O descaramento de se exibir
Um ano atrás, mudei para outra igreja. Logo no começo, eu não me entrosei bem, porque eu tinha sido líder na igreja anterior, e meus irmãos pensavam muito bem de mim. Sempre que tinham um problema, eles me procuravam para resolver. Mas nessa igreja, os irmãos não me conheciam. Eu me sentia como uma qualquer, o que foi muito decepcionante. Eu pensei: “Meus resultados em pregar o evangelho eram bons, então, desta vez, se eu puder usar minha habilidade de pregar o evangelho para mostrar a todos que tenho calibre e cumpro meus deveres melhor do que os outros, eu me destacarei”. Eu pregava o evangelho mais ativamente durante essa época, e em pouco tempo eu já tinha convertido uma dúzia de pessoas. Eu ficava radiante. Quando via meus irmãos, eu não conseguia evitar mostrar a minha experiência em pregar o evangelho. Invejosos, eles diziam: “Para você é tão fácil pregar o evangelho; para nós, não é. Quando encontramos potenciais receptores evangelísticos que têm noções e que não escutam, não sabemos como comungar com eles”. A verdade é que eu também me deparava com frequência com tal situação. Houve momentos em que a minha pregação não foi bem-sucedida, mas eu raramente falava sobre esses problemas e fracassos, ou nem os mencionava, pois temia que, se todos soubessem, eles não me considerariam capaz ou não me admirariam. Eu pensava: “Devo falar sobre as minhas experiências positivas de pregar o evangelho para que vocês vejam quão bem eu cumpro meus deveres”. Então eu dizia: “Pregar o evangelho não é difícil. Quando encontro potenciais receptores evangelísticos, é assim que comungo com eles…”. Meus irmãos me admiravam muito quando ouviam isso. Depois disso, sempre que alguém tinha amigos ou parentes que queriam investigar a obra de Deus nos últimos dias, os outros diziam: “Peça que Xinping pregue a eles. Chame a irmã Xinping”. Eu ficava muito feliz quando via que essa era a atitude de todos. Logo um líder arranjou para que eu assumisse o trabalho de rega em várias igrejas. Isso me deixou ainda mais orgulhosa, e eu pensei que tinha um palco ainda maior para mostrar meus talentos. Quando meus irmãos tinham dificuldades ao compartilhar o evangelho ou ao regar recém-convertidos e hesitavam, ou não queriam sofrer e pagar um preço, eu os encorajava e falava sobre como eu tinha sofrido pregando o evangelho. Eu disse: “Quando pregava o evangelho antes, às vezes fazia dez graus abaixo de zero no inverno, e o vento era como uma faca no rosto, mas mesmo assim eu saía para pregar. Quando chovia muito, quando os rios enchiam e meus sapatos ficavam molhados, eu espremia a água das palmilhas, guardava-as no bolso e seguia em frente para pregar. Uma vez, fazia mais de dez graus abaixo de zero, eu procurei uma recém-convertida para fazer uma reunião com ela, e esperei do lado de fora por mais de uma hora até ela chegar…”. Quando meus irmãos ouviram isso, eles me olharam com aprovação e me admiraram por ser capaz de sofrer, e eu fiquei muito feliz com isso.
Mais tarde, fui responsabilizada por mais igrejas. Pensei: “Em poucos meses, fui promovida de novo. Meus irmãos não me admirarão ainda mais?”. Nesse tempo, eu orava com frequência a Deus e me esforçava para me equipar com aspectos da verdade referentes à rega de recém-convertidos. Aos poucos, encontrei uma senda adiante em meus deveres. Todos os meus irmãos achavam que a minha comunhão era útil para eles. Sem perceber, meu ego voltou a inflar, e eu comecei a me exibir de novo nas reuniões. Quando meus irmãos me perguntavam como comungar sobre e resolver as noções religiosas que os recém-convertidos traziam, eu pensava: “Falarei com eles corretamente sobre isso para que todos vejam que eu entendo a verdade e que posso resolver problemas”. Então lhes expliquei meus pensamentos e experiência em detalhe, e, aos poucos, todos passaram a olhar para mim de forma diferente. Ouviam com atenção tudo que eu dizia. Os irmãos me admiravam aonde quer que fosse, e até os irmãos que eu não conhecia também pediam para ouvir a minha comunhão. Mais tarde, peguei os problemas comuns encontrados ao espalhar o evangelho e no trabalho de rega, anotei dezessete regras, e as levei para reuniões e comunguei sobre elas com os irmãos. Havia uma irmã cujo marido era um oficial no vilarejo e se opunha à crença dela em Deus. Ele levantou muitas perguntas e deliberadamente dificultou as coisas para nós, e pediu explicitamente a minha comunhão. Fiquei muito inquieta na hora, mas orando a Deus, refutei cada uma das questões dele, e, no fim, ele ficou sem saber o que dizer. Mais tarde, peguei as questões que o marido dessa irmã tinha levantado e as incluí nas perguntas mais frequentes sobre espalhar o evangelho. Em cada reunião, eu as mencionava e falava sobre elas vividamente, para mostrar aos irmãos que eu era capaz e sábia, e que eu podia resolver problemas. Diversas vezes, depois das reuniões, alguns irmãos diziam: “Irmã Xinping, você pode ficar mais um dia conosco e comungar mais conosco?”. Vendo como todos me admiravam, eu ficava radiante. Para mostrar aos irmãos que eu era uma pessoa importante e conseguia sofrer e pagar um preço nos meus deveres, eu até dizia, fingindo casualidade: “Sou responsável por muitas igrejas e já tenho um compromisso em outra igreja. Muitos irmãos estão me aguardando. Estou tão ocupada que não tenho tempo para descansar”. Quando falava com meus irmãos, eu dizia também, deliberadamente: “Sempre que vou a uma reunião, isso requer um dia inteiro. Eu já fraturei o quadril, e não consigo ficar sentada tanto assim”. Uma irmã ouviu isso e disse com admiração: “Você realmente está trabalhando muito, mas tem que cuidar da sua saúde!”. Já que eu me exibia com frequência entre os irmãos desse jeito, eles achavam que eu era capaz de sofrer e que eu suportava um fardo no cumprimento dos meus deveres.
Durante esse período, eu me ocupei com reuniões e comunhões, mas, às vezes, meu coração ficava vazio, e eu não sabia sobre o que comungar. Mas quando via a expectativa nos olhos dos meus irmãos, eu pensava: “Os irmãos sentem agora que eu comungo sobre a verdade claramente, e todos me admiram. Se eu lhes disser que não sei como comungar, a boa imagem que criei no coração deles não desaparecerá?”. Então eu fingia estar calma e pedia que eles comungassem primeiro. Eu pensava: “Primeiro, ouvirei sobre o que todos falam, então farei um resumo do que disseram e compartilharei meu entendimento. Assim, parecerá que eu recebi a verdade de forma mais compreensiva e lúcida”. Desse jeito, os irmãos realmente achavam que era eu que tinha comungado profundamente. E também eu dizia deliberadamente: “Por eu ter esse dever, Deus me esclareceu de modo diferente”. Eu dizia isso no intuito de me exaltar e me mostrar. Quando eu dizia isso, os irmãos me admiravam ainda mais e dependiam ainda mais de mim. Durante esse tempo, não importava que problemas eles encontrassem na pregação do evangelho, ou na rega de recém-convertidos, os irmãos não oravam nem buscavam mais, só esperavam que eu comungasse com eles e resolvesse os problemas deles. Na época, eu também refletia sobre os danos que vêm para aqueles que admiram, tanto quanto para aqueles que recebem a admiração, e me sentia um pouco incomodada, mas então pensava: “Toda a minha comunhão trata do meu entendimento da palavra de Deus e de apontar algumas sendas de prática para os irmãos. Tudo é para que o nosso trabalho alcance resultados. Não há nada de errado com isso”. Assim, a ansiedade e a preocupação só passavam pela minha mente, e eu não perdia muito tempo com elas. Mas justo quando eu estava cheia de paixão e entusiasmo para cumprir o meu dever, minha psoríase, que não tinha se manifestado por vários anos, de repente reapareceu. Havia grandes manchas nos meus braços, pernas e até no meu rosto. Coçava muito e me deixava tão desconfortável que as minhas reuniões foram impactadas. Foi ainda pior, dessa vez, do que antes. Usei vários remédios, mas nada ajudou. Percebi que a minha condição não era um acidente e que devia haver lições a serem aprendidas com ela. Mas, na época, não percebi qual era o meu problema.
Mais tarde, fui ver alguns irmãos que pregavam o evangelho, para comungar e resolver os problemas deles. Eu pensei: “Devo me sair bem com eles para mostrar minha capacidade de trabalhar”. Eu agi como uma executiva de uma empresa apresentando um relatório numa reunião. Comunguei com eles sobre como entender pontos-chave de comunhão ao pregar o evangelho, e como resolver problemas comuns na pregação do evangelho. Os irmãos ouviram com atenção. Alguns até anotavam tudo para não perder nada que eu dizia, e a nossa anfitriã, uma irmã, também ouviu com atenção, e me ofereceu água de vez em quando. Adorei ver como todos acharam a minha comunhão muito importante. Ao mesmo tempo, porém, eu estava um pouco inquieta: “Tudo isso é apenas o meu entendimento pessoal, e os erros são inevitáveis; então será que é apropriado que todos anotem o que eu digo?”. Mas então pensei: “Talvez os irmãos só queiram registrar algumas boas sendas de prática, o que ajuda no cumprimento dos deveres deles. Não pode haver nada de errado com isso”. Ao ver isso desse jeito, decidi permitir que as pessoas fizessem anotações. Na reunião do dia seguinte, uma irmã voltou e disse: “Eu não anotei a comunhão da irmã Xinping ontem, então vou ouvi-la de novo hoje”. Terminada a reunião, ouvi duas irmãs conversando uma com a outra. Uma disse: “Você gravou tudo?”. A outra irmã reclamou: “Por que você não gravou?”. Quando ouvi isso, fiquei com medo: “Se todos acham que as minhas palavras são tão importantes, eu não estou trazendo as pessoas para diante de mim mesma?”. Quanto mais eu pensava, mais assustada ficava, então fui para casa e orei a Deus para pedir que Ele me iluminasse e eu conhecesse a mim mesma.
Li duas passagens da palavra de Deus: “Exaltar-se e testificar de si mesmo, exibir-se, tentar fazer com que as pessoas o estimem e adorem — a humanidade corrupta é capaz dessas coisas. É assim que as pessoas reagem instintivamente quando são governadas por sua natureza satânica, e é algo comum a toda a humanidade corrupta. Como as pessoas costumam se exaltar e testificar de si mesmas? Como alcançam esse objetivo de fazer com que as pessoas as estimem e as adorem? Elas testificam quanto trabalho fizeram, quanto sofreram, quanto se despenderam, e que preço pagaram. Elas usam essas coisas como capital com o qual se exaltam, o que lhes garante um lugar mais elevado, mais firme e mais seguro na mente das pessoas, para que mais pessoas as apreciem, estimem, admirem e até mesmo as venerem, valorizem e sigam. Para alcançar esse objetivo, as pessoas fazem muitas coisas que testificam de Deus por fora, mas que, em essência, as exaltam e testificam delas mesmas. Agir dessa forma é sensato? Elas estão além do alcance da racionalidade e não têm vergonha, isto é, elas testificam descaradamente daquilo que fizeram por Deus e de quanto sofreram por Ele. Até exibem seus dons, talentos, experiência, habilidades especiais, suas técnicas inteligentes para negócios mundanos, os meios que usam para brincar com as pessoas, e assim por diante. Seu método de se exaltar e testificar de si mesmas é se exibir e diminuir os outros. Além disso, elas se camuflam e dissimulam, escondendo das pessoas as suas fraquezas, defeitos e deficiências para que estas só vejam sua excelência. Nem ousam contar a outras pessoas quando se sentem negativas; carecem da coragem de se abrir e comungar com elas, e quando cometem algum erro, fazem de tudo para escondê-lo e encobri-lo. Jamais mencionam os danos que causaram ao trabalho da igreja durante o cumprimento de seu dever. Quando, porém, fazem alguma contribuição insignificante ou alcançam algum sucesso menor, elas são rápidas em exibi-lo. Não conseguem esperar para contar ao mundo inteiro como são capazes, como é alto o seu calibre, quão excepcionais são e quão melhores são do que as pessoas normais. Isso não é uma maneira de se exaltar e testificar de si mesmo?” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Quatro: Eles se exaltam e dão testemunho de si mesmos”). “Todos os que trilham a senda dos anticristos exaltam e dão testemunho de si mesmos, promovem a si mesmos e exibem-se a todo momento, e não se importam nem um pouco com Deus. Vocês experimentaram essas coisas sobre as quais estou falando? Muitas pessoas testificam de si mesmas persistentemente, falando sobre como sofrem isto e aquilo, como trabalham, como Deus as valoriza e lhes confia certo trabalho, e como essas pessoas são, usando deliberadamente tons específicos ao falar, e empregando certos maneirismos, até que, no fim, algumas pessoas começarão, provavelmente, a pensar que elas são Deus. O Espírito Santo, há muito tempo, abandonou aqueles que chegam a esse nível, e, embora eles não tenham sido removidos, e são deixados, em vez disso, para prestar serviço, seu destino já está selado, e eles estão apenas aguardando sua punição” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “As pessoas fazem demandas demais a Deus”). A palavra de Deus revelou meu estado. Eu sempre me exaltava e me exibia assim. Quando comecei nessa igreja, eu me sentia desconhecida e insignificante e via a pregação do evangelho como uma chance de ser admirada e elogiada pelos irmãos. A fim de mostrar a todos a minha capacidade de trabalhar para que me vissem de forma diferente, eu não falava sobre as minhas experiências de fracasso. Em vez disso, só falava sobre como eu pregava o evangelho, quantas pessoas eu tinha convertido, e como eu resolvia problemas difíceis, tudo para fazer com que as pessoas pensassem que eu entendia a verdade e podia resolver os problemas delas. Quando fui promovida, eu queria que mais pessoas me admirassem e tivessem um lugar para mim em seu coração, então eu sempre contava aos irmãos que estava ocupada e quanto sofrimento eu suportava. Mas ficava de bico calado sobre minha fraqueza e corrupção para que pensassem que eu realmente buscava a verdade, pagava um preço, e suportava um fardo nos meus deveres. Isso não era enganar meus irmãos? O grande dragão vermelho sempre prega sua imagem “grande, gloriosa e correta” para que os outros o admirem e sigam, mas sempre encobre as coisas malignas que faz em segredo como um jeito de enganar as pessoas do mundo. Qual era a diferença entre o que eu estava fazendo e o grande dragão vermelho? Deus me deu dons e talentos para espalhar o evangelho, para que eu fizesse a minha parte para aumentar o alcance do evangelho e trazer mais pessoas para diante de Deus para que elas ganhassem Sua salvação. Mas eu usei esses dons e talentos como capital para me exibir e me mostrar e desfrutei do respeito e da adoração dos meus irmãos por mim. Eu fui tão descarada! Visto que eu me exaltava e me exibia o tempo todo, todos eles me admiravam e não oravam a Deus nem buscavam a verdade quando tinham problemas, e procuravam comungar comigo e me cercavam. Eu estava resistindo a Deus! Quando refleti sobre isso, fiquei com muito medo. Eu ajoelhei diante de Deus, e chorei enquanto orava: “Deus, eu exaltei a mim mesma e me exibi para que os outros me adorassem. Trilhei a senda de resistir a Ti. Quero me arrepender”.
Depois, refleti sobre mim mesma. Por que, mesmo sabendo que a luz na minha comunhão era o esclarecimento do Espírito Santo, eu ainda me exibia involuntariamente? Eu li na palavra de Deus: “Algumas pessoas particularmente idolatram Paulo. Elas gostam de sair, dar palestras e trabalhar, gostam de participar de reuniões e pregar e gostam de ter pessoas que as ouçam, adorem e girem em torno delas. Elas gostam de manter um lugar no coração dos outros e apreciam quando os outros valorizam a imagem que elas apresentam. Vamos analisar sua natureza a partir desses comportamentos. Qual é a natureza delas? Se elas realmente se comportam assim, então isso é suficiente em mostrar que são arrogantes e convencidas. Elas não adoram a Deus de modo algum; elas buscam um status mais elevado e desejam ter autoridade sobre os outros, possuí-los e manter uma posição no coração deles. Essa é a imagem clássica de Satanás. Os aspectos de sua natureza que se sobressaem são a arrogância e a presunção, uma relutância em adorar a Deus e um desejo de ser adorado pelos outros. Tais comportamentos podem lhe dar uma visão muito clara de sua natureza” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). “Quando ficam arrogantes em natureza e essência, as pessoas podem frequentemente desobedecer e resistir a Deus, não atentar às Suas palavras, gerar noções sobre Ele, fazer coisas que O traem e coisas que exaltam a si mesmas e dão testemunho de si mesmas. Você diz que não é arrogante, mas suponha que tenha recebido uma igreja e que lhe foi permitido liderá-la; suponha que Eu não tenha lidado com você e que ninguém da família de Deus o tenha criticado ou ajudado: depois de liderá-la por um tempo, você traria as pessoas a seus pés e as faria submeter-se a você, até a ponto de o adorar e reverenciar. E por que você faria isso? Isso seria determinado por sua natureza; não seria nada além de uma revelação natural. Você não precisa aprender isso com os outros, nem eles precisam ensinar isso a você. Não precisa que outros o instruam ou obriguem a fazer isso; esse tipo de situação acontece de forma natural. Tudo que você faz é para fazer com que as pessoas o exaltem, o louvem, o adorem, se submetam a você, e o ouçam em todas as coisas. Permitir que você seja um líder gera essa situação naturalmente, e isso não pode ser mudado. E como essa situação vem a acontecer? Ela é determinada pela natureza arrogante do homem. A manifestação da arrogância é rebeldia e resistência a Deus. Quando são arrogantes, presunçosos e hipócritas, as pessoas tendem a estabelecer seus reinos próprios e independentes e a fazer coisas do jeito que querem. Também trazem os outros para suas mãos, atraem-nos para seus braços. Quando as pessoas são capazes de fazer essas coisas arrogantes, isso só prova que a essência de sua natureza arrogante é a de Satanás, a do arcanjo. Quando sua arrogância e sua presunção alcançam certo nível, elas deixaram de ter um lugar para Deus em seu coração e Deus é deixado de lado. Então desejam ser Deus, fazem com que as pessoas lhes obedeçam e se tornam o arcanjo. Se você possuir uma natureza tão satânica e arrogante, Deus não terá lugar em seu coração. Mesmo que acredite em Deus, Deus não o reconhecerá mais, o verá como um malfeitor e o excluirá” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Uma natureza arrogante está na raiz da resistência do homem a Deus”). As palavras de Deus me mostraram que a minha natureza era muito arrogante e convencida. Como Paulo, eu gostava de ser admirada e adorada. No início, eu só queria cumprir bem o meu dever, mas eu era controlada por minha natureza arrogante e convencida, então eu me exibia e me colocava à mostra involuntariamente. Embora soubesse que as minhas palavras continham meus objetivos e intenções pessoais, eu não conseguia controlar meus desejos e ambições. Sempre queria ser admirada e elogiada. Quando criança, fui mimada com atenção pela minha família, e quando cresci, fui trabalhar e me tornei uma empreendedora conhecida na nossa área. Em casa e no trabalho, a última palavra era sempre minha. Para onde quer que fosse, eu recebia elogios e apreço dos outros, e desfrutava da sensação de ser a estrela mais brilhante no céu e dominar o respeito de todos. Depois de crer em Deus, nunca me contentei em ser comum e desconhecida na igreja. Sempre buscava oportunidades de fazer com que os outros me admirassem. A natureza de Paulo era muito arrogante, e ele sempre queria que os outros o admirassem e pensassem bem dele, então, em todos os lugares, ele se gabava do trabalho que fazia e do sofrimento que suportava. Ele nunca testificava de Cristo em suas cartas. Em vez disso, exaltava a si mesmo sob o pretexto de apoiar a igreja e, mais tarde, testificou descaradamente que vivia como Cristo. Isso levou os crentes a adorá-lo, exaltá-lo e usá-lo como referência, e até ver suas palavras como palavras de Deus — até o ponto de que, hoje, dois mil anos depois, muitos crentes religiosos se agarram às palavras de Paulo e portanto se recusam a aceitar a obra de Deus dos últimos dias. Paulo trouxe as pessoas para diante de si, o que ofendeu o caráter de Deus, e foi punido por Deus. Eu também era arrogante e convencida, e vivia segundo ideias e perspectivas satânicas como “o homem luta para subir; a água flui para baixo”, e “destaque-se acima da multidão”. Eu sempre queria estar acima dos outros, me exibir e ostentar o meu talento. Isso fez com que os irmãos ouvissem somente a mim quando aconteciam coisas, e que aceitassem o que eu dizia, pensassem em jeitos de compensar quando não faziam anotações da minha comunhão e até me gravassem; eles viam as minhas palavras como mais importantes do que as de Deus. Ainda assim, eu não soube refletir sobre mim mesma. Em vez disso, mergulhei no prazer de ser admirada. Eu fui tão arrogante e descarada! Eu não tinha conhecimento da minha identidade. Eu não entendia que eu sou um ser criado, um humano corrompido por Satanás. Descarada, coloquei-me num pedestal alto. Eu queria ter um lugar no coração dos outros, que eles me ouvissem e me apoiassem. E por continuar a me exibir, eu realmente tinha um lugar no coração dos meus irmãos. Quanto mais me admiravam, mais eles se afastavam de Deus. Lembrei-me do primeiro decreto administrativo da Era do Reino: “O homem não deveria se engrandecer nem se exaltar. Ele deveria adorar e exaltar a Deus” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Os dez decretos administrativos que devem ser obedecidos pelo povo escolhido de Deus na Era do Reino”). As pessoas foram criadas por Deus, portanto devemos adorar a Deus e considerá-Lo acima de tudo, mas eu fiz com que as pessoas me admirassem e me considerassem acima de tudo. Eu não estava violando esse decreto administrativo? Nesse momento, eu fiquei com muito medo. Entendi a natureza séria de me exibir para fazer com que os outros me adorassem e pensassem bem de mim. Se eu continuasse assim, certamente iria para o inferno e seria punida, como Paulo! Sofrer com essa doença era a disciplina de Deus. Ele estava me alertando, por meio da doença, de que eu tinha me desviado. Isso era a salvação de Deus para mim!
Mais tarde, lembrei-me de uma passagem da palavra de Deus: “Embora Deus diga que é o Criador e que o homem é Sua criação, o que pode soar como uma pequena diferença de categoria, a realidade é que tudo que Deus fez pela humanidade excede em muito um relacionamento dessa natureza. Deus ama a humanidade, cuida da humanidade e demonstra preocupação para com a humanidade, bem como provê constante e incessantemente à humanidade. Ele nunca acha, no coração, que isso é obra adicional ou algo que merece muito crédito. E não acha que salvar a humanidade, suprindo-lhe e concedendo-lhe tudo, é fazer uma enorme contribuição para a humanidade. Ele simplesmente provê à humanidade calma e discretamente, num modo Próprio e através de Sua essência e do que Ele tem e é. Não importa quanta provisão e quanta ajuda a humanidade receba Dele, Deus nunca pensa nisso nem tenta levar crédito. Isso é determinado pela essência de Deus, e é também precisamente uma expressão verdadeira do caráter de Deus” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus I”). Deus é o Criador, e, para salvar as pessoas da escravidão de Satanás, Deus veio encarnado para operar entre as pessoas e suportou a condenação e a difamação das pessoas. Deus sacrificou tudo pela humanidade, mas nunca Se exibiu. Mesmo quando interagia com as pessoas, Ele nunca ostentou sua identidade como Deus. Em silêncio, Ele nos proveu com verdade e vida. Eu vi que a essência de Deus é bela e boa, e que Ele é humilde e oculto, não tem arrogância nem orgulho. Eu, porém, era uma pessoa corrompida por Satanás desprovida de qualquer verdade. Mas eu era incrivelmente arrogante. Quando alcançava qualquer coisinha no meu dever, eu o exibia, o mostrava para onde quer que fosse para ganhar a admiração e o apreço das pessoas. Eu fui descarada demais, e repugnante e vil demais aos olhos de Deus. Vim para diante de Deus e orei a Ele: “Deus, eu não quero mais me exibir. Quero me arrepender. Peço que Tu me guies e me mostres uma senda para resolver meu caráter corrupto”.
Li duas passagens da palavra de Deus: “Qual modo de agir não é exaltar e testificar de si mesmo? Na mesma questão, se você quer se exibir e testificar de si mesmo, o que você diz fará com que algumas pessoas o estimem e venerem. Mas se você é aberto e franco com seu autoconhecimento, a natureza daquilo que você diz é diferente. Isso não é verdade? Qualquer um com humanidade normal deveria ter a capacidade de ser aberto e franco com seu autoconhecimento. Isso é algo positivo. Se você realmente conhece a si mesmo e fala sobre seu estado correta, genuína e precisamente; se você fala com um entendimento que se conforma completamente às palavras de Deus; se aqueles que ouvem você são edificados e beneficiados; e se você testifica da obra de Deus e O glorifica, isso é testificar de Deus. Se você fala aberta e francamente, citando seus muitos atributos e falando muito sobre como você sofreu, pagou o preço e permaneceu firme em seu testemunho, com o resultado de que as pessoas o têm em alta estima e o veneram, isso é testificar de si mesmo. Aqui, é preciso ter a capacidade de identificar a diferença entre os dois tipos de testemunho. Por exemplo, explicar como você era fraco e negativo quando enfrentou provações, mas como, após orar e buscar a verdade, você finalmente entendeu a vontade de Deus, ganhou fé e foi capaz de permanecer firme em seu testemunho, isso é exaltar a Deus e testificar Dele. Tal prática não é, de forma alguma, exibir-se e dar testemunho de si mesmo. Portanto, se você está ou não se exibindo ou dando testemunho de si mesmo, isso depende principalmente de se você realmente experimentou o que diz, e se o efeito de testemunhar de Deus pode ser alcançado; portanto, também é necessário analisar quais são seus objetivos e intenções quando você fala de seu testemunho experiencial. Todas essas coisas tornam fácil saber a diferença. Se você tem a intenção certa quando testifica, mesmo que as pessoas respeitem e venerem você, isso não é um problema. Se você tem a intenção errada, mesmo que ninguém respeite nem venere você, isso é um problema — e se as pessoas respeitam e veneram você, isso é um problema ainda maior. Portanto, ninguém pode depender exclusivamente dos resultados para determinar se uma pessoa está se exaltando e testificando de si mesma. A intenção é a coisa mais importante, e a maneira correta de fazer a distinção se baseia na intenção. Se você faz a distinção com base nos resultados, é fácil tratar pessoas boas de forma injusta. Algumas pessoas são especialmente genuínas quando testificam, e algumas outras as respeitam e veneram. Você pode dizer que essas pessoas que testificaram estavam testificando de si mesmas? Não, não pode. Essas pessoas que testificaram não são um problema. O testemunho que dão e o dever que cumprem beneficiam outras pessoas, e só os ignorantes com um entendimento distorcido veneram pessoas. A chave para distinguir se uma pessoa está se exaltando e testificando de si mesma ou não é a intenção do orador. Se sua intenção é mostrar a todos como sua corrupção foi evidenciada, como você mudou, e permitir que os outros se beneficiem disso, suas palavras são sinceras e verdadeiras, e estão alinhadas com os fatos. Tais intenções são corretas, e você não está se exibindo nem testificando de si mesmo. Se a sua intenção é mostrar a todos que você tem experiências reais, e que você mudou e possui a verdade realidade, e assim ganha a admiração e a veneração deles, essas intenções são falsas. Isso é exibir-se e testificar de si mesmo. Se o testemunho experiencial que você dá é falso, se ele é emendado e pretende enganar as pessoas, impedir que elas vejam o seu estado verdadeiro, impedir que suas intenções, corrupção, fraquezas ou negatividade sejam reveladas aos outros, então tais palavras são enganosas e fraudulentas; isso é testemunho falso, isso é enganar a Deus, isso traz vergonha para Deus e isso é o que Deus mais odeia. Há diferenças claras entre esses estados, que são diferenciados com base na intenção” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Quatro: Eles se exaltam e dão testemunho de si mesmos”). “Ao dar testemunho de Deus, deveriam sobretudo falar mais de como Deus julga e castiga as pessoas, e que provações Ele usa para refinar as pessoas e mudar o caráter delas. Deveriam falar também de quanta corrupção foi revelada em sua experiência, o quanto sofreram, quantas coisas fizeram para resistir a Deus e como foram finalmente conquistados por Deus. Falem sobre quanto conhecimento real da obra de Deus vocês têm e de como deveriam dar testemunho de Deus e retribuir-Lhe por Seu amor. Vocês deveriam pôr substância nesse tipo de linguagem, ao mesmo tempo em que a colocam de maneira simples. Não falem sobre teorias vazias. Falem de forma mais realista; falem a partir do coração. É assim que vocês deveriam experimentar as coisas. Não se equipem com teorias vazias que pareçam profundas em um esforço para se exibir; fazer isso faz com que pareçam bastante arrogantes e insensatos. Vocês deveriam falar mais sobre coisas reais a partir de sua experiência atual e falar mais do coração; isso é mais benéfico para os outros e mais apropriado para eles verem” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se alcançar uma mudança no caráter”). As palavras de Deus me mostraram que, se eu quisesse parar de me exaltar e testificar de mim mesma, eu deveria viver com frequência na presença de Deus, possuir um coração piedoso que teme a Deus, abrir meu coração na frente dos meus irmãos, revelar e dissecar minha corrupção e falar sobre as minhas experiências reais. Quando quisesse me exaltar e testificar de mim mesma, eu deveria renunciar a mim mesma e corrigir minhas intenções. Eu teria de expor e dissecar a corrupção e a rebeldia com maior frequência, e comungar sobre o meu conhecimento de Deus depois de experimentar Seu julgamento, castigo, provações e refinamento, e sobre que conhecimento eu tinha do meu caráter corrupto e da minha essência corrupta. Deveria falar mais a partir do coração para que meus irmãos vissem meu lado verdadeiro. Tendo agora uma senda de prática, nas reuniões, com meus irmãos, eu desnudava toda a minha corrupção exposta e o meu entendimento de mim mesma durante esse período, e lhes dizia que o pouquinho de luz na minha comunhão vinha totalmente do esclarecimento do Espírito Santo, e não da minha estatura real. Sem a orientação de Deus, eu não podia fazer nada. Os irmãos também entenderam que era errado me admirar e adorar, e disseram que não admirariam mais nenhuma pessoa no futuro. Disseram que orariam a Deus e buscariam as verdades princípios quando tivessem problemas para receber o esclarecimento do Espírito Santo. Mais tarde, quando estava em reuniões, e eu deparava com problemas que não entendia, eu conseguia renunciar ao meu ego e buscar abertamente em comunhão com os meus irmãos. Todos comungavam sobre o que tinham recebido e entendido, coisas que eu ainda não tinha recebido, e isso foi muito útil para mim. Meus irmãos não me adoravam mais como antes, e quando descobriam um problema em mim, eles eram capazes de apontá-lo diretamente. Quando tive desejo de me exaltar e de me exibir novamente, eu orei a Deus, aceitei a inspeção de Deus e, ao mesmo tempo, eu me abri para os meus irmãos, informei-os sobre minha corrupção e minhas fraquezas, e aceitei sua supervisão. Eu me senti segura e à vontade quando pratiquei desse jeito, e também provei da doçura de praticar a verdade. Quando percebi minha natureza arrogante e a senda errada que tinha seguido, e quando me arrependi diante de Deus, aos poucos, minha psoríase desapareceu e eu me recuperei.
Depois de experimentar a disciplina e o castigo de Deus, eu vi que o caráter justo de Deus é tão vívido e real, e eu vi o verdadeiro amor de Deus. Tudo que Deus faz é para me salvar dos grilhões do meu caráter satânico corrupto. Foram o castigo e a disciplina de Deus que contiveram as minhas maldades e me afastaram da beira do perigo. Graças a Deus!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.