Depois que meu filho adoeceu
Deus Todo-Poderoso diz: “Sua razão é muito pobre — elas fazem tantas demandas a Deus, de forma tão exagerada, que não têm a menor razão. As pessoas estão sempre exigindo que Deus faça isso ou aquilo e são incapazes de se submeter completamente a Ele ou adorá-Lo. Em vez disso, fazem exigências irracionais de acordo com suas próprias preferências […]. A razão humana é tão precária, não é? As pessoas não só são incapazes de se submeter completamente às orquestrações e arranjos de Deus ou de aceitar tudo o que vem de Deus; ao contrário, elas impõem exigências adicionais a Deus. Como pessoas com tais exigências podem ser leais a Deus? Como podem se submeter aos arranjos de Deus? Como podem amar a Deus? Todas as pessoas têm exigências em relação a como Deus deve amá-las, tolerá-las, guardá-las, protegê-las e cuidar delas, mas nenhuma delas tem qualquer exigência de como elas próprias devem amar a Deus, pensar em Deus, ser atenciosas para com Deus, satisfazer Deus, ter Deus em seus corações e adorar a Deus” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Antes, quando lia essa passagem das palavras de Deus, eu não a comparava comigo mesmo. Eu achava que Deus estava falando sobre os crentes que só buscam pão para saciar a fome, que somente pessoas assim persistiam em fazer exigências a Deus e requisitar Dele graça e bênçãos. Quanto a mim, eu havia comido e bebido muitas das palavras de Deus; sabia que era um ser criado e que devia ocupar essa posição, e sabia que, tanto se Deus me abençoasse ou não, e se Ele criasse circunstâncias favoráveis ou adversas, eu deveria me submeter às Suas orquestrações e arranjos. Com esse tipo de entendimento e aspiração, eu achava que era capaz de me submeter a Deus e que não exigia nada Dele. Dessa vez, foi a doença do meu filho que finalmente me fez ter clareza da minha verdadeira estatura e do fato da minha corrupção.
Em setembro de 2015, meu filho voltou da casa da avó, e ela disse que ele tinha engordado. Percebi que as pálpebras do meu filho estavam um pouco inchadas; algo nelas simplesmente não parecia certo. Pedi a ele que tirasse a camisa e a calça para que eu pudesse examiná-lo, e vi que as pernas dele estavam bem inchadas e parecia que brilhavam. Quando pressionei a perna, ela afundou no local, e não se recuperou imediatamente, como aconteceria com uma pessoa normal. De repente, lembrei-me de algo que os idosos costumavam dizer: “Os meninos temem as pernas inchadas, enquanto as meninas temem a cabeça inchada”. Isso significa que, se as pernas de um menino estiverem inchadas, ele deve ter uma doença muito grave. Tive uma sensação ruim no coração; meu filho só podia estar com uma doença grave. No dia seguinte, levamos nosso filho ao hospital de nefrologia da província. O médico disse que ele podia ter síndrome nefrótica. Com esse tipo de doença, os níveis de albumina no corpo ficam gravemente baixos, e os níveis de creatinina ficam altos demais. O paciente fica cada vez mais fraco, e, se piorar, o quadro evolui para uremia. Lembrei-me de que, na medicina chinesa, diz-se que o rim é a base congênita de uma pessoa. Se algo dá errado com o rim, isso tem uma influência direta na saúde da criança. Se essa doença não pudesse ser curada, meu filho não poderia ir à escola como as crianças normais, e casar também seria um problema para ele. Pensando nisso, fiquei muito preocupado e pensei: “Meu filho tem apenas 14 anos; ele tem um longo caminho pela frente. Será que vai ser sempre atormentado pela doença? Como uma criança da idade dele pode suportar isso? Não posso deixar meu filho ficar doente desse jeito; mesmo que tenhamos de vender nossa casa e nosso terreno, preciso garantir que ele seja curado”. Esperei ansiosamente no hospital pelos resultados do diagnóstico do meu filho. Em meu coração, eu orava a Deus sem parar. Enquanto orava, lembrei que, no dia anterior, era para eu organizar uma reunião em casa. Eu não estava atrasando meu dever? Senti uma grande autocensura, pensei que não podia deixar que o tratamento da doença do meu filho atrapalhasse a realização de reuniões. Minha esposa estava no hospital para cuidar do meu filho, então fui para casa primeiro e organizei as reuniões, trabalhando ao mesmo tempo.
Mais tarde, meu filho foi diagnosticado com síndrome nefrótica. Quando recebi a notícia, foi uma surpresa daquelas. Isso era o que eu mais temia, e agora havia se confirmado. Dali em diante, meu filho não poderia frequentar a escola normalmente e só poderia ficar no hospital. Como é que um garoto como ele poderia suportar isso? Ao refletir sobre isso, não consegui conter as lágrimas. Nessa época, meu coração ficou muito pesado, e eu não conseguia deixar de pensar comigo mesmo: “Desde que aceitei a obra de Deus, não fiz nenhum apelo a Deus com relação a questões carnais. Seria ótimo se, desta vez, Deus pudesse me fazer o favor de permitir que meu filho se recupere totalmente”. Eu queria muito orar a Deus e pedir que Ele se livrasse da doença do meu filho, mas sabia que a obra de Deus dos últimos dias era a obra de julgamento e castigo, provação e refinamento; ela era feita para limpar o caráter corrupto da humanidade. Fazer um pedido desse a Deus não estava alinhado com Sua intenção. Mas assim que pensava na doença do meu filho, eu ainda tinha esperança de que Deus lhe concederia favores por causa da minha “submissão”. Se isso acontecesse, meu filho não teria de suportar esse tipo de dor. Continuei esperando por um tempo, mas a condição do meu filho não melhorou. Embora, por fora, eu não tivesse atrasado meu dever, meu coração estava muito pesado. Para superar minha dor, tudo o que eu podia fazer era orar a Deus, buscá-Lo e comer e beber Suas palavras. Deus Todo-Poderoso diz: “O que você busca é ser capaz de ter paz depois de crer em Deus, que suas crianças estejam livres de doenças, que seu marido tenha um bom emprego, que seu filho encontre uma boa esposa, que sua filha encontre um marido decente, que seus bois e cavalos arem bem o solo, que tenha um ano de clima bom para suas colheitas. É isso que você busca. Sua busca visa tão somente viver com conforto, que nenhum acidente sobrevenha a sua família, que os ventos passem ao largo, que sua face não seja tocada pela areia, que as colheitas de sua família não sejam inundadas, que você não seja atingido por nenhum desastre, em suma, você busca viver no abraço de Deus, viver em um ninho aconchegante. Um covarde como você que sempre busca a carne — você tem um coração, tem um espírito? Você não é uma besta? Eu lhe dou o caminho verdadeiro sem pedir nada em troca, mas você não busca. Você é mesmo alguém que crê em Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). Ler as palavras de Deus fincou profundamente o meu coração. Deus acertou em cheio, expondo meu ponto de vista de buscar bênçãos na minha crença em Deus. Após a confirmação de que o meu filho tinha síndrome nefrótica, por fora, fiz o melhor que pude para não fazer exigências a Deus enquanto orava, mas, por dentro, eu esperava que Ele tivesse misericórdia de mim por causa da minha “submissão” e livrasse meu filho da doença. Como Deus não satisfez minhas exigências, senti dor no coração, e não busquei as lições que deveria aprender a partir de um acontecimento desses. Qual era a diferença entre mim e as pessoas da religião? O que eu procurava na minha crença ainda era buscar pão para saciar a fome, o que não estava alinhado com a intenção de Deus. Ao refletir sobre isso, senti uma vergonha profunda e me odiei por não buscar a verdade e por fazer essas exigências a Deus. Eu realmente não tinha razão alguma. Orei a Deus em meu coração: “Oh, Deus! Estou disposto a confiar a doença do meu filho a Ti e a submeter-me às Tuas orquestrações e arranjos. Por favor, dá-me um senso de fardo e dá-me fé para que eu possa desempenhar bem o dever e satisfazer-Te”. Depois de orar, meu coração ficou um pouco mais calmo e tranquilo.
Em março de 2016, assumi deveres de liderança de igreja. Vários meses depois, meu filho teve outra recaída. Havia um pouco de urina que ele não conseguia eliminar, o que causava edema em todo o corpo. Ao ver isso, fiquei totalmente arrasado. Um bom garoto como ele, de alguma forma, havia acabado nessa condição. Com todas essas recaídas, quando ele conseguiria melhorar? Pensei comigo: “Talvez seja porque eu não estou desempenhando meu dever bem o suficiente. Se eu despender um pouco mais de esforço, é possível que a condição dele melhore um pouco?”. Por isso dediquei mais energia no desempenho do dever. Para minha surpresa, meu filho começou a melhorar pouco a pouco. Fiquei extremamente grato a Deus e desempenhei meu dever com mais diligência ainda, produzindo alguns resultados em várias tarefas. O tempo passou, e no outono de 2016, a condição do meu filho piorou inesperadamente. Ele estava eliminando cada vez menos urina a cada dia, e quase todo o líquido estava se acumulando em seu corpo. Ele ficou gravemente inchado a ponto de seu rosto mudar de forma e seus olhos se tornarem fendas estreitas; ele ficou irreconhecível. Suas pernas pareciam pernas de elefante, sua pele brilhava intensamente, e ele mal conseguia sair da cama. Quando estávamos fora, desempenhando os deveres, ele só conseguia passar o tempo jogando no celular. Quando estávamos prestes a levá-lo ao hospital, ele dizia com maturidade: “Minha doença não vai melhorar; não vale a pena ir. Vão fazer o que vocês têm que fazer”. Eu queria poder sofrer toda aquela dor no lugar dele, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Antes que eu percebesse, estava reclamando com Deus, pensando: “Oh, Deus! Não sou Jó nem Pedro; minha estatura não é tão grande. Além disso, durante todo esse tempo, nunca deixei de desempenhar meu dever. Por que meu filho não está melhorando? Mesmo que sua doença não melhore imediatamente, eu me contentaria se ela não piorasse cada vez mais”. Ao refletir sobre isso, percebi que estava reclamando que Deus era injusto. Senti-me muito angustiado, e corri orar a Deus: “Oh, Deus! Sei que não deveria me queixar a Ti dessa maneira, mas realmente não consigo superar isso, e não sei quais lições deveria aprender. Por favor, guia-me nessa questão”.
Depois de orar, li uma passagem das palavras de Deus: “A justiça não é, de modo algum, imparcialidade nem razoabilidade; não é igualitarismo nem uma questão de lhe destinar o que você merece de acordo com o tanto de trabalho que completou, nem de pagá-lo por um trabalho qualquer que você tenha feito, nem de lhe dar o que lhe é devido de acordo com o tanto de esforço que você despendeu. Isso não é justiça, é meramente ser imparcial e razoável. Pouquíssimas pessoas são capazes de conhecer o caráter justo de Deus. Suponha que Deus tivesse eliminado Jó após este ter dado testemunho Dele: isso seria justo? De fato, seria. Por que isso é chamado de justiça? Qual é a opinião das pessoas sobre justiça? Se algo está alinhado às noções das pessoas, é muito fácil para elas dizer que Deus é justo; no entanto, se não acharem que esse algo está alinhado a suas noções — se for algo que elas são incapazes de entender —, seria difícil para elas dizer que Deus é justo. Se Deus tivesse destruído Jó naquele tempo, as pessoas não teriam dito que Ele é justo. De fato, entretanto, tendo as pessoas sido corrompidas ou não e tendo sido profundamente corrompidas ou não, Deus tem de justificar-Se quando as destrói? Deveria Ele explicar às pessoas com que base Ele o faz? Deus deve informar às pessoas as regras que Ele ordenou? Não há necessidade. Aos olhos de Deus, alguém que é corrupto, propenso a se opor a Deus, não tem nenhum valor; qualquer maneira de Deus lidar com ele será apropriada, e tudo isso são os arranjos de Deus. […] A essência de Deus é justiça. Apesar de não ser fácil compreender o que Ele faz, tudo que faz é justo; as pessoas simplesmente não entendem. Quando Deus entregou Pedro a Satanás, como Pedro respondeu? ‘A humanidade é incapaz de sondar o que fazes, mas tudo que fazes contém a Tua boa vontade; há justiça em tudo isso. Como posso não expressar louvor por Tua sabedoria e Teus feitos?’ Agora você deveria ver que a razão pela qual Deus não destrói Satanás no tempo de Sua salvação do homem é que os humanos possam ver claramente como Satanás os corrompeu e a extensão em que ele os corrompeu, e como Deus os purifica e os salva. No fim, quando as pessoas tiverem entendido a verdade, e visto claramente o semblante odioso de Satanás, e contemplado o pecado monstruoso de serem corrompidas por Satanás, Deus destruirá Satanás, mostrando-lhes a Sua justiça. A hora em que Deus destruir Satanás estará repleta do caráter e da sabedoria de Deus. Tudo que Deus faz é justo. Embora os humanos possam não ser capazes de perceber a justiça de Deus, eles não deveriam julgar a seu bel-prazer. Se algo que Ele faz parecer irrazoável aos humanos ou se eles tiverem quaisquer noções sobre isso, e isso os levar a dizer que Ele não é justo, eles estarão sendo muito insensatos” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que o caráter justo de Deus não era como eu pensava — em termos de justiça, razoabilidade e igualdade. Eu achava que, se as pessoas pudessem desempenhar alguns deveres, Deus deveria lhes conceder favores, e que quanto mais as pessoas conseguissem pagar um preço em seus deveres, mais Deus deveria abençoá-las. Esses são pontos de vista transacionais do mundo e, fundamentalmente, não estão alinhados com a verdade. A essência de Deus é justa. Tudo o que Ele faz é uma revelação natural de Seu caráter justo. Pensei em Jó, que temia a Deus, evitava o mal e era uma pessoa perfeita aos olhos Dele. De acordo com as noções do homem, ele não deveria ter que enfrentar as tentações de Satanás, mas Deus permitiu que tal coisa lhe acontecesse. Embora não estivesse alinhado com as noções do homem, isso aperfeiçoou a fé que havia em Jó. Vi que, independentemente de Deus ter abençoado ou privado as pessoas, de tê-las submetido a provações e tê-las revelado ou aperfeiçoado, todas essas foram revelações da essência justa de Deus, e todos deveriam se submeter a elas e aceitá-las. As pessoas não deveriam usar seu despender como capital para dizer a Deus o que fazer. Mas eu não entendia a justiça de Deus. Quando me despendi um pouco em meu dever e vi que a condição do meu filho estava melhorando, acreditei que Deus era justo e fui enérgico no dever. Quando meu filho teve uma recaída e sua condição foi se agravando cada vez mais, eu reclamei de Deus e achei que as provações às quais Ele estava me submetendo eram muito difíceis. Comecei a argumentar com Deus e a me opor a Ele. Isso mostrou que minha definição de justiça de Deus se baseava em se meu trabalho árduo e meu despender poderiam ou não me render graça e bênçãos; estava repleta de transações e trocas. Será que eu não estava fazendo exigências a Deus de acordo com as minhas noções? Eu não estava desempenhando meu dever como um ser criado e definitivamente não possuía a consciência e a razão que um ser criado deveria ter. Orei a Deus: “Oh, Deus! Quero ser alguém que tem consciência e razão e desempenhar bem meu dever para satisfazer-Te. Por que eu Te entendo mal e reclamo de Ti sempre que me deparo com coisas que não me agradam? Deus, por favor, guia-me para que eu me entenda nessa questão”.
Mais tarde, li duas passagens das palavras de Deus: “Desde o tempo em que o homem começou a acreditar em Deus, ele tem considerado que Deus é uma cornucópia, um canivete suíço, e considera-se o maior credor de Deus, como se tentar receber bênçãos e promessas de Deus fosse seu direito intrínseco e obrigação, enquanto a responsabilidade de Deus fosse proteger e cuidar do homem e prover para ele. Essa é a compreensão básica da ‘crença em Deus’ de todos aqueles que acreditam em Deus, e tal é sua compreensão mais profunda do conceito de crença em Deus. Da natureza essência do homem à sua busca subjetiva, não há nada que se relacione ao temor de Deus. O objetivo do homem em acreditar em Deus não poderia ter nada a ver com a adoração a Deus. Ou seja, o homem nunca considerou nem entendeu que a crença em Deus requer temer e adorar a Deus” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”). “Qual é o problema com as pessoas sempre fazendo exigências a Deus? E qual é o problema com elas sempre tendo noções sobre Deus? O que está contido na natureza do homem? Eu descobri que, independentemente do que aconteça com elas ou daquilo com que estejam lidando, as pessoas sempre protegem seus interesses e se preocupam com sua carne, e sempre procuram razões ou desculpas que as sirvam. Elas não buscam nem aceitam a verdade nem um pouco, e tudo o que fazem é para defender sua carne e tramar em prol de suas perspectivas. Todas elas solicitam a graça de Deus, querendo ganhar quaisquer vantagens que puderem. Por que as pessoas fazem tantas exigências a Deus? Isso prova que as pessoas são gananciosas por natureza, e que, diante de Deus, elas não possuem a menor razão. Em tudo que as pessoas fazem — estejam elas orando ou comunicando ou pregando —, suas buscas, seus pensamentos e aspirações, todas essas coisas são exigências feitas a Deus e tentativas de solicitar coisas Dele, todas são feitas pelas pessoas na esperança de ganhar algo de Deus. Algumas pessoas dizem que ‘isso é a natureza humana’, o que está correto! Além disso, o fato de as pessoas fazerem exigências demais a Deus e terem desejos extravagantes demais prova que elas são realmente carentes de consciência e razão. Todas demandam e solicitam coisas em prol de si mesmas, ou tentam argumentar e arranjar desculpas para si — elas fazem tudo isso para si mesmas. Em muitas coisas, pode-se ver que o que as pessoas fazem é totalmente desprovido de razão, o que é prova completa de que a lógica satânica de ‘cada um por si e o demônio pega quem fica por último’ já se tornou a natureza do homem. Qual problema é ilustrado por as pessoas fazerem exigências demais de Deus? Isso ilustra que as pessoas foram corrompidas por Satanás até certo ponto, e que, em sua crença em Deus, elas não O tratam como Deus nem um pouco” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “As pessoas fazem exigências demais a Deus”). Quando li essas palavras, meu coração foi fincado profundamente. Eu era exatamente o tipo de pessoa que Deus havia exposto; via-me como credor de Deus e não O considerava como o Criador. Pensando em meu tempo de crença no Senhor, depois de desfrutar da graça e das bênçãos de Deus, eu acreditava que, se as pessoas orassem e apelassem a Deus quando enfrentassem dificuldades, Ele lhes concederia seus desejos, pois nada é maior do que o amor de Deus pelo homem. Depois que aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, passei a entender, pelas palavras de Deus, que Ele é o Criador, e que as pessoas não devem fazer exigências irracionais pedindo que Ele lhes conceda graça e bênçãos. Mas o ponto de vista de ganhar bênçãos dentro de mim ainda não mudou. Veja a doença do meu filho, por exemplo: pude confiá-la a Deus no início, e quando percebi que a condição dele tinha melhorado um pouco, pensei que Deus realmente se importava conosco. Pensei que se continuasse desempenhando meu dever e Deus me visse me despendendo, então talvez meu filho melhoraria. Controlado por essas intenções, eu fui particularmente enérgico ao desempenhar o dever. Mas quando meu despender não produziu os resultados desejados e a doença do meu filho ficou cada vez mais grave, não pude deixar de reclamar de Deus. Achei que deveria receber crédito por desempenhar alguns deveres e pagar um pouco de preço, que isso me qualificava para negociar com Deus. Percebi que estava crendo em Deus e desempenhando o dever para ganhar bênçãos e benefícios em vez de simplesmente satisfazer a Deus. Minha natureza era realmente muito egoísta! Por exemplo, o fato de os filhos serem filiais a seus pais é algo perfeitamente natural e justificado, e os filhos não devem ser filiais apenas quando seus pais acumulam riquezas para eles. Como um ser criado, crer em Deus e adorá-lo é ainda mais perfeitamente natural e justificado, mas eu sempre guardava minhas intenções e exigências dentro de mim, enganando a Deus em tudo o que eu fazia. Tal crença nunca pode receber o louvor de Deus. Eu estava profundamente humilhado e envergonhado. Tudo o que eu queria era voltar para Deus, assumir a posição de um ser criado e endireitar minha mente, deixar de fazer exigências e reclamar de Deus, e confiar meu filho a Ele.
No final de 2018, tive de sair de casa por conta de riscos de segurança. Foi nessa época que, devido ao uso prolongado de medicamentos contendo hormônios, meu filho foi diagnosticado com osteonecrose da cabeça femoral (OCF). Ele não conseguia endireitar a cintura quando andava e só conseguia andar com as duas mãos nos joelhos. Mesmo sabendo que minha esposa estava lá para cuidar dele e que não havia nada para eu ajudar em casa, a situação do meu filho ainda me causava muita dor, e eu pensava: “A doença antiga do meu filho nem sequer foi curada, e agora ele tem uma nova; o que devo fazer?”. Quanto mais pensava nisso, mais infeliz eu ficava, e esperava que Deus criasse um milagre que colocasse a condição do meu filho sob controle o mais rápido possível. Senti que estava fazendo exigências a Deus mais uma vez, e então orei a Deus silenciosamente em meu coração, pedindo a Ele que me protegesse para que eu pudesse permanecer firme em minha posição de ser criado e submeter-me a essas circunstâncias. Depois de orar, peguei algumas roupas e saí de casa.
Durante meu tempo fora de casa, às vezes, eu pensava no meu filho, o que causava algumas perturbações no meu dever, por isso orava a Deus e comia e bebia Suas palavras. Li as palavras de Deus que diziam: “Além do nascimento e da criação, a responsabilidade dos pais na vida de um filho é simplesmente proporcionar-lhe um ambiente formal para crescer, pois nada, exceto a predestinação do Criador, tem relação com o destino da pessoa. Ninguém pode controlar que tipo de futuro uma pessoa terá; ele é predeterminado com grande antecedência e nem mesmo os pais podem mudar o destino da pessoa” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Pelas palavras de Deus, compreendi que Deus detém a soberania sobre e arranja a sina de cada pessoa. Na vida de cada um, há um sofrimento a ser suportado, e ninguém mais pode suportar no seu lugar. Quanto ao meu filho, tudo o que eu podia fazer era criá-lo para se tornar um adulto e cumprir minha responsabilidade. Quando se tratava das dificuldades que ele deveria enfrentar na vida e de como seria sua vida, tudo isso estava nas mãos de Deus. Eu não podia decidir ou mudar isso. No passado, quando ficava em casa, eu cuidava um pouco do meu filho e o lembrava de tomar seus remédios na hora certa, mesmo assim, ele foi diagnosticado com OCF. Meus cuidados e minha companhia não puderam mudar o tipo de sofrimento que meu filho teve que suportar. Mesmo que eu ficasse ao lado dele, tudo o que eu poderia oferecer era lhe fazer companhia e proporcionar um pouco de conforto; eu definitivamente não poderia decidir se a doença dele pioraria ou melhoraria. Eu tinha de confiar meu filho a Deus; a única coisa apropriada a fazer era deixar Deus ter soberania sobre isso e arranjar tudo isso. Pensando nisso, pude me sentir um pouco mais aliviado e ter paz de espírito ao desempenhar meu dever.
Mais tarde, minha esposa disse que meu filho havia voltado ao hospital. Quando soube que meu filho havia tido outra recaída, fiquei bastante chateado e orei a Deus, dizendo que eu estava disposto a confiar meu filho a Ele e deixá-Lo ter soberania sobre e arranjar tudo. O que eu deveria fazer era submeter-me à soberania e aos arranjos de Deus e desempenhar bem o dever. Quando orei a Deus dessa maneira, não mais fazendo exigências a Ele, senti-me extremamente tranquilo e à vontade, e pude colocar meu coração no dever.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.