Não estou mais presa à transgressão

28 de Abril de 2024

Por Ma Jie, China

Em um dia de julho de 2006, de repente, fui detida quando estava a caminho de uma reunião com meus co-obreiros. Naquela noite, fui levada a um local secreto para ser interrogada. Os políciais encontraram recibos de dinheiro da igreja comigo, e então eles se revezaram para me interrogar, pressionando-me a dar os nomes dos guardiões do dinheiro da igreja e dos líderes seniores. Não lhes respondi, então eles me chicotearam com um cinto de couro, algemaram meus pulsos e me penduraram com uma corrente de ferro. Eles me torturaram assim por uma semana. Tive sede e fome, e perdi todas as forças. Em algum momento, perdi a consciência. Quando acordei, não tinha certeza do que haviam me dado para beber, mas havia um gosto estranho na minha boca, que estava me sufocando, e tive dores agudas em todo o meu corpo. Naquele momento, minha carne havia chegado ao limite do que poderia suportar, e eu não sabia o que eles fariam comigo depois. Eu estava muito assustada, com medo de não conseguir suportar a tortura e me tornar um Judas, e orei sinceramente a Deus em meu coração, pedindo-Lhe que me ajudasse a permanecer firme em meu testemunho. Vendo que eu havia sido atormentada dessa forma e ainda não havia entregado os líderes e o dinheiro da igreja, a polícia mudou de tática e usou o afeto familiar para me persuadir, dizendo: “Você está fora de casa há alguns anos. Sua família e seus filhos devem sentir muito sua falta. Onde está o dinheiro da igreja? Se você nos contar tudo, nós a deixaremos ir para casa”. Além disso, mostraram um pouco de dinheiro e disseram que já haviam encontrado os guardiões do dinheiro da igreja. Ao ouvir isso, pensei: “Como eles já apreenderam o dinheiro, não faz diferença se eu contar ou não. Se eu contar alguma coisa, talvez não seja mais torturada”. Contei a eles sobre uma das famílias que guardava o dinheiro da igreja, e os policiais me fizeram levá-los para pegar o dinheiro. Só então percebi que havia caído na armadilha deles. Àquela altura, eu já havia suportado tudo o que podia. Pensei comigo mesma: “Eu já delatei a família guardiã. Se eu não os levar até lá, eles certamente continuarão me torturando. Além disso, já faz uma semana que fui detida, e o dinheiro da igreja pode ter sido transferido”. Nesse momento de mau julgamento, levei a polícia até a casa do guardião. Depois que a igreja recebeu a notícia da minha detenção, eles imediatamente transferiram o dinheiro da igreja. O irmão da família guardiã quase foi detido, mas Deus o protegeu e ele escapou da batida policial. Como não encontrou o dinheiro da igreja, a polícia me condenou arbitrariamente a um ano e nove meses de prisão.

Cada dia que passei na prisão foi repleto de sofrimento e dor, especialmente quando eu pensava nas palavras de Deus que diziam: “Para com aqueles que não Me ofereceram sequer um pingo de lealdade durante tempos de adversidade, Eu não terei mais misericórdia, pois Minha misericórdia vai só até esse ponto. Não tenho apreço algum, além disso, por quem quer que já tenha Me traído, muito menos gosto de Me associar com quem trai os interesses de seus amigos. Esse é Meu caráter, seja quem for a pessoa(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prepare boas ações suficientes para sua destinação”). Eu sabia muito bem que, por delatar o irmão, eu havia me tornado um Judas. Eu havia ofendido o caráter de Deus; havia cometido um pecado imperdoável. Quando eu pensava nisso, meu coração sofria muito. Eu havia traído a Deus; Ele certamente não me salvaria. Meu tempo de crença em Deus poderia ter terminado completamente. A partir de então, fiquei muito abatida e passava todos os dias em agonia. Meu coração estava sofrendo, e senti que seria melhor se eu estivesse morta. Eu só esperava a morte, pois, nesse dia, seria livre. Embora eu ainda orasse a Deus, sempre que pensava em minha transgressão, sentia que Deus não me queria mais, e achava que não era digna de me apresentar a Ele. Dois anos depois que fui liberada da prisão, os irmãos me encontraram, e, vendo que eu tinha um pouco de autoconhecimento, eles permitiram que eu retomasse minha vida de igreja e arranjaram um dever para mim. Fiquei muito emocionada e pensei que Deus estava me dando uma chance de me arrepender, e me senti ainda mais em dívida com Ele. Chorei lágrimas amargas enquanto orava a Deus: “Deus, eu realmente não sou digna de estar diante de Ti. Ao enfrentar as circunstâncias, não dei nenhum testemunho. Delatei o irmão, tornei-me um Judas e uma marca de vergonha. Hoje, Tu me deste a chance de voltar à igreja e desempenhar meu dever; Posso ver Tua misericórdia”. Em meu coração, resolvi secretamente desempenhar meu dever diligentemente, compensar minha transgressão e retribuir o amor de Deus. Depois disso, não importava qual tarefa a igreja arranjasse para mim, eu sempre cooperava com entusiasmo. Por mais adversas que fossem as circunstâncias que encontrava, eu não deixava que essas dificuldades me abatessem. Eu queria fazer o melhor possível para compensar minha transgressão.

Um dia, ouvi dizer que Chen Hua tinha sido detida e se tornado um Judas; ela delatou muitos líderes, obreiros e famílias guardiãs, e depois foi removida da igreja. Ao ouvir essa notícia, pensei imediatamente em minha própria situação. Eu também havia delatado pessoas, o que quase levou a polícia a confiscar o dinheiro da igreja, e, por causa disso, o irmão guardião não pôde voltar para casa. Achei que a natureza de eu ter delatado o irmão foi a mesma que a de Chen Hua; era uma mancha enorme. Deus não perdoaria minha transgressão. Agora, Chen Hua havia sido removida da igreja; talvez um dia eu também fosse removida e excluída. Ao pensar nisso, fiquei muito desanimada. Depois disso, com qualquer dever que a igreja me designasse, embora eu o desempenhasse, não tinha mais o vigor para me despender por Deus que tinha antes. Às vezes, quando precisava pagar um preço e buscar as verdades princípios, eu não as buscava. Eu simplesmente me contentava em fazer o trabalho da maneira prescrita e prestar um pouco de serviço. Além disso, eu não considerava se meu trabalho estava obtendo resultados, confiava apenas em um nível mínimo de consciência para sustentar meu dever. Lembro-me de que, naquela época, uma irmã tinha medo de ser detida e não ousava desempenhar seu dever. Eu sabia que deveria ajudá-la e apoiá-la, mas já que eu havia traído a Deus, como eu estaria qualificada para oferecer comunhão a outras pessoas? Eu não estava a fim de pensar em como me comunicar para obter resultados, e apenas agia sem me envolver e falava um pouco sobre conhecimento doutrinário. Eu sabia que abordar meu dever com essa atitude não estava de acordo com a vontade de Deus, e queria me esforçar para mudar meu estado, mas assim que pensava que eu havia cometido uma transgressão tão grande e não tinha esperança de ser salva, meu coração ficava cansado, e eu passava os dias sem rumo. Quando revelei caracteres corruptos no desempenho do meu dever, eu sabia que deveria buscar a verdade para resolver meu problema e que fazer isso seria vantajoso para o meu trabalho e a minha entrada na vida, mas quando pensava em minha transgressão imperdoável e que eu poderia ser removida, eu simplesmente não conseguia fazer isso. Para mim, apenas concluir meu trabalho todos os dias era o suficiente, e eu não me concentrava em buscar a verdade para resolver meu estado. Tempos depois, passei a sentir dores de cabeça com frequência e tive uma doença estomacal recorrente. No começo, eu tratava meu estado corretamente, mas, com o passar do tempo, não me recuperei da doença, e ela se agravou. Eu me perguntava se essa doença era uma punição de Deus. No passado, eu havia traído a Deus, fazendo com que Ele me desprezasse e detestasse, e agora eu estava doente. Definitivamente, Deus não me queria. Às vezes, eu não produzia resultados em meu dever e achava que Deus não estava trabalhando em mim. Era inútil continuar buscando a verdade e desempenhando meu dever. Sempre que eu tinha esses pensamentos, tinha uma sensação indescritível de perturbação em meu coração. Naquela época, eu realmente me arrependi de ter traído a Deus. Se eu tivesse sido capaz de suportar um pouco mais, não teria permanecido firme em meu testemunho? Por que eu delatei o irmão? Eu me odiava por me preocupar demais com a minha carne e por não ter um coração que realmente desejasse Deus. Se eu tivesse permanecido firme em meu testemunho naquela época, não teria evitado esse tormento espiritual? Quanto mais eu pensava nisso, mais chateada ficava, e estava sempre num estado de negatividade.

Certa vez, conversei sobre meu estado com uma irmã, e ela leu para mim uma passagem das palavras de Deus: “Há também outra causa para as pessoas afundarem na emoção da depressão, que é que algumas coisas específicas acontecem com as pessoas antes de elas atingirem a maioridade ou depois de se tornarem adultas, ou seja, elas cometem algumas transgressões ou fazem algumas coisas idiotas, coisas tolas e coisas ignorantes. Elas afundam em depressão por causa dessas transgressões, por causa dessas coisas idiotas e ignorantes que fizeram. Esse tipo de depressão é uma condenação de si mesmo e também uma espécie de determinação do tipo de pessoa que elas são. […] Sempre que elas ouvem um sermão ou uma comunicação sobre a verdade, essa depressão se insinua pouco a pouco em sua mente e no íntimo de seu coração, e elas se atormentam, perguntando: ‘Posso fazer isso? Sou capaz de buscar a verdade? Sou capaz de alcançar a salvação? Que tipo de pessoa eu sou? Eu fiz isso antes, eu era esse tipo de pessoa. Estou fora do alcance da salvação? Deus ainda me salvará?’. Às vezes, algumas pessoas conseguem largar sua emoção de depressão e deixá-la para trás. Elas pegam sua sinceridade e toda a energia que podem reunir e as aplicam para cumprir seu dever, suas obrigações e suas responsabilidades, e podem até colocar todo o coração e toda a mente na busca da verdade e na contemplação das palavras de Deus, e põem seus esforços nas palavras de Deus. No momento em que acontece alguma situação ou circunstância especial, porém, a emoção da depressão toma conta delas mais uma vez e as faz se sentir novamente incriminadas no fundo do coração. Elas pensam consigo: ‘Você fez isso antes, e você era esse tipo de pessoa. Você pode alcançar a salvação? Há algum sentido em praticar a verdade? O que Deus pensa do que você fez? Deus a perdoará pelo que você fez? Pagar o preço dessa forma agora pode compensar essa transgressão?’. Muitas vezes elas se repreendem e se sentem intimamente incriminadas, estão sempre duvidando, sempre se atormentando com essas perguntas. Elas nunca conseguem deixar essa emoção de depressão para trás ou rejeitá-la, e têm uma sensação perpétua de intranquilidade sobre a coisa vergonhosa que fizeram. Assim, embora tenham acreditado em Deus por tantos anos, é como se elas nunca tivessem ouvido algo do que Deus disse nem entendido. É como se não soubessem se alcançar a salvação tem algo a ver com elas, se podem ser absolvidas e redimidas ou se estão qualificadas para receber o julgamento e o castigo de Deus e Sua salvação. Elas não têm ideia de todas essas coisas. Por não receberem resposta alguma e por não obterem qualquer veredicto exato, elas se sentem constantemente deprimidas por dentro. No íntimo do coração, elas se recordam do que fizeram repetidamente, repassam-no na mente vezes e vezes, lembrando-se de como tudo começou e como terminou, lembrando-se de tudo, do começo ao fim. Independentemente de como relembrem, elas sempre se sentem pecadoras e, assim, constantemente se sentem deprimidas sobre essa questão ao longo dos anos. Mesmo quando estão fazendo seu dever, mesmo quando estão encarregadas de certo trabalho, elas ainda sentem que não têm esperança de ser salvas. Portanto, elas nunca encaram diretamente a questão de buscar a verdade e a consideram algo muito correto e importante. Acreditam que o erro que cometeram ou o que fizeram no passado é malvisto pela maioria das pessoas, ou que elas podem ser condenadas e desprezadas pelas pessoas, ou mesmo condenadas por Deus. Não importa em que estágio está a obra de Deus ou quantas declarações Ele fez, elas nunca encaram a questão de buscar a verdade da maneira correta. Por quê? Elas não têm coragem de deixar a depressão para trás. Essa é a conclusão que pessoas desse tipo tiram por ter experimentado esse tipo de coisa, e, por não chegar à conclusão correta, elas são incapazes de deixar a depressão para trás(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (2)”). Essas palavras de Deus estavam intimamente ligadas ao meu estado. Na verdade, nestes últimos anos, sempre que eu ouvia falar que alguém tinha sido expulso por ser um Judas, eu associava isso a mim mesma, acreditando que eu havia delatado o irmão, sido um Judas e transgredido diante de Deus; será que Deus ainda iria me querer depois disso? Será que eu ainda tinha alguma esperança de ser salva? Bastava eu pensar nisso para ficar negativa. Embora eu aparentemente desempenhasse meu dever, por dentro não carregava realmente um fardo, e sentia ainda mais como se a busca da verdade não fosse relacionada a mim. Eu sempre me colocava fora das fileiras daqueles que buscavam a verdade. Não ousava aceitar as palavras de orientação, incentivo ou exortação de Deus, pensava que essas palavras não foram ditas para pessoas como eu. Cheguei a me sentir indigna ao fazer um juramento diante de Deus, e que eu era ainda mais indigna de aceitar o julgamento e o castigo de Suas palavras. Especialmente quando soube que Chen Hua tinha sido um Judas e sido removida, eu achei que era igual a ela. Eu queria salvar minha pele, então entreguei o dinheiro da igreja e o irmão, e isso fez com que o irmão fosse caçado e não pudesse voltar para casa. Para me proteger, fiz um desastre muito grave recair nesse irmão. Eu era realmente muito egoísta, muito carente de humanidade! A natureza das minhas ações era a de Judas. De acordo com o que eu havia feito, Deus poderia fazer qualquer coisa comigo. Mesmo que Ele me mandasse para o inferno, isso não seria excessivo. Mas Deus não havia me tratado com base em minha transgressão, e Ele me deu uma chance de viver a vida de igreja e desempenhar meu dever. O fato de eu poder estar viva e desempenhar meu dever era a graça, a elevação de Deus. Eu deveria ter buscado a verdade e resolvido minha corrupção, me arrependido e desempenhado bem o meu dever. No entanto, eu ainda estava presa à minha transgressão, o que me deixava preocupada com minhas perspectivas e meu destino. Vivia em um estado de desânimo e negatividade, tornei-me cada vez mais passiva no desempenho do dever, o que não só causou perdas em meu trabalho, mas também interferiu em minha entrada na vida. Perdi muitas oportunidades de ganhar a verdade. Depois de ler essa passagem das palavras de Deus, senti que Ele estava falando comigo face a face. Ele não queria que as pessoas desanimassem depois de cometer uma transgressão; Ele queria que as pessoas pudessem refletir sobre si mesmas e continuar se esforçando em sua busca. Não importa o tempo, não se deve desistir de buscar a verdade. Ao ver como o amor de Deus era real, resolvi buscar a verdade e me livrar dos grilhões do meu estado negativo.

Mais tarde, li algumas das palavras de Deus: “As pessoas acreditam em Deus a fim de serem abençoadas, recompensadas, coroadas. Isso não existe no coração de todos? É fato que existe. Embora as pessoas não falem frequentemente sobre isso e até encubram o seu motivo e o desejo de obter bênçãos, esse desejo e esse motivo, no fundo do coração das pessoas, sempre foi inabalável. Não importa quanta teoria espiritual as pessoas entendam, que experiência ou conhecimento tenham, que dever possam cumprir, quanto sofrimento suportem ou que preço paguem, elas nunca abandonam a motivação de obter bênçãos escondida no fundo do coração e sempre trabalham em silêncio a seu serviço. Não é essa a coisa mais profundamente enterrada dentro do coração das pessoas? Sem essa motivação de receber bênçãos, como vocês se sentiriam? Com que atitude cumpririam seu dever e seguiriam a Deus? O que seria das pessoas se essa motivação de receber bênçãos que está escondida em seu coração fosse eliminada? É possível que muitas pessoas se tornariam negativas, enquanto algumas ficariam desmotivadas em seus deveres. Elas perderiam o interesse em sua crença em Deus, como se sua alma tivesse desaparecido. Seria como se seu coração tivesse sido arrancado. É por isso que digo que a motivação de obter bênçãos é algo oculto no fundo do coração das pessoas(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Seis indicadores de crescimento da vida”). Vi que Deus expõe como todos os crentes em Deus têm seus próprios motivos subjacentes. Tudo é para ganhar bênçãos, e quando envolve as perspectivas e o destino de uma pessoa e ela não consegue ganhar bênçãos, ela acha que crer em Deus não faz sentido, vive em um estado de desânimo e não se esforça de verdade. Essa é a busca equivocada do homem em sua crença em Deus. Refleti sobre mim mesma com base nas palavras de Deus: naquela época, quando eu tinha acabado de aceitar esse estágio da obra de Deus, eu me despendia e me esforçava de todas as formas para ganhar bênçãos. Depois de ser detida, delatei o irmão e sucumbi à transgressão porque tinha medo de passar por dificuldades e ser atormentada até a morte. Eu achei que nunca mais teria outra chance de ser salva, e vivia em um estado de desânimo e me dava o veredicto. Depois que saí da cadeia, minha disposição de aceitar e me submeter em qualquer dever que eu desempenhasse era apenas para expiar meus pecados e ganhar bênçãos, e não era o verdadeiro arrependimento. Certa vez, achei que não poderia ser salva e que não receberia bênçãos, fiquei tão negativa que não tinha disposição para desempenhar meu dever. Vi que estava desempenhando meu dever para ganhar bênçãos, que estava fazendo uma transação com Deus. Eu era exatamente como Paulo. Naquela época, Paulo fez tudo o que pôde para resistir ao Senhor Jesus, capturando e perseguindo os discípulos do Senhor, e, no final, ele foi atingido por uma luz brilhante. Na época, ele apenas admitiu seus pecados, e mais tarde, quando ele pregou o evangelho para o Senhor, foi também por expiação; nenhuma dessas coisas era arrependimento e mudança verdadeiros. Ele não conhecia sua própria essência de resistir a Deus, e quando seu trabalho produzia alguns resultados, ele achava que tinha capital, tanto que fez abertamente uma transação com Deus, dizendo: “a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). Ele ofendeu o caráter de Deus e foi amaldiçoado e punido por Ele. Ponderando sobre as palavras de Deus, eu me odiei ainda mais. Eu tinha feito um mal tão grande e ainda estava fazendo uma transação com Deus; eu não tinha razão nenhuma! Mesmo que eu não tivesse um bom desfecho e uma boa destinação no futuro, isso seria a justiça de Deus. Isso seria causado por minha própria maldade e traição a Deus. As bolhas em meus pés são por causa da senda que caminhei; devo colher o que semeei. Não importa qual seja o meu desfecho, devo assumir minha posição como um ser criado e desempenhar bem o meu dever; essas são a razão e a prática que devo possuir. Eu me apresentei a Deus e orei a Ele: “Deus! Eu cri em Ti para receber bênçãos e recompensas e, ao renunciar e me despender, estava fazendo uma transação Contigo. Não tenho nem um pouco de razão! Se alguém tivesse um cachorro, esse cachorro saberia retribuir ao dono e manter a casa segura. Mas eu… Tu me regaste e me supriste com tantas verdades e demonstraste misericórdia e tolerância para comigo, mas fiz uma transação Contigo. Quando achei que não teria uma boa destinação, não quis mais desempenhar meu dever com diligência. Sou ainda pior do que um cachorro! Deus, estou disposta a me arrepender. Não importa qual seja o meu desfecho no futuro, serei leal no desempenho do dever e não mais crerei em Ti para obter bênçãos”.

Depois disso, li mais algumas das palavras de Deus que me trouxeram um pouco de conhecimento de Seu caráter justo. Deus Todo-Poderoso diz: “A maioria das pessoas transgrediu e se denegriu de certas maneiras. Algumas pessoas, por exemplo, resistiram a Deus e disseram coisas blasfemas; algumas pessoas rejeitaram a comissão de Deus e não cumpriram seu dever, e foram rejeitadas por Deus; algumas pessoas traíram a Deus quando foram confrontadas com tentações; algumas traíram a Deus assinando as ‘Três Cartas’ quando estavam presas; algumas roubaram ofertas; algumas desperdiçaram ofertas; algumas perturbaram a vida de igreja com frequência e causaram dano ao povo escolhido de Deus; algumas formaram panelinhas e trataram os outros rudemente, deixando a igreja em desordem; algumas espalharam noções e morte com frequência, prejudicando os irmãos e irmãs; e algumas se envolveram em fornicação e promiscuidade, e foram uma influência terrível. Basta dizer que todos têm suas transgressões e manchas. No entanto, algumas pessoas são capazes de aceitar a verdade e se arrepender, enquanto outras não conseguem e prefeririam morrer a se arrepender. Portanto, as pessoas deveriam ser tratadas de acordo com sua natureza essência, e seu comportamento habitual. As que conseguem se arrepender são aquelas que realmente acreditam em Deus; porém, quanto aos que realmente não se arrependem, os que deveriam ser removidos e expulsos serão removidos e expulsos. […] Deus trata cada pessoa com base nas situações reais das circunstâncias e do pano de fundo dessa pessoa no momento, bem como com base nas ações e no comportamento dessa pessoa, e sua natureza essência. Deus jamais cometerá injustiça com ninguém. Esse é um lado da justiça de Deus. […] A forma com que Deus trata uma pessoa não é tão simples como as pessoas imaginam. Quando Sua atitude em relação a uma pessoa é de ódio ou repulsa, ou quando se trata do que essa pessoa diz em certo contexto, Ele tem um bom entendimento do estado dela. Isso é porque Deus escrutiniza o coração e a essência do homem. As pessoas sempre pensam: ‘Deus só tem a divindade Dele. Ele é justo e não tolera ofensa da parte do homem. Ele não considera as dificuldades do homem nem Se coloca no lugar das pessoas. Se uma pessoa resistir a Deus, Ele a punirá’. Não é assim que as coisas são. Se é assim que alguém entende Sua justiça, Sua obra e Seu tratamento das pessoas, ele está gravemente equivocado. A determinação que Deus faz do desfecho de cada pessoa não se baseia nas noções e imaginações do homem, mas no caráter justo de Deus. Ele retribuirá a cada pessoa de acordo com o que ela fez. Deus é justo e, mais cedo ou mais tarde, Ele garantirá que todas as pessoas sejam totalmente convencidas(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que Deus tem princípios ao tratar o homem. Ele não determina o desfecho das pessoas com base em um momento de transgressão, mas, sim, no contexto e na natureza das ações das pessoas, e se a pessoa é ou não capaz de aceitar a verdade e se arrepender de verdade; essa é a justiça de Deus. Ponderando sobre isso, de repente vi a luz. Vi que no tratamento de Deus para com o homem não havia apenas julgamento justo, mas também misericórdia. Ele não usava uma abordagem única para tratar todas as pessoas. Pensando em quando traí a Deus porque minha carne era fraca, eu acreditava que, por ter feito algo assim, seria condenada e excluída, e não importava o quanto eu me arrependesse, não havia como ser salva. Agora, parecia que eu não entendia o caráter justo de Deus. Como quando Chen Hua e eu traímos os interesses da casa de Deus e a igreja me deu outra chance de desempenhar meu dever, isso foi baseado principalmente no contexto e na natureza de como eu traí a igreja, medido em relação ao meu comportamento consistente ao desempenhar meu dever. Na época, fui torturada pela polícia por sete dias e sete noites, e meu corpo não aguentou mais. Não percebi o esquema ardiloso de Satanás e, em um momento de fraqueza, traí a Deus. Isso não causou grandes perdas, e, depois disso, fiquei com remorso e me abominei. Isso foi considerado uma transgressão grave, e a casa de Deus me deu a chance de me arrepender. Enquanto isso, depois que Chen Hua foi detida, os policiais haviam feito apenas algumas perguntas, porém ela cedeu ao poder abusivo do grande dragão vermelho e delatou muitos líderes, obreiros e as casas daqueles que guardavam os livros, o que levou muitos irmãos a serem detidos e causou enormes perdas ao trabalho da igreja. A transgressão de Chen Hua não foi um momento de fraqueza; sua essência era a de um Judas. A igreja a removeu com base na natureza de suas ações e nas consequências que elas trouxeram. Isso foi totalmente a justiça de Deus. Ao entender isso, obtive uma visão do caráter justo de Deus, e vi que Seu caráter era belo e bom. No entanto, eu estava me protegendo e duvidando de Deus, e agora sentia ainda mais que estava em dívida com Ele. Resolvi me arrepender e mudar, e se eu fosse detida e perseguida novamente, não importava o quanto minha carne sofresse e mesmo que eu morresse, eu permaneceria firme em meu testemunho de Deus e humilharia Satanás, não mais traindo a Deus.

Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus e aprendi como eu deveria tratar minha transgressão. Deus Todo-Poderoso diz: “E como você pode ser absolvido e perdoado por Deus? Isso depende do seu coração. Se confessar verdadeiramente, reconhecer verdadeiramente seu erro e seu problema, seja uma transgressão que cometeu ou um pecado, você adota uma atitude de confissão verdadeira, sente ódio verdadeiro pelo que fez, e se verdadeiramente der meia-volta, de modo que você nunca mais faça aquela coisa errada, então, um dia, você receberá a absolvição e o perdão de Deus, ou seja, Deus não mais determinará seu fim com base nas coisas ignorantes, tolas e sujas que você fez antes. […] Algumas pessoas perguntam: ‘Quanto devo orar antes de saber que Deus me perdoou?’. Quando não se sentir mais incriminado por essa questão, quando não cair mais na depressão por causa dessa questão, será então que você terá alcançado resultados, e isso mostrará que Deus o absolveu. Quando ninguém, nenhum poder e nenhuma força externa conseguir perturbá-lo, e quando você não estiver sob o domínio de pessoa, evento ou coisa alguma, você terá alcançado resultados. Esse é o primeiro passo que você precisa dar. O segundo passo é que, enquanto suplica constantemente a absolvição de Deus, você deveria buscar ativamente os princípios que deveria seguir ao cumprir seu dever — só ao fazer isso você será capaz de desempenhar bem seu dever. Claro, essa também é uma ação prática, uma expressão e uma atitude práticas que compensam sua transgressão e que provam que você está arrependido e deu meia-volta; isso é algo que você deve fazer. Quão bem você cumpre seu dever, a comissão que Deus lhe dá? Você a aborda com uma atitude depressiva ou com os princípios que Deus exige que você siga? Você oferece sua lealdade? Com base em que Deus deveria absolver você? Você expressou algum arrependimento? O que você está mostrando a Deus? Se deseja receber a absolvição de Deus, primeiro você precisa ser sincero: precisa ter uma atitude de confissão honesta por um lado, e precisa, também, trazer sua sinceridade e desempenhar bem seu dever; do contrário, não há o que falar. Se puder fazer essas duas coisas, se puder comover Deus com sua sinceridade e boa fé e fazer com que Deus o absolva de seus pecados, você será exatamente como as outras pessoas. Deus o considerará da mesma forma que considera as outras pessoas, Ele tratará você da mesma forma que trata as outras pessoas, e Ele o julgará e castigará, testará e refinará exatamente como faz com as outras pessoas — você não será tratado de modo diferente. Dessa maneira, você não só terá a determinação e o desejo de buscar a verdade, como também Deus o iluminará, guiará e proverá, da mesma forma, em sua busca pela verdade. Claro, por ter, agora, um desejo sincero e genuíno e uma atitude honesta, Deus não o tratará diferente de qualquer outra pessoa e, assim como outras pessoas, você terá a chance de alcançar a salvação. Você entende isso, certo? (Sim.)” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (2)”). Ponderando sobre as palavras de Deus, entendi que não importa quais transgressões passadas a pessoa cometeu, o que Deus quer é seu verdadeiro arrependimento e mudança. Se alguém cometer um erro, deve se apresentar diante de Deus e admitir sinceramente seus pecados. Depois, deve se manter em seu dever e desempenhá-lo com lealdade, realizando ações práticas para compensar suas transgressões. É exatamente como Davi, que recebeu um profeta enviado por Deus para falar com ele, porque cometeu adultério ao dormir com a mulher de Urias. Davi sabia que havia cometido um pecado, admitiu-o e demonstrou remorso a Deus. Ele chorou lágrimas suficientes para fazer a cama de seu quarto flutuar, e, quando chegou à velhice, nem sequer tocava na donzela que aquecia seus cobertores. Além disso, junto com o profundo arrependimento, ele também realizou ações práticas para se manter em seu dever, construiu um templo sagrado e levou os israelitas a adorarem a Jeová Deus. A atitude de Davi em relação à sua transgressão não foi de desânimo, mas, sim, de positividade e de seguir em frente. Ele teve arrependimento e mudança verdadeiros. Houve também Pedro, que negou o Senhor três vezes e perdeu seu testemunho. A atitude de Pedro também não foi de desânimo. Em vez disso, ele admitiu sinceramente suas transgressões perante Deus e se arrependeu verdadeiramente. No final, ele foi crucificado de cabeça para baixo por causa do Senhor como um testemunho de seu amor por Deus. Eu tinha de seguir o exemplo de Davi e Pedro, enfrentar minha transgressão com positividade e largar meu estado de desânimo, buscar arrependimento e mudança verdadeiros diante de Deus. Essas são a prática e a atitude que tenho que ter.

Mais tarde, refleti sobre por que traí a Deus quando fui detida naquela época. Foi porque eu estava muito preocupada com a minha carne e valorizava demais a minha vida. Pensei no que o Senhor Jesus disse: “Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de Mim, esse a salvará(Lucas 9:24). Na verdade, se eu vivo ou morro, isso é orquestrado e governado por Deus. Mesmo que eu fosse perseguida pela polícia até a ponto de morrer, contanto que eu pudesse permanecer firme em meu testemunho de Deus, minha morte teria valor e significado. Agora, eu havia traído a Deus e, embora minha carne não estivesse suportando o sofrimento, o que eu suportava era o sofrimento do meu coração. Sempre que eu pensava que havia entregado o irmão e o dinheiro da igreja, isso era tão doloroso quanto se meu coração fosse perfurado por uma faca. Isso se tornou minha mancha permanente, minha dor sem fim. Na verdade, o sofrimento da carne é temporário e passará se você simplesmente suportá-lo, mas um coração sofredor dura para sempre. Preservei minha carne, mas perdi toda a paz e a alegria; eu estava vivendo como um cadáver ambulante. Pensei nos irmãos presos que permaneceram firmes em seu testemunho. Embora sua carne tenha passado por muito sofrimento e alguns tenham sido espancados até a morte pela polícia, eles morreram pela retidão. Essa morte tem valor e significado, e é aprovada e lembrada por Deus. Reconheci que havia outro aspecto que explicava por que traí a igreja, que era o fato de eu não ter percebido o esquema astuto da polícia. Quando os ouvi dizerem que haviam encontrado o dinheiro da igreja, pensei que, como eles já o haviam apreendido, não importava se eu dissesse algo ou não. Se eu falasse, não seria mais torturada. Consequentemente, perdi meu testemunho. Na realidade, independentemente de terem encontrado o dinheiro da igreja, eu deveria ter mantido minha boca fechada. O que Deus queria era minha lealdade e meu testemunho. Depois de descobrir o motivo do meu fracasso, tomei uma decisão: no futuro, se eu fosse detida novamente, não trairia os interesses da igreja, mesmo que isso significasse a morte. Pensando nos últimos anos, eu sempre evitei esse problema. Eu não estava disposta a encarar a realidade e resolver meu problema. Embora eu me odiasse, nunca havia me conhecido de verdade. Eu ainda não tinha saído do meu desânimo. Sob a orientação das palavras de Deus, finalmente eliminei o distanciamento e os mal-entendidos entre Deus e eu. Agora, Deus havia me agraciado com a tarefa de regar os recém-convertidos, e tenho de realizar meu trabalho de rega de acordo com os princípios, guiar meus irmãos para que entendam a verdade, criar raízes no verdadeiro caminho e preparar boas ações. Agora, eu poderia tratar minha transgressão corretamente, e não mais entendia mal ou ficava na defensiva contra Deus. Também me abri e comuniquei essa experiência de fracasso com os irmãos, testificando o caráter justo de Deus. Quando nos reuníamos em pequenos grupos, eu participava ativamente da comunhão, e quando encontrava problemas e dificuldades em meu dever, eu podia conscientemente buscar a verdade e refletir sobre mim mesma. Praticando por um período, eu claramente mudei meu estado, e Deus estava me guiando no desempenho do meu dever. Ao ver que Deus não tinha me abandonado por causa da minha transgressão e ainda estava me guiando e orientando, isso me fez perceber que a transgressão não era a coisa mais terrível que podia acontecer. Desde que a pessoa se arrependa sinceramente e consiga praticar a verdade de acordo com os princípios, ela poderá obter a misericórdia e a orientação de Deus. Assim como Deus diz: “A misericórdia e a tolerância de Deus não são raras — o verdadeiro arrependimento do homem é(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único II”). O fato de eu ser capaz de ter esse conhecimento e essas experiências pessoais se deve à orientação de Deus! Glória a Deus!

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