Uma dor inescapável
Quando completei 47 anos de idade, minha visão deteriorou rapidamente. O médico disse que, se eu não cuidasse dos meus olhos, aos poucos, eu perderia a visão, por isso tive que largar o emprego e ficar em casa e descansar. Meu futuro era sombrio e, como se a luz fosse desaparecer da minha vida. Eu estava totalmente inconsolável. Em 2007, tive a sorte de receber a obra de Deus Todo-Poderoso nos últimos dias. Não demorou, e minha visão melhorou. Para retribuir o amor de Deus, tomei a iniciativa e pedi um dever. Qualquer que fosse a dificuldade dos irmãos, eu ajudava da melhor forma possível. Não importava quantos se reunissem na minha casa ou até quando ficassem, eu os acolhia com entusiasmo. Já que minha casa era bem pequena, às vezes, não havia camas para todos, e eu acaba dormindo no sofá ou no chão. Eu achava que cumprir meu dever desse jeito era ser leal a Deus, mas, mais tarde, por meio da revelação dos fatos, vi que eu era extremamente egoísta e que eu não tinha lealdade em meu dever. Isso criou uma dor inescapável no meu coração.
Em 2014, uma líder de igreja que eu tinha acolhido foi presa pela polícia, e porque ela tinha acabado de sair da minha casa, minha esposa e eu deixamos nosso lar imediatamente por motivo de segurança. Era o início da primavera, e estava gelado. Não tínhamos para onde ir, e, em meu tormento, eu pensei: “Já passamos dos 60 anos. Minha esposa sofre de siringomielia congênita e é especialmente frágil. Para onde iremos?”. Mais tarde, uma irmã nos ajudou a encontrar um lugar para ficar por um tempo. Então descobri que duas das irmãs que eu tinha acolhido também foram presas. Quando ouvi como os irmãos e irmãs estavam sendo presos um após o outro, fiquei com muito medo e ficava ansioso todos os dias, temendo que a polícia aparecesse a qualquer momento. Consegui um equipamento de massagem e podologia como disfarce e continuei a acolher os irmãos.
Então, em 2017, durante uma reunião, uma irmã disse que o filho da sua família anfitriã tinha voltado. Ele era um incrédulo e se opunha fortemente à fé de sua mãe, de modo que a irmã não podia continuar ali. Minha esposa e eu vimos que ela estava tendo dificuldades e a acolhemos. Não demorou, e ficamos sabendo que o Partido Comunista estava planejando uma investida generalizada com um foco da investigação em inquilinos. Comecei a me preocupar: “Nós somos inquilinos, o que devo dizer se a polícia aparecer para nos inspecionar com essa irmã na nossa casa? A irmã está cumprindo um dever importante. Se ela for presa, certamente seremos implicados. Minha esposa está debilitada e ficaria abalada se algo acontecesse. A saúde dela poderia piorar a qualquer momento”. Minha esposa temia ser presa e pediu que eu expulsasse a irmã. Achei que não era correto expulsá-la, pois ela não tinha para onde ir nesse inverno frio, e conversei com minha esposa sobre permitir que ela ficasse. Minha esposa se irritou comigo e pediu que eu pensasse nas consequências. Eu pensei: “As prisões do Partido Comunista e sua perseguição aos fiéis estão ficando cada vez mais severas. Atualmente, existe um registro de todos os nomes reais de todos na comunidade. Se a polícia descobrir que cremos em Deus e que acolhemos irmãos e irmãs, eles não nos deixarão escapar. Nossa aposentadoria será cancelada, e nossos bens serão confiscados. Nós trabalhamos a nossa vida inteira por tudo isso. Se tirarem isso de nós, como viveremos? E isso não é tudo, pois poderia impactar também o futuro dos nossos filhos. Já passamos dos 60, e nossa saúde não é boa. Seremos capazes de resistir à tortura da polícia se formos presos? Se não resistirmos e nos tornarmos judas, perderemos nosso destino. Então todos os nossos anos de fé não terão sido em vão?”. Também pensei em como minha esposa se irritaria comigo se eu não a ouvisse. Após muita reflexão, ouvi minha esposa e pedi que a irmã procurasse outro lugar para viver. Um mês depois, a irmã ainda não tinha se mudado, e eu temia que algo pudesse acontecer a qualquer hora e a perguntava com frequência se ela tinha encontrado um lugar para ficar e quando ela se mudaria. Basicamente, eu a estava expulsando de forma indireta. Mas eu me sentia muito culpado fazendo isso. Depois de um tempo, a irmã encontrou um lugar e se mudou, mas eu não tinha refletido sobre mim mesmo durante tudo isso.
Durante o Ano Novo Chinês em 2018, a irmã Li nos disse que a casa dela estava sendo monitorada pela polícia e perguntou se podia ficar conosco por uns dias até encontrar outro lugar para morar. Eu não dei muita importância a isso na hora e só quis ajudar a irmã a se acomodar primeiro. Após se instalar, ela saía com frequência para ir a reuniões, e isso revirava meu estômago. “É o Ano Novo Chinês. A polícia pode usar essa oportunidade para realizar batidas em massa. Se a irmã for presa, não poderemos escapar, e nossa família também será implicada”. Achei que, quanto mais a irmã ficasse conosco, maior se tornaria o perigo. Eu pensava em minha segurança e no futuro dos meus filhos e tentava encontrar desculpas para fazer com que a irmã partisse o quanto antes. Mais tarde, pensei que, já que a irmã Li sempre saía para ir às reuniões, ela poderia simplesmente viver onde as reuniões eram realizadas. Eu lhe falei sobre essa ideia, e ela não teve escolha senão partir com uma expressão estranha no rosto. Não acolhi mais ninguém depois disso e só cumpri outros deveres. Um dia, na primavera de 2021, um líder veio falar comigo e perguntou se três irmãos poderiam ficar conosco por um tempo. Eu estava prestes a concordar, mas minha esposa disse: “Podemos lhe dar a nossa resposta amanhã?”. Quando o líder se despediu, minha esposa me disse: “Eles dizem que é só temporário, mas e se eles acabarem ficando por muito tempo e forem presos? Precisamos encontrar uma razão para recusá-los. Poderíamos dizer que um líder que ficou conosco no passado pode ter sido preso, que nossa casa não é segura e que não podemos acolher ninguém por ora”. Eu também estava um pouco nervoso, por isso concordei com minha esposa. Para a minha surpresa, no dia seguinte, antes de eu poder recusar, o líder me disse: “Os três irmãos já encontraram outro lugar. A líder que ficou com vocês antes foi presa, portanto sua casa não é segura. Vocês dois também deveriam suspender seus deveres”. Meu coração parecia saltar do meu peito. Percebi que isso era a ira de Deus caindo sobre mim. Deus escrutiniza as profundezas do nosso coração. Embora não tivesse dito que não acolheria os irmãos, eu tivera esse pensamento. Eu tinha recusado meu dever. Indiretamente, eu tinha expulsado meus irmãos e irmãs. Essa minha atitude em relação ao meu dever tinha provocado a ira de Deus e O levado a arranjar essa situação em que meu dever foi suspenso? De repente, eu me senti vazio e muito inquieto, como se estivesse sendo punido e tivesse caído em trevas. Orei a Deus: “Deus! A suspensão do meu dever não é uma coincidência, deve ser a Tua vontade. Por favor, esclarece-me e guia-me a aprender minha lição”. Mais tarde, li a palavra de Deus. “Vocês Me excluem por causa de seus filhos, ou do seu marido, ou da própria autopreservação. Em vez de se importarem Comigo, vocês se importam com sua família, com os filhos, com o status, o futuro e a própria gratificação. Quando foi que vocês pensaram em Mim ao falar ou agir? Quando o tempo está frio, seus pensamentos se voltam para seus filhos, seu marido, sua esposa ou seus pais. Quando o tempo está quente, Eu também não tenho lugar em seus pensamentos. Ao cumprir o seu dever, você pensa nos próprios interesses, na própria segurança pessoal, nos membros de sua família. O que você já fez que tenha sido para Mim? Quando você sequer pensou em Mim? Quando já se devotou, a qualquer custo, a Mim e à Minha obra? Onde está a prova da sua compatibilidade Comigo? Onde está a realidade da sua lealdade a Mim? Onde está a realidade da sua obediência a Mim? Quando suas intenções não foram em prol de ganhar Minhas bênçãos? Vocês zombam de Mim e Me enganam, vocês brincam com a verdade, encobrem a existência da verdade e traem a essência da verdade. O que os aguarda no futuro, indo contra Mim dessa maneira? Vocês buscam simplesmente a compatibilidade com um Deus vago, buscam simplesmente uma crença vaga, mas não são compatíveis com Cristo. A maleficência de vocês não irá receber a mesma retribuição que os perversos merecem?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Você deve buscar o caminho da compatibilidade com Cristo”). A palavra de Deus revelava o meu estado. Desde que as pessoas que eu tinha acolhido foram presas uma após a outra, eu vivia num estado de medo e covardia. Para me proteger, eu inventava desculpas para fazer com que as irmãs nos deixassem o quanto antes, e quando o líder arranjou que eu acolhesse três irmãos por um tempo, eu não concordei e inventei uma mentira para recusá-los. Em vista dessas coisas, eu realmente era um crente? Enquanto os outros enfrentavam perigo, eu só considerava meus interesses, minha segurança e pensava em como expulsá-los. Eu era muito egoísta, desprezível e não tinha humanidade! Eu mostrava o maior cuidado e consideração pelos meus filhos, temendo que eles passassem frio ou fome. Por maior que fossem o perigo e a dificuldade, eu estava disposto a enfrentá-los para proteger meus filhos. Mas eu tratava meus irmãos e irmãs com um coração tão frio. Quanto mais pensava nisso, mais desumano me sentia. Eu me enchi de remorso e ódio contra mim mesmo. Li mais da palavra de Deus. “Qual é o critério pelo qual os feitos de uma pessoa são julgados como sendo bons ou maus? Depende de se, em seus pensamentos, expressões e ações, vocês tiverem o testemunho de pôr a verdade em prática ou não e de viverem a realidade da verdade. Se não tiver essa realidade ou não a viver, então você é, sem dúvida, um malfeitor. Como Deus vê os malfeitores? Seus pensamentos e atos externos não dão testemunho de Deus, tampouco envergonham nem derrotam Satanás; em vez disso, envergonham a Deus e estão repletos de marcas que fazem Deus ficar envergonhado. Você não está testificando de Deus, não está se despendendo por Deus, nem está cumprindo sua responsabilidade e suas obrigações para com Deus; em vez disso, está agindo para o próprio bem. O que realmente significa ‘para o próprio bem’? Para ser exato, significa para o bem de Satanás. Por isso, no fim, Deus dirá: ‘Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’. Aos olhos de Deus, você não fez boas ações; mas, ao contrário, seu comportamento se tornou maligno. Isso não só não ganhará a aprovação de Deus — isso será condenado. O que alguém com tal crença em Deus busca ganhar? Tal crença não seria em vão no final? Para todos que cumprem seu dever, por mais profundo ou raso que seja seu entendimento da verdade, a maneira mais simples de prática para entrar na realidade da verdade é pensar nos interesses da casa de Deus em tudo e abrir mão de desejos egoístas, intenções individuais, motivos, orgulho e status. Coloque os interesses da casa de Deus em primeiro lugar — isso é o mínimo que se deve fazer. Se uma pessoa que cumpre seu dever não consegue fazer nem mesmo isso, então como se pode dizer que ela está cumprindo seu dever? Isso não é cumprir o dever da pessoa” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). Vi que os critérios de Deus para julgar se uma pessoa é boa ou má se baseia em se as intenções, os pensamentos, as ações e a conduta dela estão alinhados com a verdade. Refleti sobre as coisas que eu tinha feito. Não importa se foram minhas intenções, pensamentos, fala ou ações, tudo foi em prol dos meus interesses, e eu não obedeci à vontade de Deus. Os irmãos estavam sendo caçados e perseguidos pelo grande dragão vermelho por espalharem o evangelho. Eles não tinham lar e estavam em fuga, e se não tivessem um lar apropriado para ficar, eles não teriam como cumprir seus deveres em segurança. Mas eu temi me arriscar por eles e só quis me livrar deles o quanto antes, o que piorou as coisas ainda mais para eles. Vi que eu tinha sido egoísta, malicioso e sem qualquer humanidade! Se eu tivesse um coração que teme a Deus ou um pingo de humanidade, eu deveria ter obedecido à vontade de Deus, considerado a segurança dos outros num momento de perigo e pensado em um jeito de acolhê-los e protegê-los. Pensei nas palavras do Senhor Jesus: “Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes Meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mateus 25:40). Numa situação terrível, eu tinha me recusado a acolher meus irmãos que estavam sendo caçados e perseguidos pelo grande dragão vermelho. Isso dizia respeito à minha atitude em relação a Deus. Eu era egoísta, desprezível e carecia de humanidade. Se um dia pedissem que eu acolhesse Cristo, eu me comportaria do mesmo jeito. Quando revivi em minha mente como eu tinha expulsado meus irmãos, tive uma sensação de alarme, como se eu tivesse causado algum grande desastre e me encontrei num estado de dor e tormento. Orei a Deus: “Ó Deus, eu tenho carecido de qualquer humanidade. Desfrutei da nutrição de ser regado por tantas das Tuas palavras, mas não obedeci à Tua vontade. Fui incapaz de acolher meus irmãos e irmãs durante suas tribulações e inventei desculpas para expulsá-los. Minhas conduta e ações Te enojam e Tu as odeias. Só posso culpar a mim mesmo por cair em trevas e dor no dia de hoje, e isso revela a Tua justiça. Eu Te agradeço e Te louvo! Ó Deus, se ainda houver alguma chance de ser anfitrião, eu me arrependerei, corrigirei meus caminhos e cumprirei meu dever para satisfazer a Ti!”.
Um tempo depois, fui a outro lugar para cumprir um dever. Eu agradeci muito a Deus e prezei essa oportunidade. Pouco tempo depois, minha esposa adoeceu seriamente e faleceu. Antes de morrer, ela me disse estas palavras: “Se eu não puder sair e cumprir meu dever amanhã, você precisa cumprir bem o seu”. Suas últimas palavras tinham um quê de remorso, e eu tive que refletir. Refleti sobre a conduta da minha esposa e suas ações durante a vida dela, como ela só protegia os interesses dela em seu dever e não era leal nem obediente. Ela era uma covarde e não quis acolher os irmãos e irmãs. Ela até me urgiu e me persuadiu a expulsá-los de nossa casa. Isso foi um ato maligno. Suas últimas palavras me levaram a pensar que ela sentia culpa e remorso em relação ao seu dever. A morte da minha esposa também me alarmou e me fez perceber que eu não podia continuar tratando meu dever como antes e que, se eu esperasse até a morte para cumprir o meu dever, já seria tarde demais. Orei a Deus: “Ó Deus, tenho 70 anos de idade; não posso cumprir outros deveres. É pela Tua graça que posso ser um anfitrião. Eu fui tão egoísta no passado. Eu não fui um bom anfitrião e transgredi tanto. Estou disposto a me arrepender e a passar o tempo que me resta buscando a verdade e cumprindo bem o meu dever”.
Depois disso, também ponderei sobre a causa principal do meu medo de ser preso, da preocupação com a minha segurança e a segurança dos meus bens e com o futuro dos meus filhos. Mais tarde, li isto na palavra de Deus. “Quando se protegem, muitas vezes, os anticristos ignoram a segurança dos irmãos e das irmãs. Com a exceção de terem ‘fé’ em relação a isso e de se ‘confiarem’ completamente a Deus, eles são desleixados com o trabalho da igreja e seu dever. Eles agem sem se envolver, não levam nada a sério. Se algum lugar é seguro ou se algum trabalho ou dever pode garantir sua segurança e não envolve riscos, eles são positivos e ativos ao irem para lá, para exibir seu grande ‘senso de responsabilidade’ e ‘lealdade’. Se algum trabalho envolve riscos e é propenso a dar errado, a fazer com que seu realizador seja encontrado pelo grande dragão vermelho, eles inventam suas desculpas, repassam-no para outra pessoa e encontram uma chance de fugir dele. Assim que há perigo, ou assim que há qualquer sinal de perigo, eles inventam um jeito de se livrarem e de abandonarem seu dever, sem qualquer preocupação com os irmãos e irmãs. Eles só se importam em se livrar do perigo. Em seu coração, podem já estar preparados. Assim que o perigo aparece, eles largam imediatamente o trabalho que estão fazendo, sem se importar com o decorrer do trabalho da igreja, ou com a perda que isso pode causar aos interesses da casa de Deus, ou com a segurança dos irmãos e irmãs. O que importa para eles é fugir. Eles têm até um ‘ás na manga’, um plano para se proteger: assim que o perigo os alcança ou eles são presos, eles dizem tudo que sabem, inocentando-se e absolvendo-se de qualquer responsabilidade. Então eles estão seguros, não estão? Eles até chegam a ter um plano como esse. Essas pessoas não estão dispostas a sofrer perseguição por acreditar em Deus; elas têm medo de ser presas, torturadas e condenadas. Fato é que sucumbiram a Satanás há muito tempo. Elas morrem de medo do poder do regime satânico e têm ainda mais medo de que coisas como tortura e interrogatório duro possam acometê-las. No que diz respeito aos anticristos, portanto, se tudo corre bem e não há nenhuma ameaça ou problema com a sua segurança e nenhum risco é possível, eles podem oferecer seu zelo e sua lealdade e até mesmo os seus bens. Mas se as circunstâncias forem ruins e eles puderem ser presos a qualquer hora por acreditar em Deus e cumprir seu dever, e se sua crença em Deus puder fazer com que sejam demitidos de sua posição oficial ou abandonados pelas pessoas próximas, eles serão excepcionalmente cuidadosos, não pregarão o evangelho, nem testificarão de Deus, nem cumprirão o seu dever. Quando há o menor sinal de dificuldade, eles se tornam covardes; quando há o menor sinal de dificuldade, na mesma hora, eles querem devolver à igreja seus livros das palavras de Deus e qualquer coisa relacionada à crença em Deus a fim de permanecerem seguros e ilesos. Tal pessoa não é perigosa? Se fosse presa, ela não se tornaria um judas? Um anticristo é tão perigoso que pode se tornar um judas a qualquer hora; sempre existe a possibilidade de darem as costas para Deus. Além disso, eles são extremamente egoístas e maus. Isso é determinado pela natureza e pela essência de um anticristo” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: Eles só cumprem seu dever para se distinguir e alimentar seus próprios interesses e ambições; eles nunca levam em consideração os interesses da casa de Deus e até traem esses interesses em troca de glória pessoal (parte 2)”). Deus disseca os anticristos que conseguem fazer sacrifícios, despender-se, sofrer e pagar um preço em situações seguras. Por fora, parecem devotos em seu dever, mas assim que enfrentam perigo, eles recuam, inventam desculpas e pretextos para se esquivar de seu dever, não consideram o trabalho da igreja nem a segurança de seus irmãos e só consideram seus interesses pessoais. São especialmente egoístas e desprezíveis. Comparando minha conduta e ações, meu caráter não tinha sido igual ao de um anticristo? Quando comecei a crer em Deus, eu ganhei muita graça Dele. A condição incurável dos meus olhos melhorou milagrosamente, e então me despendi acolhendo os outros com entusiasmo. Quando descobri que alguns dos meus hóspedes tinham sido presos, que eu poderia ser implicado e que minha segurança e meus interesses pessoais estavam em risco, eu não quis continuar sendo anfitrião e até inventei desculpas para expulsá-los, sem considerar a segurança deles. Vi que eu tinha sido muito egoísta e desprezível e que carecia de humanidade. Também pensei nas armadilhas armadas pelo Partido Comunista, como eles usavam cada truque para prender os fiéis, tentando em vão derrubar a obra de Deus e prender todos os escolhidos de Deus. Muitos irmãos tinham sido capturados e expulsos de casa por essas circunstâncias cruéis e terríveis. Isso não é algo que Deus deseja ver, e, nesses tempos, é ainda mais necessário que as pessoas obedeçam à vontade Dele e se arrisquem acolhendo esses irmãos. É isso que significa fazer boas ações, e Deus se lembrará delas. Eu temia ser preso e, por isso, não agi como anfitrião. Não obedeci à vontade de Deus e carecia totalmente de razão e consciência. Ponderei ainda mais e percebi que eu temia prisão e morte porque eu valorizava demais a minha vida. Lembrei-me de que o Senhor Jesus disse: “Pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á” (Mateus 16:25). As palavras do Senhor me fizeram perceber que a nossa vida terrena é passageira e que a vida verdadeira é imortal. Assim como Pedro foi crucificado de cabeça para baixo por Deus, ele pode ter perdido sua vida terrena, mas ganhou a vida eterna. Embora os irmãos que foram presos possam ser torturados, espancados e até mesmo mortos, eles permanecem firmes no testemunho e ganham o elogio de Deus. Só esse jeito de viver tem significado e valor. Esse pensamento me deu fé e força e não me senti mais tão tímido e temeroso.
No final de dezembro, de repente, um irmão me procurou, dizendo que o lugar em que ele e outro irmão viviam não era mais seguro e perguntou se eles poderiam ficar comigo por um tempo. Eu sabia que isso era Deus me dando uma chance de me arrepender e concordei na hora. Também supri suas necessidades diárias. As prisões e a perseguição pelo Partido Comunista se tornaram ainda mais severas e fiquei ouvindo notícias de irmãos que estavam sendo presos. Os dois irmãos ainda estavam morando comigo e fiquei com medo, com medo de ser preso e de meus filhos serem implicados. Então orei a Deus e li a Sua palavra. Li isto na palavra de Deus. “Independentemente de quão ‘poderoso’ Satanás seja, independentemente de quão audacioso e ambicioso seja, independentemente de quão grande seja sua capacidade de causar danos, independentemente de quão abrangentes sejam as técnicas com as quais corrompe e seduz o homem, independentemente de quão inteligente são os truques e artimanhas com os quais intimida o homem, independentemente de quão mutável seja a forma em que existe, ele nunca foi capaz de criar uma única coisa vivente, nunca foi capaz de estabelecer leis ou regras para a existência de todas as coisas, e nunca foi capaz de governar e controlar nenhum objeto, seja animado ou inanimado. Dentro do cosmo e do firmamento, não há uma única pessoa ou objeto que tenha nascido dele ou que exista devido a ele; não há uma única pessoa ou objeto que seja governado por ele ou controlado por ele. Pelo contrário, ele não só tem de viver sob o domínio de Deus, como, além disso, deve obedecer a todas as ordens e comandos de Deus. Sem a permissão de Deus, é difícil para Satanás tocar até mesmo uma gota de água ou grão de areia na terra; sem a permissão de Deus, Satanás nem ao menos é livre para mover as formigas sobre terra, quanto mais a humanidade, que foi criada por Deus. Aos olhos de Deus, Satanás é inferior aos lírios na montanha, às aves que voam no ar, aos peixes no mar e às larvas na terra. Seu papel entre todas as coisas é servir a todas as coisas, e trabalhar para a humanidade, e servir à obra de Deus e ao Seu plano de gestão. Independentemente de quão maliciosa seja sua natureza e quão maligna seja sua essência, a única coisa que pode fazer é cumprir obedientemente a sua função: servir a Deus e ser um contraponto a Deus. Tais são a substância e posição de Satanás. Sua essência é alheia à vida, alheia a poder, alheia a autoridade; é um mero brinquedo nas mãos de Deus, apenas uma máquina a serviço de Deus!” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único I”). A palavra de Deus me deu fé e força. Entendi que Deus é soberano sobre todas as coisas, que Satanás é um objeto de serviço e um contraste nas mãos de Deus. Satanás serve para aperfeiçoar os escolhidos de Deus, e não importa quão fortes, selvagens ou maliciosas as forças de Satanás aparentam ser, se Deus não permite que uma situação nos acometa, então, por mais selvagem que o Partido Comunista seja, as coisas que fazem são em vão. Satanás não ousa ultrapassar os limites que Deus estabelece para ele. Isso é decidido pelo poder e pela autoridade de Deus. Meu medo de ser preso e de meus filhos serem implicados era porque eu não entendia a autoridade e a soberania onipotente de Deus. Se eu seria preso estava nas mãos de Deus, assim como o futuro dos meus filhos e netos. Há muito tempo Deus decidiu essas coisas, e elas não podem ser mudadas por nenhuma pessoa. Não importa como o Partido Comunista alegue que os descendentes dos fiéis não poderão ir à universidade, ser funcionários públicos ou ingressar no exército, e que todos os seus parentes serão implicados, isso não pode mudar o destino de ninguém. Só expõe a essência maligna do Partido Comunista que resiste e odeia a Deus. Os desastres estão aumentando, e se as pessoas não acreditarem em Deus nem se livrarem de seus pecados, elas serão destruídas. Que futuro elas terão para contar? Só se viermos para diante de Deus, praticarmos a verdade e cumprirmos bem o nosso dever podemos ter paz, alegria e um bom destino. Então confiei a mim mesmo e a minha família às mãos de Deus e me submeti aos Seus arranjos. Quando me lembro daqueles que me recusei a acolher, isso se tornou uma mancha indelével na minha vida como um crente e, ainda mais, é uma marca de vergonha. Não posso mais machucar o coração de Deus. Mesmo que seja preso e não me reste nada, eu cumprirei o meu dever corretamente e abrigarei irmãos e irmãs.
Ainda estou cumprindo meu dever como anfitrião e não me contento mais em fazer as coisas como antes. Agora, eu me concentro em buscar a verdade e em resolver meu caráter corrupto. Meu coração está tão mais cheio e em paz agora! Por meio dessa experiência, vi que a obra de Deus é realmente sábia. As prisões e a perseguição pelo grande dragão vermelho revelaram a minha corrupção e me permitiram ver que eu era egoísta, desprezível e que eu não tinha lealdade em meu dever. Ganhei algum entendimento da minha corrupção e fui capaz de mudar um pouco. Sou muito grato a Deus!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.