Ver meus pais como realmente são

13 de Junho de 2022

Por Xinche, Coreia do Sul

Desde pequena, eu sempre vi meus pais como exemplos para seguir a Deus. Eles pareciam ardentes em sua fé e dispostos a fazer sacrifícios. Logo após aceitar Deus Todo-Poderoso, minha mãe largou um emprego muito bom para cumprir um dever em tempo integral. Ela tinha conhecimento e habilidades e estava disposta a pagar um preço, por isso sempre tinha deveres importantes na igreja. Posteriormente, nossa família foi traída por um judas, e meus pais se esconderam comigo para não serem presos pelo Partido Comunista. Ainda assim, continuaram cumprindo seus deveres. Por causa do estilo de vida simples e do comportamento geral deles, que parecia devoto e espiritual, os membros da igreja diziam que meus pais tinham boa humanidade, eram crentes verdadeiros e buscavam a verdade. Tive que me separar dos meus pais aos dez anos de idade por causa da opressão do Partido e não pudemos nos ver mais, mas sempre preservei essa imagem grandiosa deles. Eu os admirava e acreditava que tinham uma fé enorme em Deus, que, com todos os sacrifícios que fizeram e deveres importantes, eles deviam buscar a verdade e ter uma boa humanidade e que Deus os aprovava. Até acreditei que eram pessoas que poderiam ser salvas. Eu tinha orgulho de tê-los como pais.

Tempos depois, todos nós fugimos para o exterior por causa da perseguição do Partido. Quando entrei em contato com eles mais tarde, vi que ainda estavam cumprindo deveres no exterior. Sobretudo quando descobri que minha mãe tinha várias funções como supervisora, eu a admirei ainda mais. Meus pais tinham sido crentes por todos esses anos e sacrificado muito, além disso, tinham deveres importantes. Eu achava que fossem buscadores da verdade, que tinham estatura, assim, no futuro, eu poderia pedir a ajuda deles sempre que eu tivesse algum tipo de dificuldade. Era maravilhoso. Às vezes, falávamos sobre nosso estado recente.

Uma vez, meu pai disse que estava cumprindo uma tarefa que, aos seus olhos, não exigia nenhuma habilidade técnica e sempre queria ser transferido para outra tarefa. Eu estava experimentando a mesma coisa na época, então comunicamos um com o outro e compartilhamos algumas palavras de Deus. Não demorou e, comendo e bebendo as palavras de Deus e buscando a verdade, vi que eu estava sendo exigente em relação ao meu dever. Eu queria qualquer dever que me permitisse aparecer, caso contrário, eu era desleixada nele. Era muito egoísmo e não revelava fé verdadeira. Cheguei a odiar a mim mesma e consegui sair daquele estado. Mas meu pai estava preso e não conseguia motivação para cumprir o dever dele. Fiquei confusa. Já que ele era crente havia mais de uma década, ele deveria ter alguma estatura. Por que ele não conseguia resolver esse problema de querer escolher o dever? Percebi também que, quando falava com meus pais sobre meus problemas, eles me mandavam palavras de Deus e compartilhavam sua opinião, mas o que eles diziam não me ajudava. Comecei a ter essa sensação vaga de que eles não entendiam a verdade como eu tinha imaginado. Mais tarde, os irmãos comunicaram sobre cada um escrever seus testemunhos. Achei que, como crentes de longa data, meus pais deviam ter muitas experiências, especialmente minha mãe. Ela tinha sido oprimida por um anticristo e expulsa injustamente da igreja, mas ela continuou espalhando o evangelho. Depois de readmitida, ela passou a dar tudo de si nos deveres que lhe davam, e os deveres mudaram várias vezes, portanto, ela devia ter muitas experiências. Achei que ela deveria escrever sobre elas para dar testemunho de Deus. Comecei a encorajar minha mãe a escrever um artigo, mas ela ficou fugindo disso, dizendo que queria, mas que estava ocupada demais no dever dela e não achava tempo. Fiquei insistindo, mas ela nunca escreveu nada. Uma vez, ela me disse que não conseguia organizar as ideias ao tentar escrever e não sabia por onde começar, então queria conversar comigo. Fiquei muito feliz. Eu queria muito ouvir sobre todas as experiências dela ao longo dos anos. Mas fiquei muito surpresa quando, ao falar sobre o que aconteceu e a corrupção que ela tinha revelado, ela não compartilhou nenhum entendimento verdadeiro, mas disse muita coisa negativa, delimitando a si mesma. Falar sobre as experiências passadas dela parecia ser muito doloroso, como se ela tivesse se submetido sem ter escolha. Ela não disse nada sobre o que ganhou com isso. Fiquei muito decepcionada com nossa conversa. Pensei que, se ela tivesse ganhado algo, por mais doloroso que possa ter sido na época, a leitura das palavras de Deus, a busca pela verdade e a descoberta da vontade Dele deviam ter lhe trazido um entendimento real sobre si mesma e sobre Deus e trazido alegria verdadeira no final. Mas o jeito como ela falava sobre suas experiências ainda parecia muito doloroso, e ela tinha um entendimento perceptivo e nada prático de si mesma. Isso não significava que ela carecia de experiência prática? Comecei a entender que era por isso que ela relutava em escrever um testemunho para Deus. Dizer que ela não tinha tempo era um disfarce. A verdade era que ela não alcançou a verdade nem qualquer ganho real, por isso não podia escrever um testemunho. Meu pai estava disposto a tentar escrever algo, mas o artigo dele estava cheio de banalidades, não dizia muito sobre seu autoconhecimento nem sobre seus ganhos. Não correspondia aos anos de fé que ele tinha. Lembrei-me que Deus diz: “Se você pode ser salvo não depende do tamanho de sua senioridade nem de quantos anos você tem trabalhado e muito menos depende de quantas credenciais você acumulou. Ao contrário, depende de sua busca ter frutificado. Você deve saber que aqueles que são salvos são as ‘árvores’ que dão fruto, não as árvores com folhagem exuberante e flores abundantes que, no entanto, não geram fruto. Mesmo que você tenha passado muitos anos vagueando pelas ruas, o que isso importa? Onde está o seu testemunho?(A Palavra manifesta em carne). Aquilo foi um alerta para mim. Verdade. Não importam a senioridade, quanto trabalhou, nem quantas experiências têm, se não ganhou nada de suas experiências, se não ganhou a verdade nem deu testemunho, ele carece de vida. Esse tipo de pessoa nunca poderá ser salvo. Não consigo descrever o que senti quando entendi isso. A imagem dos meus pais como pessoas que entendiam a verdade e tinham estatura desmoronou pela primeira vez. Eu não entendia. Depois de tantos anos de fé e tantos sacrifícios, por que eles não ganharam a verdade? Não consegui me conter e chorei em segredo. Depois disso, deixei de admirá-los tanto, mas ainda achava que, apesar de tudo, depois de se doarem tanto por tantos anos, no mínimo, eles tinham humanidade decente e eram crentes verdadeiros. Se conseguissem cumprir bem um dever e começassem a buscar a verdade, ainda poderiam ser salvos. Mas então aconteceram algumas coisas que mudaram minha opinião sobre eles.

Um dia, descobri que meu pai tinha sido removido do dever dele porque sempre era preguiçoso e descuidado e tinha um desempenho ruim. Logo depois, descobri que minha mãe também tinha sido dispensada por ter humanidade pobre, por não defender os interesses da igreja ser arrogante demais e ser disruptiva no dever dela. Eu estava chocada e mal consegui acreditar. Como isso pôde acontecer? Não ser capaz de cumprir um dever não equivalia a ser eliminado? Eles tinham humanidade pobre? Todos que conheceram meus pais antes diziam que eles tinham ótima humanidade, caso contrário, como poderiam ter renunciado a tanto? Eu estava muito confusa e comecei a me preocupar com todo tipo de coisa. Perguntava-me como eles estavam, se estavam sofrendo. Fui caindo cada vez mais em trevas e depressão. Eu sabia que isso tinha sido feito com base nos princípios da verdade, que era correto, mas eu não conseguia aceitar. Meus pais passaram por tanta coisa, sempre fugindo do Partido Comunista, e nós tínhamos passado tanto tempo separados uns dos outros. Eu esperava tanto reunir-me com eles no reino depois que Deus completasse a obra Dele. No entanto, depois de passarem por tantos altos e baixos e de trabalharem tanto, como puderam ser dispensados tão prontamente? Fui ficando cada vez mais transtornada e não consegui segurar as lágrimas. Durante dias, fiquei suspirando o tempo todo e não tinha energia para o meu dever. Sempre que pensava nisso, eu me chateava, e meu corpo inteiro ficava fraco. De repente, perdi toda motivação para buscar. Eu sabia que não estava num estado bom e fiquei dizendo a mim mesma: “Meus pais foram dispensados por uma boa razão. Deus é justo”. Mas, no meu coração, eu não conseguia aceitar e tentava argumentar com Deus. Havia irmãos e irmãs que não tinham contribuído nada para a igreja nem cumprido nenhum dever significativo, mas que puderam se manter em seu dever, por que, então, meus pais não puderam manter o deles? Quaisquer que fossem os problemas deles, mesmo supondo que não tinham contribuído nada, eles tinham se esforçado, eles não mereciam outra chance em vista de tudo que sofreram e do trabalho que tinham feito? Eu sabia que eu não estava num bom estado, que estava sendo rígida e não me sentia motivada a buscar a verdade. Vim para diante de Deus e orei: “Deus, isso é muito difícil para mim. Por favor, guia-me e ajuda-me a conhecer a Tua vontade”.

Mais tarde, pedi ajuda a uma irmã para lidar com meu estado e chorei quando expliquei tudo a ela. Ela me disse: “Seus pais foram dispensados dos deveres deles, mas não foram expulsos. Por que está tão transtornada? Você deveria ver que o amor de Deus está em tudo isso. Deus está lhes dando uma chance de se arrependerem”. Ela realmente abriu os meus olhos ao dizer isso. Era verdade. Deus nunca disse que retirar um dever significa que alguém foi eliminado. E alguns irmãos só começam a refletir sobre si mesmos, a sentir remorso, a mudar de verdade e se arrepender quando são dispensados. Depois disso, voltam a assumir um dever. Em todo caso, ter um dever não significa que você pode ser salvo. Se você não busca a verdade, ainda assim pode ser exposto e eliminado por Deus. Na verdade, ao serem dispensados, Deus estava dando aos meus pais uma chance de se arrependerem, mas eu achava que isso significava que haviam sido eliminados. Isso não está alinhado com a verdade. Ao pensar dessa forma, me senti um pouco melhor, mas eu ainda ficava chateada sempre que refletia sobre isso. Sempre achava que a igreja estava sendo dura demais com eles.

Mais tarde, li esta passagem das palavras de Deus: “Quanto mais você carece de entendimento num determinado assunto, mais você deve ter um coração temente a Deus e piedoso, e vir para diante de Deus com frequência para buscar a vontade de Deus e a verdade. Quando não compreende as coisas, você precisa do esclarecimento e da orientação de Deus. Quando encontra coisas que não compreende, você necessita mais da obra de Deus em você, e essa é a boa intenção de Deus. Quanto mais você vem para diante de Deus, mais próximo o seu coração está de Deus. E não é verdade que, quanto mais próximo o seu coração está de Deus, mais Deus habita nele? Quanto mais Deus está mais no coração das pessoas, melhor se tornam sua busca, a senda que trilham e o estado em seu coração(As declarações de Cristo dos últimos dias). Me acalmei um pouco após ler as palavras de Deus. Deus diz que, quanto menos você entende algo, mais você deve buscar a verdade com reverência a Deus para que seu estado continue melhorando. Quanto à exoneração dos meus pais, eu sabia que igreja tinha agido apropriadamente e que eu não devia me queixar. Tentei não pensar demais nisso, mas não consegui resolver meu equívoco nem minha distância de Deus. Sempre que eu pensava nisso, ainda me sentia magoada. Então entendi que, quando algo nos deixa confusos, devemos buscar a verdade. Não é só seguir as regras e abafar o sentimento, e deixar as coisas passarem confusas. Problemas não são resolvidos assim. Na verdade, eu não conhecia meus pais muito bem. Eu só sabia que eles tinham desistido de muita coisa, e que os outros falavam bem deles, mas essa é uma visão unilateral e limitada. Eu queria saber o que os irmãos que tinham tido contato com eles tinham a dizer sobre eles e não confiar só em minhas emoções. Comecei a investigar os detalhes do comportamento dos meus pais nos deveres deles. Quando li as avaliações dos outros sobre eles, vi que meu pai era sempre descuidado, fugia de qualquer dificuldade e não estava disposto a se esforçar em nada que significasse pagar um preço. Ele tinha habilidades, mas sempre era passivo em seu dever e não alcançava muito. Mudaram seu dever várias vezes, mas ele não cumpriu nenhum deles bem. No dever evangelístico, ele continuava descuidado e se esquivando do trabalho. Ele não fazia nada sem a supervisão do superior. Quando os irmãos apontavam problemas no dever dele, ele não refletia sobre si mesmo, inventava desculpas, dizendo que estava ficando velho, que a saúde já não era boa e que não podia usar os pontos fortes dele naquele dever. Por isso, era normal haver problemas, e que os outros esperavam demais dele. Ele era dispensado quando nunca obtinha bons resultados em seu dever. E minha mãe parecia ser muito ativa e estar disposta a pagar um preço, mas era superficial — ela só improvisava. Não fazia trabalho prático, o que atrasava o progresso do trabalho da igreja. Ela trabalhava muito, mas havia muitos problemas e descuidos. Isso gerou grandes perdas para a casa de Deus. Ela sempre se garantia, protegendo os próprios interesses, e não os da casa de Deus. Às vezes, quando devia lidar com alguns problemas urgentes, ela insistia em mandar outra pessoa porque temia ofender alguém. Isso atrasava o trabalho da casa de Deus. Os irmãos disseram também que ela era muito arrogante e obstinada e usava a própria experiência como muleta, fazendo o que quisesse sem discutir nada com ninguém. Ela resistia às sugestões dos outros, era possessiva em relação ao trabalho dela e carecia de transparência. Os irmãos não conheciam os detalhes de algumas coisas. E assim que alguém fazia algo de que ela não gostava, ela perdia o controle e, irritada, repreendia as pessoas. Outros se sentiam constrangidos por ela, e as coisas ficaram tão difíceis para um irmão, que ele disse a ela: “Irmã, careço de calibre. Trabalhar comigo deve ser um fardo enorme. Sinto muito”. E outros disseram que, se não fosse pelo dever dela, eles jamais interagiriam com uma pessoa desse tipo. Os problemas dela eram graves, mas ela insistia em não aceitar quando os outros os apontavam. Ela era preconceituosa e resistia à irmã que supervisionava o trabalho dela. Sempre achava que os outros é que eram difíceis e injustos.

Foi um choque e tanto. Eu não quis acreditar que meus pais eram assim. Então li algumas passagens das palavras de Deus. “Consciência e razão deveriam ser os componentes da humanidade de uma pessoa. Ambos são os mais fundamentais e importantes. Que tipo de pessoa é essa que não possui consciência e não tem a razão da humanidade normal? Em termos gerais, é uma pessoa à qual falta humanidade, uma pessoa de humanidade extremamente pobre. Entrando em maiores detalhes: quais manifestações de humanidade perdida essa pessoa exibe? Tente analisar quais características são encontradas em tais pessoas e quais manifestações específicas elas apresentam. (Elas são egoístas e más.) Pessoas egoístas e más são superficiais em suas ações e se mantêm afastadas de tudo que não lhes diz respeito diretamente. Elas não consideram os interesses da casa de Deus, nem mostram consideração pela vontade de Deus. Não assumem nenhum fardo de dar testemunho de Deus nem de cumprir seus deveres e elas não têm senso de responsabilidade(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Dê seu real coração a Deus e você poderá obter a verdade”). “Quando uma pessoa tem boa humanidade, um coração verdadeiro, consciência e razão, essas não são coisas vazias ou vagas que não podem ser vistas nem tocadas; ao contrário, são coisas que podem ser descobertas em qualquer lugar no dia a dia; todas elas são coisas da realidade. Digamos que uma pessoa é maravilhosa e perfeita: você não consegue ver, tocar nem mesmo imaginar o que significa ser perfeito ou maravilhoso. Mas se você diz que uma pessoa é egoísta, você pode ver os atos dessa pessoae ela corresponde à descrição? Se alguém é descrito como honesto, com um coração verdadeiro, você pode ver seu comportamento? Se dizem que alguém é enganoso, corrompido e baixo, você pode ver tais coisas? Mesmo que feche seus olhos, você pode sentir se a humanidade de uma pessoa é inferior ou superior por meio daquilo que ela diz e de como age. Não é assim? Portanto, ‘humanidade boa ou ruim’ não é uma expressão vazia. Descrições tais como egoísta e baixo, corrompido e enganoso, ou arrogante e hipócrita são coisas que você pode compreender na vida quando tem contato com uma pessoa; esses são os elementos negativos da humanidade. Então, os elementos positivos de humanidade que as pessoas devem possuirtais como honestidade e amor pela verdadepodem ser percebidos no dia a dia? Você consegue, então, ver e distinguir se uma pessoa possui o esclarecimento do Espírito Santo, se pode obter a orientação de Deus e se o Espírito Santo opera ou não dentro dela? Como isso pode ser discernido? Você pode provar a qualidade da humanidade de uma pessoa segundo aquilo que ela vive e a essência de suas ações. Quando tem contato com uma pessoa, o que você observa primeiro? Como você pode distinguir se ela é um amante da verdade, se consegue aceitá-la e se pode obtê-la? Analise primeiro a qualidade da humanidade dela. Se a boca de uma pessoa está cheia de palavras doces, mas ela não faz nada realquando chega a hora de fazer algo real, ela só pensa em si mesma e nunca nos outros, que tipo de humanidade é essa? (Egoísmo e baixeza. Ela não tem humanidade.) É fácil para uma pessoa sem humanidade ganhar a verdade? É difícil. […] Não dê atenção ao que tal pessoa diz; você deve ver o que ela vive, o que revela, qual é sua atitude quando cumpre seus deveres e também qual é seu estado interior e o que ela ama. Se seu amor por sua própria fama e fortuna excede sua lealdade a Deus, se seu amor por sua própria fama e fortuna excede os interesses de Deus, ou se seu amor por sua própria fama e fortuna excede a consideração que demonstra por Deus, então ela não é uma pessoa com humanidade. Seu comportamento pode ser visto pelos outros e por Deus; portanto, é muito difícil que tal pessoa ganhe a verdade(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Dê seu real coração a Deus e você poderá obter a verdade”). As palavras de Deus me mostraram que, para avaliar a humanidade de alguém, devemos ver a atitude dele em relação à comissão de Deus e à verdade. Uma pessoa de boa humanidade ama a verdade e considera a vontade de Deus em seu dever. Trata a comissão de Deus com responsabilidade, é confiável e protege os interesses da igreja. Uma pessoa de humanidade pobre é egoísta e vil, só pensa nos próprios interesses. Improvisa no dever que faz, é astuta e é só diz que faz, não faz trabalho real. Pode até ignorar os interesses da casa de Deus e traí-la por ganho pessoal. Quando analisei o comportamento dos meus pais à luz das palavras de Deus, vi que não eram as pessoas boas que eu tinha imaginado. Como meu pai, que fez sacrifícios superficiais, mas não tinha um fardo em seu dever, era descuidado e fugia do trabalho. Quando havia um preço a pagar, ele inventava desculpas pensando na própria carne, sem considerar as necessidades da igreja. E no dever dele, precisava ser supervisionado e encorajado o tempo todo. Ele era muito passivo. Quanto à minha mãe, embora estivesse sempre ocupada, sofresse por seu dever e conseguisse fazer algum trabalho, os deveres não produziam resultados reais e ela os cumpria só para se exibir. Ela sempre parecia ocupada, mas só queria ganhos rápidos e fazia as coisas por status e reputação. Quando trabalhava, ela carecia de reverência por Deus, e isso causou grandes perdas para a casa de Deus. Nas coisas que envolviam os interesses da igreja, ela sabia que ela era a melhor pessoa para o trabalho, mas insistia em passar o trabalho adiante. Ela não protegia os interesses da igreja em questões importantes e não era de um só coração com Deus. Eu só vi que ela tinha completado muitas tarefas e pago um preço alto, mas eu não analisei os motivos dela nem se ela havia de fato realizado algo, se tinha realmente contribuído com algo ou se causava mais mal do que bem. Percebi que avaliar a humanidade de alguém não tem a ver com sacrifícios ou esforços superficiais, mas com os motivos corretos da pessoa, se ela está pensando na casa de Deus ou fazendo as coisas pelo próprio status e reputação. Pessoas com humanidade boa podem não entender a verdade, mas o coração delas está no lugar certo e elas seguem a própria consciência. Ficam do lado da casa de Deus e consideram os interesses dela, e é por isso que conseguem cumprir as coisas. Mas pessoas com humanidade pobre, por mais que sofram e labutem, ou por mais eloquentes que sejam, são superficiais em tudo que fazem, só consideram e planejam para o próprio ganho sem pensar na casa de Deus. É por isso que são descuidadas em seu trabalho e não realizam nada. Ou talvez até consigam fazer algo graças aos seus dons e experiência, mas, em longo prazo, as perdas superam os ganhos porque sua humanidade e seu caráter são pobres. Não são confiáveis e não fazem trabalho real. Nunca se sabe quando elas podem causar danos à casa de Deus. Quando percebi isso, tive certeza de que meus pais careciam de boa humanidade.

Eu só via o quanto tinham renunciado a várias coisas, inclusive a uma vida confortável, cumprindo o dever deles durante quase duas décadas de altos e baixos, de modo que, mesmo que não buscassem a verdade, pelo menos eram crentes verdadeiros e pessoas boas. Mas há muitas pessoas que conseguem transformar adversidades em espetáculo, mas as motivações e a essência nisso podem variar. Eu não via o que os motivava a trabalhar tanto nem se realmente alcançavam algo. Ou só via os esforços deles na superfície e achava que eram crentes verdadeiros com boa humanidade. Fui muito superficial e tola na minha perspectiva. Como crentes durante todos esses anos, todos nós sofremos a opressão do Partido Comunista e a dor de ver nossas famílias separadas, mas desfrutamos de tanta graça de Deus. Deus não só nos dá muitas verdades, Ele nos dá também sustento abundante para as nossas necessidades. Uma pessoa com consciência e razão deveria fazer de tudo para cumprir seu dever e retribuir o amor de Deus. Mas depois de tantos anos de fé e de aprender tanta doutrina, meus pais ainda não tinham a mínima responsabilidade pelos deveres deles. Não conseguiam nem proteger os interesses da igreja. Com base em como eles agiam, retirar os deveres deles era a justiça de Deus. Isso foi bom para o trabalho da igreja e foi bom para eles. Se falhar e tropeçar desse jeito os ajudasse a refletir sobre si mesmos e a se voltar para Deus, a mudar sua atitude em relação aos seus deveres, isso seria a salvação para eles e um ponto de virada em sua senda da fé. Se continuassem agindo desse jeito, sem qualquer autorreflexão, arrependimento nem mudança, eles poderiam ser expostos e eliminados. Lembrei-me de algo que Deus disse: “Quanto sofrimento alguém deve suportar e a distância da senda que trilha são ordenados por Deus e, na verdade, ninguém pode ajudar ninguém(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A senda… (6)”). Tudo que eu podia fazer era apontar os problemas que eu via e fazer o que pudesse para ajudá-los, mas quanto à senda que eles escolheriam, isso não era algo com que eu deveria me preocupar. Me senti muito mais leve no coração quando percebi isso. Parei de me afligir e de chorar por causa deles e consegui abordar isso corretamente.

Mais tarde, li estas duas passagens: “Você deve saber que tipo de pessoa Eu desejo; a quem é impuro não se permite entrar no reino, a quem é impuro não se permite macular o solo santo. Ainda que possa ter feito muito trabalho e trabalhado por muitos anos, no fim, se você ainda é deploravelmente imundo, será intolerável para a lei do Céu que você deseje entrar no Meu reino! Desde a fundação do mundo até hoje, nunca ofereci fácil acesso ao Meu reino àqueles que Me bajulam. Esta é uma regra celestial, e ninguém pode infringi-la!(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). “Eu decido o destino de cada pessoa não com base na idade, senioridade, quantidade de sofrimento, muito menos o grau em que ela causa compaixão, mas de acordo com ela possuir ou não a verdade. Não há outra escolha além dessa. Vocês devem entender que todos os que não seguem a vontade de Deus também hão de ser punidos. Esse é um fato imutável(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prepare boas ações suficientes para o seu destino”). Essas passagens me comoveram muito. O único padrão de Deus para julgar se uma pessoa pode ser salva é se ela possui a verdade e transformou os caracteres dela. Deus tem operado todos esses anos e expressou tantas verdades, dando-nos comunhão específica e detalhada sobre a senda para entrar na verdade e alcançar salvação. Contanto que alguém consiga amar e aceitar a verdade, há esperança para alcançar a salvação de Deus. Mas, se alguém só consegue fazer sacrifícios superficiais mesmo após anos de fé, sem praticar a verdade nem mudar seu caráter, ele não aceita, mas odeia a verdade. Para uma pessoa assim, não importa o quanto sacrifique ou quantos anos trabalhe, nem o quanto os deveres dela foram importantes, se ela não ganhou a verdade nem teve uma mudança de caráter no fim, mas ainda se rebela e resiste a Deus, perturbando o trabalho da igreja, ela não pode ser salva. Aqueles que cometem muitas maldades serão punidos por Deus, e isso é determinado pela justiça de Deus. Quando vi isso, ganhei mais clareza sobre como meus pais chegaram a esse ponto. Eles tinham desistido do lar e do emprego, trabalhado muito, mas não amavam a verdade. Eram superficiais e teimosos em seu dever e não refletiam sobre si mesmos com base nas palavras de Deus. Quando os irmãos mencionavam os problemas dos meus pais, eles só inventavam desculpas, achando sempre que o problema era do outro, que esperava demais deles. Isso me mostrou que eles odiavam a verdade e não queriam aceitá-la, razão pela qual seus caracteres não tinham mudado nem mesmo após tantos anos de fé. Em vez disso, na medida em que o tempo deles como crentes e o trabalho aumentava, eles se tornavam cada vez mais arrogantes. O jeito deles de lidar com a verdade me mostrou que todos os sacrifícios que faziam não eram para ganhar a verdade e a vida, mas que eram feitos com relutância, por bênçãos. Como Paulo, tudo que faziam era para negociar com Deus. Ele não era um crente verdadeiro que se despendia por Deus. Entendi que, se alguém busca a verdade, tem boa humanidade e pode ser salvo, isso deve ser julgado pela sua atitude em relação à verdade. Suas contribuições superficiais, o quanto trabalharam, os deveres que cumpriram, tudo isso é irrelevante. Alguns irmãos e irmãs podem não fazer contribuições grandes para a igreja e os deveres deles parecem insignificantes, mas eles são firmes e investem de todo o coração. Alguém cujo foco em seu dever é buscar a verdade, refletir sobre sua corrupção, ter arrependimento pessoal, praticar a verdade e fazer mudanças em seu caráter corrupto é o tipo de pessoa que pode permanecer firme na casa de Deus. Quanto mais reflito sobre isso, mais vejo a justiça de Deus. O padrão de Deus para avaliar as pessoas nunca mudou. Mas eu via a salvação como algo relacionado à sorte. Achava que Deus não abandonaria aqueles que tinham feito grandes sacrifícios e trabalhado muito, mesmo se não tivessem contribuído com nada. Mas eu vi a justiça de Deus no caso dos meus pais. Deus não julga as pessoas com base nas emoções ou noções do homem, mas mede e vê cada pessoa com base nos padrões da verdade. Nem mesmo pessoas que ocuparam papéis importantes na igreja são uma exceção.

Mais tarde, li algumas passagens que me iluminaram e aliviaram bastante. Deus diz: “Um dia, quando entender algo da verdade, você deixará de pensar que a sua mãe é a melhor pessoa ou que os seus pais são as melhores pessoas. Você perceberá que eles também são membros da humanidade corrupta e que os seus caracteres corruptos são todos iguais. Tudo o que os distingue é a relação física de sangue com você. Se não acreditam em Deus, eles são iguais aos incrédulos. Você já não olhará mais para eles da perspectiva de um membro da família ou da perspectiva da sua relação de sangue, mas a partir do lado da verdade. Quais são os aspectos principais que você deve analisar? Você deve analisar as opiniões deles sobre a crença em Deus, as opiniões deles sobre o mundo, as opiniões deles sobre como lidar com as coisas, e, sobretudo, deve analisar as atitudes deles em relação a Deus. Se analisar esses aspectos com precisão, você poderá ver claramente se eles são pessoas boas ou más. Se um dia você puder ver claramente que eles são iguais a você, que são pessoas com caracteres corruptos, e, ainda mais, que não são as pessoas bondosas que têm amor real por você que você imagina que eles são, que eles são incapazes de conduzir você à verdade ou à senda certa na vida, e se você puder ver claramente que o que eles fizeram por você não foi tão benéfico para você e que não teve importância alguma para você trilhar a senda correta na vida, e se verificar também que muitas das práticas e opiniões deles são contrárias à verdade, que eles são da carne, e que isso faz com que você os despreze e sinta aversão e ódio por eles, então, à luz desses fatores, você será capaz de tratá-los corretamente no seu coração e deixará de sentir saudade, de se preocupar e de ser incapaz de se separar deles. Eles completaram a missão de pais, e você deixará de tratá-los como as pessoas mais próximas ou de idolatrá-los. Em vez disso, você os tratará como pessoas comuns e, a essa altura, você escapará completamente da escravidão das emoções e emergirá verdadeiramente das suas emoções e do seu afeto familiar(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente resolver o seu caráter corrupto pode libertar você de um estado negativo”). “Muitas pessoas suportam um grande sofrimento emocional sem sentido. Tudo isso é sofrimento supérfluo e inútil. Por que digo isso? Porque as pessoas são sempre restringidas pelas suas emoções, razão pela qual não podem praticar a verdade e obedecer a Deus. Ser restringido pelas emoções é muito prejudicial para o cumprimento dos seus deveres e para seguir a Deus, e é também um grande obstáculo para a entrada na vida. Portanto, o sofrimento devido às restrições emocionais não tem sentido algum, e Deus não o comemora. Então, como você pode se livrar desse sofrimento sem sentido? Você deve entender a verdade. Quando vir e compreender a essência dessas relações carnais, você escapará facilmente das restrições da carne. […] Satanás usa o afeto familiar para restringir e amarrar as pessoas. Se as pessoas não compreenderem a verdade, elas serão enganadas facilmente. Muitas vezes, as pessoas pagam o preço e sofrem, choram e suportam dificuldades para o bem dos seus pais e parentes. Isso é ignorância e tolice. Você está disposto a sofrer dessa forma, isso é puramente autoinfligido, é inútil e fútil suportar isso; não é comemorado por Deus nem um pouco, e pode-se dizer que não é mais do que puro sofrimento! No dia em que compreender a verdade, você será libertado, e você achará que foi ignorante e tolo ao sofrer essas adversidades, e que a culpa não foi de ninguém a não ser da sua própria cegueira, ignorância, falta de entendimento da verdade e falta de clareza na forma com que você vê as coisas(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente resolver o seu caráter corrupto pode libertar você de um estado negativo”). Essa leitura me emocionou muito. Deus nos entende tão bem! Todas as minhas lágrimas e meu sofrimento desnecessário se deviam ao fato de eu ser emocional demais e não entender as coisas. Antes, eu não entendia a verdade nem sabia discernir meus pais, só achava que eram maravilhosos, admiráveis, que eram meus exemplos e que eu devia tentar ser igual a eles. Até achei que eram pessoas que poderiam ser salvas, mas quando os vi à luz da verdade e das palavras de Deus, percebi o quanto eu estava errada e finalmente tive algum discernimento sobre o tipo de pessoa que realmente eram. Vi muita coisa neles que eu não admirava, e que também desprezava. Parei de adulá-los e de admirá-los e parei de sofrer e chorar por causa deles. Consegui vê-los correta e objetivamente.

Por meio dessa situação, vi que eu me preocupava demais com meus sentimentos, e quando vivia cercada pelas afeições mundanas, eu só pensava no sofrimento que meus pais poderiam estar passando e não conseguia aceitar como a casa de Deus lidava com eles. Eu resistia e até cheguei a pensar que Deus não era justo. Então percebi por que Deus odeia o afeto humano. É porque ele nos leva a confundir o certo e o errado, o bem e o mal, e nos distancia de Deus. Antes, eu não me conhecia. Quando os irmãos viam parentes sendo dispensados ou expulsos e ficavam chorando dias a fio, eu os menosprezava. Achava que isso nunca aconteceria comigo, que eu não seria tão fraca. Mas quando encarei a mesma coisa, fui muito mais fraca do que todos os outros e praticamente desmoronei. Eu não chorei apenas algumas vezes, mas fiquei deprimida, e isso impactou meu dever. Vi que eu era ingênua, tola e totalmente insensata. Por meio dessa experiência, ganhei alguma compreensão sobre os irmãos que lutam para escapar de seus afetos mundanos e ganhei alguma vergonha pela minha ignorância e vanglória no passado. Aprendi também que há uma verdade a ser buscada em tudo que acontece. Sempre há uma chance de aprender uma lição e desenvolver discernimento. Devemos tratar todos em nossa volta, inclusive nossos pais, de acordo com as palavras de Deus e a verdade. Assim não os vemos por meio de nossa afeição e imaginações e não fazemos coisas que se opõem a Deus. Graças a Deus!

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