Quando tive uma súbita doença nos olhos
No início de 2002, aceitei a obra de Deus dos últimos dias. Em pouco tempo, comecei a espalhar o evangelho e a regar os novos crentes, cheia de fé em Deus e desempenhando regularmente meus deveres dia após dia. Fazendo chuva ou sol, vento ou neve, nada me impedia de desempenhar meus deveres. Lembro-me de uma vez em que eu estava espalhando o evangelho, o receptor potencial do evangelho não só me rejeitou, como me apontou o dedo, me repreendeu e ameaçou chamar a polícia. Na hora, me senti profundamente humilhada e negativa, mas depois pensei comigo: “Se eu puder suportar o ridículo e os insultos ao espalhar o evangelho, certamente Deus me abençoará”. Pensando assim, me senti melhor e continuei com meus deveres. Os anos se passaram, e, durante esse tempo desempenhando deveres, embora minha carne e minha autoestima sofressem, eu desfrutei de muitas bênçãos e da graça de Deus. Durante esses anos de crença em Deus, minha família experimentou paz e foi poupada de desastres ou dificuldades. Eu pensava comigo: “Certeza que a minha fé em Deus é sincera”. Mas justo quando eu estava contente, algo inesperado aconteceu.
Era junho de 2008, e meus olhos de repente começaram a ficar embaçados, como se cobertos por algo. Pensei que podia ser só uma irritação nos olhos, por isso não dei muita atenção, continuei desempenhando deveres, como sempre. Eu acreditava que, por eu crer em Deus, Ele me protegeria, e, mesmo que adoecesse, eu não deveria parar de desempenhar meus deveres. Talvez meus olhos melhorassem por conta própria. Mas, inesperadamente, minha condição piorou, em vez de melhorar. Minha visão ficou cada vez mais embaçada, e olhar para longe fazia com que meus olhos perdessem o foco e me deixava tonta. A essa altura, comecei a ficar com medo. Se eu não procurasse tratamento logo, e se eu perdesse o melhor momento para me tratar e acabasse ficando cega? Corri para o hospital do condado para fazer um exame. O médico disse que não havia um problema grave e que bastava aplicar umas injeções. Fiquei aliviada com isso. Mas depois de tomar injeções por uns dias, sem melhora, minhas preocupações voltaram: e se eu ficasse cega? No entanto, pensei de novo: “Ao longo dos anos acreditando em Deus, tenho espalhado o evangelho e regado novos crentes. Deus certamente me protegerá, considerando que renunciei às coisas e me despendi. Não vou ficar cega; não deveria me assustar. Além disso, com a tecnologia médica avançada de hoje, certeza que essa minha doença tem cura”.
Mais tarde, meu marido me levou ao hospital da cidade para ver um oftalmologista e fazer uma tomografia dos olhos. O médico me diagnosticou com edema de retina. Inicialmente, alguns dias de fluidoterapia mostraram uma leve melhora, mas não durou muito. Em vez disso, minha condição piorou com mais fluidoterapia, e como o médico prescreveu medicação hormonal, todo o meu corpo começou a inchar. Minha visão se deteriorou e ficou tão embaçada que eu mal conseguia reconhecer as pessoas. Fui ao hospital da cidade cinco vezes, e a cada vez a condição dos meus olhos piorava. O médico se sentia impotente, e me disse, com muita seriedade: “Essa doença nos olhos é difícil de curar. Pode ocorrer várias vezes ao ano, e recorrências frequentes podem levar à cegueira nos dois olhos. Além disso, você pode perder todo o cabelo e ficar surda. Sem contar que o uso prolongado de medicamentos hormonais pode enfraquecer os ossos. Se você cair, pode ter fraturas nos ossos do corpo todo”. As palavras do médico me atingiram sem aviso. Eu me senti fraca por inteiro, e mal podia acreditar que o que o médico havia dito era verdade. Perguntei novamente ao médico e, de fato, era verdade. Nesse momento, todo o meu corpo começou a tremer sem controle. Era isso mesmo! A doença era incurável! Quando voltei para casa, estava muito deprimida e inquieta. Comecei a pensar que Deus não estava me protegendo, e não quis orar a Deus. Meus olhos foram se embaçando mais, dificultando ver com clareza. Certa vez, uma prima veio me visitar. Se ela não falasse, eu não saberia quem ela era; eu só via uma sombra escura na minha frente. Pensei comigo: “Ainda sou tão jovem. Se eu realmente ficar cega, não serei inútil? Como viverei minha vida de agora em diante?”. Aos poucos, fui me retraindo, me trancava em casa e evitava as pessoas. Chorava sempre, e cada dia parecia uma eternidade. Meu marido, ocupado com o trabalho no campo e em casa, começou a ficar impaciente. Ele me disse várias vezes: “Você não consegue ver nem trabalhar. Para que você serve? Talvez seja melhor eu abandonar você!”. Isso me deixou ainda mais angustiada e amargurada. Em meio à dor e à impotência, orei a Deus: “Deus, por que contraí essa doença? Agora que não posso ver, como posso continuar a acreditar em Ti e a desempenhar meus deveres? Se eu ficar cega mesmo, não poderei cuidar de mim mesma, muito menos trabalhar. Se eu depender do meu marido para tudo, com certeza ele me dará um gelo. Sempre tive autoestima elevada e nunca quis que os outros me menosprezassem. Como vou viver de agora em diante? Deus, mesmo que meus braços ou pernas fiquem inúteis, é melhor do que não poder enxergar! Deus, estou sofrendo tanto. Por favor, remove essa doença. Se eu me recuperar, desempenharei qualquer dever que Tu me pedires”. Por fim, depois de orar a Deus por um tempo, sem melhora, perdi a fé e parei de orar. Eu acreditava que, como Deus não me protegeria nem me salvaria, e meu marido não me queria, qual era o sentido de viver? Comecei a pensar na morte. Mas então pensei: “Se eu morrer, o que acontecerá com meu filho pequeno?”. Mais tarde, ouvi falar de outro hospital que era famoso por tratar doenças dos olhos, então meu marido e eu logo fomos para lá. Ficamos no hospital por mais de dez dias para o tratamento, mas, no fim das contas, não houve cura. Seis meses depois, já havíamos gastado todas as nossas economias. A condição dos meus olhos não melhorou; na verdade, piorou. Perdi completamente a esperança de curar a doença.
Justo quando eu estava sofrendo, desesperada, encontrei uma irmã por acaso. Ela me lembrou de uma coisa: “Você não pode ficar vivendo dentro da doença. Você precisa buscar a intenção de Deus, refletir sobre si mesma e aprender lições com essa doença”. Com essa frase, ela me despertou, e eu pensei: “Realmente. Desde que fiquei doente, não tenho refletido sobre mim mesma, e Deus não tem lugar no meu coração. Tenho me concentrado apenas em procurar médicos, pensando que somente os médicos e a tecnologia médica avançada podem curar meus olhos. Como pude me esquecer de Deus?”. Mas eu queria ler as palavras de Deus e, por mais que forçasse os olhos, eu não conseguia ver, o que me deixava ansiosa. Tive que orar a Deus e pedir que Ele me guiasse. Mais tarde, lembrei-me destas palavras de Deus: “Quando ocorre uma doença, isso se deve ao amor de Deus, e certamente Sua benevolência está abrigada nela. Embora seu corpo possa passar por um pouco de sofrimento, não se entregue a nenhuma ideia de Satanás. Louve a Deus em meio à enfermidade e desfrute de Deus em meio ao seu louvor. Não desanime diante da enfermidade, continue buscando de novo e de novo e nunca desista, e Deus o iluminará e esclarecerá. Como era a fé de Jó? Deus Todo-Poderoso é um médico onipotente! Permanecer em enfermidade é estar doente, mas permanecer no espírito é estar bem. Enquanto você ainda tiver um sopro de vida, Deus não o deixará morrer” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 6”). Sim, Deus Todo-Poderoso é um médico onipotente. Nesse tempo, eu vivia dentro da doença, e perdi a fé em Deus. Não busquei a intenção de Deus nessa doença, não refleti sobre mim mesma, nem tirei lições da efermidade. Eu estava entorpecida mesmo! A doença estava nas mãos de Deus, e eu não podia perder a fé Nele. Embora ainda não entendesse a intenção de Deus, eu estava disposta a orar mais a Deus e pedir que Ele me esclarecesse e guiasse para eu refletir e me conhecer por completo. Durante esse período, eu só podia ouvir algumas leituras das palavras de Deus. Às vezes, quando eu ouvia algumas das palavras de Deus sobre como orar a Ele na doença, eu praticava a oração segundo a senda de prática nas palavras de Deus. Eu orava: “Deus, minhas orações anteriores careciam de razão. Cheguei a pedir que me deixasses perder o uso dos braços ou das pernas em vez de perder a visão. Também pedi que Tu me livrasses dessa doença e prometi desempenhar qualquer dever se eu me recuperasse. Deus, minhas orações anteriores foram realmente absurdas!”.
Mais tarde, ouvi uma passagem das palavras de Deus: “Considere as orações de Jesus. No Jardim do Getsêmani, Ele orou: ‘Se é possível […]’. Isto é, ‘Se isso puder ser feito’. Isso foi dito como parte de uma discussão. Ele não disse: ‘Eu Te imploro’. Com coração submisso e em estado subserviente, Ele orou: ‘Se é possível, passa de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu desejo, mas como Tu desejas’. Ele continuou orando assim na segunda vez, e na terceira vez Ele orou: ‘Seja feita Tua vontade’. Tendo compreendido o desejo de Deus Pai, Ele disse: ‘Seja feita Tua vontade’. Ele foi capaz de Se submeter completamente, sem nenhuma escolha pessoal. […] Entretanto, as pessoas simplesmente não oram assim. Em suas orações, elas sempre dizem: ‘Deus, peço que Tu faças isto e aquilo, e peço que me guies nisto e naquilo, e peço que prepares condições para mim…’. Talvez Deus não prepare condições apropriadas para você, e o faça sofrer essa adversidade e ensine uma lição a você. Se você sempre orar deste jeito — ‘Deus, peço que faças preparativos para mim e me dês força’ —, isso é extremamente insensato! Quando orar a Deus, você deve ser sensato, e deveria orar a Ele com um coração submisso. Não tente determinar o que você fará. Se você tentar determinar o que fazer antes de orar, isso não é submissão a Deus. Na oração, seu coração precisa ser submisso, e você precisa, primeiro, buscar em Deus. Desse jeito, seu coração se iluminará naturalmente durante a oração, e você saberá o que é apropriado fazer. Passar de seu plano antes da oração para a mudança produzida em seu coração após a oração é o resultado da obra do Espírito Santo. Se você já tomou sua decisão e determinou o que fazer, e então você ora para pedir permissão a Deus ou pedir que Deus faça o que você quer, esse tipo de oração é insensato. Muitas vezes, as orações das pessoas não são respondidas por Deus justamente porque elas já decidiram o que fazer e só pedem a permissão de Deus. Deus diz: ‘Já que você decidiu o que fazer, por que Me pergunta?’. Esse tipo de oração se parece um pouco com enganar a Deus, e, assim, suas orações murcham” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O significado da oração e sua prática”). Com as palavras de Deus, percebi que as minhas orações para Deus focavam apenas pedir que Ele removesse a doença. Eu carecia de razão! Como eu, um mero ser criado, poderia estar qualificada para exigir que Deus me curasse? Eu até quis que Deus atendesse meus interesses pessoais segundo a minha vontade. Eu não tinha um coração temente a Deus! Então pensei na oração do Senhor Jesus. Ele sabia que ser pregado na cruz seria extremamente doloroso, no entanto Sua oração não foi uma tentativa de fazer exigências a Deus. Ele estava disposto a Se submeter à vontade do Pai, mesmo que isso significasse sofrer. Eu devia buscar a intenção de Deus e me submeter a Ele na doença. Então, orei a Deus: “Deus, estou disposta a orar com um coração submisso e buscar Tua intenção. Essa doença não aconteceu por acaso, mas ainda não entendo Tua intenção. Não sei que lições devo aprender com essa doença. Deus, por favor, me esclarece e me guia”. Então, continuei a orar a Deus assim por um tempo, e, inesperadamente, meus olhos começaram a melhorar aos poucos. Quando revisitei as palavras de Deus, pude ver as coisas com mais clareza.
Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus e obtive um entendimento melhor do estado em que eu estava. Deus diz: “Para todas as pessoas, o refinamento é excruciante e muito difícil de aceitar — mas é durante o refinamento que Deus deixa claro Seu caráter justo para o homem, torna públicas Suas exigências para o homem e oferece mais esclarecimento e mais poda reais; por meio da comparação entre os fatos e a verdade, Ele proporciona ao homem um conhecimento maior de si mesmo e da verdade, e proporciona ao homem um entendimento maior das intenções de Deus, permitindo, assim, que o homem tenha um amor a Deus mais verdadeiro e mais puro. Tais são os objetivos de Deus ao executar o refinamento. Toda a obra que Deus faz no homem tem seus objetivos e significados próprios; Deus não faz uma obra sem sentido nem uma obra que não beneficie o homem. O refinamento não significa remover pessoas da frente de Deus e não significa destruí-las no inferno. Antes, significa mudar o caráter do homem durante o refinamento, mudar suas intenções, seus pontos de vista antigos, mudar seu amor a Deus e mudar sua vida inteira. O refinamento é um verdadeiro teste para o homem e uma forma de treinamento real, e é só durante o refinamento que seu amor pode servir à sua função inerente” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Só ao experimentar o refinamento o homem pode possuir o amor verdadeiro”). Pelas palavras de Deus, entendi que Deus usou essa doença para revelar os motivos e as impurezas em relação à minha fé Nele, principalmente para me purificar e me transformar. Essa era a intenção de Deus. Durante esses anos de fé em Deus, sempre pensei que, desde que suportasse sofrimento e pagasse o preço, Deus Se lembraria de mim, e eu receberia Suas bênçãos. Eu até acreditava que a nossa vida tranquila em família, sem desastres nem dificuldades ao longo dos anos, certamente se devia à minha boa fé, que merecia a proteção de Deus. Então, de repente, eu não conseguia mais enxergar com clareza, e orei a Deus pedindo a cura. Quando Deus não agiu de acordo com a minha exigência, perdi a fé Nele e comecei a confiar nos médicos, acreditando que a tecnologia médica avançada podia curar meus olhos. Mas quando até os médicos se mostraram impotentes, caí em desespero e pensei na morte. Durante esse tempo, nunca busquei a intenção de Deus, muito menos refleti sobre mim mesma. Agora eu via que, quando achava que estava acreditando em Deus e desempenhando meu dever, meus motivos estavam adulterados. Eu estava usando Deus, enganando-O e tentando fazer acordos com Ele! Graças a Deus! Se não fosse pela revelação por meio dessa doença, eu não teria reconhecido essas coisas sobre mim mesma.
Mais tarde, li mais algumas passagens das palavras de Deus e obtive uma compreensão mais clara dos meus problemas. Deus Todo-Poderoso diz: “O que você busca é ser capaz de ter paz depois de crer em Deus, que suas crianças estejam livres de doenças, que seu marido tenha um bom emprego, que seu filho encontre uma boa esposa, que sua filha encontre um marido decente, que seus bois e cavalos arem bem o solo, que tenha um ano de clima bom para suas colheitas. É isso que você busca. Sua busca visa tão somente viver com conforto, que nenhum acidente sobrevenha a sua família, que os ventos passem ao largo, que sua face não seja tocada pela areia, que as colheitas de sua família não sejam inundadas, que você não seja atingido por nenhum desastre, em suma, você busca viver no abraço de Deus, viver em um ninho aconchegante. Um covarde como você que sempre busca a carne — você tem um coração, tem um espírito? Você não é uma besta? Eu lhe dou o caminho verdadeiro sem pedir nada em troca, mas você não busca. Você é mesmo alguém que crê em Deus? Eu lhe concedo vida humana real, mas você não busca. Você não é nada diferente de um porco ou de um cão? Porcos não buscam a vida do homem, não buscam ser purificados e não entendem o que é vida. Todo dia, depois de comer sua porção, eles simplesmente dormem. Dei a você o caminho verdadeiro, mas você não o ganhou: você está de mãos vazias. Você está disposto a continuar nessa vida, na vida de um porco? Qual é o significado de tais pessoas estarem vivas? Sua vida é desprezível e ignóbil, você vive no meio da imundície e licenciosidade e não busca nenhum objetivo; acaso sua vida não é a mais ignóbil de todas? Você se atreveria a levantar os olhos para Deus? Se você continuar a experimentar desse modo, o que adquirirá além de nada? O caminho verdadeiro foi dado a você, mas ganhá-lo ou não depende, em última análise, da sua busca pessoal” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). “Todos os humanos corruptos vivem para si mesmos. Cada um por si e o demônio pega quem fica por último — esse é o resumo da natureza do homem. As pessoas creem em Deus em prol de si mesmas; quando renunciam a coisas e se despendem para Deus, elas fazem isso a fim de serem abençoadas, e quando são leais a Ele, fazem isso a fim de serem recompensadas. Em suma, tudo é feito com o propósito de ser abençoado, recompensado e entrar no reino dos céus. Na sociedade, as pessoas trabalham por seu próprio benefício, e na casa de Deus, elas desempenham um dever a fim de serem abençoadas. É para ganhar bênçãos que as pessoas se desfazem de tudo e conseguem suportar muito sofrimento: não há melhor evidência da natureza satânica do homem” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Tudo o que Deus revela é factual. Minha fé em Deus era meramente buscar paz e segurança para a minha família, acreditando que era isso que significava acreditar em Deus. Eu vivia segundo os venenos satânicos de “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “nunca mexa um dedo sem recompensa”. Portanto, eu acreditava em Deus apenas para buscar bênçãos e paz para mim, e desempenhava meus deveres, renunciava às coisas e me despendia para ganhar recompensas no reino celestial, fazendo tudo em benefício próprio. Quando acreditava em Deus e via Suas bênçãos e a paz da minha família, eu era capaz de renunciar às coisas e me despender por Deus, pensando que eu era leal a Deus e acreditava genuinamente Nele, alguém que amava a verdade. No entanto, quando adoeci e minhas orações por cura não foram atendidas, eu me distanciei de Deus e parei de orar ou de confiar Nele. Embora eu não pudesse enxergar nada, ainda podia ouvir as leituras das palavras de Deus. Mas, mesmo quando estava imersa em ociosidade, eu não queria ouvir as palavras de Deus. Meu coração estava completamente fechado para Deus, e eu não queria me aproximar Dele. Que diferença havia entre a minha fé em Deus e a daqueles religiosos que buscam apenas encher o estômago? Eles acreditam em Deus apenas para buscar benefícios materiais e paz, desejando clima bom e saúde para a família durante o ano todo. Quando não conseguem o que querem, e às vezes se deparam com um desastre, eles se distanciam de Deus e O traem. Percebi que eu era igual a eles, egoísta e vil, sem qualquer consciência ou razão! Deus havia expressado tanta verdade, mas eu não a busquei, nem busquei a purificação ou a transformação. Então, que diferença havia entre mim e animais como porcos e cachorros?
Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus e ganhei algum entendimento do que é a verdadeira fé em Deus e do significado de acreditar em Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “‘Crença em Deus’ significa acreditar que há um Deus; esse é o conceito mais simples no que diz respeito a crer em Deus. Mais ainda, acreditar que há um Deus não é o mesmo que crer verdadeiramente em Deus; antes, é um tipo de fé simples com fortes sobretons religiosos. A fé verdadeira em Deus significa o seguinte: com base na crença de que Deus é soberano sobre todas as coisas, a pessoa experimenta Suas palavras e Sua obra, expurga seu caráter corrupto, satisfaz as intenções de Deus e vem a conhecer Deus. Somente uma jornada desse tipo pode ser chamada de ‘fé em Deus’. No entanto, as pessoas frequentemente veem a crença em Deus como uma questão simples e frívola. As pessoas que acreditam em Deus dessa maneira perderam o significado de acreditar em Deus e, embora possam continuar acreditando até o fim, elas jamais ganharão a aprovação de Deus, porque trilham a senda errada. Ainda existem hoje aquelas que creem em Deus de acordo com as palavras e em doutrina vazia. Elas não sabem que lhes falta a essência da crença em Deus e não podem receber a aprovação de Deus. Ainda assim, elas oram a Deus pedindo as bênçãos da segurança e da graça suficiente. Vamos parar, aquietar nosso coração e perguntar a nós mesmos: será que acreditar em Deus é realmente a coisa mais fácil do mundo? Será que acreditar em Deus não significa nada mais que receber muita graça de Deus? As pessoas que creem em Deus sem O conhecer ou que acreditam em Deus e ainda assim se opõem a Ele são realmente capazes de satisfazer as intenções de Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prefácio”). Ao ler as palavras de Deus, entendi o que realmente significa acreditar em Deus. Percebi que, durante todos esses anos, eu estava acreditando em Deus vagamente, com noções, pensando que acreditar em Deus era apenas para ganhar cem vezes mais nesta vida e a vida eterna na próxima. Meu ponto de vista sobre a crença em Deus era errôneo, e eu tinha seguido a senda errada. Assim, não importaria por quanto tempo eu acreditasse em Deus, eu não viria a conhecê-Lo. Alguém que realmente acredita em Deus experimenta as palavras de Deus e Sua obra, passa a conhecer a Deus, livra-se dos caracteres corruptos e se torna compatível com Ele, tudo com base no reconhecimento de que Deus é Soberano sobre todas as coisas. Refleti sobre a fé de Pedro durante a Era da Graça: a senda de sua busca estava alinhada com a intenção de Deus. Ele enfatizava a busca da verdade e procurava captar as intenções de Deus até nos menores detalhes da vida cotidiana. Além disso, Pedro se colocava na posição de um ser criado e desempenhava seus deveres. Ele buscou o amor a Deus e a submissão a Ele, e, por fim, foi crucificado de cabeça para baixo por Deus e deu um testemunho belo e retumbante. Comparada a Pedro, eu estava realmente envergonhada e constrangida. Orei a Deus, em arrependimento: “Deus, estou disposta a me arrepender diante de Ti. Durante o tempo que me resta, quero buscar sinceramente a verdade, buscar Tuas intenções ao desempenhar meus deveres, refletir sobre mim mesma, e me concentrar na entrada na vida”. Foi por causa da doença nos olhos que refleti e vim a conhecer meus pontos de vista e a senda que eu seguia em minha fé em Deus. Conforme aprendi umas lições, meus olhos foram se curando aos poucos.
Mais de dez anos se passaram, e a doença nos olhos não voltou a aparecer. Embora eu quase tenha perdido a visão e sofrido com doenças, depois de passar por isso, experimentei as boas intenções de Deus e vi claramente a verdade de como eu havia sido corrompida por Satanás. Também ganhei um conhecimento prático do método de operar de Deus e das intenções cuidadosas ao salvar as pessoas. Isso é algo que eu nunca poderia ganhar num ambiente confortável. Graças a Deus por Sua salvação!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.