada dos irmãos na vida. Então entrei em contato com ela e só encerrei a comunhão por volta das duas da manhã. Ela me disse: “É tão tarde onde você está, você deveria dormir. É ruim para a saúde sempre ficar acordada até tarde”. Fiquei muito contente por ouvir isso. Embora eu estivesse desconfortável fisicamente, não foi em vão, pois eu a fiz pensar que eu tinha um fardo e um senso de responsabilidade. Depois disso, comecei a ter todo tipo de probleminhas de saúde, e o médico me disse que isso se devia à privação de sono a longo prazo. Eu ignorei isso e continuei fazendo a mesma coisa. Por volta dessa hora, uma líder superior sempre me lembrava de que eu não devia ficar acordada até tarde, que o trabalho não se atrasa se eu dormir cedo e acordar cedo. Eu pensava que, se eu fosse dormir cedo, os outros pensariam que eu, como líder, não podia suportar tanta adversidade quanto os outros, e nesse caso, eles ainda me admirariam? Eu não levei as palavras da líder a sério. Uma irmã viu que eu não estava bem e disse: “Sua mente deve estar sobrecarregada. Ter tantos problemas para resolver o tempo todo e todo esse estresse está impactando sua saúde. Como líder, você tem muitas preocupações”. Fiquei muito satisfeita comigo mesma quando ela disse isso. Achei que o preço que pagava e o sofrimento que suportava valiam a pena por causa da aprovação dos outros. Isso foi assim até que eu li uma passagem das palavras de Deus que me deu algum entendimento da senda errada em que eu estava. As palavras de Deus dizem: “Os anticristos estão fartos da verdade, eles não aceitam a verdade nem um pouco — o que, manifestamente, indica um fato: os anticristos nunca agem de acordo com as verdades princípios, nunca praticam a verdade — o que é a manifestação mais escancarada de um anticristo. Além de status e prestígio e de ser abençoados e recompensados, a única coisa que eles buscam é o prazer dos confortos da carne e dos benefícios do status; e esse sendo o caso, eles naturalmente causam interrupções e perturbações. Esses fatos mostram que aquilo que eles buscam, seu comportamento e o que se manifesta neles não é amado por Deus. E estes não são, de forma alguma, jeitos de agir e comportamentos de pessoas que buscam a verdade. Por exemplo, alguns anticristos que são como Paulo têm a determinação de sofrer quando cumprem seu dever, conseguem ficar acordados a noite toda e não comer nada quando fazem seu trabalho, conseguem subjugar o próprio corpo, conseguem superar doença e desconforto. E qual é o seu objetivo quando fazem tudo isso? É mostrar a todos que eles são capazes de renunciar a si mesmos — de abnegar a si mesmos — quando se trata da comissão de Deus; que, para eles, só existe dever. Eles mostram tudo isso na frente de outras pessoas, eles se exibem, não descansam quando deveriam, e até estendem deliberadamente seu horário de trabalho, levantando cedo e dormindo tarde. E quanto à eficiência de trabalho e a eficácia de seu dever quando os anticristos labutam dessa forma desde cedo até tarde? Essas coisas estão fora do escopo das considerações deles. Eles apenas tentam fazer tudo isso na frente dos outros, para que as outras pessoas possam vê-los sofrendo, e vejam como eles se despendem por Deus sem pensar em si mesmos. Se o dever que eles cumprem e o trabalho que fazem são executados de acordo com as verdades princípios, eles não pensam nisso nem um pouco. Tudo em que pensam é se seu bom comportamento exterior foi visto por todos, se todos estão cientes dele, se eles causaram uma impressão em todos, e se essa impressão provocará admiração e aprovação neles, se essas pessoas os aprovarão quando forem embora e os elogiarão, dizendo: ‘Ele realmente consegue suportar adversidade, seu espírito de persistência e sua perseverança extraordinária estão fora do alcance de qualquer um de nós. Esse é alguém que busca a verdade, que é capaz de sofrer e suportar um fardo pesado, ele é um pilar na igreja’. Quando ouvem isso, os anticristos ficam satisfeitos. Em seu coração, pensam: ‘Fui tão inteligente ao fingir desse jeito, fui tão esperto ao fazer isso! Eu sabia que todos só olhariam o lado externo, e eles gostam desses bons comportamentos. Eu sabia que, se agisse dessa forma, isso ganharia a aprovação das pessoas, isso as levaria a me aprovar, isso as levaria a me admirar no fundo do seu coração, as faria olhar para mim de modo favorável e que ninguém me menosprezaria nunca mais. E se vier o dia em que o Alto descobrir que eu não tenho feito trabalho real e me substituir, sem dúvida alguma haverá muitas pessoas que me defenderão, que clamarão por mim e me urgirão a ficar e falarão em minha defesa’. Em segredo, eles têm orgulho de seu comportamento falso — e esse orgulho não revela também a natureza essência de um anticristo? E qual é essa essência? (Perversidade.) Correto — essa é a essência da perversidade” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 10”). Deus expõem a natureza de um anticristo como terrivelmente maligna, pois recorre a qualquer tática para colocar uma fachada a fim de alcançar o objetivo de controlar os outros e ser admirado. Por exemplo, ele intencionalmente estende suas horas de trabalho, fica acordado até tarde e se levanta cedo para parecer que é devoto a Deus. Labuta no dever do amanhecer até o anoitecer e deixa de se alimentar e de dormir, e negligencia suas necessidades físicas para que as pessoas o admirem e adorem. No fim, ele acaba trazendo as pessoas para diante dele. Deus odeia e condena esse comportamento. Eu me senti horrível e incomodada quando me comparei com as palavras de Deus. Eu estava agindo igual a um anticristo. Para fazer com que os outros vissem que eu suportava adversidade, que não satisfazia a carne e tinha um fardo no meu trabalho e para fazer com que eles me admirassem por ser uma boa líder, fiz um esforço grande me exibindo em meus horários de trabalho, descanso e também quanto ao que eu comia. Não descansava como deveria e ficava acordada até tarde mesmo quando meu dever não exigia isso. Fiquei fazendo isso mesmo quando tive problemas de saúde. Eu temia tanto que os outros dissessem que eu me importava demais com a carne e tivessem uma impressão ruim de mim que não comprei os suplementos nutricionais de que precisava. Eu estava me estabelecendo astutamente ao fingir ser boa, sofrendo e pagando um preço ostensivamente, fazendo com que os outros achassem que eu buscava a verdade, que eu era diligente e devota em meu dever e uma boa líder, fazendo-os me respeitar. Todos os meus esforços e gastos estavam completamente manchados de falsidade e enganação. Tudo isso para passar uma impressão boa de mim mesma e enganar os outros com uma imagem falsa. Eu estava na senda de um anticristo. Eu não queria continuar agindo assim, então orei a Deus, pronta para me arrepender e mudar meu estado incorreto.
Mais tarde, fiquei pensando na razão de eu estar tão concentrada em passar a impressão de que eu suportava adversidade. Percebi que eu estava abrigando uma perspectiva equivocada. Eu sempre achei que ser capaz de sofrer e pagar um preço, fazer coisas boas ostensivamente, era praticar a verdade e satisfazer a Deus, que Deus aprovaria isso. Mas, sendo exposta pelas palavras de Deus, vi que esse tipo de perspectiva não se sustenta de modo algum. As palavras de Deus dizem: “O que representam as boas ações superficiais dos humanos? Elas representam a carne, e nem mesmo as melhores práticas exteriores representam a vida; elas só podem mostrar seu temperamento individual. As práticas exteriores da humanidade não podem satisfazer o desejo de Deus. […] Se suas ações existem sempre apenas em aparência, então isso significa que você é vaidoso ao extremo. Que tipo de humano é esse que realiza somente boas ações superficiais e é desprovido de realidade? Tais pessoas são fariseus e figuras religiosas hipócritas! Se vocês não se livrarem de suas práticas exteriores e não conseguirem fazer mudanças, então os elementos de hipocrisia que há em vocês crescerão ainda mais. Quanto maiores forem seus elementos de hipocrisia, maior será a resistência a Deus. No final, tais pessoas serão certamente eliminadas!” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Na fé, é preciso concentrar-se na realidade: engajar-se em ritual religioso não é fé”). “Agora, há algumas pessoas que trabalham desde cedo até escurecer, e se esquecem de comer ou dormir, ao desempenhar seu dever, elas são capazes de sujeitar a carne, de ignorar adversidade física, e até de trabalhar quando estão doentes. Mesmo que tenham essas qualidades redentoras e sejam pessoas boas e corretas, ainda há coisas em seu coração que elas não conseguem deixar de lado: prestígio, lucro, status e vaidade. Se elas nunca deixam essas coisas de lado, elas são pessoas que buscam a verdade? A resposta é evidente. A parte mais difícil de acreditar em Deus é alcançar uma mudança em caráter. Talvez você consiga permanecer solteiro a vida toda, ou nunca comer comida boa, nem usar roupas bonitas; algumas pessoas até dizem: ‘Não importa que eu sofra, nem que fique sozinho a vida toda, eu consigo suportar isso — com Deus do meu lado, essas coisas não significam nada’. É fácil superar e resolver esse tipo de dor e adversidade física. O que não é fácil superar? Os caracteres corruptos do homem. Os caracteres corruptos não podem ser resolvidos por mero autocontrole. As pessoas conseguem suportar sofrimento físico a fim de desempenhar seus deveres corretamente, a fim de satisfazer a vontade de Deus e de entrar no reino no futuro — mas ser capaz de sofrer e pagar um preço significa que seus caracteres mudaram? Não significa. Para avaliar se houve uma mudança no caráter de alguém, não olhem para quanto sofrimento ele consegue suportar, ou quanto comportamento bom ele mostra na superfície. O único jeito de avaliar corretamente se o caráter de uma pessoa mudou é olhar para os objetivos, os motivos e as intenções por trás de suas ações, para os princípios segundo os quais ela se conduz e lida com os assuntos, e para sua atitude em relação à verdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Bom comportamento não significa que o caráter de alguém mudou”). As palavras de Deus me mostraram que ser capaz de sofrer e de pagar um preço não significa aprovação de Deus. Na Era da Graça, Paulo foi capaz, ostensivamente, de resistir a adversidades. Ele divulgou o evangelho e não traiu o Senhor quando foi levado para a prisão. Seu comportamento parecia ser admirável. Mas todo o seu sofrimento e desgaste eram para fazer transações com Deus. Ele queria trocar seu sofrimento por uma coroa e pelas bênçãos do reino de Deus. Suas boas ações não significavam que ele já tinha alcançado mudança de caráter. Ao contrário, por causa de seus feitos ostensivos, ele estava sempre se exibindo e dando testemunho de si mesmo, tornando-se cada vez mais arrogante. Ele até testificou que, para ele, viver era Cristo, e acabou sendo condenado e punido por Deus. Refletindo sobre mim mesma, eu só pensava em parecer ter um comportamento bom para me disfarçar e fazer com que as pessoas me admirassem, mas eu não me concentrava em praticar a verdade nem resolver meus caracteres corruptos. Como resultado, tornei-me mais hipócrita e não mudei em nada meu caráter de vida. Se continuasse nessa busca, definitivamente eu não ganharia verdade alguma. Eu só poderia acabar expulsa como Paulo! Pensando nisso, eu quis mudar minhas perspectivas incorretas sobre a busca imediatamente.
Mais tarde, li esta passagem das palavras de Deus: “Deus deu ao homem seu corpo, e, dentro de certos limites, suas faculdades permanecerão saudáveis; mas se você ultrapassar esses limites ou violar certas leis, coisas acontecerão — as pessoas adoecerão. Não se oponha às leis que Deus estabeleceu para o homem. Se o fizer, isso significa que você não respeita Deus e que você é tolo e ignorante. Se você se opuser a essas leis — se você ‘sair da pista’ —, Deus não o protegerá, Deus não assumirá nenhuma responsabilidade por você; Deus despreza tal comportamento. […] No cumprimento do seu dever, é melhor encontrar um equilíbrio normal entre trabalho e descanso. Quando seu dever fica corrido, sua carne deve suportar um pouco de sofrimento, você deve deixar de lado as suas necessidades físicas, mas isso não deve se estender por muito tempo; se isso acontecer, será fácil, para você, ficar exausto, e isso pode impactar sua eficiência no desempenho do seu dever. Em momentos como esse, você deve descansar. Qual é o objetivo do descanso? É cuidar do seu corpo para que você possa cumprir melhor o seu dever. Mas se você não está fisicamente cansado, mas sempre busca uma chance para enrolar, não importa se seu dever está corrido ou não, você não tem devoção. Além de ser devoto e cumprir corretamente o dever que Deus lhe confiou, você também não deve esgotar o seu corpo. Você deve entender esse princípio. Quando seu dever não estiver corrido, planeje descansos. Quando se levanta de manhã, pratique devoções espirituais, ore, leia as palavras de Deus e comungue a verdade das palavras de Deus junto de alguém ou aprenda hinos, como normalmente; quando ficar corrido, concentre-se em cumprir seu dever, pratique e experimente as palavras de Deus e incorpore as palavras de Deus na sua vida; isso tornará fácil cumprir o seu dever de acordo com as verdades princípios. Somente assim você experimentará verdadeiramente a obra de Deus. Esses são os tipos de ajustes que você deve fazer” (A comunhão de Deus). A leitura das palavras de Deus foi muito esclarecedora para mim. Deus nos faz viver de acordo com as regras que Ele preordenou, viver e descansar adequadamente, e cumprir nosso dever sobre esse fundamento. Quando nosso trabalho exige algum sofrimento e que paguemos um preço, devemos renunciar à carne, fazer o melhor que podemos para cumpri-lo. Quando nosso trabalho não exige que fiquemos acordados até tarde, deveríamos trabalhar e dormir apropriadamente e manter um bom estado mental. Assim, podemos ser eficientes no nosso dever. Lembrei-me disto na Bíblia: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22:37-38). Deus espera que possamos atentar para Sua vontade no nosso dever, que tenhamos um fardo e cumpramos nosso dever de coração. Isso ganha a aprovação de Deus. Considerando a senda que Deus nos apontou, vi como eu realmente fui tola. As palavras de Deus são tão claras, mas eu nunca as pratiquei. Eu sempre agi com base em minhas noções e imaginações, e me submetendo a tanto sofrimento sem sentido. Então percebi que eu não podia me concentrar em fazer boas ações ostensivamente e que deveria aceitar o escrutínio de Deus, fazer tudo diante de Deus sem considerar o que as pessoas pensam, e cumprir meu dever diligentemente. É isso que eu tenho que fazer.
Nas reuniões, depois disso, dissequei como eu tinha me desviado e a minha perspectiva equivocada para que os irmãos pudessem ganhar discernimento. Normalmente, eu me concentrava em praticar as palavras de Deus e colocava meu coração em como levar um fardo no meu trabalho e como eu podia cumprir meu dever de acordo com os princípios, e eu não estava mais sempre concentrada em sofrer ostensivamente para ganhar a admiração dos outros. Com o tempo, deixei de temer como os outros me viam e não pensei mais em fazer uma encenação na frente dos outros. Isso meu deu um alívio enorme. Por meio da experiência, aprendi que só as palavras de Deus são a direção e o padrão de conduta e ação, e que praticar segundo as palavras de Deus é um alívio tão grande e muito libertador. Não há necessidade de fingir sempre. Viver assim não é tão cansativo nem doloroso. Graças a Deus!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.