Uma educação estressante prejudicou a minha filha

05 de Julho de 2024

Por Niuniu, China

Meus pais se divorciaram quando eu era bem jovem. Minha irmã mais velha e eu morávamos com meu pai, e a nossa vida era muito difícil. Nossa família não era abastada; além disso, minhas notas eram ruins, então, pouco antes do ensino médio, larguei a escola e comecei a trabalhar. Eu não tinha instrução e só conseguia fazer uns trabalhos manuais. Era exaustivo e humilhante. Como não tinha instrução, eu só poderia ser uma trabalhadora de classe baixa nesta vida. Então, quando me casei e tive minha primeira filha, eu torci para que ela estudasse muito e entrasse numa universidade boa no futuro, não apenas para que tivesse um bom futuro, mas também porque isso causaria boa impressão de mim, como sua mãe. Durante essa época, eu trabalhava um pouco em casa, com meu marido, e cuidava da minha filha. Quando ela fez dois anos de idade, comprei alguns livros de nível iniciante na internet para ensiná-la. Enquanto cozinhava ou lavava roupa, eu lhe ensinava o Clássico das Três Índoles ou fazia com que ela memorizasse poesia Tang. Às vezes, quando eu dizia uma frase, ela era capaz de me dizer a frase seguinte de memória. Eu via quão rápido ela estava aprendendo, e achava minha filha bem inteligente; com certeza ela se destacaria academicamente, no futuro. Quando ela fez quatro anos, eu a coloquei no jardim de infância. Após meio ano, vendo que ela não estava aprendendo muito na classe de nível inferior, fiz com que ela mudasse para a classe de nível médio, e, antes mesmo que ela completasse esse nível, eu a mudei para a classe de nível superior. A primeira escola que escolhi para a minha filha não era muito longe da nossa casa, mas depois percebi que ela não estava aprendendo muito lá, e pensei comigo: “Este é o momento em que as crianças constroem seu alicerce. Se ela continuar estudando aqui, isso atrapalhará suas perspectivas futuras”. Então, pedi a alguém que perguntasse por mim, e encontrei uma escola que era boa, mas ficava bem longe de onde morávamos. Eu levava minha filha para a escola e a trazia para casa todos os dias, e, nessa época, eu pensava: “Colocar minha filha numa escola boa é algo benéfico para o futuro dela. Vale a pena, por mais difícil que seja”. Para que a minha filha tirasse boas notas, economizei em comida e outras despesas e gastei mais de 500 yuans em uma caneta inteligente. Achei que isso a ajudaria nas notas. Mais tarde, ela passou para a primeira série, e gostava demais de ficar brincando, então criei a regra de que todos os dias, após o café da manhã, ela praticaria a escrita de caracteres. Depois disso, ela precisava recitar uma passagem do livro didático, e só então podia sair para brincar. Ao ver que eu havia arranjado todo aquele estudo para ela, e que ela só podia brincar quando terminasse, ela chorou e fez um escândalo. Fiquei furiosa e a repreendi, dizendo: “Se você estudar bastante e fizer toda essa lição de casa, não precisarei estabelecer essas regras. Essas regras não são para seu bem? Olhe para a filha de fulano de tal; veja como as notas dela são boas. Os pais dela nunca estão em casa, mas mesmo assim ela sabe estudar bastante. Se não estudar bastante, você não conseguirá nem arranjar emprego quando terminar a escola, quanto mais ter um futuro brilhante. Quando esse momento chegar e você não tiver o que comer, não venha correndo para mim”. Minha repreensão silenciou minha filha, e, com relutância, ela aceitou as minhas exigências e foi estudar. Assim, sob meu controle rígido, as notas da minha filha melhoraram. Ela tirava notas na casa dos 90 e às vezes até um 99 nas provas. Mas eu ainda a repreendia, dizendo: “Por que você tirou só 99 em vez de 100?”. Depois disso, eu a incentivava a estudar bastante, comprava materiais para ela estudar ainda mais, no tempo livre, para que pudesse tirar 100 nas provas o quanto antes.

Em junho de 2021, minha filha estava na segunda série, e suas notas estavam cada vez mais baixas, então eu a repreendi, dizendo: “Por que suas notas nas provas estão piorando?”. Além disso, eu a acusei de não prestar atenção nas aulas. Em casa, eu a vigiava nos estudos, e, às vezes, quando ela não me ouvia, eu batia nela. Minha filha levava um susto sempre que me via, e, não ousando resistir a mim, ela batia em si mesma; além disso, não se aproximava de mim. Ela até disse à avó que eu não a amava. Nessa hora, eu estava com muita raiva, e disse à minha filha: “Você ainda é jovem e não entende as coisas; estou fazendo tudo isso para o seu bem. Na sua idade, por não ser boa aluna, eu não tinha nenhuma perspectiva de futuro e só podia me tornar uma cidadã de classe baixa. Você tem que ser boa aluna; não pode ser como eu”. Minha filha não teve escolha a não ser seguir minhas exigências.

Mais tarde, fui escolhida para ser líder de igreja. Fiquei bastante ocupada com os deveres de liderança, e não tinha muito tempo para supervisionar os estudos da minha filha em casa. Suas notas estavam caindo bastante; no início, ela tirava notas na casa dos 90, mas depois foi caindo aos poucos até chegar a 70. Pensei comigo: “Se as coisas continuarem assim, talvez ela nem consiga se formar no ensino médio, muito menos entrar numa universidade boa e ter um futuro brilhante. Se a minha filha não tiver perspectivas de futuro, isso se refletirá mal em mim também”. Então, eu me ocupava com o trabalho da igreja de dia e, à noite, dava aulas extras para a minha filha. Só que ela gostava de brincar e não era muito autodisciplinada, e suas notas estavam cada vez piores. A professora me chamou e disse que as notas da minha filha estavam caindo demais, e disse que, por mais ocupada que eu estivesse, eu devia me preocupar com os estudos da minha filha. Ao ouvir o que a professora disse, reclamei comigo mesma, pensando que era porque eu estava muito ocupada com meus deveres que não tinha conseguido ficar de olho nos estudos da minha filha, e que era por isso que suas notas haviam caído tanto. Por causa disso, não quis cumprir deveres de liderança, só quis me reunir toda semana e mais nada. Dessa forma, eu teria mais tempo para vigiar os estudos da minha filha, em casa. Naquela tarde, um líder veio se reunir conosco, e eu não quis ir. Eu sabia que estava errado pensar assim e orei a Deus: “Deus, as notas da minha filha estão caindo demais, e receio que, se continuar assim, isso atrapalhará suas perspectivas futuras. Por esse motivo, não quero exercer funções de liderança. Sei que está errado; por favor, guia-me e me mostra uma senda de prática”. Depois de orar, fui participar da reunião, onde contei à líder sobre a minha situação. Ela se comunicou comigo, e me lembrou de voltar para casa e ler as palavras de Deus que revelam como os pais educam os filhos.

Quando cheguei em casa, encontrei as palavras de Deus sobre esse assunto e as li. Deus Todo-Poderoso diz: “Cada pai, mãe ou ancião tem expectativas variadas, grandes e pequenas, em relação aos filhos. Eles esperam que os filhos estudem muito, sejam bem-comportados, sobressaiam na escola, sejam alunos nota 100 e não sejam desleixados. Querem que seus filhos sejam respeitados pelos professores e colegas de turma e que suas notas sempre fiquem acima de 80. Se a nota do filho for 60, ele será espancado, e se ficar abaixo de 60, ele deverá ficar virado para a parede e refletir sobre seus erros, e será obrigado a ficar imóvel, como punição. Ele não poderá comer, dormir, assistir à TV, nem jogar no computador, e as roupas bonitas e os brinquedos prometidos não serão mais comprados para ele. Cada pai e mãe têm várias expectativas em relação aos filhos e depositam grandes esperanças neles. Esperam que os filhos sejam bem-sucedidos na vida, avancem rapidamente na carreira, e tragam honra e glória para os ancestrais e a família. Nenhum dos pais quer que seus filhos se tornem mendigos, camponeses, muito menos ladrões e bandidos. Os pais também não querem que seus filhos se tornem cidadãos de segunda categoria após entrarem na sociedade, que catem lixo, vendam mercadoria na calçada, sejam vendedores ambulantes ou sejam menosprezados pelos outros. Não importa se essas expectativas podem ser realizadas pelos filhos, em todo caso, os pais têm todos os tipos de expectativas em relação aos filhos. Suas expectativas são a projeção nos filhos daquilo que os pais acreditam ser coisas ou buscas boas e nobres; eles investem esperança neles, esperam que eles consigam realizar esses desejos de pai e mãe. O que, então, esses desejos dos pais criam, inadvertidamente, para os filhos? (Pressão.) Criam pressão, e que mais? (Fardos.) Eles se tornam pressão e também se tornam grilhões. Já que os pais têm expectativas em relação aos filhos, eles os disciplinam, guiam e educam de acordo com essas expectativas; até investem nos filhos para cumprir suas expectativas ou pagam qualquer preço por elas. Por exemplo, os pais esperam que seus filhos se sobressaiam na escola, sejam os melhores da turma, tirem uma nota acima de 9 em todas as provas, sejam sempre o número 1 — ou, no pior dos casos, nunca fiquem abaixo do quinto lugar. Depois de expressar essas expectativas, ao mesmo tempo os pais também não fazem certos sacrifícios para ajudar seus filhos a alcançar esses objetivos? (Sim.) Para alcançar esses objetivos, os filhos acordam cedo de manhã para recapitular lições e decorar textos, e os pais também acordam cedo para acompanhá-los. Em dias quentes, ajudam a abanar os filhos, preparam bebidas geladas ou compram sorvete para eles. Eles acordam logo de manhã para preparar leite de soja, massa frita e ovos para os filhos. Especialmente durante as provas, os pais obrigam os filhos a comer massa frita e dois ovos, esperando que isso os ajudará a tirar nota 100. Se você disser: ‘Não consigo comer tudo isso, um ovo basta’, eles dizem: ‘Criança tola, você só tirará nota 10 se comer um ovo. Coma outro para a mamãe. Faça o seu melhor; se conseguir comer este, você tirará nota máxima’. O filho diz: ‘Acabei de acordar, ainda não consigo comer’. ‘Não, você precisa comer! Seja bonzinho e ouça sua mãe. A mamãe está fazendo isso para o seu bem, então vá em frente e coma isso pela sua mãe.’ O filho contempla: ‘A mamãe se importa tanto. Tudo que ela faz é para o meu bem, então vou comer’. O que ele come é um ovo, mas o que ele engole, na verdade? Pressão, relutância e má vontade. A comida é boa, e as expectativas da mãe são altas, e, do ponto de vista de humanidade e consciência, você deveria aceitá-las, mas, com base na razão, você deveria resistir a esse tipo de amor e não aceitar esse jeito de fazer as coisas. Mas, ai de você, não há nada que você possa fazer. Se você não comer, ela se irritará, e você será espancado, repreendido ou até xingado. […] Que tipo de educação você recebe das expectativas de seus pais? (A necessidade de ir bem nas provas e ter um futuro de sucesso.) Você precisa se mostrar promissor, precisa viver à altura do amor, do trabalho duro e dos sacrifícios de sua mãe, e precisa cumprir as expectativas de seus pais e não os decepcionar. Eles o amam tanto, eles lhe deram tudo e estão fazendo de tudo por você com a vida deles. Então, em que se transformaram todos os sacrifícios, a educação e até mesmo o amor deles? Tornaram-se algo que você precisa retribuir e, ao mesmo tempo, tornaram-se seu fardo. É assim que surge o fardo(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (16)”). Deus expôs que, quando os pais têm expectativas em relação aos filhos, eles sempre pensam que tudo o que fazem é para o bem de seus filhos. Eles querem que seus filhos sejam bons alunos, que entrem em boas universidades e obtenham bons diplomas para que possam trazer glória a seus antepassados e ter status social elevado. Além disso, exigem que os filhos façam as coisas de certo jeito, com base nas expectativas que têm. Entretanto, eles não consideram todo o estresse que suas exigências persistentes causam aos filhos. O que Deus expôs era exatamente o meu estado. Aos dois anos, a minha filha já mostrava ser bem inteligente, então eu torcia para que ela estudasse bastante e entrasse numa universidade boa quando crescesse. Dessa forma, eu seria bem vista pelos outros, e isso daria prestígio ao nome da nossa família. Como eu tinha essas expectativas, comecei a procurar uma escola boa para ela, para que ela tivesse um alicerce sólido desde pequena. E economizei na alimentação e nas despesas diárias e comprei uma caneta inteligente, para os estudos, e exigi que ela tirasse notas perfeitas nas provas, e sempre a comparava com a filha do vizinho do lado, que tinha notas boas. Se a minha filha não queria agir segundo o plano que eu havia traçado, eu lhe dizia que tudo o que eu estava fazendo era para o seu próprio bem, e, se ainda assim ela não ouvia, eu lhe dava um sermão, dizia que ela seria uma mendiga no futuro. Isso fez com que ela não se atrevesse a me desobedecer e não tivesse liberdade alguma. Ela não ousava argumentar comigo, apenas se agredia, e ficava cada vez mais distante de mim. Ao fazer tudo isso, eu só trouxe danos à sua mente jovem. No entanto, eu ainda achava que estava fazendo isso para o seu bem, não reconhecia que instruir a minha filha dessa forma estava errado, na verdade.

Continuei a ler mais as palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “As expectativas que os pais têm em relação aos filhos antes de alcançarem a idade adulta, desde ‘eles precisam aprender muitas coisas, não podem perder já na largada’ até ‘quando crescerem, precisarão progredir no mundo e se estabelecer na sociedade’, aos poucos, elas se tornam um tipo de exigência que eles fazem aos filhos. A exigência é esta: quando crescer e se estabelecer na sociedade, não se esqueça de suas raízes, não se esqueça dos pais, seus pais são as pessoas às quais você precisará retribuir primeiro, você deverá mostrar-lhes piedade filial e ajudá-los a viver uma vida boa, porque eles são seus benfeitores neste mundo, são as pessoas que o treinaram; o fato de você estar estabelecido na sociedade agora, bem como tudo o que você desfruta e tudo o que você possui, foi comprado com o esforço meticuloso de seus pais, portanto, você deve usar o resto de sua vida para retribuir a eles, recompensá-los e ser bom com eles. As expectativas que os pais têm em relação aos filhos antes de alcançarem a idade adulta — de que seus filhos se estabelecerão na sociedade e progredirão no mundo — evoluem para isso, transformando-se gradualmente de uma expectativa paterna muito normal em um tipo de exigência e solicitação que os pais fazem aos filhos. Suponhamos que, no período que antecede a idade adulta, os filhos não tirem boas notas; digamos que eles se rebelem, que não queiram estudar nem obedecer aos pais e que desobedeçam a eles. Os pais dirão: ‘Você acha que, para mim, tudo é fácil? Para quem acha que estou fazendo tudo isso? Estou fazendo isso para seu bem, não estou? Tudo o que faço é por você, e você não aprecia isso. Você é estúpido?’. Eles usarão essas palavras para intimidar os filhos e mantê-los reféns. Esse tipo de abordagem é correto? (Não.) Não, não é correto. Essa parte ‘nobre’ dos pais é também a parte desprezível dos pais(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (18)”). Deus expôs que há intenções e motivos ocultos por trás das expectativas dos pais em relação aos filhos. Eles esperam que, depois de pagar um preço para criar os filhos, quando estes se destacarem dos demais e acrescentarem prestígio ao nome da família, eles receberão alguns benefícios por isso. Se Deus não tivesse exposto isso, eu sempre teria pensado que ensinar a minha filha a estudar muito e mantê-la sob meu rígido controle era para que ela pudesse ter um futuro brilhante. No entanto, por trás de tudo isso, descobri que eu estava fazendo isso apenas para meus interesses pessoais. Eu havia cultivado minha filha desde cedo, esperando que ela pudesse desenvolver um alicerce sólido enquanto era jovem, e que ela pudesse entrar numa universidade boa e se destacar dos colegas no futuro. Dessa forma, ela não apenas traria glória aos nossos ancestrais; se ela tivesse uma vida boa no futuro, isso também seria benéfico para mim, como mãe, e ela seria dedicada a mim no futuro. Quando vi que a minha filha gostava de ficar brincando, fiquei receosa de que isso afetaria suas notas, então eu a repreendia e batia nela. Como eu não tinha muito tempo para orientá-la nos estudos enquanto cumpria meu dever, suas notas caíram gravemente, e, quando vi isso, nem quis mais desempenhar meus deveres de liderança. Pensando nisso agora, havia intenções e motivos por trás dessas coisas que eu fazia pela minha filha, e tudo isso era para o bem dos meus interesses. Eu estava vivendo segundo venenos satânicos como “nunca mexa um dedo sem recompensa” e “cada um por si e o demônio pega quem fica por último”. Realmente, eu era muito egoísta e desprezível.

Mais tarde, li as palavras de Deus e encontrei uma senda de prática. Deus Todo-Poderoso diz: “Ao dissecar a essência das expectativas dos pais em relação aos filhos, podemos ver que essas expectativas são egoístas, que vão contra a humanidade e que, além disso, não têm nada a ver com as responsabilidades dos pais. Quando os pais impõem várias expectativas e exigências aos filhos, eles não estão cumprindo suas responsabilidades. Então, quais são suas ‘responsabilidades’? As responsabilidades mais básicas que os pais devem cumprir são ensinar os filhos a falar, instruí-los a serem bondosos, a não serem pessoas más e apontá-los em uma direção positiva. Essas são suas responsabilidades mais básicas. Além disso, eles deveriam ajudar os filhos a estudar qualquer tipo de conhecimento, talento etc., que seja apropriado para eles, com base em sua idade, no quanto conseguem suportar e em seu calibre e interesses. Pais um pouco melhores ajudarão seus filhos a entender que as pessoas são criadas por Deus e que Deus existe neste Universo, levando seus filhos a orar e ler as palavras de Deus, contando-lhes algumas histórias da Bíblia e esperando que eles sigam a Deus e desempenhem o dever de um ser criado depois que crescerem, em vez de correrem atrás de tendências mundanas, ficarem presos em vários relacionamentos interpessoais complicados e serem devastados pelas várias tendências deste mundo e da sociedade. As responsabilidades que os pais devem cumprir não têm nada a ver com suas expectativas. As responsabilidades que devem cumprir em seu papel de pais são fornecer aos filhos orientação positiva e assistência adequada antes que eles alcancem a idade adulta, bem como cuidar deles prontamente em sua vida carnal no que diz respeito a alimentação, roupa, moradia ou em tempos em que adoecerem. Se os filhos ficarem doentes, os pais deveriam tratar a doença que precisa ser tratada; não deveriam negligenciar os filhos nem lhes dizer: ‘Continuem indo à escola, continuem estudando — vocês não podem ficar para trás nas aulas. Se ficarem muito para trás, não conseguirão recuperar o atraso’. Quando os filhos precisam descansar, os pais devem deixá-los descansar; quando os filhos estão doentes, os pais devem ajudá-los a se recuperar. Essas são as responsabilidades dos pais. De um lado, eles devem cuidar da saúde física dos filhos; de outro, devem auxiliar, educar e ajudar os filhos em termos de sua saúde mental. Essas são as responsabilidades que os pais têm de cumprir, em vez de impor expectativas ou exigências irrealistas aos filhos. Os pais devem cumprir suas responsabilidades no que se refere às necessidades mentais dos filhos e às coisas que eles precisam em sua vida física. Os pais não deveriam deixar os filhos congelarem no inverno, deveriam ensinar-lhes alguns conhecimentos gerais sobre a vida, como, por exemplo, em que circunstâncias eles pegarão um resfriado, que eles deveriam comer alimentos quentes, que terão dor de estômago se comerem alimentos frios e que não deveriam se expor descuidadamente ao vento nem se despir em locais com correntes de ar quando o tempo estiver frio, ajudando-os a aprender a cuidar da própria saúde. Além disso, quando algumas ideias infantis e imaturas sobre seu futuro ou alguns pensamentos extremos surgem na mente jovem dos filhos, os pais devem fornecer-lhes prontamente a orientação correta assim que descobrirem isso, em vez de reprimi-los à força; eles deveriam fazer com que seus filhos expressem e deem vazão a suas ideias, para que o problema realmente possa ser resolvido. Isso é cumprir suas responsabilidades. Cumprir as responsabilidades de um pai ou mãe significa, de um lado, cuidar de seus filhos e, de outro, guiá-los e corrigi-los e orientá-los em relação aos pensamentos e pontos de vista corretos. Na verdade, as responsabilidades que os pais deveriam cumprir, não têm nada a ver com suas expectativas para sua prole. Você pode esperar que seus filhos sejam fisicamente saudáveis e possuam humanidade, consciência e razão depois que crescerem ou pode esperar que os filhos lhe demonstrem piedade filial, mas não deveria esperar que os filhos se tornem tal e tal tipo de celebridade ou grande figura depois de crescerem, muito menos deveria dizer-lhes com frequência: ‘Veja como o vizinho Xiaoming é obediente!’. Seus filhos são seus filhos — a responsabilidade que você deve cumprir não é a de dizer a seus filhos como o vizinho Xiaoming é maravilhoso nem fazer com que eles aprendam com ele. Isso não é algo que um pai ou uma mãe deveria fazer. Cada pessoa é diferente. As pessoas diferem em termos de pensamentos, opiniões, interesses, hobbies, calibre, personalidade e se a essência de sua humanidade é boa ou cruel. Algumas pessoas nascem tagarelas, enquanto outras são introvertidas de nascença e não se aborrecerão se passarem um dia inteiro sem dizer uma única palavra. Portanto, se os pais desejam cumprir suas responsabilidades, eles deveriam tentar entender a personalidade, o caráter, os interesses, o calibre e as necessidades da humanidade de seus filhos, em vez de transformar suas próprias buscas adultas do mundo, do prestígio e do lucro em expectativas para os filhos, impondo-lhes essas coisas de prestígio, lucro e mundo que vêm da sociedade. Os pais dão a essas coisas o nome agradável de ‘expectativas para os filhos’, mas, na realidade, não é isso o que são. É evidente que estão tentando empurrar seus filhos para o abismo de fogo e jogá-los nos braços de diabos. Se realmente é um pai ou mãe adequada, você deveria cumprir suas responsabilidades com relação à saúde física e mental dos filhos, em vez de lhes impor sua vontade antes que alcancem a idade adulta, forçando sua mente jovem a suportar coisas que não deveriam ter que suportar(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (18)”). A partir das palavras de Deus, entendi que os pais devem largar as exigências e expectativas inadequadas que colocam em seus filhos. Eles devem tratar os filhos com base na situação real e não podem impor seu desejo de buscar fama e ganho aos filhos. Quanto a como eu educava a minha filha, eu não pratiquei de acordo com as palavras de Deus. Ela até podia ter sido inteligente desde cedo, mas nunca alcançou uma pontuação perfeita nas provas; eu deveria considerar isso corretamente. Eu não deveria tê-la comparado à filha do vizinho, e não deveria ter incutido nela uma ideia errônea quando ela era mais nova, nem a forçado a ser boa aluna e entrar numa universidade boa para se destacar dos colegas e trazer glória aos nossos antepassados. Além disso, quando se trata de crianças de diferentes idades, devemos fazer exigências com base em sua situação real. Minha filha ainda não tinha nem dez anos; era normal ela gostar de se divertir e brincar um pouco antes de fazer a lição de casa. Eu não deveria ter feito exigências segundo a minha maneira de educá-la, para então repreendê-la quando ela não conseguia fazer algo. Isso só prejudicou sua mente jovem e não foi feito realmente para o seu próprio bem. Para realmente fazer o que é certo para um filho, deve-se praticar segundo as palavras de Deus, e tratá-los com base em seu calibre, personalidade e idade. Se alguém tiver uma maneira própria de educar o filho, então, mesmo que se cumpra a meta de fazer com que o filho se destaque em relação aos colegas, esse filho se afastará de Deus à medida que adquirir mais conhecimento. Quando seus pais lhe passarem o evangelho, no futuro, ele poderá usar o conhecimento que aprendeu para resistir e negar a Deus. Se isso acontecer, a criança será arruinada. Entendendo tudo isso, não prestei mais tanta atenção nas notas da minha filha, e não mais esperei que ela entrasse na universidade e trouxesse honra ao meu nome, no futuro. Eu só esperava que ela aprendesse algum conhecimento prático durante seu tempo como estudante. Quanto a se ela teria sucesso acadêmico e encontraria um bom emprego no futuro, e quanto às perspectivas futuras que ela teria, eu me submeti à soberania e aos arranjos de Deus.

Depois disso, li mais das palavras de Deus: “Quando a pessoa deixa seus pais e se torna independente, as condições sociais com que depara e o tipo de trabalho e carreira disponíveis são ambos decretados pelo destino e nada têm a ver com seus pais. Algumas pessoas escolhem um bom curso na faculdade e acabam encontrando um emprego satisfatório após a graduação, fazendo um primeiro avanço triunfal na jornada de sua vida. Algumas pessoas aprendem e dominam muitas habilidades diferentes, mas nunca encontram um trabalho adequado para si nem acham seu lugar, muito menos têm uma carreira; no início de sua jornada de vida, elas se veem frustradas a cada ocasião, atormentadas por problemas, por suas perspectivas sombrias e vida incerta. Algumas pessoas dedicam-se diligentemente aos estudos, mas perdem por pouco todas as chances de receber uma educação superior; parecem fadadas a nunca alcançar o sucesso, sua primeira aspiração na jornada da vida se dissolvendo no ar. Não sabendo se a estrada adiante é fácil ou cheia de pedras, elas sentem, pela primeira vez, quão cheio de variáveis é o destino humano e, portanto, veem a vida com expectativa e medo. Algumas pessoas, apesar de não serem educadas muito bem, escrevem livros e alcançam certa fama; algumas, embora quase totalmente iletradas, ganham dinheiro nos negócios e com isso são capazes de sustentar-se… Que ocupação se escolhe, como se ganha a vida: as pessoas têm algum controle sobre se fazem uma boa ou uma má escolha? Essas coisas estão de acordo com seus desejos e suas decisões? A maioria das pessoas desejaria poder trabalhar menos e ganhar mais, não labutar debaixo de sol e chuva, vestir-se bem, brilhar e resplandecer em toda parte, estar em posição superior a outrem e trazer honra a seus antepassados. Os desejos das pessoas são tão perfeitos, mas, quando dão seus primeiros passos na jornada da vida, elas vão se dando conta de como o destino humano é imperfeito e, pela primeira vez, compreendem verdadeiramente o fato de que, embora possam fazer planos ousados para seu futuro, embora possam nutrir fantasias audaciosas, ninguém tem a capacidade ou o poder de realizar os próprios sonhos, ninguém está em posição de controlar o próprio futuro. Sempre haverá alguma distância entre os sonhos da pessoa e as realidades que ela deve confrontar; as coisas nunca são como as pessoas gostariam que fossem, e, diante de tais realidades, as pessoas podem nunca alcançar satisfação ou contentamento. Algumas pessoas até farão tudo que for imaginável, farão enormes esforços e grandes sacrifícios por sua subsistência e seu futuro, tentando mudar o próprio destino. No fim, todavia, mesmo se conseguem realizar seus sonhos e desejos graças ao próprio trabalho duro, elas não conseguem mudar seu destino e, por maior que seja a obstinação com que tentem, não conseguem superar o que o destino lhes atribuiu. Ainda que tenham diferenças de habilidade, inteligência e força de vontade, todas as pessoas são iguais perante o destino, que não faz distinção entre o grande e o pequeno, o alto e o baixo, o exaltado e o humilhado. A função que a pessoa exerce, o que ela faz para ganhar a vida e a quantidade de riqueza que acumula na vida não são decididos pelos pais, pelos talentos, pelos esforços ou ambições da pessoa, mas são predeterminados pelo Criador(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Pelas palavras de Deus, eu entendi que as perspectivas e a sina das pessoas em sua vida estão todas sob a soberania de Deus. Se a minha filha conseguiria entrar numa universidade boa e arranjar um bom emprego não dependia do que eu exigia dela, nem dependia de seu trabalho árduo. Tudo isso dependia do que Deus havia ordenado. Quando cada pessoa nasce, Deus já arranjou sua vida. Algumas pessoas entram na universidade e conseguem um bom diploma, mas não encontram um emprego satisfatório, enquanto outras não têm um grau alto de instrução, mas conseguem fazer carreira. Eu tinha um amigo cujo filho entrou na universidade, mas nunca arranjou emprego, e só ficava em casa, desempregado. Além disso, a nora da minha avó também entrou na universidade, mas não conseguiu encontrar um bom emprego e voltou para casa, para ser fazendeira, enquanto o tio do meu marido nem concluiu o ensino fundamental e não sabia ler muitos caracteres, mas mesmo assim abriu uma fábrica e virou chefe, ganhou muito dinheiro. A partir desses exemplos da vida real, eu vi que alguém arranjar um bom emprego e ter um futuro brilhante não depende de conseguir entrar na universidade, nem depende de como seus pais o educou. Tudo depende do que Deus ordenou. Tive de reverter essa minha visão equivocada do futuro e largar minhas expectativas em relação à minha filha, e não mais exigir que ela usasse os estudos para satisfazer meu desejo de me destacar dos outros.

Depois disso, cumpri meu dever normalmente e não mais eduquei minha filha como fazia antes. Durante seu tempo livre, eu conversava com ela sobre a crença em Deus, fazendo-a entender que os céus e a terra e todas as coisas, e também a humanidade, foram criados por Deus, que tudo o que temos foi concedido a nós por Ele e que as pessoas devem ter fé Nele e adorá-Lo. Ela se dispunha a ler as palavras de Deus comigo e a ouvir minha comunhão, e eu fiquei muito feliz. Passado um tempo, minha filha virou uma menina obediente. Ela fazia a lição de casa no prazo, e suas notas foram melhorando aos poucos, e ela tirava uns 80 em todas as provas. Embora eu estivesse feliz, era um tipo de felicidade diferente da que eu sentia antes. Eu disse à minha filha: “Não importa a nota que você tirou numa prova. Não vou exigir que você tire 100 e não vou exigir que você entre numa universidade boa no futuro. Isso porque as palavras de Deus me ensinaram que as perspectivas e a sina do homem estão todas em Suas mãos. A vida do homem vem de Deus, e, quando você crescer, tudo o que posso esperar é que você acredite em Deus corretamente e cumpra seu dever na casa de Deus”. Contente, ela disse: “eu sei”, e também me disse que agora ela era muito mais feliz do que as outras crianças. Eu vi que, quando pratiquei de acordo com as palavras de Deus, minha filha parou de sofrer. Além disso, eu a coloquei na senda correta. Senti-me aliviada, e pude dedicar mais energia a desempenhar meu dever.

Por meio dessa experiência, compreendi que Deus detém soberania sobre a vida do homem, e que Ele também tinha soberania sobre a sina da minha filha. Não estava nas mãos dela, e, mais ainda, estava fora das minhas. Também passei a entender que eu querer que a minha filha fosse boa aluna e tivesse um futuro brilhante era tudo em prol de fama e ganho pessoal; era algo egoísta e desprezível. Agora, sou capaz de largar minhas expectativas em relação à minha filha e praticar de acordo com as palavras de Deus. Graças a Deus!

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