Adversidades não podem me afastar do meu dever
Lembro que isso ocorreu logo após eu ser escolhida como uma líder de igreja. Naquele tempo, o PCCh tinha lançado uma nova onda de prisões em massa de membros da Igreja de Deus Todo-Poderoso. Fiquei um pouco preocupada — em vista de como as coisas estavam, se eu fosse para reuniões em vários locais todos os dias, eu poderia muito bem ser presa pela polícia. Se fosse presa, certamente seria sujeita a tortura e crueldade. Sempre fui de constituição fraca e nunca tive de suportar qualquer sofrimento, como, então, poderia suportar tortura? Fiquei com medo pensando nisso tudo e não quis aceitar o dever. Mas quando pensei em como os meus irmãos me tinham escolhido como líder e como isso falava de sua confiança em mim, eu não pude justificar não aceitar a comissão só porque estava assustada. Então respondi diplomaticamente: “Será que estou à altura disso? Nunca ocupei uma posição de liderança antes, se eu encontrar um problema que não consiga resolver, eu não estarei atrasando o trabalho da Igreja?” A líder me respondeu em comunhão, dizendo: “Os deveres que recebemos são uma chance de treinar. Apenas tente fazer o melhor que puder”. Depois de ouvir a comunhão da líder, aceitei o dever. Mas logo, uma após a outra, começaram a chegar mensagens da minha líder, informando-me que as irmãs Li e Wu, obreiras minhas, e alguns outros membros tinham sido presos, juntamente com seis líderes e obreiros de outras igrejas, e pedindo que todos ficássemos alertas e atentos. Caí em pânico. Como tantos irmãos podiam ter sido presos? Percebi que eu tinha visto a irmã Li apenas alguns dias atrás. Será que a polícia estava me monitorando também? Se também estivessem me monitorando, seria apenas uma questão de tempo até eu ser presa pois havia câmeras de segurança por toda parte. Cumprir meus deveres nesse tipo de ambiente era muito perigoso... Sempre que pensava nisso, eu ficava com muito medo. Eu estava apavorada e temia ser presa repentinamente durante o trabalho. Externamente, parecia que eu estava cumprindo meus deveres, mas eu não conseguia colocar meu coração no trabalho e raramente parava para pensar em como cumprir melhor os meus deveres. Às vezes, quando os irmãos me procuravam com problemas, eu nem estava com vontade de ajudar.
Não demorou, e recebi outra mensagem da minha líder, dizendo que a polícia estava pedindo aos irmãos presos que identificassem membros da igreja em uma pilha de fotos e que estava instalando pontos de controle em cruzamentos e revistando as bolsas das pessoas. Ela nos lembrou de que deveríamos ter muito cuidado quando saíssemos. Ouvindo isso, fiquei ainda mais preocupada. Parecia que a polícia já tinha reunido muitas informações sobre meus irmãos. Será que fomos fotografadas quando nos encontramos com a irmã Li? Se aquilo tinha sido filmado, então a polícia certamente descobriria que eu estava à frente do trabalho da igreja quando me vissem na gravação. Se eu fosse presa, eles certamente me torturariam e arrancariam uma confissão de mim! A caminho de casa em minha lambreta elétrica, eu estava tensa e nervosa — as mensagens da líder tinham me levado para um lugar muito sombrio. Embora já estivesse escuro, eu não ousei tirar meus óculos escuros. Eu não arriscaria ser pega por uma câmera de segurança e presa a qualquer momento pela polícia. Então me veio um pensamento muito egoísta. Pensei: “Talvez eu consiga negociar com minha líder e pedir que aquela irmã mais velha assuma meu trabalho. Ela já tem mais de 50 anos de idade — mesmo que fosse presa, é provável que a polícia não a torturaria”. Mas logo percebi como essa ideia era egoísta. Por ter medo de ser detida e sujeita a tortura e sentir que a situação era perigosa, eu quis passar o trabalho para minha irmã mais velha. Que coisa feia e baixa! Ao mesmo tempo, porém, não pude deixar de ficar com medo e um pouco nervosa. Na minha mente, ficavam aparecendo essas imagens de irmãos que estavam sendo torturados e atormentados. Quanto mais pensava nisso, mais ficava com medo e não conseguia deixar de reclamar: “Por que me fariam assumir um trabalho tão perigoso? E se eu for presa, como será? Ainda sou tão jovem, terei de enfrentar tortura e tormento e ficar trancada na prisão para sofrer pelo resto dos meus anos de vida?” Eu estava muito ansiosa e assustada, então orei a Deus, falando-Lhe do meu estado: “Ó Deus Todo-Poderoso! Estou sempre com medo de ser presa e sujeita a prisão, tortura e tormento. Não consigo aquietar meu coração enquanto cumpro meus deveres e até quero passar meus deveres para outra pessoa e, egoísta, estou sempre pensando só em minha própria carne. Não quero viver em medo e timidez. Não quero ser enganada por Satanás. Amado Deus, oro para que Tu me esclareças e me permitas entender a Tua vontade. Também peço que me dês força para que possa permanecer forte nessa situação de provação”.
Naquele momento, lembrei um hino das palavras de Deus chamado: “Imite o Senhor Jesus”. “Na estrada para Jerusalém, Jesus estava em agonia, como se uma faca fosse torcida no Seu coração, mas Ele não tinha a menor intenção de faltar à Sua palavra; havia sempre uma força poderosa que O compelia adiante para onde seria crucificado. Finalmente, Ele foi pregado na cruz e assumiu a semelhança da carne pecaminosa, completando a obra da redenção da humanidade. Ele Se livrou dos grilhões da morte e do Hades. Diante Dele, a mortalidade, o inferno e o Hades perderam seu poder e foram derrotados por Ele. Ele viveu trinta e três anos, ao longo dos quais sempre fez o máximo para satisfazer a vontade de Deus de acordo com a obra de Deus daquela época, nunca considerando Seu ganho ou perda pessoal, e sempre pensando na vontade de Deus Pai. Em razão de Seu serviço diante de Deus, que estava em harmonia com a vontade de Deus, Deus pôs sobre Seus ombros o pesado fardo de redimir toda a humanidade e O fez realizá-lo — e Ele foi qualificado e autorizado para completar essa tarefa importante. Ao longo de Sua vida, Ele suportou um sofrimento imensurável por Deus e foi tentado por Satanás inúmeras vezes, mas nunca ficou desalentado. Deus deu-Lhe uma tarefa tão enorme porque confiava Nele e O amava. Se, como Jesus, vocês forem capazes de dedicar todo cuidado ao fardo de Deus e dar as costas à carne de vocês, Deus lhes confiará Suas tarefas importantes, para que vocês satisfaçam as condições exigidas para servir a Deus. Somente sob tais circunstâncias vocês se arriscarão a dizer que estão fazendo a vontade de Deus e completando Sua comissão, e somente então se arriscarão a dizer que estão servindo verdadeiramente a Deus” (“Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos”). Fiquei muito comovida enquanto cantava esse hino. Confrontado com a dor e o sofrimento da crucificação, o Senhor Jesus não mostrou nenhum sinal de remorso ou de recuo a despeito da fraqueza de Sua carne. Ao contrário, ele caminhou firmemente até a cruz, suportando toda agonia para realizar a oferta pelo pecado e redimir toda a humanidade das garras de Satanás, tão grande foi o amor de Deus pela humanidade. Eu, por minha vez, como tratei a Deus? Ao executar a comissão de Deus, só pensei em minha segurança pessoal, sempre com medo de ser presa, jogada na prisão, torturada e atormentada. Eu vivia em timidez e medo e só agia sem me envolver em meus deveres, jamais alcançando nenhum impacto real. Vendo como era perigosa a situação, até pensei em passar meus deveres para uma irmã mais velha. Como eu era egoísta e desprezível! Nesses tempos de provação, não pensei nem um pouco em dar testemunho de Deus e humilhar Satanás. Só pensei em minha própria carne e em como cumprir meus deveres com segurança sem ter de passar por sofrimento ou fazer sacrifícios para, no fim, ganhar a salvação de Deus e receber Suas bênçãos e tudo que Ele prometeu. Diante da adversidade, quis abandonar meus deveres em nome de minha própria segurança e até argumentei com Deus e me revoltei contra Ele, mas, ao perceber como essas ideias que eu tinha em minha crença em Deus eram todas transacionais, não consegui dizer nada. Lembrei-me de Pedro, que tinha se submetido completamente a Deus em meio à adversidade. Ele nunca se preocupou com seu próprio bem-estar, em vez disso, dedicou-se a satisfazer a vontade de Deus e a confortar Seu coração. No fim, ele foi crucificado numa cruz invertida como testemunho brilhante de Deus. Ao comparar minhas ações com as de Pedro, senti vergonha e culpa, então vim para diante de Deus e orei a Ele: “Amado Deus! Essa situação expôs meu egoísmo e minha baixeza. Tenho sentido medo de ir para a prisão e sofrer e nunca pensei em como dar testemunho de Ti. Ó Deus, não quero mais me preocupar com benefícios pessoais nem com ganho e perda. Só quero cumprir meu dever para satisfazer a Ti. Se realmente for presa e perseguida, estou disposta a me submeter. Juro pela minha vida que não serei um judas e não trairei meus irmãos e darei testemunho de Ti”. Depois da minha oração, me senti em paz e firme.
Então me lembrei de outra passagem das palavras de Deus: “De tudo que ocorre no universo, não há nada no qual Eu não tenha a palavra final. Existe alguma coisa que não esteja em Minhas mãos?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 1”). De repente entendi. É claro! Mesmo que participe das reuniões e cumpra meu dever todos os dias, não serei presa a não ser que Deus permita. Se Deus ordenou que devo experienciar perseguição e adversidade, então, mesmo que me esconda o dia todo, eu serei presa. Tudo está nas mãos de Deus, então devo simplesmente aceitar qualquer situação que encontrar. Farei o que puder para implementar nossas estratégias de segurança, mas quando eu for presa, estarei disposta a me submeter aos arranjos e orquestrações de Deus. O esclarecimento e a iluminação que recebi das palavras de Deus me deram força e fé, e me senti libertada imediatamente. A partir de então, quando saía para as reuniões, eu me sentia mais calma e menos medrosa. O PCCh continuou sua campanha furiosa de prisões, mas vendo como as palavras de Deus traziam fé aos meus irmãos, permitindo que eles continuassem seu trabalho, fiquei profundamente inspirada e consegui me concentrar e fazer sacrifícios em meus deveres. Consegui sentir claramente que Deus estava me orientando e fui capaz de resolver alguns dos problemas e questões dos meus irmãos. O trabalho da igreja também estava progredindo normalmente. Isso me mostrou que, por mais selvagem e desregrado Satanás se torne, ele jamais pode interromper a obra de Deus. Minha fé em Deus ficou ainda mais forte.
Pensei que, depois de experienciar tudo isso, eu tinha alcançado alguma estatura, por isso nunca imaginei que, quando Deus mais uma vez orquestrou um cenário para mim, eu seria exposta totalmente mais uma vez.
Em julho passado, recebi uma mensagem da minha líder, dizendo que a irmã Liu, com quem eu tinha contato frequente, tinha sido seguida pela polícia nos dois ou três meses passados. Os vinte e tantos irmãos que a irmã Liu tinha contatado também estavam sendo monitorados pela polícia, e isso me incluía também. Ela disse também que, provavelmente, a polícia tinha fotografado os locais de encontro em que a irmã Liu participava de reuniões. Por causa disso, minha líder me aconselhou que era muito importante que eu não entrasse em contato com meus irmãos. Depois de ler isso, não consegui mais ficar calma. Pensei: “Vejo a irmã Liu com frequência, e fiz até um passeio de bicicleta pelos campos com ela recentemente. Toda aquela estrada era vigiada por câmeras; se tiverem gravações nossas, estou muito encrencada. O PCCh está prendendo e perseguindo cristãos com um desembaraço cada vez maior. Se eu for presa nesse tempo crítico, quem sabe que tipo de tortura sofrerei às mãos da polícia. Eles me espancarão até a morte?” Quanto mais pensava nisso, mais aterrorizada ficava e não conseguia me acalmar e ler as palavras de Deus. Pouco tempo depois, eu soube que livros das palavras de Deus estavam sendo guardados no apartamento que a irmã Liu estava alugando. Se não fossem removidos em breve, a polícia os encontraria e a casa de Deus sofreria danos. Mas eu estava num dilema: Afinal de contas, a polícia estava no meio de uma campanha furiosa de caça humana e detenção de crentes. Se eu me deparasse com a polícia enquanto transportava os livros, Ela não teria todas as evidências necessárias? Nesse caso, não haveria como o interrogatório não incluir tortura e poderia até ser fatal para mim. Pensando nisso, eu não quis ir. Mas também pensei que, se não fosse, eu estaria realmente disposta a fechar os olhos diante do fato de que a casa de Deus sofreria danos? Lutei com esses pensamentos por um tempo, mas não consegui chegar a uma decisão.
No dia seguinte, vi uma passagem das palavras de Deus. “Os anticristos são extremamente egoístas e malvados. Eles não têm fé verdadeira em Deus, muito menos têm devoção a Deus; quando encontram um problema, só protegem a si mesmos, só pensam em si mesmos. Para eles, nada é mais importante do que a própria sobrevivência e segurança. Eles não se importam com quanto dano é feito à obra da casa de Deus — contanto que ainda estejam vivos e nada aconteça com eles, isso é tudo que importa. O caráter dessas pessoas é cruel; elas não pensam nos irmãos e irmãs nem na casa de Deus, pensam apenas em si mesmas. São anticristos. Então, quando essas coisas acontecem com aqueles que são devotos a Deus e que têm fé verdadeira em Deus, como eles lidam com elas? (Eles pensarão em qualquer jeito de proteger os interesses da casa de Deus, de proteger as ofertas de Deus de qualquer dano, e farão os arranjos necessários para os irmãos e irmãs. A primeira coisa que os anticristos fazem, por outro lado, é proteger a si mesmos e ignorar o trabalho da casa de Deus. E então, quando o grande dragão vermelho executa prisões, o dano infligido às igrejas é dos mais graves.) O que os anticristos fazem equivale a entregar o trabalho e as ofertas da casa de Deus ao grande dragão vermelho, é traição sob outro disfarce — e eles não se importam. Pessoas que são leais a Deus sabem bem que há riscos, no entanto, estão dispostas a assumi-los, a lidar com os resultados e minimizar ao máximo as perdas da casa de Deus antes de se retirarem. Elas não dão prioridade à própria segurança. O que vocês acham disto: as pessoas podem não se importar nem um pouco com a própria segurança? Quem não está ciente dos perigos de seu ambiente? No entanto, você deve assumir riscos a fim de cumprir o seu dever. Essa é a sua responsabilidade. Você não deve dar prioridade à sua segurança pessoal. O trabalho da casa de Deus e aquilo que Deus lhe confia são de suma importância e têm prioridade acima de todo o resto. Os anticristos dão prioridade máxima à sua segurança pessoal; acreditam que nenhuma outra coisa tem a ver com eles. Eles não se importam quando algo acontece com outra pessoa, não importa quem seja. Contanto que nada ruim aconteça aos próprios anticristos, eles se sentem à vontade. Eles não têm lealdade. Essa é a essência de um anticristo” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Eles só cumprem seu dever para se distinguir e alimentar seus próprios interesses e ambições; eles nunca levam em consideração os interesses da casa de Deus e até traem esses interesses em troca de glória pessoal (parte 2)”). Essa passagem das palavras de Deus foi direto ao ponto. O caráter de um anticristo é maligno e muito egoísta e desprezível. Quando se trata de sua segurança pessoal, ele prefere que o trabalho da casa de Deus sofra perdas do que arriscar a própria vida. Ele não tem nenhum pingo de consciência ou razão, tampouco tem qualquer lealdade a Deus. Quanto a mim, quando eu enfrentava um perigo, eu só pensava em me proteger e em evitar riscos. Quando soube que os livros das palavras de Deus ainda estavam no apartamento, entendi claramente que, se eu não os removesse, os livros seriam confiscados pela polícia e a casa de Deus sofreria danos. Eu deveria ter priorizado os interesses da casa de Deus e removido esses livros na mesma hora, mas eu temia que, se eu aparecesse lá, eu seria presa pela polícia e sujeita a tortura e tormento e poderia até arriscar ser morta, por isso não quis ir. Eu não estava basicamente entregando esses livros das palavras de Deus à polícia? Não importava a situação, eu sempre pensava primeiro em minha segurança e dava pouca atenção aos interesses da casa de Deus. Eu não queria me arriscar em meus deveres, mas assim eu estava traindo os interesses da casa de Deus. Como eu era desumana! Mesmo que, por fora, não parecesse que eu era tão pecaminosa quanto um anticristo, meu caráter era igual ao de um anticristo. Eu era egoísta, desprezível e agia por interesse próprio. Se eu não me arrependesse, certamente incorreria na ira e rejeição de Deus. Aqueles que realmente acreditam e são fiéis a Deus não pensam em sua segurança pessoal. Em momentos decisivos, eles ignoram seus interesses pessoais e protegem os interesses da casa de Deus. São de um só coração e de uma só mente com Deus. Foi então que eu soube com certeza de que deveria abandonar meu caráter satânico e, por mais perigoso que fosse a situação ou por maior que fosse a adversidade, eu devia estar disposta a arriscar tudo para proteger os interesses da casa de Deus. Eu estava disposta a depositar minha fé em Deus e remover aqueles livros para reduzir ao máximo os danos. Depois disso, minhas orações giravam sempre em torno desse problema, e eu pedi a Deus também que me desse fé e me livrasse de todo medo e timidez. Lembrei-me de um filme que tinha visto dois dias antes, chamado “Marcada”. A protagonista passou por prisões e perseguição pelo PCCh desde a idade de 13 anos. Em 28 anos, ela foi presa três vezes e sujeita a todos os tipos de perseguição. Mas por mais angustiantes e difíceis as coisas fossem e mesmo quando sua vida estava em jogo, ela confiou nas palavras de Deus para permanecer firme a cada passo do caminho e, no fim, derrotou Satanás e deu testemunho. Depois de sair da prisão, ela continuou cumprindo seu dever como ser criado. Também pensei nos muitos irmãos que tinham sido presos, torturados e submetidos a lavagens cerebrais pelo PCCh e em como eles usaram as palavras de Deus para superar a coerção e perseguição de Satanás. Percebi que não importa quão maligno e cruel Satanás possa ser, contanto que confiemos sinceramente em Deus e nos orientemos por Suas palavras, podemos derrotar Satanás e dar testemunho. Tudo isso foi muito encorajador e me ajudou a renovar minha fé — deixei de ter tanto medo.
Depois, também refleti sobre mim mesma: a razão pela qual eu não estava disposta a aceitar esse tipo de dever perigoso era que eu tinha medo de ser torturada pela polícia. Eu não queria sofrer, muito menos queria morrer. Então lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “A senda pela qual Deus nos guia não é em linha reta, mas uma estrada sinuosa cheia de buracos; Deus diz, ademais, que quanto mais pedregosa a senda, mais ela pode revelar nosso coração amoroso. Porém, nenhum de nós pode abrir tal senda. Em Minha experiência, trilhei muitas sendas pedregosas e traiçoeiras e suportei grande sofrimento; às vezes Eu ficava tão profundamente pesaroso que queria gritar, mas tenho trilhado essa senda até hoje. Acredito que essa seja a senda guiada por Deus, então Eu suporto o martírio de todo o sofrimento e sigo em frente. Pois isso é o que Deus ordenou, então quem pode escapar? Não peço para receber quaisquer bênçãos; tudo que peço é que Eu seja capaz de trilhar a senda que devo trilhar de acordo com a vontade de Deus. Não busco imitar os outros, trilhando a senda que eles trilham; tudo o que busco é que Eu possa cumprir Minha devoção para trilhar a senda a Mim designada até o fim. […] A medida que um indivíduo deva sofrer e a distância que ele deva trilhar em sua senda são ordenadas por Deus e que, na verdade, ninguém pode ajudar ninguém” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A senda… (6)”). Também lembrei que a palavra de Deus diz: “Pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á” (Mateus 16:25). Foi então que percebi que o destino e também a vida e morte de cada pessoa estão nas mãos de Deus. Se eu seria presa e jogada na prisão ou torturada e atormentada ou não, tudo isso cabia a Deus. Eu deveria me submeter por completo. Como na história da tentação de Jó por Satanás, a propriedade de Jó foi tomada, seus filhos foram mortos e todo seu corpo se cobriu de chagas. Deus não permitiu que Satanás tirasse a vida de Jó e assim Satanás não ousou desafiá-Lo. Essa é a autoridade de Deus. Jó estava ciente da soberania de Deus, assim, mesmo estando nas garras de sofrimento extremo, ele não culpou a Deus e até disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21). No fim, Jó envergonhou Satanás e ganhou as bênçãos dobradas de Deus. Desde que Deus iniciou Sua obra, Ele ordenou e planejou quem morreria por sua fé, quem seria preso e que tipo de sofrimento cada um teria de suportar, e cada caso abriga as boas intenções de Deus. Na Era da Graça, muitos santos morreram enquanto espalhavam o evangelho do Senhor Jesus. Veja Pedro, por exemplo: Ele parece ter sido crucificado, mas sua alma ascendeu ao reino dos céus e ganhou o elogio e a benção eternos de Deus. Muitos dos nossos irmãos que aceitaram a obra de Deus nos últimos dias foram presos pelo PCCh e sujeitos a todos os tipos de tortura e abuso cruel, mas eles não cederam a Satanás. Depois de sair da prisão, continuaram a buscar a verdade e a enfrentar o perigo para cumprir seus deveres, fornecendo muitos testemunhos brilhantes e maravilhosos de Deus. Todos eles são vencedores que foram completados por Deus. Sua carne pode ter sofrido, mas eles ganharam a verdade e receberam o elogio e a bênção de Deus. Porém, existem também aqueles que, após serem presos, tiveram medo de tortura e tormento e traíram a Deus e seus irmãos e foram lançados em vergonha como Judas. Eles ofenderam seriamente o caráter de Deus e foram permanentemente privados da salvação de Deus. Algumas pessoas também têm medo de serem presas, e assim vivem em timidez e medo e não ousam cumprir seus deveres. Se afastam de Deus e O traem e se tornam joio e incrédulos. Na verdade, as prisões e a perseguição do PCCh revelaram quem são crentes verdadeiros e quem são crentes falsos, separando cada um segundo a sua espécie. Isso nos mostra como Deus é sábio e justo! Então entendi que remover os livros da casa de Deus era a maneira de Deus de me testar para ver se eu era leal e fiel a Deus e se eu daria testemunho Dele. Depois de perceber isso, resolvi dar o meu melhor para cumprir o meu dever. Se eu fosse presa, eu arriscaria tudo, inclusive minha própria vida, para dar testemunho de Deus e não cederia a Satanás, mesmo que isso significasse minha morte. Eu me senti profundamente firme e em paz e agradeci a Deus do fundo do meu coração por Sua salvação, esclarecimento e orientação, que me permitiram compreender algumas verdades por meio dessas dificuldades e me ensinaram uma lição mais prática. Na manhã seguinte, acordei e orei a Deus, pedindo que Ele me desse fé e coragem e dizendo-Lhe que eu estava disposta a me submeter à Sua orientação. Por acaso, chovia naquele dia; ninguém estava na rua, então aproveitei a oportunidade para entrar no apartamento e retirar dele todos os livros das palavras de Deus.
Depois dessa experiência, eu me senti muito feliz e calma. Passar por tudo isso tinha me revelado e aperfeiçoado. Revelou como eu era egoísta e carecia de humanidade e aperfeiçoou minha fé e submissão. Foi a orientação da palavra de Deus que me deu um novo entendimento da onipotência, soberania e sabedoria de Deus e me permitiu praticar a verdade ao proteger os interesses da casa de Deus. Posso não saber quais cenários me esperam, mas não sou mais tão tímida e assustada. Estou disposta a me submeter à soberania e aos arranjos de Deus e cumprir os meus deveres e responsabilidades. Graças a Deus por me salvar!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.