Por Fuli, China

Desde pequena, sempre tive um carinho especial pelo desenho, e na época da escola, eu sempre arranjava tempo para isso. Minha avó e meu primo costumavam elogiar meu trabalho, dizendo que eu devia ter sido uma artista em minha vida passada, e meus professores e colegas também elogiavam minhas obras de arte. Meu coração se enchia de alegria. Eu via que, quando artistas famosos faziam exposições, muitas pessoas, atraídas pela reputação deles, vinham ver os trabalhos e tecer elogios, e eu invejava muito isso. Eu sonhava que, quando crescesse, também poderia fazer uma exposição como eles um dia, e que os outros me admirariam e respeitariam. Que vida gloriosa seria essa! Até mesmo imaginar isso era maravilhoso. Mais tarde, comecei a postar meu trabalho na internet, e, aos poucos, ganhei alguns fãs. Alguns queriam que eu os ensinasse, enquanto outros perguntavam sobre preços, e alguns me elogiavam muito. Minha vaidade foi grandemente satisfeita, e fiquei ainda mais convencida de que havia nascido para viver da arte. Eu acreditava que certamente me tornaria uma artista famosa um dia. Que vida gloriosa seria essa! No verão de 2021, aceitei a obra de Deus nos últimos dias. Certa vez, ouvi uma irmã comunicar que a casa de Deus precisava de pessoas com todo tipo de habilidades para desempenhar deveres, e que, se alguém pudesse contribuir para o espalhar do evangelho do reino, seria uma grande honra. Então, rapidamente larguei a escola, cheia de esperança de desempenhar deveres relacionados à arte. A líder arranjou para que eu fizesse a triagem de sermões, e senti muita resistência, pensando: “Por que não me designaram deveres relacionados à arte? Não sou boa em fazer triagem de sermões e não consigo me destacar dessa forma”. Mais tarde, fiquei sabendo que a igreja não precisava de mais artistas naquele momento, e também que meu estilo de arte não era necessário na casa de Deus no momento. Fiquei muito decepcionada quando ouvi isso, e disse a mim mesma que precisava me submeter primeiro.

Depois de um tempo, muitos problemas apareceram na triagem de sermões, e havia muito que eu precisava aprender. Achei esse dever difícil e pensei: “Se eu estivesse na equipe de arte, com certeza estaria progredindo mais rápido do que neste momento, não como agora, que fico ocupada todos os dias, mas não vejo resultados, e ninguém consegue ver meu valor. Além disso, depois de vários meses sem desenhar, minhas mãos já estão sem prática; e se eu regredir e não conseguir atender às exigências quando a casa de Deus precisar de pessoas talentosas para a arte mais tarde? Tenho que encontrar maneiras de praticar mais — talvez eu ainda tenha a chance de brilhar no futuro!”. Aos poucos, fiquei menos atenta à triagem de sermões. Às vezes, embora me sentasse em frente ao computador lendo sermões, eu ficava pensando em como renderizar a textura de certo objeto, e quando não havia muito trabalho a fazer, eu pegava uma caneta e começava a esboçar. Até baixei um aplicativo de desenho no meu celular e desenhava sempre que tinha tempo livre. Como meu coração não estava em meu dever, o trabalho com os sermões pelo qual eu era responsável não produziu quase nenhum resultado por mais de meio ano. Mais tarde, abri meu coração sobre meu estado para minhas irmãs, e elas comunicaram comigo que desempenhar o dever não pode se basear em preferência pessoal. Elas também disseram que a igreja já tinha mais do que o suficiente de artistas naquele momento, e que eu deveria me concentrar nos meus deveres de texto. Senti-me muito decepcionada ao ouvir isso, pensando: “Se eu nunca mais puder desenhar, meu trabalho árduo de mais de uma década não terá sido em vão? Se não posso desempenhar deveres relacionados à arte, o que mais posso fazer? Que outro dever pode me permitir me destacar?”. Mergulhei em um estado negativo e desanimado, e sentia apatia em relação ao meu dever. Eu estava sempre pensando nos bons e velhos tempos em que eu podia desenhar, e, às vezes, sentia até que estava apenas passando o tempo com meu dever. Como eu não me dedicava aos meus deveres adequados e não ligava para aprender as habilidades necessárias, não havia resultados nos meus deveres, então, em janeiro de 2023, fui reatribuída.

Em abril de 2024, fui eleita líder de igreja. Fiquei pensando que eu havia sido irreverente no meu dever, e que, agora, Deus estava me dando outra chance, permitindo-me desempenhar o dever de líder. Eu sabia que isso era Deus me exaltando, e resolvi desempenhar esse dever adequadamente. Eu respondia às cartas que precisavam de resposta o mais rápido possível todos os dias, e me comunicava para resolver os estados e os problemas dos irmãos. Um dia, a líder nos escreveu e disse que precisavam de pessoas talentosas para correção de cor. Meu coração começou a se agitar novamente, e pensei: “Isso não é belas-artes, mas pode ser um trampolim para eu realizar meu sonho de arte”. Como eu não havia estudado correção de cor, não pude assumir esse dever. Mas não desanimei. Pensei: “Talvez a casa de Deus precise novamente de pessoas talentosas para a arte no futuro, e então eu ainda terei uma chance. Posso aprender estilos de arte nos quais não sou boa e adquirir mais técnicas de desenho. Então, com certeza terei esperança de desempenhar deveres relacionados à arte no futuro”. Então, em meu dever, eu arrumava alguns momentos da minha agenda lotada para assistir a vídeos sobre técnicas de desenho, e, às vezes, duas ou três horas se passavam sem que eu percebesse. Para ter mais tempo para estudar arte, em várias ocasiões, adiei para o dia seguinte as respostas para as cartas que eu podia ter escrito na mesma noite. Eu também respondia às cartas de forma perfunctória, e, às vezes, ficava acordada até tarde e ficava sonolenta durante o dia. Eu me sentia muito culpada, e pensava que não deveria atrasar meu dever por causa do desenho. Mas, depois de fazer alguns desenhos e ver algum progresso em minhas habilidades, senti que estava um passo mais perto do meu sonho, então, até o pouco de culpa que eu sentia desapareceu. Como meu coração estava totalmente focado no desenho, fui perfunctória na implementação do trabalho, as dificuldades no trabalho evangelístico não foram resolvidas, e o cultivo de pessoas também não progrediu. Uma irmã apontou que eu estava apática em relação ao meu dever e que me faltava lealdade. Suas palavras me despertaram, então orei a Deus, pedindo que Ele me guiasse para entender meu problema.

Em minha busca, li as palavras de Deus: “As pessoas possuem um instinto inato. Se nunca souberem quais são seus pontos fortes, quais são seus interesses e hobbies, elas sentem que lhes falta um senso de presença, que são incapazes de realizar seu valor, e têm uma sensação de inutilidade. Elas são incapazes de demonstrar seu valor. No entanto, uma vez que uma pessoa descubra seus interesses e hobbies, ela os transformará numa ponte, num trampolim para realizar seu valor próprio. Ela fica disposta a pagar o preço para buscar suas aspirações, para viver uma vida mais valiosa, para se tornar um indivíduo útil, para se destacar da multidão e ser vista, para ser admirada e validada, e para se tornar uma pessoa extraordinária. Dessa forma, as pessoas podem viver uma vida plena, ter uma carreira de sucesso neste mundo e ter suas aspirações e desejos realizados, e viver, assim, uma vida valiosa. Olhando ao redor para as multidões agitadas, há apenas algumas que são tão naturalmente talentosas quanto elas, que estabeleceram aspirações e desejos elevados, e que, finalmente, alcançaram essas coisas através de esforços incansáveis. Elas construíram uma carreira fazendo o que amam, alcançaram a fama, o ganho e o prestígio desejados, demonstraram seu valor e realizaram seu valor próprio. Essa é a busca das pessoas” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (8)”). “Você deveria aprender a obedecer quando sua atribuição de dever for ajustada. Depois de treinar em seu novo dever por algum tempo e obter resultados ao desempenhá-lo, você descobrirá que é mais apto para desempenhar esse dever e perceberá que escolher deveres com base em suas preferências foi um erro. Isso não resolve o problema? O mais importante é que a casa de Deus arranja para que as pessoas desempenhem certos deveres não com base nas preferências das pessoas, mas com base nas necessidades do trabalho e em se o desempenho desse dever pode alcançar resultados. Vocês diriam que a casa de Deus deveria arranjar os deveres com base em preferências individuais? Ela deveria usar pessoas com base na condição de satisfazerem suas preferências pessoais? (Não.) Qual dessas opções está de acordo com os princípios da casa de Deus para usar as pessoas? Qual delas está de acordo com as verdades princípios? É escolher as pessoas de acordo com as necessidades do trabalho na casa de Deus e os resultados das pessoas que desempenham seus deveres. Você tem alguns interesses e inclinações, e tem um pouco de desejo de desempenhar seus deveres, mas será que seus desejos, interesses e inclinações devem ter precedência sobre o trabalho da casa de Deus? Se você insistir obstinadamente, dizendo: ‘Preciso fazer esse trabalho; se não me for permitido fazê-lo, não quero viver, não quero desempenhar meu dever. Se eu não tiver permissão para fazer esse trabalho, não terei entusiasmo para fazer qualquer outra coisa, nem investirei todo o meu esforço nela’, isso não mostra que existe um problema com a sua atitude em relação ao desempenho do dever? Isso não é algo totalmente desprovido de consciência e razão?” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item doze: Eles querem se retirar quando não têm status nem esperança de ganhar bênçãos”). Pelas palavras de Deus, passei a entender que a razão pela qual eu era tão apegada aos meus interesses e hobbies era que eu sempre busquei realizar meu valor e queria me destacar e ter um senso de presença. Olhando para trás, quando eu era criança, meu trabalho artístico era frequentemente elogiado pelas pessoas ao meu redor, então eu sentia que havia encontrado uma plataforma para me exibir, e sonhava em crescer para me tornar uma artista. Quando a líder me designou para fazer a triagem de sermões, fiquei descontente e relutante. Especialmente quando houve dificuldades na triagem dos sermões, meus deveres não produziram bons resultados e eu não tive chance de me exibir, fiquei ainda menos motivada a aprender, e só pensava em como melhorar minhas habilidades de desenho. Eu deixava de lado os sermões que deveria triar e, em vez disso, praticava desenho secretamente, às vezes desenhava até de madrugada, tudo na esperança de um dia poder realizar minha aspiração e continuar recebendo o elogio e a admiração dos outros. Quando descobri que a casa de Deus não precisava de artistas por ora, e eu não tinha oportunidade de me exibir, comecei a desistir de mim mesma, a me sentir negativa e a desleixar no meu dever. Cheguei a sentir que meu dever era uma perda de tempo, e, como resultado, o trabalho com os sermões foi atrasado. Deus diz: “Você tem alguns interesses e inclinações, e tem um pouco de desejo de desempenhar seus deveres, mas será que seus desejos, interesses e inclinações devem ter precedência sobre o trabalho da casa de Deus?” Senti-me profundamente culpada. Os irmãos viram que eu tinha acabado de começar o treinamento no dever de texto e continuaram tolerando minhas falhas. Eles passaram dez meses me cultivando, e frequentemente comunicavam a verdade comigo para resolver meus estados, esperando que eu assumisse rapidamente esse dever. Mas o que eu fiz? Passei grande parte do meu tempo desenhando, e tratei um trabalho tão importante de forma perfunctória, enrolando repetidamente, e, no final, atrasei o trabalho da igreja. Eu sempre pensei que buscar aspirações não era um caráter corrupto e que eu não precisava me concentrar em resolvê-lo, mas agora percebia de verdade que, para tentar satisfazer meus interesses e hobbies e realizar meu valor pessoal, eu havia tratado meu dever de forma perfunctória e descuidada. Ao fazer isso, eu estava buscando minhas próprias aspirações às custas do trabalho da igreja. Se Deus não tivesse revelado isso, eu nunca teria percebido o quão prejudicial minha busca por aspirações e desejos poderia ser para o trabalho da igreja.

Mais tarde, os irmãos me lembraram que eu deveria entender as manifestações da minha busca por fama e ganho, então procurei as palavras de Deus sobre esse assunto. Li estas palavras de Deus: “O apreço que os anticristos têm por seu status e reputação vai além do das pessoas comuns, e é algo de dentro de seu caráter essência; não é um interesse temporário nem o efeito transitório de seu ambiente — é algo de dentro de sua vida, de seus ossos, e é, portanto, sua essência. Isso quer dizer que, em tudo que os anticristos fazem, sua primeira preocupação é com seu próprio status e reputação, nada mais. Para os anticristos, reputação e status são sua vida e o objetivo que eles buscam ao longo da vida toda. Em tudo que fazem, sua primeira consideração é: ‘O que acontecerá com meu status? E com a minha reputação? Fazer isso me dará uma boa reputação? Elevará meu status na mente das pessoas?’. Essa é a primeira coisa em que eles pensam, e é prova suficiente de que eles têm o caráter e a essência de um anticristo — e é somente por causa disso que eles consideram as coisas desse jeito. Pode-se dizer que, para os anticristos, reputação e status não são uma exigência adicional, muito menos coisas que são externas a eles de que podem abrir mão. São parte da natureza dos anticristos, estão em seus ossos, em seu sangue, são inatos para eles. Os anticristos não são indiferentes a se possuem reputação e status; essa não é sua atitude. Qual, então, é sua atitude? Reputação e status estão intimamente conectados a seu dia a dia, a seu estado diário, ao que buscam diariamente. E assim, para os anticristos, status e reputação são sua vida. Não importa como vivam, não importa o ambiente em que vivam, não importa o trabalho que façam, não importa o que busquem, quais sejam seus objetivos, qual seja a direção de sua vida, tudo gira em torno de ter boa reputação e status elevado. E esse objetivo não muda; eles nunca conseguem deixar essas coisas de lado. Essa é a face verdadeira dos anticristos e sua essência. Você poderia colocá-los numa selva intocada no meio das montanhas e, ainda assim, eles não deixariam de lado sua busca por status e reputação. Você pode colocá-los em qualquer grupo de pessoas, e tudo em que conseguem pensar continua sendo status e reputação. Embora os anticristos também acreditem em Deus, eles veem a busca por status e reputação como equivalente à fé em Deus e colocam essas duas coisas no mesmo nível. O que quer dizer que, enquanto trilham a senda de fé em Deus, eles também buscam seu próprio status e reputação” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 3”). Deus expõe que os anticristos realmente valorizam a reputação e o status, e não importa que dever desempenhem ou o que façam, eles só consideram se isso pode elevar sua reputação e prestígio, e tratam a reputação e o status como sua própria vida. Era exatamente assim que eu era. Desde jovem, eu me inspirava ao ver que tantas pessoas admiravam e idolatravam artistas famosos, e, assim, pensamentos como “distinga-se dos demais” e “fazer um nome para si mesma” se enraizaram profundamente no meu coração, e tornar-me uma artista famosa se tornou meu sonho. Eu buscava ter minhas obras espalhadas pelo mundo e ser lembrada por gerações. Quando soube que meus talentos poderiam ser de grande utilidade na casa de Deus, abandonei imediatamente a escola, esperando usar meu dever para realizar meus sonhos artísticos. Quando uma irmã disse que artistas não eram necessários no momento, eu ainda me recusei a desistir, e continuei encontrando tempo para praticar e aprimorar minhas habilidades. Tratei meu dever de forma perfunctória e sem entusiasmo, apenas para manter a prática do desenho. Vi que eu só pensava em como me destacar, e em como ganhar uma boa reputação e um status elevado, e se um dever não podia melhorar minha reputação e meu status, eu resistia a ele e o rejeitava. Meu estado não era diferente daquele de um anticristo que busca reputação e status. Quer eu estivesse sendo positiva ou negativa, tudo era motivado pela ansiedade em relação a ganhos e perdas relacionados à reputação e ao status. Quando servi como líder de igreja e vi que a casa de Deus precisava de pessoas talentosas para correção de cor, meu desejo por reputação e status veio à tona novamente, e para continuar aprimorando minhas habilidades de desenho, comecei a passar as noites praticando. Tornei-me cada vez mais relaxada e até negligente em meu dever, e, como resultado, os problemas dos irmãos e irmãs não podiam ser resolvidos em tempo hábil, e havia pouco progresso nos vários trabalhos da igreja. Meus irmãos e irmãs tentaram me ajudar muitas vezes, mas não levei seus conselhos a sério, e, no final, o trabalho da igreja permaneceu ineficaz por um longo tempo. Pensando nisso agora, percebi que o fato de eu não desempenhar deveres relacionados à arte havia sido arranjado e preordenado por Deus, e continha Sua boa intenção. Era para me impedir de continuar na senda errada de buscar reputação e status. Deus não estava tirando meus interesses e hobbies — Ele estava me salvando. Depois que entendi essas coisas, senti-me bastante culpada, e também me senti incomodada por ter vivido em um estado rebelde por tanto tempo. Se continuasse na teimosia de buscar reputação e status e não desempenhasse meu dever adequadamente, eu perderia a chance de desempenhar meu dever e seria eliminada por Deus.

Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus: “As buscas, aspirações e desejos que as pessoas estabeleceram pensando em seus interesses e hobbies, falando claramente, finalmente as levaram a uma senda de busca por fama e ganho. Embora talvez sintam que, após atingir seus objetivos finais, elas realizaram seu valor próprio, ganharam um senso de presença, e obtiveram e possuíam tanto a fama quanto o ganho, elas continuam ignorantes sobre o futuro, sua destinação e o valor da existência humana que as pessoas deveriam realmente entender. Ao chegar à velhice, cada vez mais elas sentem que tudo o que perseguiram é terrivelmente ilusório e vazio. Esse vazio e essa ilusão trazem consigo ondas de vazio e apreensão. É apenas na velhice que as pessoas percebem que as aspirações e os desejos que buscaram serviram apenas para satisfazer sua vaidade e proporcionar fama e ganho temporários, que não passam de um consolo passageiro. Tal consolo rapidamente se transforma num tipo de inquietação e apreensão” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (8)”). Pelas palavras de Deus, entendi que, quando as pessoas buscam interesses e hobbies para realizar suas aspirações e desejos, mesmo que ganhem a admiração dos outros, é apenas uma glória momentânea, e tudo o que isso pode fazer é preencher brevemente seu vazio e satisfazer sua vaidade. Quando as pessoas enfrentam a morte, há apenas inquietação e apreensão. Pensando em quando eu desenhava, eu passava horas e horas terminando uma obra e postando-a na internet, e, no final, tudo o que eu recebia eram comentários de elogio que eu lia em menos de um minuto. O que eu tinha era apenas uma sensação passageira de satisfação. E por essa breve satisfação, eu despendia ainda mais tempo criando obras melhores. Mas será que realmente valia a pena? Muitas vezes eu sentia inveja, mágoa e ansiedade porque o meu talento para o desenho era inferior ao dos outros, e quando meu trabalho recebia algum elogio, eu ficava muito feliz e animada. Mas, mais tarde, quando ele acabava esquecido na internet, eu me sentia perdida e vazia de novo. Então pensei naqueles artistas famosos — embora algumas de suas obras tenham se tornado amplamente conhecidas e eles tenham ganhado a admiração e a idolatria das pessoas, eles não acabaram morrendo no vazio? Eles não entendiam nenhuma verdade. Também me lembrei de uma história que li: Alexandre, o Grande, é tido como um dos comandantes mais bem-sucedidos do mundo, alcançou tanto fama quanto ganho. No entanto, antes de morrer, ele instruiu que suas mãos fossem colocadas para fora do caixão para mostrar ao mundo que, não importa quão alto é o status de alguém, ou quanta riqueza, fama, ganho ou prestígio ele tem, diante da morte, ele ainda deixa este mundo de mãos vazias, e não pode levar nada consigo. Nesse ponto, lendo as palavras de Deus, passei a entender que o mais significativo é que as pessoas cumpram o dever de seres criados enquanto vivas, e que, se eu continuasse a buscar fama e ganho, eu estaria trilhando uma senda de vazio e, por fim, uma senda para a destruição. Pensando nisso, senti que a busca por reputação e status era totalmente sem sentido.

Em minha busca, li mais das palavras de Deus: “Algumas pessoas perguntam: ‘Já que não posso realizar minhas buscas, aspirações e desejos, e larguei todos eles, o que devo fazer com meus interesses e hobbies?’. Isso é assunto seu. Embora você possa ter interesses e hobbies, desde que eles não perturbem sua busca normal, não interfiram no desempenho do dever e na conclusão de sua missão, e não afetem seus objetivos de vida ou a senda que você está seguindo, então você pode manter esses interesses e hobbies. […] Por que Deus dá às pessoas certos interesses e hobbies? É para tornar sua vida humana um pouco mais rica e colorida, para que sua vida seja acompanhada por certos elementos de entretenimento e lazer, sem afetar como você trilha a senda correta na vida, tornando sua vida menos seca, menos monótona e tediosa. Por exemplo, quando é hora de cantar hinos nas reuniões, alguém que sabe tocar um instrumento musical pode acompanhar o canto tocando piano ou guitarra. Se ninguém soubesse tocar, todos seriam privados dessa alegria. Se houver alguém para tocar o acompanhamento, o resultado será muito melhor do que cantar sem ele, e todos vão gostar. Ao mesmo tempo, isso amplia os horizontes, enriquece as experiências, a vida ganha mais substância, as pessoas sentem que a vida é mais bonita e ficam mais alegres. Isso é benéfico tanto para sua humanidade normal quanto para a senda que elas seguem na crença em Deus. Por exemplo, se você gosta de desenhar, então, quando a vida dos irmãos ficar monótona, você pode fazer desenhos humorísticos e retratar o rosto e as expressões negativas de certas pessoas, e os comentários negativos como desenhos engraçados e humorísticos, depois compilá-los num livrinho e compartilhar com todos, incluindo essas pessoas negativas. Quando elas virem e disserem: ‘Nossa, esse aí, no desenho, sou eu?’, vão rir e se alegrar, e não ficarão negativas mais. Isso não é uma coisa boa? Não deu muito trabalho, no entanto, ajudou-as a sair da negatividade com muita facilidade. No tempo livre, desenhar, tocar instrumentos musicais, discutir arte ou explorar atuar e representar vários personagens, incluindo os diferentes tipos de pessoas negativas, os diferentes tipos de indivíduos arrogantes e as várias manifestações de anticristos que agem arbitrariamente, pode ajudar as pessoas a melhorar o discernimento e a ampliar os horizontes. Isso não é uma coisa boa? Como poderiam esses interesses e hobbies não ser úteis? Eles são benéficos para as pessoas. No entanto, se você desenvolver aspirações e desejos por causa de seus interesses e hobbies, e eles tiverem o efeito de direcioná-lo para uma senda sem retorno, então eles não são bons para você. Mas se você aplicar seus interesses e hobbies à sua vida de uma maneira que seja perspicaz para sua humanidade, que torne sua vida mais abundante e colorida, e deixe você mais espirituoso e alegre, vivendo de forma mais nutrida, livre e aliviada, então seus interesses e hobbies terão um efeito positivo, beneficiando a todos e proporcionando-lhe edificação, sem afetar o desempenho do seu dever e a conclusão da sua missão. Claro que, até certo ponto, eles o ajudarão a cumprir seu dever” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (8)”). “Aqueles que têm um ponto forte não devem se orgulhar, e aqueles que não têm um ponto forte não devem ter inveja. O que Deus dá, ninguém pode tirar — mesmo que você não queira, não pode recusá-lo. Deus simplesmente o tornou habilidoso nisso e, por meio desse ponto forte, Ele lhe provê um sustento ou um ofício para sustentar sua vida. Isso é a graça de Deus” (A Palavra, vol. 7: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (10)”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi qual é Sua intenção quando Ele dá talentos e hobbies às pessoas. No passado, eu sempre pensei que Deus me havia dado o talento para a arte, e que a única maneira de eu cumprir minha função era desempenhando deveres relacionados à arte, e que desempenhar outros deveres não era minha missão. Mas, através da leitura das palavras de Deus, finalmente percebi que essa visão era falaciosa. Deus preordena os talentos, interesses e hobbies das pessoas para enriquecer sua vida, para que esta não seja monótona e sem graça. Por exemplo, quando estava na escola, eu desenhava histórias em quadrinhos sempre que tinha tempo livre, e isso relaxava minha mente tensa e aliviava meu humor perturbado. Por outro lado, talentos, interesses e hobbies também são um meio de subsistência concedido por Deus, permitem que as pessoas tenham uma habilidade para ganhar dinheiro e se sustentar neste mundo. Deus dá às pessoas interesses e hobbies para ajudá-las a viver melhor, mas isso não significa que elas devem desempenhar deveres relacionados a esses interesses ou trabalhar em áreas afins. Eu li nas palavras de Deus: “O que você tem, os outros não podem tirar; o que você não tem, você não pode tomar nem obter competindo por isso” (A Palavra, vol. 7: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (12)”). Uma das minhas preocupações foi dissipada. Sempre me preocupou que, se eu não praticasse desenho por muito tempo, eu regrediria, e então seria incapaz de desempenhar deveres relacionados à arte. Na verdade, se eu poderia ou não desempenhar esse tipo de dever era algo inteiramente preordenado por Deus, e tudo o que eu precisava fazer era me submeter aos Seus arranjos. Já que agora eu desempenhava o dever de uma líder, eu deveria assumir esse dever e fazer o meu melhor para cumpri-lo, e poderia usar meus interesses e hobbies para relaxar e me divertir no meu tempo livre, mas quando estivesse ocupada com meus deveres, meu foco deveria estar neles.

Mais tarde, li as palavras de Deus e ganhei uma senda de prática. Deus diz: “Se você ainda não começou a buscar a verdade, e apenas está pensando em largar, no coração, isso não é o mesmo que realmente largar. Preparar-se para largar e realmente largar são coisas separadas — há, ainda, uma diferença. Portanto, o mais importante é começar a buscar a verdade, e isso não deveria mudar, em momento algum — isso é a coisa mais importante. […] Todas as pessoas normais têm aspirações e desejos, principalmente aquelas que têm alguns dons ou pontos fortes. Por acaso existe uma pessoa que fique feliz por ser solitária e se resigne voluntariamente a viver uma vida mundana? Não há uma pessoa assim em lugar nenhum. Todos querem se destacar, ser alguém importante, ter certa aura e fazer com que sua vida seja mais confortável. Se quiser largar suas aspirações e desejos pessoais, alcançar a salvação e viver uma vida significativa, você precisa aceitar a verdade, buscar a verdade e se submeter à obra de Deus — assim, você terá esperança. Ouvir as palavras de Deus e seguir a Deus é o único caminho” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (8)”). As palavras de Deus nos fornecem uma senda clara. A única maneira de abrir mão dessas aspirações e desejos é buscar a verdade, vendo esses interesses e hobbies de acordo com as palavras de Deus e nos colocando na posição correta. Mesmo que eu tenha certos pontos fortes ou dons, aos olhos de Deus, sou apenas um de Seus seres criados, nada de especial. Na visão de Deus, o valor de uma pessoa não é medido pela quantidade de talento que ela tem, mas se ela pode buscar a verdade e se tem verdadeira submissão a Deus. Se uma pessoa pode se submeter a Deus e cumprir seu dever, ela tem valor aos olhos de Deus, mas se a pessoa não busca a verdade nem se submete a Ele, então, mesmo que alcance suas aspirações e desejos e fama generalizada, ela ainda é totalmente sem valor aos olhos de Deus. Qualquer que fosse o dever que Deus arranjasse para eu desempenhar, eu deveria abrir mão dos meus desejos e exigências e cumprir meu dever nesse momento. Essa é a racionalidade que um ser criado deveria ter. Quando percebi isso, orei a Deus, disposta a abrir mão da reputação e do status e me dedicar ao meu dever, e a usar meu tempo limitado para ponderar mais as palavras de Deus, e a pensar mais em como resolver os problemas de meus irmãos e irmãs. Quando pratiquei dessa forma, consegui identificar alguns problemas no trabalho, buscar a verdade para resolvê-los e também obter alguns ganhos.

Em meados de novembro, recebi uma carta da líder pedindo algumas de minhas obras de arte, dizendo que a casa de Deus precisava de pessoas talentosas para desenho. Quando li essa carta, não pude deixar de sentir uma agitação no coração. Isso era realmente uma oportunidade única na vida para mim! Eu queria muito desempenhar deveres relacionados à arte, mas sabia que meus deveres, nessa época, estavam bastante corridos e que eu não podia me dar ao luxo de adiá-los, então orei a Deus, pedindo a Ele que acalmasse meu coração, para que eu pudesse tratar meus interesses e hobbies corretamente, sem ser guiada pelas minhas escolhas, e ser capaz de me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus. Depois de orar, meu coração ficou muito mais calmo, e pude me concentrar em meu dever com a mente em paz. Quando não estava ocupada com meu dever, corri começar a trabalhar na obra de arte que precisava enviar. Poucos dias depois de enviá-la, fiquei surpresa ao receber uma carta da líder dizendo que eu podia me juntar à equipe de arte para treinamento. Quando recebi essa notícia, senti-me feliz e em dívida com Deus. Lembrei que eu havia sido exigente e irreverente nos meus deveres, e senti ainda mais vergonha. Também entendi que, não importa que dever desempenhemos, a intenção de Deus é sempre salvar e aperfeiçoar as pessoas, e se eu continuaria a desempenhar deveres relacionados à arte ou seria reatribuída a outros deveres, eu estava disposta a fazer o meu melhor para cumprir meus deveres e trilhar a senda de buscar a verdade. Graças a Deus!