Contrair Covid me revelou
Nos últimos anos, conforme a pandemia do coronavírus se espalhou pelo mundo, mais e mais pessoas foram infectadas com o vírus; muitas delas morreram por causa dele. Pensei comigo: “O fim da obra de Deus será seguido pela grande calamidade, e todos os que praticam o mal e resistem a Deus se afundarão no desastre e serão destruídos. Somente aqueles que aceitam o julgamento e o castigo das palavras de Deus e são purificados podem receber a proteção de Deus e entrar no reino de Deus. Tenho que intensificar a divulgação do evangelho e o desempenho do meu dever e preparar mais boas ações. Só assim terei bom resultado e boa destinação”. E pensei, também: “Depois que aceitei a obra de Deus dos últimos dias, desisti do trabalho para espalhar o evangelho. Fui presa várias vezes, mas nunca entreguei os irmãos nem a igreja. Depois disso, continuei espalhando o evangelho como fazia antes, e ganhei um monte de pessoas nestes anos. Embora eu já tenha setenta anos, ainda sou responsável pelo trabalho evangelístico em várias igrejas, e os resultados são bons. Creio que, desde que eu persista em desempenhar bem meu dever, com certeza Deus me salvará no futuro!”. Pensando nisso, eu me regozijava, no coração, e era bem ativa em meu dever.
Um dia, em dezembro de 2022, quando acordei, de manhã, senti-me um pouco febril, com garganta seca e tosse. Pouco antes, eu havia entrado em contato com uma pessoa que tinha Covid, por isso suspeitei que também tivesse sido infectada. No entanto, meus sintomas não estavam muito graves na hora, e eu ainda podia tolerá-los, por isso não levei muito a sério. Depois de descansar em casa por alguns dias, já me sentia um pouco melhor. Na hora, fiquei muito feliz, pensando que, como sempre acreditei em Deus e desempenhei meu dever na igreja em todos aqueles anos, Deus havia permitido que eu me recuperasse rápido, então eu tinha ainda mais que espalhar o evangelho e praticar mais boas ações. Mas, inesperadamente, minha doença se agravou, mais tarde. Um dia, eu tinha voltado para casa depois de pregar o evangelho, e, de repente, todo o meu corpo ficou fraco, eu estava com febre alta e sentia tontura. No dia seguinte, eu ainda estava com uma febre alta que não cedia. Na hora, fiquei meio que em pânico, pensando: “Quando fiquei doente, não reclamei e continuei desempenhando meu dever como sempre. Eu deveria ter recebido a proteção de Deus, então por que estou me sentindo pior, de repente? Desde o surto de coronavírus, muitas pessoas morreram em todo o mundo, muitas delas idosas. Se eu continuar piorando, será que vou morrer também?”. Durante esses poucos dias, tomei uns remédios para baixar a febre, mas continuou alta. Eu me sentia cansada e tossia o tempo todo. Principalmente quando ouvi falar de pessoas mais velhas que eu conhecia morrendo de Covid, fiquei um pouco assustada e ansiosa, pensando: “A obra de Deus vai acabar logo. Se eu morrer agora, ainda poderei ser salva? Tudo o que despendi esses anos será desperdiçado? Há algumas pessoas na igreja que não desempenham nenhum dever; como ainda não foram infectadas? Já eu abri mão da minha família, da minha carreira, e sempre desempenhei meu dever, e sofri muito e paguei um preço alto. Por que Deus não me protegeu?”. Ao pensar nisso, não pude evitar ficar deprimida. Embora eu não dissesse nada e continuasse desempenhando meu dever, meu coração havia perdido o vigor, e eu não queria sofrer nem pagar um preço em meu dever. Quando o líder falou comigo sobre me colocar no comando do trabalho evangelístico de algumas outras igrejas, fiquei um pouco insatisfeita com isso. Achei que era mais importante me manter com boa saúde. Se eu tivesse que me preocupar com muitas coisas, meu corpo não suportaria. Além disso, eu ainda não havia me recuperado completamente do meu último surto de Covid. Se eu fosse infectada de novo, poderia realmente não passar dessa. Ao desempenhar meu dever depois disso, sempre que sentia calafrios e tossia, eu temia que as coisas iam piorar, e sempre ficava preocupada e com medo. Percebi que meu estado estava incorreto e orei a Deus: “Deus, Tu permitiste que eu tivesse essa doença, mas estou fazendo exigências a Ti, e nunca sou capaz de me submeter. Por favor, guia-me a me submeter a Tuas orquestrações e arranjos e a buscar a verdade e aprender lições com ela!”.
Depois de orar, li algumas das palavras de Deus: “Quando as pessoas são incapazes de perceber claramente, entender, aceitar ou submeter-se aos ambientes que Deus orquestra e à Sua soberania, quando as pessoas enfrentam várias dificuldades na vida diária ou quando essas dificuldades excedem o que as pessoas normais conseguem suportar, elas inconscientemente sentem todo tipo de preocupação, ansiedade e até angústia. Elas não sabem como será amanhã, ou depois de amanhã, ou como serão as coisas daqui a alguns anos, ou como será seu futuro, e por isso sentem-se angustiadas, ansiosas e preocupadas com toda espécie de coisas. Qual é o contexto em que as pessoas se sentem angustiadas, ansiosas e preocupadas com toda espécie de coisa? É que elas não acreditam na soberania de Deus — isto é, são incapazes de acreditar e perceber claramente a soberania de Deus. Mesmo que a vissem com os próprios olhos, não a entenderiam nem acreditariam nela. Elas não acreditam que Deus detém a soberania sobre seu destino, não acreditam que sua vida está nas mãos de Deus, e assim surge em seu coração a desconfiança em relação à soberania e aos arranjos de Deus, e então surge a culpa, e elas são incapazes de submeter-se” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (3)”). “Muitas vezes, as pessoas com uma enfermidade pensarão: ‘Ah, estou determinada a desempenhar bem meu dever, mas estou com essa doença. Peço a Deus que me defenda do perigo e, com a proteção de Deus, não preciso ter medo. Mas, se ficar exausta ao desempenhar os deveres, meu estado de saúde se agravará? O que farei se meu estado de saúde se agravar de fato? Se precisar ser internada no hospital para fazer uma cirurgia, não tenho dinheiro para pagar, então, se não pedir dinheiro emprestado para pagar o tratamento, meu estado de saúde piorará ainda mais? E se ficar muito ruim, eu morrerei? Tal morte poderia ser considerada uma morte normal? Se de fato eu morrer, Deus Se lembrará dos deveres que desempenhei? Serei considerada como tendo feito boas ações? Alcançarei a salvação?’. […] Toda vez que pensam nessas coisas, um profundo sentimento de ansiedade surge em seu coração. Embora nunca parem de desempenhar seu dever e façam sempre o que é esperado, elas ficam pensando constantemente na doença, na saúde, no futuro e sobre a vida e a morte. Por fim, chegam à conclusão do pensamento positivo: ‘Deus me curará, Deus me manterá protegida. Deus não me abandonará e não ficará assistindo sem fazer nada se me vir adoecendo’. Não há base alguma para tais pensamentos, e pode-se até dizer que são um tipo de noção. As pessoas nunca serão capazes de resolver suas dificuldades práticas com tais noções e imaginações e, no íntimo do coração, sentem-se vagamente angustiadas, ansiosas e preocupadas com sua saúde e suas doenças; elas não têm ideia de quem assumirá a responsabilidade por essas coisas, ou se alguém assumirá a responsabilidade por elas de qualquer modo” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (3)”). Deus expôs que as pessoas não entendem verdadeiramente a onipotência e a soberania de Deus e estão sempre temendo a morte. Por causa disso, elas vivem em emoções negativas de preocupação e receio. Meu estado era exatamente do tipo que Deus expôs. Depois de contrair Covid, melhorei rápido, no início, por isso fiquei feliz e agradeci a Deus por Seu cuidado e proteção. Mais tarde, quando minha condição ficou grave e eu tive febre alta, fiquei com medo, receando que, por ser idosa, eu poderia morrer com esse vírus se a doença piorasse. Eu vivia em depressão, sem energia para desempenhar meu dever. Principalmente quando o líder quis me encarregar do trabalho evangelístico de várias outras igrejas, temi que, se meu dever fosse muito extenuante, minha condição pioraria e eu acabaria morrendo de Covid, e, por isso, não ousei aceitar. Eu vivia com ansiedade e com medo, em meio a essa doença, nem mesmo com a mentalidade certa para desempenhar o dever que eu tinha de fazer. Deus é o Criador que detém soberania sobre tudo e controla tudo. Quando adoeço, quando me recupero, quando minha vida termina — todas essas coisas estão nas mãos de Deus, e devo me submeter a Suas orquestrações e arranjos. No entanto, eu não tinha fé na soberania de Deus nem acreditava que é Ele quem controla tudo, e sempre vivia com receio e medo. Eu era tão tola! Deus havia permitido que eu sofresse essa doença, e eu devia buscar a verdade e aprender lições com ela. Se eu sempre vivesse nessa emoção de negatividade, quando um dia eu realmente encarasse a morte de frente, eu ainda reclamaria, entenderia mal e culparia Deus e até mesmo diria palavras que resistiriam a Ele, que Ele detestaria e condenaria. Ao pensar nisso, fiquei com medo, e tive uma sensação de urgência, também; quis buscar a verdade e resolver esse estado.
Enquanto buscava, li uma passagem das palavras de Deus: “Com base em que, você — um ser criado — faz exigências a Deus? As pessoas não são qualificadas a fazer exigências a Deus. Não há nada mais insensato do que fazer exigências a Deus. Ele fará o que deve fazer, e Seu caráter é justo. A justiça não é, de modo algum, imparcialidade nem razoabilidade; não é igualitarismo nem uma questão de lhe destinar o que você merece de acordo com o tanto de trabalho que completou, nem de pagá-lo por um trabalho qualquer que você tenha feito, nem de lhe dar o que lhe é devido de acordo com o tanto de esforço que você despendeu. Isso não é justiça, é meramente ser imparcial e razoável. Pouquíssimas pessoas são capazes de conhecer o caráter justo de Deus. Suponha que Deus tivesse eliminado Jó após este ter dado testemunho Dele: isso seria justo? De fato, seria. Por que isso é chamado de justiça? Qual é a opinião das pessoas sobre justiça? Se algo está alinhado às noções das pessoas, é muito fácil para elas dizer que Deus é justo; no entanto, se não acharem que esse algo está alinhado a suas noções — se for algo que elas são incapazes de entender —, seria difícil para elas dizer que Deus é justo. Se Deus tivesse destruído Jó naquele tempo, as pessoas não teriam dito que Ele é justo. De fato, entretanto, tendo as pessoas sido corrompidas ou não e tendo sido profundamente corrompidas ou não, Deus tem de justificar-Se quando as destrói? Deveria Ele explicar às pessoas com que base Ele o faz? Deus deve informar às pessoas as regras que Ele ordenou? Não há necessidade. Aos olhos de Deus, alguém que é corrupto, propenso a se opor a Deus, não tem nenhum valor; qualquer maneira de Deus lidar com ele será apropriada, e tudo isso são os arranjos de Deus. Se você fosse desagradável aos olhos de Deus, e se Ele dissesse que não tem uso para você depois do seu testemunho e, portanto, o destruísse, isso também não seria a justiça Dele? Seria. […] Tudo que Deus faz é justo. Embora os humanos possam não ser capazes de perceber a justiça de Deus, eles não deveriam julgar a seu bel-prazer. Se algo que Ele faz parecer irrazoável aos humanos ou se eles tiverem quaisquer noções sobre isso, e isso os levar a dizer que Ele não é justo, eles estarão sendo muito insensatos” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Ponderando as palavras de Deus, percebi que, no passado, eu não tinha entendido verdadeiramente o caráter justo de Deus. Sempre pensei que, por ter me despendido por Deus ao desempenhar meu dever, eu deveria receber Seu cuidado e proteção e não deveria enfrentar doenças, nem mesmo a morte. Eu achava que isso era a justiça de Deus. Sob a influência dessa visão errônea, sempre pensei que, por ter acreditado em Deus por muitos anos, sofrido muito e pagado um preço alto, e até mesmo perseverado em meu dever após a Covid, Deus deveria, portanto, me proteger ou me ajudar a me recuperar da doença o mais rápido possível. No entanto, quando as coisas não saíram como eu esperava, eu entendi mal a Deus e reclamei Dele, sem energia ao desempenhar meu dever. Principalmente quando vi que alguns irmãos que não desempenhavam nenhum dever não contraíram Covid, enquanto eu, que sempre me despendia com entusiasmo e desempenhava meu dever, fui infectada, senti que isso era injusto e pensei que Deus era injusto, e não me dediquei mais ao meu dever e nem mesmo me dispus a supervisionar o trabalho de mais algumas igrejas. No início, eu achava que, depois de acreditar em Deus por anos e sempre perseverar em meu dever, eu tinha ganhado um pouco de submissão a Deus, mas quando encarei a morte de frente, minha rebeldia e resistência foram reveladas, e não demonstrei a menor submissão. Eu havia desfrutado de tanta rega e provisão das palavras de Deus; desempenhar meu dever e me despender um pouco eram coisas que eu deveria fazer. No entanto, cheguei a ponto de usá-las como capital para fazer barganhas e transações com Deus, e reclamei Dele quando meus desejos não foram satisfeitos. Eu fui realmente muito irracional! Deus é o Criador; tudo o que Deus faz e como Ele trata as pessoas, tudo isso é justo e tudo contém Sua intenção. Não devo julgar as coisas que Deus faz com base em minhas noções e imaginações. Lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “Não é tolice sentir-se angustiado, ansioso e preocupado com coisas que você não consegue decidir por si mesmo? (Sim.) As pessoas deveriam dedicar-se a resolver as coisas que podem resolver por si mesmas, e, quanto àquelas coisas que não podem fazer por si mesmas, elas deveriam esperar por Deus; as pessoas deveriam se submeter em silêncio e pedir que Deus as proteja — essa é a mentalidade que as pessoas deveriam ter. Quando a doença realmente atacar e a morte realmente se aproximar, então as pessoas deveriam submeter-se e não se queixar nem se rebelar contra Deus, nem dizer coisas que blasfemem contra Deus ou coisas que O ataquem. Ao contrário, as pessoas deveriam posicionar-se como seres criados e experimentar e apreciar tudo que venha de Deus — não deveriam tentar escolher as coisas por si mesmas” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (4)”). Ponderando as palavras de Deus, eu me senti ainda mais repreendida e humilhada. Eu estava tão longe de atender as exigências de Deus. Minha saúde, minha morte e tudo mais eram orquestrados por Deus. Se a Covid tirasse minha vida, isso seria algo permitido por Deus, e, quer vivesse ou morresse, eu deveria me submeter a Sua soberania e arranjos. Essa é a quantidade mínima de razão que um ser criado deveria possuir. Então, ajoelhei-me e orei a Deus: “Deus, sou tão rebelde! Quer minha doença melhore ou não, estou disposta a me submeter a Teus arranjos. Não vou mais reclamar de Ti e não farei exigências irrazoáveis”.
Mais tarde, refleti sobre mim mesma, pensando: “Quando não estou enfrentando doença ou desastre, posso ser ativa no dever e comunico frequentemente com os irmãos que não importa o que aconteça conosco, devemos sempre nos submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus. Então, por que entendi mal a Deus e reclamei Dele quando a doença piorou, e até perdi a energia para desempenhar meu dever? Por que revelei essa rebeldia, essa resistência?”. Enquanto buscava, li algumas das palavras de Deus: “Antes de decidirem desempenhar seu dever, no fundo do coração, os anticristos estão cheios de expectativas em relação a suas perspectivas, a ganhar bênçãos, uma boa destinação e até mesmo uma coroa, e eles têm a maior confiança em alcançar essas coisas. Eles vêm para a casa de Deus para desempenhar seu dever com tais intenções e aspirações. Então, será que o desempenho de seus deveres contém a sinceridade, a fé e a lealdade genuínas que Deus exige? A essa altura, ainda não se pode ver sua lealdade e fé genuínas ou sinceridade, pois todos abrigam uma mentalidade totalmente transacional antes de desempenhar seu dever; todos tomam a decisão de desempenhar seu dever movidos por interesses e também com base na precondição de seus desejos e ambições transbordantes. Qual é a intenção dos anticristos ao desempenhar seu dever? É fazer um acordo, fazer uma troca. Pode-se dizer que estas são as condições que eles estabelecem para desempenhar o dever: ‘Se eu desempenhar meu dever, preciso obter bênçãos e ter uma boa destinação. Preciso obter todas as bênçãos e os benefícios que deus disse estarem preparados para a humanidade. Se eu não puder obtê-los, não desempenharei esse dever’. Eles vêm para a casa de Deus para desempenhar seu dever com tais intenções, ambições e desejos. Parece que eles têm alguma sinceridade, e, é claro, para aqueles que são novos crentes e estão apenas começando a desempenhar seu dever, isso também pode ser chamado de entusiasmo. Mas não há fé genuína nem lealdade nisso; há apenas esse grau de entusiasmo. Isso não pode ser chamado de sinceridade. A julgar por essa atitude que os anticristos têm em relação a desempenhar seu dever, ela é totalmente transacional e repleta de desejos por benefícios, como ganhar bênçãos, entrar no reino dos céus, obter uma coroa e receber recompensas. Portanto, visto de fora, parece que muitos anticristos, antes de serem expulsos, estão desempenhando seu dever e até mesmo renunciaram a mais e sofreram mais do que a média das pessoas. O que eles despendem e o preço que pagam estão no mesmo nível de Paulo, e eles também correm de um lado para o outro tanto quanto Paulo. Isso é algo que todos podem ver. Em termos de seu comportamento e de sua vontade de sofrer e pagar o preço, eles não deveriam não receber nada. No entanto, Deus não considera uma pessoa com base em seu comportamento exterior, mas com base em sua essência, seu caráter, no que ela revela, na natureza e na essência de cada coisa que faz. Quando as pessoas julgam e tratam os outros, elas determinam quem eles são com base apenas em seu comportamento externo, no quanto sofrem e no preço que pagam, e isso é um erro grave” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 7”). Por meio do que Deus expôs, finalmente entendi que quando eu estava desempenhando meu dever e me despendendo com entusiasmo durante estes anos, eu não estava realmente atenta às intenções de Deus e desempenhando o dever como um ser criado, e isso não vinha de sinceridade ou lealdade minha para com Deus. Antes, eu havia transformado o desempenho do dever em ferramenta e em moeda de troca para satisfazer o desejo de ganhar bênçãos, e fiz isso para poder sobreviver no futuro e desfrutar de bênçãos eternas. Ao ver que os desastres estavam ocorrendo um após o outro e que a obra de Deus estava quase no fim, eu me parabenizei, pensando que, como eu havia me renunciado e me despendido por Deus e desempenhado meu dever, eu certamente receberia Sua proteção e acabaria sobrevivendo. No entanto, quando contraí Covid e a minha condição piorou, fiquei receosa de que, por ser idosa, eu poderia morrer por causa desse vírus, por isso fiquei desanimada e desapontada, e perdi minha fé. Até comecei a usar meu suposto capital para argumentar com Deus, pensando que, por ter sofrido tanto no dever e produzido resultados ao espalhar o evangelho, Deus deveria, portanto, me proteger. Quando meus desejos extravagantes não foram satisfeitos, pensei que Deus não estava me protegendo, e que estava me tratando injustamente, e não tive energia mais para desempenhar meu dever. Quando os fatos foram revelados, finalmente eu vi que, desde que comecei a acreditar em Deus, eu fiz isso para ganhar bênçãos. Eu dizia vez após vez que acreditava em Deus, que desempenhar meu dever era perfeitamente natural e justificado, mas, na realidade, eu estava usando e enganando Deus. Realmente, eu fui muito egoísta e enganosa! Pensei em Paulo, que percorreu toda a Europa espalhando o evangelho durante a Era da Graça, suportando muito sofrimento e convertendo muitas pessoas. No entanto, seu despender, seu sofrer foi para que ele pudesse entrar no reino dos céus e receber recompensas. Foi uma transação, uma trapaça, e Deus não apenas desaprovou esse despender, como o detestou muito. No final, em vez de ser abençoado por Deus, Paulo foi punido. O caráter de Deus é justo e santo, e quando Ele nos determina desfecho e destinação, Ele não julga com base em quanto sofremos e trabalhamos por fora, ou quanto bom comportamento mostramos. Antes, isso se baseia em se ganhamos a verdade e se nosso caráter mudou. Se eu sempre quisesse obter um bom desfecho e uma boa destinação em troca de correr por aí e me despender, e não buscasse a verdade nem fizesse minha corrupção ser purificada, meu desfecho seria o mesmo que o de Paulo: eu seria eliminada por Deus e punida. O fracasso de Paulo serve como um lembrete e um aviso para mim! Então, pensei em como Deus põe todo o coração em salvar a humanidade, despendendo todo esforço e pagando todos os preços, tudo isso sem nunca pedir nem exigir nada de nós. Deus é tão altruísta! Já eu havia desfrutado de tudo o que Deus me concedeu sem jamais considerar Suas intenções. Cheguei até a fazer transações com Deus ao desempenhar o dever com o propósito de receber uma boa destinação. Eu era mesmo egoísta e desprezível demais! Eu considerava Deus como alguém a ser usado e enganado. Dada a maneira como eu me despendia, como Deus poderia não detestar e odiar isso? Ao entender isso, senti-me arrependida e em dívida com Deus, e orei a Deus em meu coração, dizendo que eu não queria mais fazer transações com Ele para ganhar bênçãos, e que, em vez disso, eu queria buscar adequadamente a verdade, desempenhar meu dever como um ser criado e satisfazê-Lo.
Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus que achei muito comovente. Deus Todo-Poderoso diz: “Independentemente do dever que se desempenhe, ele é a coisa mais correta que se pode fazer, a coisa mais bela e justa entre a humanidade. Como seres criados, as pessoas deveriam desempenhar seu dever, e somente assim poderão receber a aprovação do Criador. Seres criados vivem sob o domínio do Criador e aceitam tudo que é fornecido por Deus e tudo que vem de Deus, portanto, deveriam cumprir suas responsabilidades e obrigações. Isso é perfeitamente natural e justificado e foi ordenado por Deus. Isso mostra que, para as pessoas, o desempenho do dever de um ser criado é mais justo, mais lindo e mais nobre do que qualquer outra coisa feita durante a vida na terra; nada em meio à humanidade é mais significativo ou digno e nada traz maior significado e valor para a vida de uma pessoa criada do que desempenhar o dever de um ser criado. Na terra, somente o grupo de pessoas que verdadeira e sinceramente desempenham o dever de um ser criado é aquele que se submete ao Criador. Esse grupo não segue as tendências mundanas; ele se submete à liderança e à orientação de Deus, só ouve as palavras do Criador, aceita as verdades expressadas pelo Criador e vive segundo as palavras do Criador. Esse é o testemunho mais verdadeiro, mais retumbante e é o melhor testemunho de crença em Deus. Um ser criado ser capaz de cumprir o dever de ser criado, ser capaz de satisfazer o Criador, é a coisa mais linda em meio à humanidade e é algo que deve ser espalhado como uma história a ser louvada por todas as pessoas. Qualquer coisa que o Criador confia aos seres criados deve ser aceita por eles incondicionalmente; para a humanidade, isso é uma questão de felicidade e privilégio, e para todos aqueles que são capazes de cumprir o dever de um ser criado, nada é mais belo ou digno de comemoração — é algo positivo. […] Como ser criado, quando se vem para diante do Criador, deve-se desempenhar o seu dever. Isso é uma coisa muito correta a se fazer e essa responsabilidade deve ser cumprida. Com base no fato de que os seres criados desempenham seus deveres, o Criador fez obra ainda maior entre a humanidade e realizou mais um estágio de obra nas pessoas. E que obra é essa? Ele provê a humanidade com a verdade, permitindo que ela ganhe a verdade Dele ao desempenhar o seu dever e assim se livre de seu caráter corrupto e ser purificada. Assim, as pessoas vêm a satisfazer as intenções de Deus e a embarcar na senda correta na vida e, por fim, elas são capazes de temer a Deus e evitar o mal, alcançar salvação completa e não mais estar sujeitas às aflições de Satanás. Esse é o efeito que Deus quer que a humanidade alcance no fim através do desempenho de seus deveres” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 7”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que os seres criados assumirem seus deveres perante o Criador é a coisa mais significativa e mais excelente que existe. É o mesmo que os filhos serem filiais aos pais; é uma responsabilidade, uma obrigação que as pessoas devem cumprir sem nenhuma transação ou exigência. Mais importante ainda, enquanto desempenhamos nossos deveres, Deus apresenta várias circunstâncias que revelam nossas corrupções e deficiências, permitindo-nos buscar a verdade, entender a nós mesmos e resolver nossos caracteres corruptos, julgar as pessoas e as coisas com base em Suas palavras, não mais sofrer a corrupção e os danos de Satanás, e, por fim, alcançar a salvação; essa é a intenção de Deus. Ao longo dos anos, fui presa pela polícia várias vezes, e, em meio à minha dor, foram as palavras de Deus que me esclareceram e guiaram, dando-me fé e força e permitindo que eu superasse a crueldade daqueles demônios. Além disso, quando eu me exaltei e me exibi no meu dever, revelando um caráter arrogante, Deus deu origem às circunstâncias para me castigar e disciplinar. Por meio do que Suas palavras expuseram, ganhei algum entendimento de mim mesma e fui capaz de me arrepender prontamente a Ele. Tudo isso foi a salvação de Deus! Deus havia se esforçado tanto por mim, e, no entanto, eu não buscava a verdade nem retribuía Seu amor, só pensava em bênçãos ao desempenhar meu dever. Eu realmente não tinha consciência alguma. Quando fiquei doente dessa vez, depois de buscar a verdade e refletir sobre mim mesma, finalmente vi claramente meu motivo desprezível de só desempenhar o dever para ganhar bênçãos durante todos esses anos, ganhando, também, algum entendimento de meu caráter corrupto. Tudo isso foi Deus me salvando. Agora, Deus havia me dado sopro e me deixado viver, e isso era Sua misericórdia e graça. Eu tinha que abandonar minha intenção de ganhar bênçãos e desempenhar bem meu dever.
Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “Para toda pessoa nascida neste mundo, o nascimento é necessário e a morte é inevitável; ninguém pode ultrapassar este curso. Se alguém deseja partir deste mundo de modo indolor, se alguém quer ser capaz de encarar a conjuntura final da vida sem relutância ou preocupação, a única maneira é não deixar remorsos. E a única maneira de partir sem remorsos é conhecer a soberania do Criador, conhecer Sua autoridade e submeter-se a elas. Só assim é possível manter-se longe das contendas humanas, do mal, do cativeiro de Satanás; só assim é possível viver uma vida como a de Jó, guiada e abençoada pelo Criador, uma vida livre e liberta, uma vida com valor e significado, uma vida que é honesta e sincera. Só assim é possível submeter-se, como Jó, a ser provado e despojado pelo Criador, submeter-se às orquestrações e aos arranjos do Criador. Só assim é possível adorar o Criador a vida toda e ganhar Seu elogio, como Jó ganhou, e ouvir Sua voz, vê-Lo aparecer. Só assim é possível viver e morrer com alegria, como Jó, sem dor, sem preocupação, sem remorsos. Só assim é possível viver na luz, como Jó, passar por todas as conjunturas da vida na luz, completar sem dificuldades a jornada na luz, realizar a missão com sucesso — experimentar, aprender e chegar a conhecer a soberania do Criador como ser criado — e falecer na luz, e depois permanecer para sempre ao lado do Criador como um ser humano criado, elogiado por El” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Depois que li as palavras de Deus, meu coração se iluminou. Antes, eu sempre pensava que, como eu estava velha e a minha doença estava ficando cada vez mais grave, eu corria o risco de perder a vida a qualquer momento, e que, se morresse de Covid, eu não teria um bom desfecho ou uma boa destinação. Com as palavras de Deus, entendi que, na verdade, toda pessoa vai morrer, mas a morte das pessoas tem naturezas diferentes. A morte de algumas pessoas mostra que elas foram reveladas e eliminadas por Deus, enquanto o corpo de outras pode estar morto por fora, mas a alma delas foi salva. Veja Jó, por exemplo, que tinha fé verdadeira em Deus e foi capaz de exaltar o nome de Deus, mesmo em meio a provações, e de dar um testemunho verdadeiro diante Dele, completando sua missão como um ser criado. Quando Jó morreu, ele não tinha ansiedades nem temores; em vez disso, estava satisfeito e grato quando deixou o mundo. Seu corpo morreu, mas sua alma foi salva. Houve também Pedro, que buscou amar e satisfazer a Deus a vida toda e foi capaz de se submeter até a morte diante de provações e tribulações. No final, ele foi crucificado de cabeça para baixo em prol de Deus, dando um bom testemunho e obtendo a aprovação de Deus. Agora, eu entendia que a morte do corpo de uma pessoa não significa que ela terá desfecho e destinação ruins. O que importa é se ela é capaz de buscar a verdade e cumprir seu dever como um ser criado durante sua vida. Essa é a verdadeira chave para determinar se alguém terá bom resultado e boa destinação. O que eu devia fazer era permanecer firme em minha posição enquanto ser criado e me submeter à soberania e aos arranjos de Deus. Enquanto estivesse viva, eu tinha que confiar em Deus e desempenhar bem o dever, buscando a verdade e fazendo as coisas de acordo com os princípios no decorrer do dever, desempenhando, assim, adequadamente o dever e confortando o coração de Deus. Entendendo isso, fiquei muito mais calma, e não me senti mais constrangida pela doença. O que eu não esperava era que, vários dias depois, minha condição melhorou.
Essa experiência de contrair Covid me ajudou a ver que eu tinha visões incorretas em minha crença, que estava fazendo tudo com o objetivo de ganhar bênçãos e fazer transações com Deus. Ter conseguido largar um pouco do desejo de ganhar bênçãos e esclarecer meus motivos para desempenhar meu dever, isso foi o jeito de Deus de me salvar.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.