Não me preocupo mais com o futuro dos meus filhos
Nasci numa família pobre de agricultores e, depois de me formar no ensino médio, saí de casa para procurar trabalho. Mais tarde, conheci minha esposa e tivemos filhos. Eu sempre trabalhei muito, mas, muitas vezes, era difícil conseguir pagar as contas. Quando soube disso, meu cunhado me contratou para operar a escavadeira na equipe dele. Nos anos seguintes, consegui ganhar algum dinheiro e pude construir uma casa nova e ter uma vida melhor.
Aceitei o evangelho de Deus dos últimos dias em 2013 e conciliei minha fé com meu trabalho. Eu achava que deveria ganhar mais dinheiro enquanto era jovem para, no futuro, poder ajudar meu filho a começar. Essa era minha responsabilidade como pai. Mais tarde, comecei a servir como líder de grupo, e então, em 2017, fui escolhido para servir como diácono de rega. Porém, na verdade, eu não queria aceitar, porque sabia que não seria tão fácil quanto liderar um grupo pequeno. Eu teria de encaixar os horários dos novos crentes para as reuniões e isso com certeza afetaria minha renda na escavação. Se eu não economizasse dinheiro suficiente, como poderia ajudar meu filho mais tarde? Quando me dei conta de tudo isso, rejeitei o dever. Mas depois me senti muito culpado. Deus tinha se sacrificado tanto para nos salvar, e, agora que o trabalho da igreja precisava da minha cooperação, eu só consegui pensar em ganhar dinheiro para ajudar meu filho e não quis aceitar esse dever. Isso não magoaria a Deus? Ao perceber isso, me ajoelhei no chão e orei a Deus em arrependimento, prometendo que não rejeitaria mais nenhuma atribuição. Em 2018, meus irmãos votaram em mim para servir como líder de igreja. Senti um grande conflito: ser um líder que supervisiona todo o trabalho é um dever de tempo integral. Eu não conseguiria economizar dinheiro para o futuro do meu filho e, então, não cumpriria minha responsabilidade como pai. Mas também pensei em como me senti culpado por ter rejeitado uma atribuição antes, por isso aceitei o dever.
Depois que me tornei líder de igreja, não tive tempo para o trabalho de escavação, então, para sobreviver, contamos com o dinheiro que a minha esposa ganhava vendendo legumes. Depois que se formou, meu filho conseguiu um emprego numa fábrica, o que aliviou a nossa carga. Mas quando chegou a hora de ele se casar, ainda não tínhamos uma casa, um carro ou qualquer poupança para ele. O que eu deveria dizer ao meu filho? Eu senti que o havia decepcionado. Às vezes, quando ele voltava de uma pausa, eu preparava uma refeição muito boa para ele e demonstrava mais preocupação com sua vida para aliviar um pouco a minha culpa. No final de agosto de 2023, meu líder superior quis me promover para um dever longe de casa, então discuti a questão com a minha esposa. Ela me perguntou o que eu achava. Eu disse: “Não quero ir, porque se eu for embora, você terá de arcar sozinha com o fardo da nossa família. Nossa filha ainda é nova e nosso filho ainda não se casou. Se eu for embora, o que será da nossa família?”. Minha esposa respondeu, dizendo: “Se tivermos problemas, podemos orar a Deus. Você deve ter um coração submisso agora que lhe atribuíram esse dever. Eu posso cuidar das coisas em casa, não se preocupe”. Alguns dias depois, o líder superior escreveu pedindo para as pessoas me avaliarem, mas não pedi aos irmãos que fizessem isso. Pensei: “Sou o homem da casa, é minha responsabilidade carregar o fardo da nossa família. Meu filho já tem idade suficiente para se casar, mas ainda não temos uma casa, um carro ou uma poupança preparada para ele. Nossos vizinhos, que têm filhos da mesma idade, todos têm casas e carros preparados para os filhos. E se meu filho me perguntar por que eu não o sustento quando todos esses outros pais sustentam seus filhos? Que tipo de pai eu sou? Não sei como responderei. Além disso, minha filha adoeceu e não poderei cuidar dela se eu for embora”. Pensando em tudo isso, me senti péssimo, e não queria desempenhar meu dever longe de casa. Mas eu também sabia que Deus não ficaria contente se eu rejeitasse o dever. Por outro lado, minha família passaria por maus bocados se eu fosse mesmo. Fiquei preso num dilema, e foi uma provação e tanto. Nos dias seguintes, me distraí e até me esqueci de regar os recém-chegados. Percebi que não estava em bom estado, então orei a Deus: “Oh, Deus! Tenho vivido nas trevas e me sinto bastante atormentado ultimamente. Por favor, me esclarece para eu entender a verdade, e me guia para eu sair desse estado”.
Durante os devocionais, me deparei com esta passagem das palavras de Deus: “Há também aqueles que, por terem se tornado crentes em Deus, por viverem a vida da igreja, lerem as palavras de Deus e desempenharem seus deveres, não terão tempo para se associar normalmente com seus filhos, suas esposas (ou maridos), pais ou amigos e parentes não crentes. Em particular, serão incapazes de cuidar adequadamente dos filhos não crentes ou de fazer qualquer coisa que os filhos exijam, e por isso se preocupam com o futuro e as perspectivas dos filhos. Sobretudo quando os filhos crescerem, alguns começarão a se afligir: meu filho irá para a faculdade ou não? Em que se formará se entrar na faculdade? Meu filho não acredita em Deus e quer fazer faculdade, então eu, como alguém que acredita em Deus, deveria pagar seus estudos? Deveria cuidar de suas necessidades diárias e apoiá-lo nos estudos? E quando chegar a hora de ele se casar, ter um emprego e até ter uma família e os próprios filhos, que papel eu deveria desempenhar? Que coisas deveria fazer e não fazer? Eles não fazem ideia dessas coisas. No momento em que algo assim acontece, no momento em que se encontram em tal situação, eles ficam perplexos e não têm ideia do que fazer, nem sabem como lidar com essas coisas. Conforme o tempo passa, surgem angústia, ansiedade e preocupação: se fizerem essas coisas pelos filhos, temem ir contra as intenções de Deus e desagradar a Deus, e, se não fizerem, temem não cumprir as responsabilidades parentais e ser acusados por filhos e outros membros da família; se fizerem essas coisas, temem perder o testemunho, e, se não as fizerem, temem ser desdenhados pelas pessoas mundanas, ser motivo de riso, de provocação e julgamento dos vizinhos; eles temem desonrar a Deus, mas também receiam ganhar uma má reputação e se sentir tão envergonhados que não conseguem mostrar a cara. Conforme vacilam em torno dessas coisas, a angústia, a ansiedade e a preocupação surgem em seu coração; eles se sentem angustiados por não saber o que fazer, ficam ansiosos para não fazer a coisa errada, não importa o que escolham, e por não saber se algo que fazem é apropriado, e temem que, se essas coisas continuarem acontecendo, então um dia não serão capazes de lidar com elas, e se tiverem um colapso as coisas ficarão ainda mais difíceis para eles. Pessoas em uma situação como essa sentem-se angustiadas, ansiosas e preocupadas com todas essas coisas que surgem na vida, sejam grandes ou pequenas. Uma vez que surgem tais sentimentos negativos, elas ficam atoladas nessa angústia, ansiedade e preocupação e são incapazes de se libertar: se fizerem isso, é errado, se fizerem aquilo, é errado, e elas não sabem qual é a coisa certa a fazer; querem agradar os outros, mas temem desagradar a Deus; querem fazer coisas de modo que os outros falem bem delas, mas não querem desonrar a Deus nem fazer com que Deus as deteste. É por isso que sempre ficam atoladas nesses sentimentos de angústia, ansiedade e preocupação. Sentem-se angustiadas tanto pelos outros quanto por si mesmas; sentem-se ansiosas pelas coisas tanto para os outros quanto para si mesmas; e se preocupam com as coisas por outras pessoas e por si mesmas e assim ficam atoladas numa dupla dificuldade da qual não conseguem escapar. Emoções negativas como essas não afetam apenas a vida cotidiana, mas afetam também o desempenho dos deveres, assim como, obviamente, afetam até certo ponto a busca da verdade. Esse é um tipo de dificuldade, ou seja, são dificuldades relacionadas ao casamento, à vida familiar e à vida pessoal, e é por causa dessas dificuldades que as pessoas costumam ficar presas à angústia, à ansiedade e à preocupação. Não é para ter pena quando as pessoas ficam presas nesse tipo de emoção negativa? (Sim, é.) Elas são dignas de pena? Vocês ainda dizem: ‘Sim, é’, mostrando que ainda são muito empáticos com elas. Quando alguém fica atolado em uma emoção negativa, independentemente de qual seja o cenário para o surgimento dessa emoção negativa, qual é o motivo para seu surgimento? É por causa do ambiente, das pessoas, dos eventos e das coisas que o cercam? Ou é porque a verdade que Deus expressa o perturba? É o ambiente que afeta a pessoa ou são as palavras de Deus que perturbam a vida da pessoa? Qual é exatamente o motivo? Vocês sabem? Digam-Me, seja na vida normal das pessoas ou no desempenho do dever, essas dificuldades estão presentes se elas buscam a verdade e estão dispostas a praticá-la? (Não.) Essas dificuldades estão presentes como fato objetivo. Vocês dizem que não estão presentes, então será que vocês solucionaram essas dificuldades? Vocês são capazes de fazer isso? Essas dificuldades são insolúveis e estão presentes como fato objetivo. Qual será o desfecho dessas dificuldades nas pessoas que buscam a verdade? E qual será o desfecho naquelas que não buscam a verdade? Elas terão dois desfechos completamente diferentes. Se buscarem a verdade, elas não serão pegas por essas dificuldades e não mergulharão nas emoções negativas de angústia, ansiedade e preocupação. De outro modo, se as pessoas não buscam a verdade, essas dificuldades estão presentes nelas da mesma forma, e qual será o desfecho? Elas o enredarão de modo que você será incapaz de escapar e, se não for capaz de solucioná-las, no fim se tornarão emoções negativas que dão nós no íntimo do seu coração; afetarão sua vida normal e o desempenho normal de seus deveres e farão você se sentir oprimido e incapaz de encontrar alívio — esse é o desfecho que elas terão sobre você” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (3)”). As palavras de Deus expuseram muito bem o meu estado. Quando vi que meu filho atingiu a maioridade, pensei que, como o homem da casa, era minha responsabilidade ganhar mais dinheiro para ajudá-lo a formar uma família e iniciar sua carreira, por isso, rejeitei a designação da igreja para servir como diácono de rega. Mais tarde, quando fui escolhido como líder de igreja, assumi o dever, mas vi que meu filho estava chegando à idade adulta e fiquei imaginando como ele encontraria uma esposa sem um carro ou uma casa em seu nome. Será que meu filho diria que eu não era um bom pai? Essas preocupações criaram raízes no meu coração e, muitas vezes, me deixavam incomodado. Agora, quando a igreja me designou para desempenhar deveres longe de casa, essas preocupações voltaram com força total. Eu me preocupava com o fato de que, como meu filho ainda não tinha encontrado uma esposa, se eu fosse embora para desempenhar meu dever, com certeza, ele me odiaria e, sem dúvida, nossos vizinhos falariam de mim pelas costas. Mas, se eu não fosse, estaria rejeitando meu dever. Eu estava em conflito e não sabia como devia proceder. Eu tinha acreditado em Deus por muitos anos, mas ainda não entendia a verdade e estava sobrecarregado de compromissos familiares. Eu achava que, como era o homem da casa, eu deveria arcar com o fardo da nossa família e ganhar dinheiro suficiente para ajudar meu filho com a família e a carreira dele. Como resultado, eu estava sempre consumido por preocupações e não conseguia me dedicar totalmente ao meu dever. Eu tinha de buscar a verdade para resolver logo esse estado.
Algum tempo depois, encontrei esta passagem das palavras de Deus: “Para o bem de quem você está se sentindo angustiado, ansioso e preocupado? Você está sentindo essas coisas a fim de ganhar a verdade? Ou para ganhar a Deus? Ou por causa da obra de Deus? Ou por causa da glória de Deus? (Não.) Então pelo que você está sentindo essas emoções? É tudo por você, por seus filhos, por sua família, por respeito próprio, por reputação, por seu futuro e perspectivas, por tudo que tem a ver com você. Tal pessoa não desiste de nada, nem larga nada, nem se rebela contra nada, nem abandona nada; não tem fé verdadeira em Deus e não tem lealdade genuína ao desempenhar o dever. Em sua crença em Deus, ela não se despende verdadeiramente, só acredita para obter bênçãos e acredita em Deus apenas com a convicção de receber bênçãos. Ela está cheia de ‘fé’ em Deus, na obra de Deus e nas promessas de Deus, mas Deus não elogia tal fé, nem Se lembra disso, mas, antes, Ele a detesta. Tais pessoas não seguem nem praticam os princípios para lidar com qualquer questão que Deus exija delas, não largam as coisas que deveriam largar, não desistem das coisas de que deveriam desistir, não abandonam as coisas que deveriam abandonar, não oferecem a lealdade que deveriam oferecer e, portanto, merecem mergulhar nas emoções negativas de angústia, ansiedade e preocupação. Por mais que sofram, sofrem apenas por si mesmas, não pelo dever nem pelo trabalho da igreja. Portanto, tais pessoas simplesmente não estão em busca da verdade — são só um grupo de pessoas que acredita em Deus nominalmente. Elas sabem exatamente que esse é o caminho verdadeiro, mas não o praticam nem o seguem. Sua fé é lastimável e não pode obter a aprovação de Deus, e Deus não Se lembrará disso” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (3)”). As palavras de Deus expuseram o meu estado. Em vez de gastar meu tempo pensando em como buscar a verdade e desempenhar bem o meu dever para satisfazer a Deus, tudo o que eu conseguia pensar era que estava deixando de me preparar para o futuro do meu filho, me preocupando com a ideia de que meu filho pensaria que eu não era um bom pai, meus vizinhos falariam mal de mim e eu poderia perder prestígio entre eles. Por isso, rejeitei o dever. Isso me mostrou que todos os meus pensamentos giravam em torno dos meus filhos e da minha reputação. Não me preocupei com o fato de que tinha acreditado em Deus durante anos, mas não tinha alcançado a verdade, não me preocupei com o mau resultado do meu dever como líder na igreja, não sentia remorso por não me submeter ao meu dever e o rejeitar, o que decepcionava a Deus, no entanto, eu estava sempre me preocupando com a minha família, os meus filhos e a minha reputação. Priorizei essas coisas, em vez de desempenhar meu dever como um ser criado. Foi por meio da exaltação de Deus que consegui desempenhar o meu dever como líder, e Ele esperava que, ao fazer isso, eu buscaria a verdade, alcançaria transformação de caráter e obteria Sua salvação. E o que eu queria fazer? Eu só queria ser um bom pai, cuidar dos meus filhos e cultivar uma boa reputação. Eu sabia muito bem que o trabalho da igreja exigia a minha cooperação, mas não me submeti, eu sabia muito bem que cumprir o meu dever como um ser criado era um dever obrigatório, mas o rejeitei. Rejeitei o dever de servir como diácono de rega e recusei a oportunidade de ser promovido apenas para ganhar mais dinheiro e ser um bom pai. Vi que minha opinião sobre as coisas não era diferente da de um não crente, apesar de anos de fé. Eu não tinha lealdade nenhuma ao meu dever e, aos olhos de Deus, era um descrente. Pensei em como, para nos salvar, Deus havia encarnado no país do grande dragão vermelho, que O enxergava como inimigo. Ele expressou verdades para nos suprir e, para que pudéssemos ganhar a verdade, Ele nos regou e pastoreou incansavelmente de inúmeras maneiras. No entanto, eu havia rejeitado meu dever em prol do futuro dos meus filhos. Eu realmente não tinha consciência ou razão nenhuma! Quando percebi isso, logo me senti envergonhado e fiquei menos resistente a sair de casa pelo meu dever.
Tempos depois, continuei a refletir sobre mim mesmo: por que eu não me submetia sempre que me designavam um dever? Que veneno satânico estava me controlando? Procurei passagens relevantes das palavras de Deus e encontrei esta: “Essas ideias da cultura tradicional, como também as responsabilidades e a posição social dos homens na sociedade, são uma fonte de pressão e até de humilhação e também distorcem a humanidade dos homens, fazendo com que muitos homens fiquem rabugentos, deprimidos e, muitas vezes, à beira de um colapso sempre que são acometidos pelas dificuldades. Por que isso acontece? Porque eles acham que são homens, que os homens devem ganhar dinheiro para sustentar a família, que devem cumprir suas responsabilidades como homens, que os homens não devem chorar nem ficar tristes e que os homens não deveriam ficar desempregados, mas deveriam ser os pilares da sociedade e o pilar da família. É como dizem os não crentes: ‘Os homens não derramam lágrimas facilmente’, o homem não deveria ter fraquezas nem deficiências. Essas ideias e opiniões são geradas pelos moralistas que classificam os homens erradamente e elevam continuamente o status dos homens. Essas ideias e opiniões não só sujeitam os homens a todo tipo de problema, humilhação e angústia, mas também se transformam em grilhões mentais, tornando sua posição, situação e seus encontros na sociedade cada vez mais constrangedores” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “O que significa buscar a verdade (11)”). “Se você quer se livrar desses grilhões, você precisa buscar a verdade, entender completamente a essência dessas ideias e não pode agir sob a influência ou controle dessas ideias da cultura tradicional. Você deveria abandoná-las e se rebelar contra elas de uma vez por todas e deixar de ver as pessoas e as coisas e comportar-se e de agir de acordo com as ideias e opiniões da cultura tradicional, tampouco deveria fazer julgamentos e escolhas com base na cultura tradicional; ao contrário, veja as pessoas e as coisas, comporte-se e aja de acordo com as palavras de Deus e as verdades princípios. Desse jeito, você trilhará a senda certa e será um verdadeiro ser criado aprovado por Deus. Caso contrário, você ainda será controlado por Satanás e continuará vivendo sob o poder de Satanás e não será capaz de viver nas palavras de Deus: esses são os fatos da questão” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “O que significa buscar a verdade (11)”). Ao ler as palavras de Deus, percebi que a posição e as responsabilidades sociais atribuídas aos homens são a forma como Satanás os enreda, fazendo com que pensem que devem sustentar a família o tempo todo, pois isso é responsabilidade deles. Tome, por exemplo, meu pai, que era professor. Desde pequeno, ele me incutiu essas ideias, dizendo que eu seria o pilar da família e teria de sustentar todos os membros dela. Ele também me obrigava a desempenhar afazeres com ele para que eu conhecesse a responsabilidade de um homem. Depois de me casar, as minhas responsabilidades como homem da família se tornaram a minha prioridade. A fim de garantir uma boa qualidade de vida para a minha família e ajudar o meu filho a se estabelecer, trabalhei longas horas para ganhar dinheiro e cumprir minha responsabilidade como pai. Todas as decisões importantes passavam por mim e, por mais cansado que estivesse ou por mais difíceis que fossem as coisas, eu sempre fazia o que era necessário, sem questionar. Influenciado por pensamentos tradicionais, sempre que havia um conflito entre família e dever, eu sempre priorizava a família. Rejeitei deveres para ganhar mais dinheiro e fazer uma poupança para o meu filho. Mesmo como líder de igreja, eu dividia o tempo entre os deveres e a família e não conseguia me dedicar totalmente ao meu dever. Mais tarde, quando tive a chance de ser promovido, também resisti e a rejeitei. Então percebi que a cultura tradicional que Satanás nos incutiu está em oposição a Deus. Ela faz com que as pessoas se afastem de Deus, O traiam e, no fim, enfrentem a destruição, exatamente como Satanás. Quando percebi que Satanás tinha usado a cultura tradicional para me corromper, me dispus a mudar meus hábitos e a praticar de acordo com as palavras de Deus.
Naquela noite, durante os devocionais, vi esta passagem: “Como alguém que acredita em Deus e busca a verdade e a salvação, a energia e o tempo que lhe restam em sua vida deveriam ser gastos desempenhando seu dever e com qualquer coisa que Deus lhe confiou; você não deveria gastar nenhum tempo com seus filhos. Sua vida não pertence aos filhos e não deveria ser gasta para a vida ou sobrevivência deles, nem para satisfazer as expectativas que você tem para eles. Em vez disso, ela deveria ser dedicada ao dever e à tarefa confiada que Deus lhe deu, como também à missão que você deveria cumprir como um ser criado. É aqui que estão o valor e o significado da sua vida. Se você está disposto a perder sua dignidade e a se tornar um escravo de seus filhos, a se preocupar com eles e a fazer tudo por eles a fim de satisfazer suas expectativas em relação a eles, então tudo isso é sem sentido e sem valor e não será comemorado. Se você persiste em fazer isso e em não largar essas ideias e ações, isso só pode significar que você não é alguém que busca a verdade, que você não é um ser criado qualificado e que você é muito rebelde. Você não preza nem a vida nem o tempo que lhe foram dados por Deus. Se sua vida e seu tempo são gastos apenas com sua carne e seus afetos, e não com o dever que Deus lhe deu, então sua vida é desnecessária e desprovida de valor. Você não merece viver, não merece desfrutar da vida que Deus lhe deu e não merece desfrutar de tudo que Deus lhe deu. Deus lhe deu filhos só para que você desfrutasse do processo de criá-los, para que ganhasse experiência de vida e conhecimento como pai ou mãe, para permitir que experimentasse algo especial e extraordinário na vida humana e então permitisse que seus filhos se multiplicassem… É claro que é também para cumprir a responsabilidade de um ser criado como pai ou mãe. É a responsabilidade que Deus ordenou que você cumprisse em relação à próxima geração, como também o papel que você exerce como pai ou mãe para a próxima geração. De um lado, é para passar por esse processo extraordinário de criar filhos e, de outro, para exercer um papel na propagação da próxima geração. Uma vez que você cumpriu essa obrigação e seus filhos se tornaram adultos, independentemente de eles se tornarem muito bem-sucedidos ou permanecerem indivíduos simples, comuns e normais, isso nada tem a ver com você, pois o destino deles não é determinado por você, tampouco é escolha sua, e você certamente não lhes deu isso — isso é ordenado por Deus. Já que é ordenado por Deus, você não deveria interferir nem meter o nariz na vida nem na sobrevivência deles. Seus hábitos, suas rotinas diárias e sua atitude em relação à vida, quaisquer estratégias de sobrevivência que eles possam ter, qualquer que seja sua perspectiva sobre a vida, qualquer que seja sua atitude em relação ao mundo — fazer essas escolhas cabe a eles, e não é assunto seu. Você não tem nenhuma obrigação de corrigi-los nem de suportar qualquer sofrimento no lugar deles para garantir que eles sejam felizes todos os dias. Todas essas coisas são desnecessárias. […] Portanto, a atitude mais racional para os pais depois que os filhos crescerem é largá-los, permitir que eles experimentem a vida sozinhos, permitir que vivam de forma independente e enfrentem, lidem e resolvam os vários desafios na vida de modo autônomo. Se eles procurarem sua ajuda e você tiver a capacidade e estiver em condições de ajudar, é claro que você poderá oferecer ajuda e fornecer a assistência necessária. No entanto, o prerrequisito é que, não importa que ajuda você forneça, seja financeira, seja psicológica, ela só pode ser temporária e não pode mudar nenhuma questão substancial. Eles precisam navegar a própria senda na vida, e você não tem nenhuma obrigação de assumir nenhum dos assuntos ou consequências deles. Essa é a atitude que os pais deveriam ter em relação aos filhos adultos” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (19)”). As palavras de Deus explicaram como os pais devem encarar as responsabilidades paternais. Quando nossos filhos são pequenos, temos a responsabilidade de criá-los bem. Mas, quando eles crescem, devemos deixá-los cuidar de si mesmos e dedicar nosso tempo ao desempenho de nossos deveres como seres criados. Se dedicarmos todo o nosso tempo e energia aos filhos e à família, perderemos o significado da fé e não seremos dignos de viver perante Deus. Deus me deu uma família e filhos para que eu pudesse ganhar experiência de vida no processo de criar meus filhos. Isso inclui minha responsabilidade de criar os filhos e também meu papel de garantir a continuidade do nosso povo. Se eu criasse bem os meus filhos, teria cumprido a minha responsabilidade. Além disso, a sina dos meus filhos está nas mãos de Deus. Não importa quantos bens materiais e riqueza eu providencie para meus filhos, não posso mudar a sina deles. Alguns pais criam seus filhos, mas não conseguem ajudá-los a começar uma família e uma carreira, porém, mesmo assim, os filhos se saem bem. Em contrapartida, alguns pais trabalham duro para ganhar dinheiro e ajudar seus filhos a se estabelecerem, mas, mesmo assim, as coisas não saem como eles desejavam. Veja o meu caso, por exemplo, meu pai não me deixou uma casa ou dinheiro, porém, eu consegui me casar mesmo assim. Também não dei ao meu filho muito dinheiro ou bens, mas, ainda assim, ele se formou, conseguiu um emprego e é capaz de ganhar dinheiro para cuidar de si mesmo. Minha filha pode estar doente, mas o futuro dela está nas mãos de Deus, e, na realidade, não tenho controle sobre isso. Tenho muitas responsabilidades agora como líder na igreja, mas ainda tenho muitas deficiências e ainda tenho muitas verdades princípios a aprender. Por isso, preciso dedicar mais tempo ao meu dever, confiar em Deus e buscar a verdade em áreas em que me falta entendimento, e me comunicar mais com o irmão que trabalha comigo para desempenhar bem meu dever. Quando eu ainda estava equilibrando o tempo entre família e dever, várias questões familiares consumiam muito tempo e energia. Agora que saí de casa para desempenhar meu dever, sou responsável por várias igrejas e estou exposto a muitas pessoas e situações — todas essas são boas oportunidades para alcançar a verdade. Se eu não aproveitar a oportunidade de obter a verdade nessas situações, talvez não tenha outra chance. Agora, todo dia, tenho muito trabalho a fazer. Quando não entendo alguma coisa, oro a Deus, busco e me comunico. Nesse tipo de ambiente, tenho muitas oportunidades de me aproximar de Deus. Tenho uma sensação de paz e tranquilidade e não me preocupo mais com meus filhos. Agradeço a Deus pela oportunidade de desempenhar esse dever.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.