Reflexões sobre constranger os outros

09 de Julho de 2023

Por Ding Li, Estados Unidos

Alguns anos atrás, eu estava escrevendo hinos para a igreja. À medida que eu dominava esse trabalho e os princípios, eu obtinha resultados melhores em meu dever. Com o tempo, os outros começaram a me estimar. Eles me procuravam quando se deparavam com um problema em suas composições. Todos costumavam concordar com as opiniões que eu compartilhava, por isso eu parabenizava a mim mesma. Eu me achava melhor do que eles, que eu era o gênio indispensável da equipe. Eu sempre tinha esse senso de superioridade. Então, a irmã Sheila veio compor hinos conosco. A supervisora a designou para trabalhar comigo e pediu que eu a orientasse e ajudasse. No início, tentei instruí-la. Eu sintetizava minha experiência para ela e dizia em que ela devia prestar atenção; ainda assim ele errava em algumas coisas que eu tinha ressaltado. Eu me aborrecia com ela, pensando em como já havia lhe dito essas coisas, mas ela continuava cometendo erros. Ela estava colocando o coração nisso? Depois disso, quando eu apontava seus erros, eu a repreendia impetuosamente: “Eu já lhe falei desse problema. Por que continua cometendo o mesmo erro? Você está se esforçando?”. Uma vez, numa reunião, Sheila disse que tinha medo de cometer erros em seu dever e de ser tratada. Ouvir isso me deixou agitada. Recentemente, eu tinha apontado muitos problemas em seu dever e dado broncas nela, também. Eu estava fazendo com que ela se sentisse constrangida? Mas então pensei que ela estava sempre cometendo erros, portanto eu não estava errada por apontá-los. Se eu não me manifestasse, ela se conscientizaria deles e mudaria a tempo? Não é que minhas intenções estavam erradas. Eu só queria que ela pegasse o jeito e não comprometesse o trabalho. Com o tempo, vi, aos poucos, que, quando Sheila tinha problemas em seu dever ou tinha alguma ideia ou opinião, ela não mais me contava. Além disso, ela estava negativa e sempre achava que não estava à altura da tarefa. Na verdade, Sheila não era a única com quem eu trabalhava desse jeito. Eu era igual com os outros irmãos e irmãs. Eu tendia a investir todo o meu tempo e energia em meu dever, e, às vezes, eu até trabalhava até tarde da noite para fazer um bom trabalho. Eu achava que assumia um fardo e que era dedicada a meu dever. Quando via que os outros iam dormir cedo, eu sentia que eles não assumiam um fardo em seu dever e os repreendia: “Vocês precisam assumir um fardo e ser capazes de pagar um preço, e não cobiçar conforto!”. Quando as irmãs se cansavam e se levantavam para esticar as pernas ou conversar um pouco, eu achava que elas não se concentravam em seu dever. Torcia o nariz para elas e as repreendia: “A hora de cumprir o dever é quando vocês deveriam concentrar sua energia. Essa conversa não está atrasando seu trabalho?”. Aos poucos, os outros irmãos e irmãs começaram a se distanciar de mim e pararam de vir falar comigo quando se deparavam com um problema ou dificuldade. Eu me sentia isolada e fora de sintonia com todos. Eu me sentia desanimada, mas não sabia o que estava causando o problema.

Um dia, alguns meses depois, a líder, do nada, veio conversar comigo e disse rigidamente: “Recentemente, os outros mencionaram que você tende a repreender e constranger as pessoas. Os irmãos se sentem sufocados por você e não se sentem livres no dever. Isso é uma manifestação de humanidade ruim”. Ouvir a líder dizer isso foi como levar um tapa na cara e fez minha cabeça zumbir. Especialmente as palavras “constranger as pessoas” e “humanidade ruim” perfuraram meu coração como uma faca. Minha mente ficou agitada. Como eu tinha me tornado uma pessoa com humanidade ruim que constrange os outros? Como eu os estava sufocando? Não consegui fechar um olho naquela noite. Fiquei repetindo tudo na cabeça e fiquei totalmente perplexa. Pensei: “Sou uma pessoa direta por natureza — eu digo como as coisas são. Mas tudo que digo é verdade. Quando vejo um problema em alguém, tenho coragem de ser direta; não tenho medo de ofender os outros”. Eu achava que isso era justiça. Como isso podia significar que eu constrangia os outros e que eu tinha humanidade ruim? Já que a líder dizia que eu estava constrangendo os outros, eu me esforçaria para mudar e mostraria a todos minha transformação. Assim, ninguém voltaria a dizer que eu os constrangia ou que eu tinha humanidade ruim. Depois disso, comecei a me concentrar no tom da minha voz e a trabalhar em como eu falava. Sempre pensava em como dizer as coisas com mais tato para que eu não ferisse o orgulho das pessoas e as envergonhasse. Às vezes, eu via um problema, mas não o apontava, temendo que alguém dissesse que eu o constrangia. Em vez disso, pedia que a supervisora se comunicasse sobre ele. Aos poucos, parei de repreender e censurar as pessoas, e os outros diziam que eu tinha mudado um pouco. Mas eu não sentia paz nem tranquilidade. Estava bastante deprimida e não me sentia livre. Era como se eu pisasse em ovos, sempre medindo e ponderando cada palavra que dizia. Àquela altura, tive de me perguntar: “Esse comportamento mostra arrependimento e mudança verdadeiros? Os outros não mais se sentem constrangidos quando interajo com eles, mas por que eu me sinto constrangida?”. Sofrendo e confusa, vim para diante de Deus em busca e oração, pedindo que Ele me esclarecesse e guiasse a refletir sobre mim mesma e entender meu estado.

Uma vez, em meus devocionais, li uma passagem das palavras de Deus. “A primeira coisa a ser feita ao se arrepender é reconhecer o que você fez de errado: ver onde você errou, a essência do problema e o caráter corrupto que você revelou; você deve refletir sobre essas coisas e aceitar a verdade, depois praticar de acordo com a verdade. Somente essa é uma atitude de arrependimento. Se, por outro lado, você considera meios astutos exaustivamente, você fica mais escorregadio do que antes, suas técnicas são mais espertas e ocultas, e você tem mais métodos para lidar com as coisas, então o problema não é tão simples quanto apenas ser enganador. Você está usando meios traiçoeiros e tem segredos que não pode divulgar. Isso é maligno. Você não só não se arrependeu, mas se tornou mais escorregadio e enganoso. Deus vê que você é excessivamente intransigente e maligno, que é alguém que admite superficialmente que estava errado e aceita ser tratado e podado, mas, na verdade, não tem a menor atitude penitente. Por que dizemos isso? Porque, enquanto esse evento acontecia ou na sequência, você de modo algum buscou a verdade, não refletiu nem tentou conhecer a si mesmo, e não praticou de acordo com a verdade. Sua atitude é a de usar as filosofias, a lógica e os métodos de Satanás para resolver o problema. Na verdade, você está se esquivando do problema e embrulhando-o num lindo pacote para que os outros não vejam nenhum vestígio dele, não deixando passar nada. No fim, você se acha bem esperto. Essas são as coisas que Deus vê, em vez de você ter refletido, confessado e se arrependido do seu pecado em face da questão que lhe sobreveio, para então buscar a verdade e praticar de acordo com a verdade. Sua atitude não é a de buscar a verdade nem de praticar a verdade, nem é uma atitude de submissão à soberania e aos arranjos de Deus, mas de usar as técnicas e os métodos de Satanás para resolver seu problema. Você passa uma impressão falsa aos outros e resiste a ser exposto por Deus, e é defensivo e confrontador com relação às circunstâncias que Deus orquestrou para você. Seu coração está mais fechado do que antes e separado de Deus. Nesse caso, algum bom resultado pode derivar disso? Você ainda pode viver na luz, apreciando paz e alegria? Não pode. Se você evitar a verdade e evitar Deus, você certamente cairá em trevas e gemerá e rangerá os dentes(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se resolver as noções e os equívocos sobre Deus”). As palavras de Deus me mostraram que arrependimento e mudança verdadeiros exigem autorreflexão verdadeira, e um entendimento de seu caráter corrupto e da essência de seus problemas. Você precisa saber onde está seu defeito e buscar a verdade para resolver sua corrupção. Olhando para mim mesma, quando a líder apontou meu problema de constranger os outros, eu não refleti nem busquei a verdade para entender o que realmente significa constranger os outros, que comportamentos meus constrangiam as pessoas, o que as palavras de Deus revelam sobre esse problema, a atitude de Deus em relação a esse tipo de pessoa etc. Em vez disso, eu agia de acordo com o que eu imaginava, que os outros se sentiam constrangidos porque eu era direta demais e não usava um tom agradável. Para fazer com que todos vissem que eu tinha mudado, trabalhei no tom da minha voz e em meu comportamento. Deixei de ser franca quando via um problema e, em vez disso, eu era bondosa, dizia coisas que não faziam ninguém passar vergonha. Às vezes, eu via claramente que alguém estava violando os princípios, mas temia que os outros dissessem que eu os estava constrangendo se me manifestasse, por isso fingia que não via ou pedia à supervisora que lidasse com isso. Depois de praticar assim por um tempo, embora os outros dissessem que eu não os constrangia mais como antes, eu só estava fazendo mudanças comportamentais, não em meu caráter de vida. Quando fui tratada, não busquei a verdade para resolver meu caráter corrupto. Eu só pratiquei o comedimento, apresentando uma fachada falsa. Era por isso que eu me sentia tão deprimida e sufocada. Eu pisava em ovos e era excessivamente cautelosa com tudo que dizia. Era um jeito exaustivo de viver. Eu tinha causado todo esse sofrimento em minha vida por não buscar a verdade e por seguir as regras. Então, naquele momento, eu vi que não podia continuar desse jeito. Eu devia vir para diante de Deus para buscar a verdade, refletir sobre meus problemas e sair do meu estado negativo.

Mais tarde, procurei palavras de Deus sobre constranger os outros e apliquei essas revelações quando refleti sobre mim mesma. Um dia, li algo nas palavras de Deus. “Você consegue levar as pessoas a entender a verdade e entrar em sua realidade se você só repete palavras de doutrina, passa sermões e lida com elas? Se a verdade que você comunga não for real, se não passar de palavras de doutrina, então, por mais que você lide com as pessoas e lhes passe sermões, isso será em vão. Você acha que, quando as pessoas têm medo de você, e fazem o que você lhes diz e não se atrevem a objetar, equivale a elas entenderem a verdade e a se submeterem? Esse é um grande erro; a entrada na vida não é tão simples assim. Alguns líderes são como um gerente novo que tenta causar uma forte impressão; tentam impor sua autoridade aos escolhidos de Deus para que todos se submetam a elas, pensando que isso facilitará o seu trabalho. Se você carecer da realidade da verdade, então, não demorará e sua estatura verdadeira será exposta, suas cores verdadeiras serão reveladas, e você poderá ser eliminado. Em alguns trabalhos administrativos, um pouco de tratamento, poda e disciplina é aceitável. Mas se você é incapaz de comungar a verdade, no fim, você ainda será incapaz de resolver o problema e afetará os resultados do trabalho. Se, não importam quais problemas apareçam na igreja, você continua passando sermões nas pessoas e culpando outros — se tudo que você faz é sempre perder a cabeça — isso é o seu caráter corrupto se revelando, e você mostrou o rosto feio da sua corrupção. Se você sempre está sobre um pedestal dando sermões nas pessoas assim, então, com o passar do tempo, as pessoas serão incapazes de receber de você a provisão de vida, não ganharão nada real, ao contrário, sentirão repulsa e nojo de você. Além disso, haverá algumas pessoas que, após terem sido influenciadas por você devido a uma falta de discernimento, igualmente passarão um sermão nos outros e lidarão com eles e os podarão. Elas se irritarão igualmente e perderão o controle. Você não só será incapaz de resolver os problemas das pessoas — você também cultivará os caracteres corruptos delas. E isso não é conduzi-las para a senda da perdição? Não é um ato maligno? Um líder deveria liderar principalmente comungando a verdade e provendo vida. Se você sempre se colocar num pedestal e passar sermões nos outros, eles serão capazes de entender a verdade? Se você trabalhar desse jeito por um tempo, quando as pessoas vierem a enxergá-lo claramente pelo que você é, elas o abandonarão. Você consegue trazer as pessoas para diante de Deus trabalhando desse jeito? Certamente não consegue; tudo que pode fazer é estragar o trabalho da igreja e fazer com que todo o povo escolhido de Deus odeie e abandone você(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Quando ponderei as palavras de Deus, entendi claramente que ver os problemas dos outros, mas não se comunicar sobre a verdade para ajudá-los nem apontar uma senda de prática, mas repreendê-los altivamente por seus defeitos e obrigá-los a fazer o que você quer é um comportamento constritivo. Ao me comparar com as palavras de Deus, vi que eu era assim. Quando Sheila começou a praticar composição de hinos, ela não estava familiarizada com os processos de trabalho, portanto cometer erros era normal. Como sua parceira, eu deveria tê-la ajudado e apoiado com amor, trabalhando com ela para analisar as razões de seus erros e então mudar esses erros. Mas eu não estava levando em consideração sua estatura nem suas dificuldades reais. Eu não era compreensiva nem tinha consideração por ela, e não procurei a fonte de seus erros. Eu só a desprezava e a julgava como alguém não devoto a seu dever. Até a repreendia e censurava impetuosamente o tempo todo, o que a levou a se sentir constrangida, e seu estado ruim impactou seu dever. Eu era igual nas minhas interações com os outros irmãos. Se eu visse alguém indo para a cama antes de mim, fazendo um intervalo, esticando as pernas ou conversando um pouco, eu o achava desleixado em seu dever, preocupado demais com a carne, e o menosprezava. Eu sempre repreendia os outros, levando-os a se ressentir de mim e até a me evitar. Esse jeito de interagir e trabalhar com os outros não só não os edificava nem beneficiava, mas os amedrontava e constrangia. Eu não era amorosa com os outros e não tinha humanidade. Na verdade, levantar-se e alongar-se após trabalhar por muito tempo ou conversar e relaxar por um momento é normal. Mas eu insistia que todos fossem iguais a mim, que fossem dormir tarde e não tivessem conversas casuais. Eu era tão arrogante e presunçosa. Interagia com os outros a partir da corrupção; não baseava minhas ações nas palavras de Deus nem nos princípios da verdade. E isso fazia com que as pessoas se sentissem sufocadas e constrangidas. A essa altura, em minhas reflexões, eu me senti culpada e transtornada. Vi que eu realmente era insensata e carecia de qualquer humanidade.

Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus que me ajudou a ver com mais clareza qual era a causa disso. As palavras de Deus dizem: “Se, em seu coração, você realmente entender a verdade, você saberá como praticar a verdade e obedecer a Deus e naturalmente começará a trilhar a senda de buscar a verdade. Se a senda que você trilha for a correta e estiver alinhada com a vontade de Deus, então a obra do Espírito Santo não o abandonará — nesse caso você correrá menos risco de trair a Deus. Sem a verdade, é fácil praticar o mal, e você o praticará a despeito de si mesmo. Por exemplo, se você tem um caráter arrogante e presunçoso, então ser ordenado a abster-se de se opor a Deus não faz diferença nenhuma, você não pode impedir, está fora de seu controle. Não faria isso de propósito; você o faria sob o domínio de sua natureza arrogante e vaidosa. Sua arrogância e vaidade fariam com que você desprezasse a Deus e O visse como um ser sem importância; fariam você se exaltar, e se colocar sempre na vitrine; levariam você a desprezar os outros, não deixariam ninguém em seu coração além de você mesmo; roubariam o lugar de Deus em seu coração e, no fim, levariam você a se sentar no lugar de Deus e a exigir que as pessoas se submetessem a você e a fazer com que você venerasse seus próprios pensamentos, ideias e noções como a verdade. Tanto mal é feito pelas pessoas sob o domínio da natureza arrogante e vaidosa delas!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se alcançar uma mudança no caráter”). As palavras de Deus me mostraram que a razão pela qual eu era tão imperiosa e opressiva em relação aos outros era totalmente minha natureza satânica arrogante. Eu vinha compondo hinos havia muito tempo, por isso estava familiarizada com os princípios e as habilidades, e a supervisora pediu que eu ajudasse e guiasse outros. Vi isso como capital pessoal, achando que eu era importante e melhor do que todos os outros. Sem perceber, coloquei-me num pedestal e passei a menosprezar a todos. Quando Sheila continuou cometendo erros em suas composições, perdi o controle e a repreendi, mas, na verdade, eu a estava menosprezando, e exaltando a mim mesma, fazendo com que todos me vissem como melhor do que ela. Ela cometia erros e causava problemas que eu não causava; ela era distraída e irresponsável, enquanto eu era séria e responsável em meu dever. Mas pensando bem, Sheila também tinha muitas qualidades. Tinha bom calibre, progredia rapidamente na composição e dava ótimas sugestões. Mas eu estava fixada em suas falhas e não conseguia ver seus méritos. Meus padrões eram altos, e eu exigia muito dela. Eu não permitia que ela cometesse um erro em nada que eu já tivesse corrigido antes. Às vezes, quando via os outros conversando ou indo dormir cedo, eu os repreendia também. Eu tomava minhas exigências pessoais e meus padrões como princípios da verdade e os impunha aos outros, repreendendo-os quando eles deixavam a desejar. Eu agia como se não tivesse falhas e fosse uma pessoa perfeita com quem ninguém podia se comparar. Eu era tão arrogante e insensata. A verdade é que muitas vezes eu cometia erros em meu dever. Algumas vezes, minha falta de atenção e cuidado impactou negativamente o nosso trabalho. Eu também ficava passiva e me retirava quando me deparava com desafios em meu dever; eu não queria pagar um preço. Eu não era melhor do que os outros, mas não conseguia ver meus problemas e falhas. Eu sempre achava que era melhor do que o resto. Eu não tinha nenhuma autoconsciência. Quando percebi isso, senti muita vergonha. Também odiei o quanto eu era arrogante e estava vivendo sem humanidade.

Depois disso, em minha busca, percebi que eu sempre achava que ser capaz de apontar os problemas que eu via e de só dizer o que era verdade significava que eu tinha coragem de me manifestar e não tinha medo de ofender as pessoas, revelando um senso de justiça. Na verdade, eu não conhecia a diferença entre justiça e arrogância. Levei essa confusão para diante de Deus em busca e oração. Numa reunião, um líder de igreja se comunicou sobre seu entendimento disso. Basicamente, ele disse que justiça se refere a defender a verdade e proteger o trabalho de Deus. Se você realmente entende a verdade e sabe o que está alinhado com a verdade e com as palavras de Deus, você deve defender isso. Mas não ter coragem de defender as palavras de Deus nem a verdade é não ter um senso de justiça. Ser arrogante e presunçoso se refere ao caráter satânico de se rebelar contra Deus e resistir a Ele. Ignorar as palavras, a obra e as exigências de Deus, pensar muito em si mesmo, agarrar-se às próprias opiniões, às próprias noções, achar que você sabe tudo — isso é ser arrogante e presunçoso. A arrogância é totalmente contrária à justiça e à aderência aos princípios. Uma coisa nada tem a ver com a outra. A comunhão do líder me deu algum discernimento sobre a diferença entre arrogância e justiça. Uma pessoa com justiça consegue defender os princípios da verdade e proteger o trabalho da igreja. Quando vê alguém prejudicando os interesses da igreja, ela consegue se impor, se comunicar e impedir isso, e consegue revelar os problemas dos outros. Às vezes, ela pode até falar duro, mas o que diz é objetivo e prático, e é para o bem do trabalho da igreja. Isso beneficia a entrada dos outros na vida e não abriga nenhuma intenção pessoal. Isso é uma expressão de justiça. Pensei em como, quando o líder vê um membro sendo irresponsável em seu dever e prejudicando o trabalho, ele chega a podar e a lidar com esse membro. Mesmo que seu tom possa ser duro e direto, ele ressalta a natureza e as consequências do problema, para que a pessoa possa refletir e se arrepender rapidamente. Isso impede que o trabalho seja prejudicado e ajuda as pessoas a refletir e a aprender sobre si mesmas. Isso tem um desfecho positivo. Mas constranger os outros é uma manifestação de arrogância. É obrigar as pessoas a fazer coisas de acordo com seus padrões e ideias. Sua intenção é exibir quão superior você é. Como consequência, você impõe muitas regras às pessoas, deixando-as com medo e se sentindo constrangidas, confinadas ou negativas. Em meu trabalho com Sheila, quando ela cometia muitos erros, eu não descobria o que estava causando seus erros nem oferecia ajuda e comunhão positiva. Em vez disso, eu insistia em seus problemas e a repreendia, o que fez com que ela se sentisse realmente constrangida. Era claramente a manifestação de um caráter arrogante, não uma defesa justa do trabalho da igreja. Se alguém tem a intenção certa, segue os princípios, tenta defender o trabalho da igreja e consegue apontar objetivamente os problemas que vê, mesmo que fale duramente, ele não está sendo arrogante. Esse tipo de prática é edificante para os outros e benéfica para o trabalho. É praticar a verdade e demonstrar justiça. Então, se você quer resolver o problema de ser arrogante e constranger os outros, você não pode se concentrar apenas em falar com tato ou deixar de se manifestar quando vê problemas. Você precisa se concentrar em autorreflexão e em resolver seu caráter arrogante, em inspecionar a intenção por trás de suas palavras e permanecer em seu devido lugar, e parar de fazer exigências aos outros e julgá-los de acordo com suas noções e preferências.

Li outra passagem das palavras de Deus que me deu mais clareza sobre uma senda de prática. As palavras de Deus dizem: “No mínimo, os escolhidos de Deus devem possuir consciência e senso, e devem engajar-se e interagir com as pessoas — e lidar com as coisas — de acordo com os padrões da humanidade normal. Naturalmente, o melhor é praticar de acordo com os princípios da verdade exigidos por Deus, isso satisfaz a Deus. Então, quais são os princípios da verdade exigidos por Deus? Que as pessoas entendam a fraqueza e a negatividade dos outros quando estes estão fracos e negativos, que as pessoas estejam atentas à dor e às dificuldades dos outros, e então investiguem essas coisas, e ofereçam ajuda e apoio, e leiam para eles as palavras de Deus para ajudá-los a resolver os problemas, para que deixem de ser fracos, e sejam trazidos para diante de Deus. Essa é uma forma de praticar que está de acordo com os princípios? Praticar assim está alinhado com os princípios da verdade. Naturalmente, relações desse tipo estão também alinhadas com os princípios. Quando as pessoas são deliberadamente intrometidas e perturbadoras, ou deliberadamente descuidadas e superficiais no cumprimento do seu dever, se você vê isso e é capaz de lidar com os assuntos de acordo com os princípios, e consegue apontar essas coisas para elas, e repreendê-las, e ajudá-las, isso está alinhado com os princípios da verdade. Se você fizer vista grossa, ou se for tolerante para com elas e encobri-las, e até chegar ao ponto de dizer coisas para elogiá-las e aplaudi-las, enganando-as com palavras falsas, então tais comportamentos, tais formas de interagir com as pessoas, de lidar com as questões, e de lidar com os problemas, estão claramente em desacordo com os princípios da verdade e não têm a menor base nas palavras de Deus — nesse caso, esses comportamentos e formas de interagir com as pessoas e de lidar com as questões são claramente ilegítimos(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros). Refleti sobre o que Deus dizia e percebi que, ao interagir e trabalhar com os irmãos, precisamos aprender a tratá-los justamente e ver seus pontos fortes. Não podemos menosprezar as pessoas só porque elas têm algumas falhas e problemas. Isso não é sensato. A estatura, o calibre e a capacidade de compreensão de cada um são diferentes. Não podemos fazer exigências e avaliações com base em nossas preferências pessoais, como se os mesmos padrões servissem para todos. Quando percebemos os problemas dos outros, devemos ajudá-los com amor e nos comunicar sobre a verdade para apoiá-los para que eles possam entender os princípios da verdade e encontrar uma senda de prática. Esse é o melhor jeito de resolver problemas. Quanto àqueles que frequentemente são superficiais e desordeiros em seu dever, eles podem ser tratados e expostos. Isso é agir com responsabilidade para o bem do trabalho da igreja; não é ser constrangedor. Quando entendi tudo isso, comecei a colocar as palavras de Deus em prática. Depois disso, quando via problemas no dever dos outros, primeiro eu conversava com eles e descobria o que estava causando o problema, se estavam sendo negligentes ou se não entendiam os princípios. Então eu procurava palavras de Deus relevantes para comunicar, e buscava uma senda de resolução. Se eles não mudavam depois de várias comunhões sobre a mesma coisa e continuavam atrasando e impactando o trabalho da igreja, eu os podava e lidava com eles de forma apropriada. Eu não me sentia mais constrangida.

Lembro-me de que a irmã Clara, membro da nossa equipe, não assumia um fardo em seu dever e não dava tudo de si. Isso resultou em composições ineficientes e resultados ruins. Eu apontei os problemas para ela, mas ela não quis aceitar e inventou todos os tipos de desculpas para se justificar. Percebi que ela estava num estado perigoso, e que, se ela não revertesse as coisas e não entrasse, o trabalho sofreria. Se fosse muito sério, ela poderia até ser dispensada. Assim, depois disso, fui direta com ela sobre seus problemas, expondo a natureza de seu comportamento e as consequências de continuar desse jeito. Ela então finalmente percebeu que seu problema era sério e se dispôs a se arrepender e mudar. A atitude de Clara em relação ao dever mudou muito depois disso, e ela se tornou muito mais produtiva. Agora, quando vejo os outros violando os princípios e fazendo coisas que comprometem o trabalho da igreja, ainda sinto o impulso de manifestar arrogância. Mas rapidamente eu oro a Deus e me lembro de que devo tratar os outros com justiça e buscar a melhor forma de ajudá-los e beneficiá-los. Depois que pratiquei assim por um tempo, meus relacionamentos com os outros normalizaram. Um dia, ouvi uma irmã dizer que minha comunhão tinha a ajudado e permitido mudar um pouco seu estado. Fiquei muito feliz.

A experiência de ser tratada durante os últimos anos me permitiu refletir e entender meu comportamento de constranger pessoas e me proporcionou algumas sendas de prática para interagir com os irmãos e viver uma humanidade normal. Esse pouco de entendimento e mudança aconteceu graças à salvação de Deus para mim!

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