Baixando a guarda
Um tempo atrás, tivemos que desenhar algumas imagens para o trabalho de filmagem da igreja. Meu parceiro, o irmão Simon, desenhou uma imagem e a submeteu à análise. O líder disse que a imagem era grosseira demais e que sua composição era falha e que isso se devia ao fato de Simon ser superficial e descuidado. Mais tarde, conversei com Simon sobre isso. Ele disse que, por causa da agenda apertada, não teve tempo para trabalhar nos detalhes. Eu não respondi a isso e só o lembrei de ser mais cuidadoso no futuro e que o trabalho de filmagem era tão importante que não podíamos ser descuidados e perder tempo com revisões. Não demorou, e erros evidentes de princípio apareceram nas imagens de Simon. O líder lidou com ele por cometer erros básicos após treinar por tanto tempo e por ser desleixado em seu dever e então o dispensou. Esse desfecho me deixou aterrorizada. Eu não entendi completamente. O líder tinha dispensado Simon só porque ele tinha cometido dois erros. Isso não era um pouco duro? Sem que me desse conta, surgiram equívocos e resguardo em meu coração. Achei que eu não poderia cometer nenhum erro grave no meu dever, que lidariam comigo por erros menores e talvez dispensada por erros sérios e que eu perderia toda esperança de ser salva se não conseguisse cumprir meu dever. Eu precisava ser mais cuidadosa.
Um tempo depois, fiquei muito nervosa antes de enviar minhas imagens para análise do líder. Pensei em como Simon tinha sido dispensado por cometer dois erros, e que, se erros de princípios aparecessem nas minhas imagens, o líder poderia dizer que, já que eu não conseguia fazer bem esse trabalho, eu não deveria ser líder de grupo. Eu seria dispensada como o Simon? Quanto mais pensava nisso, mais agitada eu ficava. Eu me sentia inquieta cumprindo meu dever e não estava com disposição de fazer o trabalho que tinha que fazer. Percebi que meu estado era incorreto e me apressei a orar a Deus e pedi que Ele me guiasse a resolver meu problema. Depois, vi um vídeo de leitura da palavra de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Às vezes, Deus usa determinada questão para desnudar ou disciplinar você. Isso significa, então, que você foi expulso? Significa que seu fim chegou? Não. É como quando uma criança foi desobediente e cometeu um erro; seus pais podem repreendê-la e puni-la, mas se ela não conseguir sondar a intenção dos pais nem entender por que eles estão fazendo isso, ela entenderá errado a intenção deles. Por exemplo, os pais podem dizer ao filho: ‘Não saia de casa sozinho, e não vá lá fora sozinho’, mas isso entra por um ouvido e sai pelo outro, e a criança sai de fininho, sozinha, mesmo assim. Quando os pais descobrem, eles repreendem e punem a criança, deixam-na de castigo para que ela reflita sobre seu comportamento. A criança não entende as intenções dos pais e começa a ter dúvidas: ‘Será que meus pais não me querem mais? Será que sou mesmo filho deles? Ou sou adotado?’. Essas são as coisas que ela pondera. Quais são as intenções dos pais, de fato? Os pais disseram que era perigoso demais fazer aquilo e pediram que o filho não o fizesse. Mas o filho não ouviu, e aquilo entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Portanto, os pais tiveram que usar algum tipo de punição para educar o filho corretamente e levá-lo a aprender com isso. O que é que os pais querem alcançar, fazendo isso? É só fazer com que a criança aprenda? Que ela aprenda não é o que eles querem alcançar. Quando fazem isso, a intenção dos pais é que a criança faça o que lhe foi ordenado, que se comporte de acordo com os conselhos deles e não faça nada em desobediência a eles ou que lhes dê motivo de preocupação, que é o efeito desejado que eles querem surtir. Se a criança ouviu os pais, isso mostra que ela entende as coisas, e os pais não têm com que se preocupar. Eles não ficarão satisfeitos com ela? Ainda precisarão puni-la daquela forma? Não precisarão. Acreditar em Deus é igual. As pessoas devem aprender a considerar as palavras de Deus e entender Seu coração. Não devem entender Deus errado. Na verdade, em muitos casos, a preocupação das pessoas provém de seus interesses. Em termos gerais, é o medo de que não terão desfecho algum. Sempre pensam: ‘E se Deus me desnudar, me expulsar e me rejeitar?’. Essa é a sua interpretação errada de Deus; são apenas os seus pensamentos. Você precisa descobrir qual é a intenção de Deus. Ele não desnuda as pessoas para expulsá-las. As pessoas são desnudadas a fim de expor as suas deficiências, seus erros e a essência da sua natureza, para levá-las a conhecer a si mesmas e a ser capazes de arrependimento verdadeiro; como tal, desnudar as pessoas serve para ajudar a vida delas a crescer. Sem uma compreensão pura, as pessoas tendem a interpretar Deus errado e a tornar-se negativas e fracas. Podem até ceder ao desespero. Na verdade, ser desnudado por Deus não significa necessariamente que as pessoas serão expulsas. Isso serve para ajudá-las a conhecer sua corrupção, e para fazê-las se arrependerem. Muitas vezes, já que as pessoas são rebeldes e não buscam a verdade para encontrar uma resolução quando têm efusões de corrupção, Deus deve exercer disciplina. E por isso, às vezes, Ele desnuda as pessoas, expondo a sua fealdade e miséria, permitindo que elas conheçam a si mesmas, o que ajuda a sua vida a crescer. O desnudamento das pessoas tem duas implicações diferentes: para as pessoas perversas, ser desnudado significa que elas estão expulsas. Para aqueles que são capazes de aceitar a verdade, é um lembrete e um aviso; eles são levados a refletir sobre si mesmos, a ver o seu estado verdadeiro e a deixar de ser teimosos e imprudentes, pois continuar assim seria perigoso. Desnudar as pessoas dessa forma é lembrá-las, para que, quando cumprem o seu dever, elas não sejam confusas nem descuidadas, não sejam indiferentes, não se contentem em ser apenas um pouco eficazes, pensando que cumpriram o seu dever à altura de um padrão aceitável — quando, na verdade, se avaliadas de acordo com o que Deus exige, ficaram muito aquém das expectativas, mas ainda são complacentes e pensam que estão indo bem. Em tais circunstâncias, Deus disciplinará, alertará e lembrará as pessoas. Às vezes, Deus desnuda a sua fealdade — o que, evidentemente, deve servir como um lembrete. Em tais momentos, você deve refletir sobre si mesmo: cumprir o seu dever dessa forma é inadequado, há rebeldia envolvida, contém um excesso daquilo que é negativo, é inteiramente superficial e, se não se arrepender, você será punido. Quando Deus disciplina e desnuda você, isso não significa necessariamente que você será expulso. Essa questão deve ser abordada corretamente. Mesmo que você seja excluído, você deve aceitar e se submeter a isso, e se apressar a refletir e se arrepender” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente praticando a verdade e obedecendo a Deus pode-se alcançar uma mudança no caráter”). Depois disso, entendi que ser exposto não significa que você está sendo expulso. Quando uma criança faz algo de errado, seus pais a repreendem para que ela os escute, aprenda uma lição e deixe de ser desobediente. Se a criança é obediente, isso tranquiliza os pais e, naturalmente, eles não punem a criança. Nós não entendemos a verdade e agimos sem princípios, também temos caracteres corruptos, portanto, cometer erros em nosso dever é inevitável. Às vezes, não vemos as coisas claramente porque nos falta calibre e não entendemos a verdade; às vezes, somos teimosos e arbitrários, violamos os princípios agindo segundo nossos caracteres arrogantes e interrompemos o trabalho da igreja; às vezes, não trabalhamos corretamente porque somos superficiais e desleixados e assim por diante. Só quando somos expostas conseguimos ver nossas deficiências e corrupção, buscar a verdade, compensar nossa falhas e lidar com as coisas com princípios. As boas intenções de Deus estão por trás disso. Eu não entendia a vontade de Deus. Quando vi Simon sendo dispensado, eu me preocupei e me assustei. Eu temia que também fosse dispensada por um erro momentâneo e que, se meu erro fosse muito sério, eu fosse expulsa e não fosse salva. Eu me resguardava contra Deus e O entendia errado. Eu me senti tão culpada. Comecei a considerar por que Simon tinha sido dispensado. Lembrei-me de que o líder tinha apontado seus erros duas vezes. Na primeira vez, o líder disse que suas ideias eram antiquadas e que seu desenho era grosseiro demais, que vários problemas técnicos básicos não tinham sido tratados corretamente e que isso se devia ao fato de Simon ser superficial. O líder disse isso na esperança de que Simon fosse mais cuidadoso e meticuloso e alcançasse bons resultados em seu dever. Mas Simon não levou isso a sério e inventou desculpas, dizendo que isso se devia à falta de tempo e não refletiu sobre o assunto nem o analisou depois disso. Da segunda vez, ele também tinha sido irresponsável e desleixado em seus desenhos. Ele não verificou seu trabalho corretamente e não permitiu que nós o analisássemos, apenas o enviou diretamente ao líder para análise. Por isso, algumas violações claras de princípios não foram corrigidos e tiveram que ser revisados, atrasando o progresso desse trabalho importante. Todos esses fracassos aconteceram porque Simon não levou seu dever a sério e foi superficial. O líder lidou com Simon de forma tão dura e o dispensou para que ele refletisse sobre sua atitude em relação ao seu dever, corrigisse seus hábitos, cumprisse seu dever cuidadosa e meticulosamente e agisse de acordo com os princípios da verdade. Se tratamento e dispensa o ajudassem a refletir e a aprender uma lição, isso seria bom para o seu dever e sua entrada na vida! Quando entendi isso, fiquei bem mais calma.
Na época, havia outro nó no meu coração. Eu achava que o líder tinha sido muito duro ao dispensar Simon por cometer apenas dois erros em seus desenhos. Em me perguntei se eu também seria dispensada se cometesse o mesmo tipo de erros. Eu sabia que continuava equivocada e na defensiva quanto a isso, por isso procurei algumas palavras relevantes de Deus para ler. A palavra de Deus diz: “Na superfície, algumas pessoas parecem não ter nenhum problema sério durante o tempo em que cumprem seu dever. Não fazem nada abertamente maligno, não causam interrupções ou perturbações, nem trilham a senda dos anticristos. No cumprimento do seu dever, não surgem erros maiores nem problemas de princípio, no entanto, sem que percebam, dentro de poucos anos, elas são expostas como pessoas que não aceitam nem um pouco a verdade, como não crentes. Por que é desse jeito? Os outros não conseguem ver um problema, mas Deus escrutiniza o íntimo do coração dessas pessoas, e Ele vê o problema. Elas sempre foram superficiais e impenitentes no cumprimento do seu dever. À medida que o tempo passa, elas são naturalmente expostas. O que significa permanecer impenitente? Significa que, embora tenham cumprido seu dever o tempo todo, elas sempre tiveram a atitude errada em relação a ele, uma atitude de desleixo e superficialidade, uma atitude descuidada, e nunca são conscienciosas, muito menos devotas. Talvez façam algum esforço pequeno, mas estão apenas agindo sem se envolver. Não estão dando tudo que têm, e suas transgressões não têm fim. Do ponto de vista de Deus, elas nunca se arrependeram e nunca houve nenhuma mudança nelas — isto é, elas não renunciam ao mal em suas mãos nem se arrependem para Ele. Deus não reconhece nelas uma atitude de arrependimento nem vê nelas uma reversão em sua atitude. Elas são persistentes em considerar seu dever e a comissão de Deus com tal atitude e tal método. Durante todo o tempo, não ocorre mudança alguma nesse caráter teimoso e intransigente, e, além disso, elas nunca se sentiram endividadas com Deus, nunca lhes ocorreu que seu desleixo e sua superficialidade são uma transgressão, um malefício. Em seu coração, não há dívida, culpa nem autorrepreensão, muito menos autoacusação. E conforme passa bastante tempo, Deus vê que não existe cura para essa pessoa” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). A palavra de Deus me mostrou que, se uma pessoa sempre trata seu dever levianamente, nunca busca os princípios da verdade em nada que faz, nunca é atenciosa nem diligente e só age sem se envolver ao cumprir o seu dever, ela está sendo severamente superficial. Mesmo que ela não pareça estar causando interrupções e perturbações óbvias nem trilhar a senda de um anticristo, se ela não se arrepender de sua atitude superficial, se sempre houver desvios em seu dever, No fim ela será exposta e expulsa por Deus. Ao ponderar a palavra de Deus, comecei a me lembrar do comportamento de Simon em seu dever. Ele tinha trabalhado no grupo por muito tempo e era bom em todos os aspectos técnicos, mas cometia muitos erros básicos. Às vezes, até desenhos simples tinham que ser revisados múltiplas vezes. Ele cometia erros até quando fazia cópias de segurança e rotulava os arquivos. Apontei isso para ele muitas vezes, e os outros também o alertaram com frequência, mas ele nunca levou a sério nem refletiu sobre seus problemas e sua atitude em relação ao dever. Quando o líder lidou com ele na primeira vez, ele não refletiu sobre seus problemas e se defendeu, culpando a falta de tempo, por isso ele nunca mudou e continuou cometendo erros. Vi que Simon era muito teimoso. Embora eu tivesse algum entendimento do comportamento de Simon no passado, eu não me preocupei com isso porque ele nunca prejudicou o trabalho seriamente. Mas dessa vez ele tinha sido superficial e tinha atrasado um trabalho importante; sua dispensa pelo líder estava alinhada com os princípios e não foi excessiva. A palavra de Deus me mostrou que ser superficial não é um problema insignificante. Se sempre tivermos uma atitude negligente em relação ao nosso dever, mais cedo ou mais tarde interromperemos o trabalho da igreja e seremos expostos. Pensando em Simon, parecia que ele só tinha cometido dois erros, mas analisando mais de perto, ele foi dispensado por causa da atitude desleixada em relação ao seu dever. Ele foi superficial num dever tão importante e atrasou o trabalho. A dispensa dele revelou o caráter justo de Deus!
Depois, eu me perguntei o que me levava a não buscar a verdade, a me resguardar e entender Deus errado quando outros eram dispensados. Durante um devocional, li a palavra de Deus. “Digam-Me, se alguém que cometeu um erro é capaz de entendimento verdadeiro e está disposto a se arrepender, a casa de Deus não lhe daria essa chance? Agora que o plano de gerenciamento de seis mil anos de Deus se aproxima do fim, existem muitos deveres que precisam ser cumpridos. Mas se as pessoas não tiverem consciência nem razão e forem negligentes no trabalho, se ganharem uma oportunidade de desempenhar um dever, mas não souberem valorizá-la, não buscarem a verdade nem um pouco, permitindo que o tempo ideal passe, então elas serão reveladas. Se você for consistentemente descuidado e superficial no desempenho do dever, e não se submeter de modo algum quando for confrontado com poda e tratamento, a casa de Deus ainda usará você para desempenhar um dever? Na casa de Deus, é a verdade que reina, não Satanás. Deus tem a última palavra em tudo. É Ele que está fazendo a obra de salvar o homem, é Ele que governa sobre tudo. A análise que você faz do que é certo e errado é desnecessária; cabe a você apenas ouvir e obedecer. Quando se deparar com poda e tratamento, você deve aceitar a verdade e ser capaz de corrigir seus erros. Se o fizer, a casa de Deus não o privará de sua posição para desempenhar um dever. Se você sempre tiver medo de ser expulso, sempre inventar desculpas, sempre se justificar, isso é um problema. Se você deixar que os outros vejam que você não aceita a verdade nem um pouco, e que você é impenetrável pela razão, você estará encrencado. A igreja será obrigada a lidar com você. Se você não aceita a verdade ao cumprir o seu dever e sempre teme ser exposto e expulso, esse seu medo está manchado de intenção humana e de um caráter satânico corrupto, e de suspeita, cautela e equívoco. Nada disso é uma atitude que uma pessoa deve ter. Você deve começar resolvendo seu medo e seus equívocos em relação a Deus. Como surgem os equívocos de uma pessoa em relação a Deus? Quando as coisas estão indo bem para a pessoa, ela definitivamente não O entende errado. Ela acredita que Deus é bom, que Deus é honrável, que Deus é justo, que Deus é misericordioso e amoroso, que Deus está certo em tudo que faz. No entanto, quando é confrontada com algo que não se conforma às suas noções, ela pensa: ‘Parece que Deus não é muito justo, pelo menos não nessa questão’. Isso é um equívoco? Como é que Deus não é justo mais? O que foi que deu origem a esse seu equívoco? O que foi que formou sua opinião e seu entendimento de que Deus não é justo? Você pode dizer com certeza o que foi? Qual foi a frase? Qual questão? Qual situação? Diga, para que todos possam entender e ver se você tem algo em que se apoiar. E quando uma pessoa entende Deus errado ou enfrenta algo que não se conforma às suas noções, que atitude ela deve ter? (Uma atitude de buscar a verdade e de obediência.) Ela precisa primeiro obedecer e considerar: ‘Eu não entendo, mas eu obedecerei, porque isso é algo que Deus fez, e não é algo que o homem deveria analisar. Além do mais, não posso duvidar das palavras de Deus nem da Sua obra, porque a palavra de Deus é a verdade’. Não é essa a atitude que uma pessoa deveria ter? Com essa atitude, seu equívoco ainda representaria um problema? (Não representaria.) Não prejudicaria nem perturbaria o desempenho do seu dever. Vocês acham que uma pessoa que abriga equívocos ao cumprir seu dever pode ser leal? Ou é alguém sem equívocos que pode ser leal? (Uma pessoa que não abriga equívocos ao cumprir seu dever pode ser leal.) Isso significa que, em primeiro lugar, você deve ter uma atitude de obediência. Além disso, você deve, no mínimo, acreditar que Deus é a verdade, que Deus é justo e que tudo que Deus faz é correto. Essa é a precondição que determina se você pode ser leal ao cumprir seu dever” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). A leitura da palavra de Deus esclareceu as coisas para mim. Eu entendia Deus errado e me resguardava contra Ele porque me faltavam fé verdadeira Nele e entendimento de Sua justiça. Ver que Simon foi dispensado por cometer erros me fez duvidar e me proteger de Deus. Eu achei que, se eu cometesse um erro, eu seria substituída ou até expulsa. Eu achava que a casa de Deus era igual ao mundo exterior e que aqueles que cometem erros seriam dispensados e expulsos, como se Deus expusesse as pessoas só para expulsá-las. Há princípios para como a igreja dispensa e expulsa pessoas. As pessoas são avaliadas com base na atitude que elas têm em relação ao seu dever, sua humanidade, calibre, se elas aceitam a verdade e assim por diante. Elas não são dispensadas nem expulsas por transgressões ocasionais nem por revelações passageiras de corrupção. Alguns líderes e obreiros em minha volta foram dispensados porque tinham calibre baixo e eram incapazes de fazer trabalho prático; outros, porque careciam de conhecimento técnico e não eram aptos para o seu dever; e outros, porque tinham caracteres profundamente corruptos e não buscavam a verdade para resolvê-los. Mas, contanto que não fossem malfeitores e não criassem perturbações, a casa de Deus não os expulsaria nem excluiria. Em vez disso, recebiam deveres adequados aos seus pontos fortes e calibre e recebiam a chance de refletir e se arrepender. Se, por meio de sua dispensa, eles conseguissem aceitar a verdade, refletir e se arrepender e mudar, a igreja os promoveria e os usaria novamente. Só anticristos e malfeitores, que não aceitam a verdade, não refletem quando são dispensados ou expostos e continuam cometendo o mal e criando perturbações, serão expulsos pela igreja. Vi que a casa de Deus trata a todos de forma imparcial e justa e que a verdade realmente reina nela. Por exemplo, Simon foi dispensado porque era negligente demais em seu dever e atrasava o trabalho por sempre ser superficial. Essa era a justiça de Deus que recaiu sobre ele. Se ele abordasse isso corretamente, buscasse a verdade e refletisse, seria uma boa chance para ele se conhecer, se arrepender e mudar. A dispensa de Simon também foi um alerta para mim. Eu tinha o mesmo problema. Muitas vezes, eu era superficial e negligente em meu dever. Às vezes, eu estava ciente de que meus desenhos tinham problemas, mas então eu pensava no tempo e no esforço que seriam necessários para consertá-los e os enviava ao líder para análise, pensando que os problemas não eram tão sérios, que, se o líder encontrasse alguns problemas, eu poderia consertá-los de uma só vez. Como resultado, o trabalho que deveria ter sido feito de uma só vez teve que ser revisado, atrasando o progresso do trabalho. Às vezes, sabia que minhas ideias eram antiquadas, mas ser inovadora exige muitos recursos, muito raciocínio e pesquisa. Eu achava que era trabalho demais e que um trabalho aceitável era bom o suficiente, assim, não progredi em meus desenhos durante vários anos. O fracasso de Simon me ensinou uma lição séria. Eu não estava buscando a verdade nem aprendendo uma lição nessa questão. Eu não entendia a vontade de Deus e também o entendia errado e me protegia contra Ele. Eu era tão enganosa. Esse pensamento me encheu de culpa e remorso. Eu devia buscar a verdade corretamente, encontrar a senda certa de prática e parar de entender Deus errado e de me proteger contra Ele.
Mais tarde, eu li a palavra de Deus. “Se alguém tem o coração aberto, ele é uma pessoa honesta. Isso significa que ele abriu o coração e o espírito completamente para Deus, sem nada a esconder e nada de que se esconder. Ele entregou e mostrou o coração completamente a Deus, o que significa que ele Lhe deu todo seu eu. Será que ele ainda se alienará de Deus? Não, não se alienará. Desse jeito, é fácil para ele se submeter a Deus. Se Deus disser que ele é enganoso, ele o admitirá. Se Deus disser que ele é arrogante e presunçoso, ele admitirá isso também. E ele não só admitirá essas coisas e se contentará com isso — ele é capaz de se arrepender, de se dedicar aos princípios da verdade e de reconhecer seus erros e corrigi-los. Antes que se dê conta, ele terá corrigido muitos dos seus hábitos errôneos e se tornará cada vez menos enganoso, trapaceiro, negligente e superficial. Quanto mais tempo ele viver dessa forma, mais aberto e honrável ele se tornará e mais se aproximará do objetivo de se tornar uma pessoa honesta. Isso é o que significa viver na luz. Toda essa glória pertence a Deus! Quando as pessoas vivem na luz, isso é obra de Deus — não é algo de que elas podem se gabar. Quando as pessoas vivem na luz, elas entendem várias verdades, têm um coração que teme a Deus, sabem buscar a verdade em cada problema que encontram e praticá-la, e vivem com consciência e razão. Embora não possam ser chamadas de pessoas justas, aos olhos de Deus elas têm alguma semelhança humana, e, no mínimo, não são contrárias a Deus em suas palavras ou atos, conseguem buscar a verdade quando lhe acontecem coisas, e conseguem submeter-se a Deus. Desse jeito, estão relativamente salvas e seguras, e não poderiam, de modo algum, trair a Deus. Embora possam não ter um entendimento muito profundo da verdade, são capazes de obedecer e submeter-se, temer a Deus em seu coração, e distanciar-se do mal. Quando recebem uma tarefa ou um dever, são capazes de usar todo o seu coração e toda a sua mente e fazê-lo da melhor forma que podem. Esse tipo de pessoa é confiável, e Deus tem confiança nele — pessoas como essas vivem na luz. Aqueles que vivem na luz são capazes de aceitar o escrutínio de Deus? Eles conseguem, ainda, esconder de Deus o coração? Eles ainda têm segredos que não podem contar a Deus? Eles ainda têm algum truquezinho suspeito em suas mangas? Não têm. Eles abriram o coração completamente para Deus e não escondem absolutamente nada. Eles conseguem confiar em Deus, comunicar-se com Ele sobre qualquer coisa e permitir que Ele saiba tudo. Não há nada que não contem a Deus e nada que não mostrem a Ele. Quando as pessoas são capazes de alcançar esse nível de abertura, sua vida se torna fácil, livre e aliviada” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Meu coração se iluminou após ler a palavra de Deus. Deus espera que possamos ser pessoas honestas e abrir nosso coração para Ele. Não importa se somos expostos por Deus, ou podados, tratados e dispensados, primeiro devemos nos submeter, não resistir a Deus no coração, acreditar que tudo que Ele faz é bom, e então refletir e buscar os princípios da verdade. Quando nosso coração está aberto para Deus, quando amamos a verdade e estamos dispostos a nos submeter a Deus, é fácil ganhar o esclarecimento e a iluminação do Espírito Santo, alcançar entendimento verdadeiro da verdade, conhecer nossos problemas, corrigir nossos erros, arrepender-nos, mudar e cumprir nosso dever de acordo com a palavra e as exigências de Deus. Também devemos acreditar na justiça de Deus. Deus não julga as pessoas segundo sua aparência, Ele vê se a intenção delas é satisfazê-Lo e buscar os princípios da verdade. Se conseguirmos corrigir nossas atitudes e fazer o nosso melhor, então, mesmo que fiquemos aquém no processo, podemos abordá-lo corretamente, aprender com nossos fracassos e analisar os desvios. Quando corrigi minha atitude, minhas preocupações desapareceram.
Depois disso, quando eu enviava minhas imagens ao líder, eu não tinha mais tanto medo nem resistia tanto. Eu estava disposta a corrigir minha intenção, a buscar os princípios e a me dedicar ao meu dever. Daí em diante, eu me esforcei pesquisando técnicas e procurando bons recursos de referência para estudar em reação aos problemas que o líder levantava ao analisar minhas imagens. Eu também trabalhava de acordo com os princípios exigidos pela casa de Deus e experimentava o tempo todo. Depois de um tempo, minhas habilidades melhoraram e a qualidade do meu trabalho aumentou muito. Eu me senti muito à vontade. Alguns dias depois, quando enviei uma imagem para ser analisada pelo líder, fiquei surpresa quando ele disse: “Este desenho é muito bom, podemos usá-lo!”. Ouvir isso me deixou tão feliz e me comoveu de forma indescritível. Mais tarde, Simon ganhou entendimento de seu caráter corrupto e quis se arrepender e mudar, por isso a igreja continuou arranjando um dever para ele. A dispensa de Simon também me levou a mudar minha atitude superficial em relação ao meu dever. Agora, sou mais meticulosa e menos superficial. Com essa experiência, eu aprendi que Deus não permite que pessoas sejam podadas, tratadas ou dispensadas para que elas sejam expulsas. Se conseguirmos nos submeter e buscar a verdade, por meio desse tipo de experiência, podemos ganhar conhecimento dos nossos caracteres corruptos e encontrar os problemas e desvios em como cumprimos nosso dever, permitindo que mudemos e os resolvamos prontamente e façamos progresso em nossa entrada na vida e no dever. Isso é algo tão maravilhoso! Quando deixei de lado meus equívocos e resguardo contra Deus, sendo cuidadosa e meticulosa em meu dever e cumprindo minhas responsabilidades em tudo, eu me senti calma e à vontade.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.