Não mais espero que meu filho se destaque

05 de Agosto de 2025

Por Chaoyue, China

Quando eu era jovem, adorava ouvir apresentações de acordeão. Na época do Ensino Fundamental II, havia uma garota em nossa classe que tocava acordeão com muito profissionalismo e se apresentava no palco em todos os eventos artísticos da escola. Os professores gostavam dela, nossos colegas a tinham em alta conta, e, mais tarde, ela foi recrutada pelo grupo de dança do distrito militar. Ao vê-la se tornar tão bem-sucedida, fiquei com muita inveja e, por isso, desejei que um dia eu também pudesse ser tão admirada quanto ela. Como isso seria glorioso! Mas, como minha família era pobre e meus pais não tinham dinheiro para me deixar aprender a tocar acordeão, tive de desistir disso. Mais tarde, concentrei-me em meus estudos. Eu pensava comigo mesma: “Tenho de estudar muito, entrar na faculdade e conseguir um bom emprego no futuro; dessa forma, também posso ser bem-sucedida, certo?”. Mas isso aconteceu durante a Revolução Cultural, e o sistema de vestibular foi abolido; assim, depois de terminar o ensino médio, fui trabalhar em uma fábrica. Tempos depois, o país restaurou a política de exame de admissão para a faculdade e, um a um, os formandos da faculdade foram designados para nossa unidade. Eu tinha inveja deles porque a liderança os valorizava. Pensava no fato de ter pouca instrução e nenhuma habilidade, por isso eu estava na base da sociedade e ninguém se importava comigo; não tinha como não me sentir triste.

Depois de me casar, tive um filho e, quando o vi aprendendo a falar, comecei a ter esperança de novo e depositei nele todos os sonhos que não tinha conseguido realizar. Pensei: “Preciso cultivá-lo adequadamente para que ele não apenas se destaque nos estudos, mas também se desenvolva em outras áreas e tenha vários talentos. No futuro, ele entrará na faculdade e se tornará um funcionário público. Então, todos aprovarão e elogiarão meu filho como um verdadeiro sucesso. Como isso seria glorioso para mim!”. A fim de cultivá-lo para ser bem-sucedido, eu o matriculei em uma aula de inglês quando ele estava no último ano do jardim de infância. Como ele era muito jovem, não conseguia entender muito bem, por isso não conseguia responder quando o professor fazia perguntas, e era tão difícil para ele que ele chegava a chorar. Pensei comigo mesma: “Se ele não conseguir acompanhar o ritmo agora, não conseguirá no futuro, e será impossível ser bem-sucedido”. Sentindo que não tinha mais opções, quando meu filho tinha 6 anos, pedi demissão de meu emprego e o acompanhei para aprender inglês. Eu anotava todas as lições que o professor dava e, depois de chegar em casa, aproveitava cada momento disponível para lhe fazer perguntas várias vezes. Nem mesmo durante a hora de brincar eu lhe dava trégua e, antes de dormir, eu lhe perguntava sobre expressões cotidianas e o fazia memorizar algumas palavras. Passado um tempo, vi o nível de inglês de meu filho melhorar de forma constante. Ele se tornou capaz de responder com fluência às perguntas do professor, suas notas nos exames eram sempre altas, e o professor gostava muito dele. Assim, fiquei ainda mais confiante, acreditando que meu filho certamente teria sucesso no futuro. Em um piscar de olhos, ele começou o ensino fundamental. Comprei livros de exercícios para ele na livraria. Dessa forma, depois da aula, ele tinha de fazer os exercícios que eu comprava, além dos exercícios práticos que a escola oferecia. Todos os dias, ele ficava ocupado até depois das 22 horas. Meu marido não suportou e me repreendeu: “Já é muito tarde e você não o deixa dormir. Ele não vai ficar com sono em suas aulas diurnas?”. Dei-lhe uma olhada e o repreendi internamente: “O que você sabe? Se ele não estudar agora, quando crescer, não vai acabar na base da sociedade como você?”. Quando meu filho estava na segunda série, comecei a cultivar nele uma habilidade especial, fazendo-o aprender clarinete. Para treinar suas habilidades de raciocínio, também o inscrevi nas aulas da Olimpíada de Matemática. Eu achava que, mesmo que ele não fosse bom nos estudos, ter uma habilidade especial com certeza o ajudaria a se firmar na sociedade no futuro, certo? Mais tarde, por causa da escola de meu filho e do aumento constante dos custos com os estudos, o dinheiro de nossa família não era mais suficiente. Então, abri uma casa de repouso enquanto cuidava dele. Dessa forma, não apenas a questão das mensalidades foi resolvida, mas também tive mais controle sobre meu tempo, além de poder cuidar de meu filho e ajudá-lo a estudar melhor.

Quando ele entrou no ensino médio, suas notas eram as melhores da classe no início. Mas um dia, inesperadamente, a professora me chamou à escola. Ela disse: “Seu filho tem ido ao fliperama durante o almoço para jogar videogame, ele não está participando de nenhuma de suas aulas de reforço nos finais de semana, e suas notas estão caindo rapidamente”. Em seguida, ela me mostrou o boletim escolar dele. Vi que, entre suas matérias, a pontuação mais alta estava em torno de sessenta, e as demais eram todas abaixo da média. Em um instante, minha visão ficou embaçada e eu não conseguia ver nada, minha mente ficou em branco, e não ouvi nada do que a professora disse depois disso. Segurando o boletim, voltei para casa sentindo-me fraca. Assim que entrei pela porta, corri para cima do meu filho com um pedaço de pau como uma louca, mas os idosos da casa de repouso me seguraram. Chorei ao dizer isso: “Você acha que todos esses anos foram fáceis para mim? Abri a casa de repouso para lhe proporcionar melhores condições de estudo. Trabalho 24 horas por dia, todos os dias, sem descanso. Passei por todas essas dificuldades para ganhar mais dinheiro para seus estudos, a fim de ajudá-lo a conquistar uma posição na sociedade no futuro. Agora olhe para você, está jogando escondido pelas minhas costas e suas notas caíram. Nesse ritmo, que tipo de futuro você vai ter?”. Quanto mais eu falava, mais me irritava. Vendo o quanto eu estava ficando exaltada, meu filho se assustou e rapidamente respondeu: “Mãe, por favor, não fique brava. Eu errei! Achei que estudar estava cansativo demais e queria jogar um pouco. Vou estudar muito de agora em diante!”. A partir de então, ele começou a se dedicar com afinco aos estudos e, por fim, entrou em uma prestigiada escola de ensino médio. Tempos depois, como eu estava muito ocupada com o negócio da casa de repouso e nem sempre conseguia me concentrar em meu filho, ele parou de estudar adequadamente de novo e jogava escondido no celular o dia todo debaixo das cobertas. Preocupada que ele não conseguisse entrar em uma boa faculdade, gastei mais de cem mil yuans enviando presentes para vários lugares e criando conexões, na esperança de colocá-lo em uma academia militar, pois essa academia tinha um programa de música e meu filho tinha suas habilidades como clarinetista, que poderia usar no futuro. Mas suas pontuações não foram boas o suficiente para que ele entrasse, então o dinheiro foi desperdiçado. No final, ele mal conseguiu entrar em uma faculdade comum de terceira categoria. Ao pensar que todos aqueles anos de trabalho duro pareciam ter sido em vão, fiquei tão chateada que nem consegui dormir naquela noite. Quando parentes e vizinhos me perguntavam sobre a admissão de meu filho na faculdade, eu nem sabia como responder. Tinha medo de que eles rissem de como ele acabou em uma escola tão medíocre. Para cultivar meu filho para o sucesso, eu tinha me esforçado tanto e até desistido de meu emprego, mas, no final, esse foi o resultado. A partir desse momento, minha vida perdeu a direção, todos os dias eram monótonos e sem objetivo, e eu não tinha energia para fazer nada. Sentia-me totalmente inútil. Pensar em tudo isso me fazia chorar e era muito doloroso.

Em outubro de 2012, aceitei a obra de Deus dos últimos dias. Tempos depois, compartilhei minha dor com uma irmã, e ela leu para mim as palavras de Deus: “A sina do homem é controlada pelas mãos de Deus. Você é incapaz de controlar a si mesmo: mesmo que sempre corra e se ocupe em interesse próprio, o homem continua sendo incapaz de controlar a si mesmo. Se pudesse conhecer suas próprias perspectivas, se pudesse controlar sua própria sina, você continuaria sendo chamado de ser criado? […] A destinação do homem está nas mãos do Criador; como, então, o homem poderia controlar a si mesmo?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Restaurar a vida normal do homem e levá-lo a uma destinação maravilhosa”). A irmã disse: “A sina que uma pessoa tem na vida já está predeterminada por Deus, e os humanos não têm voz nisso. Você se esforçou muito e pagou um preço alto pelo bem de seu filho, tudo na esperança de ajudá-lo a aprender mais e a desenvolver talentos para que ele pudesse entrar em uma boa faculdade, ter destaque, ganhar a admiração dos outros e alcançar as aspirações que você não realizou quando era jovem. Para isso, você e seu filho se esforçaram tanto que chegou a ser insuportável, mas, no final, seus desejos ainda não foram atendidos”. Ao ouvir a comunhão da irmã, dei um suspiro profundo e, finalmente, entendi que a sina de uma pessoa está nas mãos de Deus, e os seres humanos não podem controlar sua própria sina. O tipo de faculdade em que meu filho entrará e a sina que ele terá, tudo isso está nas mãos de Deus, e não são coisas que eu possa mudar com meus próprios esforços. Não posso nem mesmo controlar minha própria sina, então como poderia controlar a de meu filho? Ao perceber isso, não me senti mais angustiada por meu filho não ter entrado em uma boa faculdade.

Sua formatura foi em 2015. Ele cursou direito, falava inglês fluentemente e até alcançou o nível 10 no exame de clarinete. Pensei com plena confiança que, com três áreas de especialização, ele deveria ser capaz de encontrar um emprego decente. Mas o que eu não esperava era que, depois de se formar, ele não procurasse emprego e passasse o tempo todo jogando videogame em casa. Vê-lo assim doía meu coração. Pensei: “Investi meu sangue, suor e lágrimas para cultivá-lo, e agora ele só fica jogando videogame em casa todos os dias. É isso mesmo? Que futuro ele tem?”. Quando o vizinho me perguntou: “Onde seu filho vai trabalhar depois de se formar?”, eu nem soube como responder. Achei que, se as pessoas descobrissem, seria muito constrangedor! Mais tarde, ele finalmente saiu e procurou um emprego, e achei que ele alcançaria reconhecimento e me deixaria orgulhosa. Mas, inesperadamente, ele não gostou do salário baixo e das críticas de seu chefe e, por isso, voltou depois de alguns meses. Quando voltou, ele começou a trabalhar como jogador profissional em casa. Ao vê-lo assim, fiquei com muita raiva, pensando: “Gastei tanto dinheiro e coloquei meu sangue, suor e lágrimas para cultivar você, mas, no fim das contas, você quer ganhar a vida jogando videogame? Como pode ter tão pouca ambição? Mesmo que esse trabalho possa lhe render algum dinheiro, ele não parece respeitável! Quando as pessoas lhe perguntarem o que faz, você dirá: ‘Eu jogo videogame em casa’. Quem não o menosprezaria?”. Meu filho me deixou tão irritada que eu nem conseguia ter ânimo para fazer nada. Simplesmente andava de um lado para o outro com uma cara fechada, e nem sequer queria falar com ele. Dessa forma, dois ou três anos se passaram rapidamente, e, por mais que eu tentasse persuadi-lo, ele ainda não tinha intenção de sair para procurar emprego. Fiquei muito desapontada e achava que ele era totalmente inútil e que nunca daria em nada. Sempre que eu pensava nessas coisas relacionadas a ele, ficava muito angustiada, não conseguia me acalmar e perdia o desejo de ler a palavra de Deus. Orei a Deus: “Deus, já se passaram dois ou três anos desde que meu filho se formou na faculdade e ele ainda não conseguiu um emprego. Ele não ouve nada do que eu digo. Será que ele vai se tornar um imprestável? Estou muito angustiada. Deus, não sei o que fazer; por favor, orienta-me e mostra-me o caminho”.

Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus que já havia lido antes. Deus Todo-Poderoso diz: “Quando a pessoa deixa seus pais e se torna independente, as condições sociais com que depara e o tipo de trabalho e carreira disponíveis são ambos decretados pelo destino e nada têm a ver com seus pais. Algumas pessoas escolhem um bom curso na faculdade e acabam encontrando um emprego satisfatório após a graduação, fazendo um primeiro avanço triunfal na jornada de sua vida. Algumas pessoas aprendem e dominam muitas habilidades diferentes, mas nunca encontram um trabalho adequado para si nem acham seu lugar, muito menos têm uma carreira; no início de sua jornada de vida, elas se veem frustradas a cada ocasião, atormentadas por problemas, com perspectivas sombrias e vida incerta. Algumas pessoas dedicam-se diligentemente aos estudos, mas perdem por pouco todas as chances de receber uma educação superior; parecem fadadas a nunca alcançar o sucesso, sua primeira aspiração na jornada da vida se dissolvendo no ar. Não sabendo se a estrada adiante é fácil ou cheia de pedras, elas sentem, pela primeira vez, quão cheio de variáveis é o destino humano e, portanto, veem a vida com expectativa e medo. Algumas pessoas, apesar de não serem educadas muito bem, escrevem livros e alcançam certa fama; algumas, embora quase totalmente iletradas, ganham dinheiro nos negócios e com isso são capazes de sustentar-se… Que ocupação se escolhe, como se ganha a vida: as pessoas têm algum controle sobre se fazem uma boa ou uma má escolha? Essas coisas estão de acordo com seus desejos e suas decisões? A maioria das pessoas desejaria poder trabalhar menos e ganhar mais, não labutar debaixo de sol e chuva, vestir-se bem, brilhar e resplandecer em toda parte, estar em posição superior a outrem e trazer honra a seus antepassados. Os desejos das pessoas são tão perfeitos, mas, quando dão seus primeiros passos na jornada da vida, elas vão se dando conta de como o destino humano é imperfeito e, pela primeira vez, compreendem verdadeiramente o fato de que, embora possam fazer planos ousados para seu futuro, embora possam nutrir fantasias audaciosas, ninguém tem a capacidade ou o poder de realizar os próprios sonhos, ninguém está em posição de controlar o próprio futuro. Sempre haverá alguma distância entre os sonhos da pessoa e as realidades que ela deve confrontar; as coisas nunca são como as pessoas gostariam que fossem, e, diante de tais realidades, as pessoas podem nunca alcançar satisfação ou contentamento. Algumas pessoas até farão tudo que for imaginável, farão enormes esforços e grandes sacrifícios por sua subsistência e seu futuro, tentando mudar o próprio destino. No fim, todavia, mesmo se conseguem realizar seus sonhos e desejos graças ao próprio trabalho duro, elas não conseguem mudar seu destino e, por maior que seja a obstinação com que tentem, não conseguem superar o que o destino lhes atribuiu. Independentemente das diferenças de habilidade, inteligência e força de vontade, todas as pessoas são iguais perante o destino, que não faz distinção entre o grande e o pequeno, o alto e o baixo, o exaltado e o humilhado. A profissão que a pessoa exerce, o que ela faz para ganhar a vida e a quantidade de riqueza que acumula na vida não são decididos pelos pais, pelos talentos, pelos esforços ou ambições da pessoa, mas são predeterminados pelo Criador(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Ao refletir sobre as palavras de Deus, entendi que a profissão que uma pessoa exerce durante toda a vida não é algo que ela possa controlar, e que Deus já predeterminou isso desde o momento em que ela nasce. Pensando em meu filho, desde a época em que ele estava no último ano do jardim de infância, comecei a cultivar seu aprendizado de inglês, e ele começou a aprender a tocar clarinete na segunda série. Quando se formou no ensino médio, já havia alcançado o nível seis em inglês e o nível dez em clarinete; na faculdade, ele cursou direito. Eu achava que, depois de se formar, ele poderia se tornar um advogado ou um professor especialista com base na especialização e nas habilidades que havia estudado, mas, no final, foi tudo um esforço inútil e ele acabou não fazendo nenhuma dessas coisas. Em vez disso, ficava em casa jogando o dia todo, a ponto de transformar isso em sua profissão. Percebi que a profissão que alguém exerce não pode ser mudada por seus esforços ou planos nem pode ser decidida pelos pais. Tudo depende das predeterminações do Criador. Ao perceber isso, meu coração encontrou paz. Quanto a quando meu filho sairia para trabalhar, eu não tinha mais nenhuma exigência e me dispus a me submeter à soberania e aos arranjos de Deus.

Meu filho ficou em casa por 9 anos depois de se formar na faculdade, ganhando a vida como jogador profissional. Certa vez, eu estava jantando com a família de minha irmã mais nova. Eles mencionaram que a filha de minha irmã mais velha havia feito um empréstimo de mais de um milhão para comprar uma escavadeira, mas não ganhava dinheiro com isso e não podia pagar o empréstimo. Não pude deixar de dizer: “Essa menina é realmente ousada, investindo tanto; isso deve ser preocupante!”. Meu cunhado retrucou: “Preocupe-se apenas com sua própria família. Seu filho já é um adulto e ainda não tem emprego nem uma companheira”. Ao ouvir meu cunhado, fiquei muito envergonhada. Pensei: “Se meu filho tivesse saído para procurar um bom emprego, eu teria de suportar esse tipo de crítica dos outros?”. Em especial, desde que o genro de minha irmã mais nova começou a trabalhar na promotoria, toda vez que jantávamos juntos, ele mal olhava para meu filho e, obviamente, tinha muito desprezo por ele. Em meu coração, eu ficava com raiva de meu filho por ele ser uma decepção tão grande. Quando eu chegava em casa e o olhava, sentia-me sufocada e pensava em como ele não tinha futuro algum.

Mais tarde, refleti sobre esse assunto. Sempre que o via, eu me sentia sufocada; que problema estava causando isso? Em minha busca, li as palavras de Deus: “Durante o processo de aquisição de conhecimento pelo homem, Satanás emprega todos os tipos de métodos, quer seja contando histórias, simplesmente dando-lhe alguma porção individual de conhecimento, quer seja permitindo que ele satisfaça seus desejos ou ambições. Por qual estrada Satanás quer conduzir você? As pessoas pensam que não há nada errado com a aquisição de conhecimento, que isso é totalmente natural. Para dizer isso de forma que soe mais atraente, fomentar ideais elevados ou ter ambições é ter impulso, e isso deveria ser a senda certa na vida. Não é uma maneira mais gloriosa de viver para as pessoas se elas podem realizar seus próprios ideais ou estabelecer uma carreira de forma bem-sucedida? Fazendo essas coisas, elas podem não só honrar seus ancestrais, mas também ter a chance de deixar uma marca na história — isso não é uma coisa boa? Isso é uma coisa boa aos olhos das pessoas mundanas, e para elas deveria ser correto e positivo. Satanás, todavia, com seus motivos sinistros, leva as pessoas para esse tipo de estrada, e não há nada mais nisso? É claro que não. Na verdade, não importa quão elevados sejam os ideais do homem, não importa quão realistas sejam seus desejos ou quão apropriados possam ser, tudo que o homem deseja alcançar, tudo que o homem busca está inextricavelmente ligado a duas palavras. Essas duas palavras são de vital importância para a vida de cada pessoa, e elas são coisas que Satanás pretende incutir no homem. Quais são essas duas palavras? São ‘fama’ e ‘ganho’. Satanás usa um método muito brando, um método que está muito de acordo com as noções das pessoas e que não é muito agressivo, para fazer com que as pessoas aceitem inconscientemente seus meios e leis de sobrevivência, desenvolvam objetivos e direções de vida e passem a ter aspirações de vida. Não importa o quão elevadas pareçam as palavras que as pessoas usam para falar sobre suas aspirações de vida, essas aspirações estão inextricavelmente ligadas à ‘fama’ e ao ‘ganho’. Tudo que qualquer pessoa grande ou famosa — ou, na verdade, qualquer pessoa — persegue ao longo da vida tem relação unicamente com essas duas palavras: ‘fama’ e ‘ganho’. As pessoas pensam que, uma vez que tenham fama e ganho, elas têm capital que podem usar para desfrutar de um status elevado e grande riqueza, e para aproveitar a vida. Pensam que, uma vez que tenham fama e ganho, elas têm capital que podem usar para buscar prazer e se envolver em prazeres carnais desenfreados. Por causa dessa fama e ganho que desejam, as pessoas voluntariamente, embora sem saber, entregam seu corpo, coração e até mesmo tudo o que têm, incluindo suas perspectivas e sinas, a Satanás. Elas fazem isso sem reservas, sem sequer um momento de dúvida e sem nunca saber recuperar tudo o que tiveram. As pessoas podem manter algum controle sobre si mesmas depois de se entregarem a Satanás e se tornarem leais a ele dessa maneira? Certamente não. Elas são completa e totalmente controladas por Satanás. Elas afundaram completa e totalmente num atoleiro e são incapazes de se libertar(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único VI”). Depois de ler as palavras de Deus, percebi que a fonte de minha angústia era a busca por “fama” e “ganho”. Eu vivia de acordo com os venenos instilados por Satanás, tais como “distinga-se dos demais”, “seja acima da média” e “honre seus antepassados”. Achava que viver era ter um lugar na sociedade, ter poder, influência e status, ser admirado e invejado por todos, e que, somente vivendo dessa forma, a vida poderia ter valor. Acreditava que, se uma pessoa não tinha poder nem influência e era menosprezada por todos, então estava vivendo uma vida sem valor. Eu considerava esses pontos de vista como coisas positivas a serem buscadas. Como não tinha condições de realizar meu próprio desejo de me destacar e estar acima dos outros, depositei essa esperança em meu filho e comecei cedo a cultivar seu aprendizado e suas habilidades especiais, esperando por seu desenvolvimento integral. Assim, ele teria um futuro brilhante, receberia admiração e elogios dos outros para que, quando as pessoas o mencionassem, eu pudesse me orgulhar. Para isso, passei por muitas dificuldades, levando meu filho de um lado para o outro entre várias aulas de reforço, fazendo com que ele passasse por muito sofrimento e perdesse a alegria da infância que deveria ter tido. Depois que entrou no ensino fundamental II, ele começou a resistir a essa educação de alta pressão, secretamente gastando com jogo o dinheiro que eu lhe dava para as aulas de reforço, e suas notas despencaram. Vendo que ele não se esforçava nos estudos, eu até quis lhe bater. Mais tarde, gastei muito dinheiro tentando fazer contatos para colocá-lo em uma academia militar, mas as coisas não saíram como eu desejava. Depois que se formou na faculdade, meu filho não conseguiu um bom emprego e acabou trabalhando no mundo dos jogos. Eu sofria por causa disso, ressentida com ele por ser uma decepção, e não queria nem falar com ele. Meus pés e mãos estavam presos à “fama” e ao “ganho”, e eu passava meus dias vivendo para essas coisas, sempre pensando em como fazer meu filho se destacar. Eu não tinha nenhuma vontade de aquietar meu coração e comer e beber as palavras de Deus, nem refletia sobre como buscar a verdade ou como desempenhar bem meu dever. No final, não apenas sofri, mas também prejudiquei meu filho. Finalmente, enxerguei com clareza que minha busca por fama, ganho e destaque significava que eu havia caído no esquema de Satanás. A sina de meu filho está nas mãos de Deus, mas eu queria controlá-la; isso não estava em oposição a Deus? Continuar dessa forma só me afastaria ainda mais de Deus e faria com que eu fosse odiada e eliminada por Ele.

Mais tarde, também procurei saber como os pais deveriam tratar seus filhos corretamente. Um dia, li as palavras de Deus: “Independentemente da capacidade dos filhos adultos, de seu calibre, do tipo de status que têm na sociedade ou de sua renda, essa é a sina que Deus estabeleceu para eles — ele está sob a soberania de Deus. Os pais não deveriam interferir no tipo de vida que os filhos levam, a menos que eles não estejam trilhando a senda certa ou estejam infringindo a lei, caso em que os pais deveriam discipliná-los rigorosamente. Mas, em circunstâncias normais, quando esses adultos estão em seu juízo perfeito e têm a capacidade de viver e sobreviver de forma independente, os pais deveriam se afastar, porque os filhos já são adultos. Se os filhos acabaram de se tornar adultos, têm 20 ou 21 anos de idade e ainda não conhecem as várias situações complexas da sociedade, não sabem como se conduzir e lidar com o mundo, não sabem como se socializar e têm poucas habilidades de sobrevivência, então esses pais deveriam lhes dar assistência adequada, permitindo que façam uma transição gradual até o ponto em que possam viver de forma independente. Isso se chama cumprir sua responsabilidade. Mas assim que tiverem colocado os filhos na trilha certa e eles tiverem a capacidade de sobreviver de forma independente, esses pais deveriam se retirar. Não deveriam continuar a tratar seus filhos como se ainda não fossem adultos ou como se fossem deficientes mentais. Não deveriam ter expectativas irreais em relação aos filhos, nem interferir na vida particular dos filhos nem em suas atitudes, pontos de vista e ações em relação ao trabalho, à família, ao casamento, às pessoas e aos eventos, sob o pretexto de ter expectativas em relação a eles. Se fizerem qualquer uma dessas coisas, não estarão cumprindo suas responsabilidades(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (18)”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi como alguém deve tratar seus filhos de acordo com as verdades princípios. É responsabilidade e obrigação dos pais cuidar da vida cotidiana de seus filhos quando eles são menores de idade, e ensiná-los a se conduzir e a seguir a senda correta. Quando os filhos atingem a idade adulta, eles podem ser liberados, e os pais devem permitir que eles escolham o que querem fazer. Se eles encontrarem dificuldades, os pais podem ajudar a resolvê-las. Meu filho agora é um adulto e tem seus próprios pensamentos e a capacidade de viver de forma independente, por isso devo lhe dar a liberdade de escolher sua própria senda de vida. Pensando bem, percebi que impus meus próprios desejos a ele, forçando-o a estudar muito para que ele pudesse se destacar. Quando chegou a hora de escolher uma carreira para ele, ignorei seus desejos e insisti que ele encontrasse um emprego respeitável. Aparentemente, parecia que eu estava cumprindo minhas responsabilidades parentais e fazendo o que era melhor para ele, mas, na realidade, minhas ações eram para ganhar honra para mim mesma. Para cumprir meus próprios desejos e ganhar a admiração dos outros, nunca considerei o que meu filho pensava e impus meus próprios desejos a ele, interferindo em sua vida. Olhando para tudo o que eu havia feito com ele, de que forma eu estava cumprindo minha responsabilidade parental? Tudo o que eu fazia era para minha própria satisfação. Eu era realmente egoísta! Entendi que meus pontos de vista estavam errados, que eu não havia entendido a soberania de Deus nem me submetia de verdade, e que a profissão que meu filho escolher em sua vida está inteiramente dentro das predeterminações de Deus. Sempre tentei manipular e arranjar as coisas, tentando mudá-lo com meus próprios esforços. Fui realmente arrogante e sem razão! Então, soube como tratar meu filho. Não importa qual carreira ele escolha, desde que ele não esteja fazendo nada ilegal e possa se sustentar, devo me desapegar e permitir que ele faça suas próprias escolhas.

Em seguida, li mais das palavras de Deus: “Nenhum dos pais deseja que seus filhos se tornem mendigos. Ainda assim, eles não precisam insistir que os filhos subam na vida e se tornem altos funcionários ou pessoas proeminentes na classe alta da sociedade. O que há de bom em pertencer à classe alta da sociedade? O que há de bom em subir na vida? Essas coisas são atoleiros, não são coisas boas. É bom tornar-se uma celebridade, uma grande figura, um super-homem ou uma pessoa com posição e status? A vida é mais confortável como pessoa comum. O que há de errado em viver uma vida um pouco mais pobre, difícil e cansativa, com comida e roupas um pouco inferiores? No mínimo, uma coisa está garantida: como você não vive entre as tendências sociais da classe alta da sociedade, você, pelo menos, pecará menos e fará menos coisas para resistir a Deus. Como uma pessoa comum, você não enfrentará tentações tão grandes ou frequentes. Embora sua vida seja um pouco mais difícil, pelo menos você não estará cansado no espírito. Pense nisso: como trabalhador, você só precisa se preocupar em garantir três refeições por dia. É diferente quando você é um funcionário público. Você tem que lutar e não sabe quando chegará o dia em que sua posição não estará mais segura. E isso não será o fim, as pessoas que você ofendeu irão procurá-lo para acertar as contas, e você será atormentado por elas. A vida é muito cansativa para as celebridades, para as pessoas famosas e ricas. Os ricos estão sempre com medo de não serem tão ricos no futuro e de não conseguirem seguir em frente se isso acontecer. As celebridades sempre temem que seu brilho desapareça e sempre querem protegê-lo, temendo ser eliminadas por esta era e pelas tendências. Sua vida é tão cansativa! Os pais nunca percebem bem essas coisas e sempre querem empurrar seus filhos para o centro dessa luta, enviando-os para essas tocas de leões e atoleiros(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (18)”). Deus disseca que as aspirações e esperanças das pessoas são todas para se tornar celebridades e grandes pessoas, buscar um status elevado e superar os outros, e que tal perspectiva por trás de suas buscas não é boa e as levará a um atoleiro. Veja como o mundo atual está cheio de todos os tipos de tentações — dinheiro, status, poder, pornografia… Essas tentações são como armadilhas, e a maioria das pessoas não consegue escapar delas. Pensei nas pessoas que trabalham em escritórios do governo, como minha irmã mais velha e o genro de minha irmã mais nova, ambos funcionários públicos. Por fora, eles apresentavam uma fachada impressionante em seus ternos impecáveis, mas, ao conversar com eles, dava para perceber que eles se matavam de trabalhar. Para conseguir promoções e aumentos, e para ganhar o favor de seus superiores, eles tinham de bancar jantares e bebidas e dar presentes para os superiores; para acompanhar seus superiores em festas regadas a álcool, eles se embriagavam todos os dias, o que afetava seriamente sua saúde. Entre os colegas, as pessoas tramam e apunhalam pelas costas para superar umas às outras e, muitas vezes, são confrontadas com todos os tipos de tentações sexuais que destroem suas famílias. Eu não tinha conseguido perceber bem essas coisas, em vez disso, insistia em empurrar meu filho para a chamada “alta sociedade”. Não estava enviando meu filho direto para o atoleiro de Satanás? Eu era realmente cega e tola! Não importa qual profissão ele escolha, desde que consiga fazer três refeições por dia e manter uma vida normal, isso é suficiente. Também percebi que a responsabilidade dos pais é orientar seus filhos na senda certa, então preguei o evangelho para ele. Embora ele não tenha aceitado, também não se opôs e, quando os irmãos vinham à nossa casa para reuniões, ele até ajudava a manter o ambiente. Quando realmente deixei de lado minhas expectativas em relação ao meu filho, além de eu me sentir mais tranquila, ele também ficou feliz.

Se não fosse pela orientação das palavras de Deus, eu ainda estaria vivendo na miséria abjeta causada pela fama e pelo ganho. Agradeço a Deus por me capacitar a discernir os métodos que Satanás usa para corromper e a não mais ser presa nem prejudicada por ele.

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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