Uma reflexão sobre ser perfunctória
Em dezembro de 2021, comecei a praticar a verificação de vídeos. No início, estudei e refleti com todo o meu coração. Sempre que me deparava com algo confuso, buscava soluções com a irmã que estava colaborando comigo. Ela também costumava comentar comigo os problemas que identificava nos vídeos. A cada vez, eu fazia um resumo das minhas falhas e desvios, depois tentava pesquisar e aprender os princípios relevantes. Durante as conversas da equipe sobre os princípios, eu ouvia com atenção a comunhão de todos e refletia cuidadosamente para compensar minhas deficiências. Depois de praticar dessa forma por algum tempo, obtive certo progresso em minhas habilidades especializadas e consegui lidar com algumas tarefas. Comecei a me sentir satisfeita, achando que havia compreendido alguns princípios. A partir de então, raramente tomava a iniciativa de estudar. Ao comunicar princípios e discutir questões com outros membros da equipe, eu não refletia mais com a mesma seriedade de antes, nem me concentrava em sintetizar os problemas do trabalho. Minha atitude quanto a desempenhar meu dever se tornou passiva.
Lembro-me de que, em um determinado período, alguns irmãos eram novos em seus deveres, e havia muitos problemas com os vídeos que eles enviavam. Eu precisava me comunicar com eles e responder a cada um para resolver esses problemas. Alguns pensamentos ardilosos surgiam em meu coração: “Se eu checar cuidadosamente cada vídeo e buscar os princípios relevantes para me comunicar com eles e lhes responder, isso exigirá muito tempo e esforço. Quando poderei terminar de processar tantos vídeos? Talvez eu deva apenas apontar brevemente suas falhas e deixá-los descobrir sozinhos como resolver os problemas. Dessa forma, posso economizar muito esforço”. Então, apenas apontei os problemas nos vídeos e indiquei a orientação geral para fazer as modificações. Em outra ocasião, verifiquei um vídeo e descobri alguns problemas nele. Mas não estava certa quanto às questões, então conversei com a irmã que colaborava comigo. Ela disse que não via nenhum problema, mas eu ainda me sentia desconfortável com isso. Depois de refletir por um tempo, ainda não tinha certeza se eram mesmo problemas. Então, considerei ser perfunctória e pensei: “Talvez eu deva deixar as coisas como estão. A irmã entende os princípios melhor do que eu. Até ela diz que está tudo bem, então não deve haver nenhum problema. Não preciso gastar mais tempo refletindo sobre isso. Além disso, é apenas uma percepção minha. E se eu estiver errada quanto a isso e atrasar o trabalho?”. Com esse pensamento, parei de refletir sobre o assunto e de procurar a resposta. Então, simplesmente enviei o vídeo como estava. Alguns dias depois, nosso supervisor apontou que havia alguns problemas com o vídeo e que eles precisavam ser corrigidos. Posteriormente, meus irmãos relataram, um após o outro, que se sentiram negativos depois de ler nossas sugestões. Eles achavam que havia muitos problemas nos vídeos que tinham feito e não sabiam como resolvê-los. Diante dessas questões que foram expostas, eu me senti completamente perdida. No entanto, lembrei-me de que as pessoas, os eventos e as coisas que encontro todos os dias são arranjados por Deus e estão sob Sua soberania. O fato de me deparar com essas circunstâncias não era sem motivo. Devia haver lições para eu aprender, então orei a Deus e busquei Sua orientação.
Durante um devocional, li estas passagens das palavras de Deus: “Lidar com as coisas de forma tão irreverente e irresponsável é algo de dentro do caráter corrupto: é a canalhice a que as pessoas costumam se referir. Em tudo o que fazem, fazem-no até o ponto de ‘é mais ou menos isso’ e ‘perto o bastante’; essa é uma atitude de ‘talvez’, ‘possivelmente’ e ‘quase lá’; fazem coisas de modo perfunctório e se contentam em fazer o mínimo e em se safar com um blefe; não veem sentido em levar as coisas a sério ou em ser meticulosas, e veem menos sentido em buscar as verdades princípios. Isso não é algo de dentro de um caráter corrupto? É uma manifestação de humanidade normal? Não é. Chamá-lo de arrogância é correto e chamá-lo de dissoluto também é inteiramente adequado — mas para capturá-lo perfeitamente, a única palavra que serve é ‘canalhice’. A maioria das pessoas tem canalhice dentro de si, só que em graus diferentes. Em todas as questões, elas desejam fazer as coisas de modo perfunctório e desleixado, e há um cheiro de enganação em tudo que fazem. Elas enganam os outros quando podem, tomam atalhos quando conseguem, economizam tempo quando podem. Elas pensam: ‘Contanto que eu possa evitar ser revelado e não cause problemas e não seja chamado a prestar contas, então posso seguir enrolando nisso. Não tenho que fazer um trabalho muito bom, é trabalhoso demais!’. Tais pessoas nada aprendem com maestria e não se aplicam nem sofrem nem pagam um preço em seus estudos. Elas querem apenas arranhar a superfície de um assunto e depois se chamam de proficientes nisso, acreditam que aprenderam tudo que há para saber, e então confiam nisso para continuar enrolando. Essa não é uma atitude que as pessoas têm em relação a outras pessoas, eventos e coisas? É uma atitude boa? Não é. Em termos simples, isso é ‘enrolar’. Tal canalhice existe em toda a humanidade corrupta. Pessoas com canalhice em sua humanidade assumem a visão e a atitude de ‘enrolar’ em tudo que fazem. Essas pessoas são capazes de desempenhar seu dever adequadamente? Não. São capazes de fazer as coisas com princípios? Isso é ainda mais improvável” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item oito: Eles faziam os outros se submeterem apenas a eles, não à verdade nem a Deus (parte 2)”). “Como se pode saber a diferença entre pessoas nobres e vulgares? Apenas observe a atitude delas e as ações delas em relação aos deveres e observe como elas tratam as coisas e se comportam quando surgem problemas. As pessoas com integridade e dignidade são meticulosas, cuidadosas e diligentes em suas ações e estão dispostas a pagar um preço. As pessoas sem integridade e dignidade são descuidadas e desleixadas em suas ações, sempre estão tramando alguma cilada, sempre desejando simplesmente enrolar. Não importa que técnica estudem, elas não a aprendem de forma diligente, são incapazes de aprendê-la, e, por mais tempo que gastem estudando isso, elas continuam totalmente ignorantes. Essas são pessoas de índole baixa” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item oito: Eles faziam os outros se submeterem apenas a eles, não à verdade nem a Deus (parte 2)”). “Elas enganam os outros quando podem”, “sem integridade e dignidade”, e “de baixa índole” — Cada palavra dessas frases penetrou em meu coração. Refleti sobre meu comportamento ao desempenhar meu dever. Meu desempenho não era exatamente como Deus havia exposto? Quando notei que havia muitos problemas com os vídeos feitos pelos irmãos, não pensei em como ajudá-los a resolver esses problemas, nem os orientei a entender a verdade e a entrar nos princípios. Em vez disso, minha principal consideração foi como poupar meu próprio esforço. Pensei que, se eu verificasse cuidadosamente cada vídeo e respondesse em detalhes, seria muito trabalhoso e exigiria muita reflexão. Portanto, apenas mencionei brevemente os problemas nos vídeos, mas não comuniquei a eles sobre os princípios nem apontei soluções práticas. Como resultado, os irmãos se sentiram negativos após lerem minhas sugestões. Será que eu não havia causado interrupção ao fazer isso? Ao verificar esse outro vídeo, tive a sensação de que havia alguns problemas com ele, mas não quis me deter detalhadamente sobre eles porque não tinha certeza. Até inventei desculpas para mim mesma, pensando que refletir poderia não levar necessariamente a nenhum resultado. A irmã compreendia os princípios melhor do que eu. Até ela dizia que estava tudo bem, portanto não deveria haver grandes problemas. Eu não havia realmente me esforçado em buscar a resposta antes de concluir que refletir poderia não levar a nenhum resultado. Será que eu não tinha sido negligente e me descuidado? Eu realmente tinha sido muito enganosa! Essa atitude em relação ao meu dever era exatamente como Deus havia exposto: “Contanto que eu possa evitar ser revelado e não cause problemas e não seja chamado a prestar contas, então posso seguir enrolando nisso. Não tenho que fazer um trabalho muito bom, é trabalhoso demais!” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item oito: Eles faziam os outros se submeterem apenas a eles, não à verdade nem a Deus (parte 2)”). Essas palavras me descreviam perfeitamente. Eu tinha passado todos os dias no piloto automático. Havia me contentado em evitar esforço físico e apenas sobreviver. Nunca tinha considerado as dificuldades de meus irmãos ou se desempenhar meu dever dessa forma era eficaz. Se eu conseguia fazer algo de qualquer jeito, eu simplesmente fazia, sem demonstrar lealdade ao meu dever. Com essa atitude, eu tinha sido totalmente indigna de confiança, exatamente como Deus descreve, “sem integridade e dignidade” e “pessoas de índole baixa”. Isso não era um exagero, não mesmo. Eu me senti profundamente angustiada e com remorso, então orei a Deus, “Ó Deus, minha atitude em relação ao meu dever é muito impertinente e completamente irresponsável. Não quero mais viver essa vida tão baixa. Estou disposta a me rebelar contra minha carne, ser diligente e séria, e pagar um preço para desempenhar bem o meu dever”.
Depois de orar, li algumas palavras de Deus e obtive um melhor entendimento de Suas exigências. Deus diz: “Ao desempenhar um dever, é preciso aprender a ser consciencioso, rigoroso, meticuloso e responsável, e fazer isso de maneira firme e fundamentada, ou seja, colocando um pé na frente do outro. É preciso exercer toda a sua força para desempenhar bem esse dever, até que você esteja satisfeito com a forma como o desempenhou. Se alguém não entende a verdade, ele deve buscar os princípios e agir de acordo com eles e com as exigências de Deus; deve fazer mais esforço de bom grado para desempenhar bem seu dever, e nunca fazer isso de maneira perfunctória. Somente ao praticar dessa maneira é possível sentir paz no coração, sem que a consciência o repreenda” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (5)”). Deus exige que estejamos firmemente alicerçados em nossos deveres, mantendo uma atitude conscienciosa e responsável em tudo o que fazemos, buscando as verdades princípios e fazendo o melhor que pudermos. Percebi que não podia mais ser perfunctória. Eu precisava colocar em prática as exigências de Deus, verificando cada vídeo com cuidado e fornecendo orientação detalhada, baseada em princípios, acerca dos problemas. Embora isso exigisse um pouco mais de sofrimento físico e reflexão, se levasse a melhores resultados em meu dever, então valeria a pena. Depois, enquanto eu continuava a verificar os problemas de meus irmãos e a responder a eles, refleti sobre como me expressar para obter os melhores resultados. Ao implementar essa abordagem, não me sentia muito cansada e consegui me aprofundar mais nos princípios. No entanto, devido a meu caráter severamente corrupto e ao desejo excessivo de conforto físico, ainda me sentia tentada a seguir o caminho mais fácil e a ser perfunctória diante de problemas complexos.
Certa vez, ao verificar um vídeo, notei que alguns apresentavam problemas difíceis de resolver. Pensei: “Se eu fizer sugestões, preciso estudar e pesquisar primeiro para encontrar uma solução. Isso será trabalhoso. Só de pensar nisso, fico com dor de cabeça! Se eu gastar todo esse tempo com isso e ainda assim não conseguir solucionar, não será um desperdício de esforço? Esqueça. Vou me concentrar em outros vídeos por enquanto e lidar com eles mais tarde, quando tiver tempo”. Depois de algum tempo, nossos líderes notaram um declínio na eficácia de nosso trabalho com vídeos, e verificaram novamente os vídeos enviados pelos irmãos nos últimos três meses. Eles descobriram que muitos vídeos haviam sido deixados de lado, e que não os tínhamos abordado prontamente ou não havíamos fornecido orientação para que os irmãos os modificassem de acordo com os princípios, causando atrasos significativos no trabalho com os vídeos. Ao ver esse resultado, fiquei perplexa. Será que tudo aquilo não era resultado de minha abordagem negligente e superficial de meu dever? Eu não conseguia descrever o sentimento em meu coração. Parecia uma pedra pressionando meu peito, fazendo-me ficar sem fôlego. Mais tarde, li esta passagem das palavras de Deus: “O modo como você vê as comissões de Deus é extremamente importante e isso é um assunto muito sério! Se você não consegue completar o que Deus confiou às pessoas, então você não está apto para viver em Sua presença e deveria ser punido. É perfeitamente natural e justificado que os humanos devem completar quaisquer comissões que Deus lhes confie. Essa é a responsabilidade suprema do homem, e é tão importante quanto sua própria vida. Se você não leva a sério as comissões de Deus, então você O está traindo da maneira mais grave. Nisso você é mais lamentável que Judas e você deveria ser amaldiçoado” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). Ao ler essas palavras de Deus, senti o caráter justo Dele. Se eu realizasse meu dever com uma atitude despreocupada — sempre sendo perfunctória, negligente e displicente —, isso indicaria uma séria traição a Deus. E eu seria indigna de estar na presença Dele e merecedora de maldição e punição. Fiquei assustada, sentindo que estava em uma posição perigosa. Considerando o arranjo da igreja para eu verificar os vídeos, a expectativa era que eu colocasse todo o meu coração e toda a minha força no trabalho e o fizesse bem. Mas eu estava sendo negligente em meus deveres e procurando maneiras de relaxar. Ao me deparar com problemas que não entendia ou não conseguia enxergar, deixava de refletir sobre eles com atenção. Em vez disso, quando me deparava com questões que exigiam muito esforço e reflexão, preferia me poupar do trabalho e ignorar os vídeos, deixando de pesquisar e estudar com prontidão ou de buscar princípios relevantes para orientar outros membros da equipe. Eu não havia cumprido minhas responsabilidades. O que havia feito prejudicara totalmente o trabalho com os vídeos. Recordando a época em que assumi esse dever pela primeira vez, resolvi diante de Deus valorizar a oportunidade de desempenhá-lo e ser leal para retribuir o amor de Deus. Mas agora, se pudesse apenas fazer o mínimo, eu o faria sem qualquer senso de responsabilidade. Isso não seria um engano flagrante para com Deus? Eu realmente havia O decepcionado e não era digna de confiança! Pensar nisso fez com que eu recriminasse a mim mesma, sentindo-me arrependida e ainda mais em dívida com Deus. Eu chorei ao orar a Deus: “Ó Deus, minhas ações só obstruíram e interromperam o trabalho. Estou disposta a me arrepender e corrigir minha atitude em relação a meu dever. Por favor, guia-me”.
Mais tarde, comecei a refletir. No início, eu queria desempenhar bem meu dever, mas como as coisas chegaram a esse ponto? Enquanto buscava respostas, deparei-me com estas passagens das palavras de Deus: “As pessoas preguiçosas não podem fazer nada. Resumindo em duas palavras, elas são pessoas inúteis; elas têm uma deficiência de segunda classe. Por melhor que seja o calibre das pessoas preguiçosas, não é nada mais do que enfeite de vitrine; muito embora tenham bom calibre, isso não adianta. Elas são preguiçosas demais — elas sabem o que devem fazer, mas não fazem, e mesmo que saibam que algo é um problema, não buscam a verdade para resolvê-lo, e embora saibam quais dificuldades devem suportar para que o trabalho seja eficaz, não estão dispostas a suportar essas dificuldades que valem a pena — assim, não conseguem ganhar nenhuma verdade e não conseguem fazer nenhum trabalho real. Não desejam suportar as dificuldades que as pessoas devem suportar; só sabem se refestelar no conforto, apreciar momentos de alegria e lazer e apreciar uma vida livre e relaxada. Elas não são inúteis? As pessoas que não conseguem suportar dificuldade não merecem viver. Aquelas que sempre desejam levar a vida de um parasita são pessoas sem consciência e razão; são animais, e tais pessoas são inaptas até para labutar. Visto que não conseguem suportar dificuldade, mesmo quando de fato labutam, não são capazes de fazer isso direito, e, se desejam ganhar a verdade, a esperança de isso acontecer é ainda menor. Alguém que não consegue sofrer e não ama a verdade é uma pessoa inútil, não é qualificada nem para labutar. É um animal sem um pingo de humanidade. Tais pessoas devem ser eliminadas; só isso está de acordo com as intenções de Deus” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (8)”). “Você se contenta com viver sob a influência de Satanás, em paz e alegria e com um pouco de conforto carnal? Será que você não é a mais baixa de todas as pessoas? Ninguém é mais tolo do que aquelas que contemplaram a salvação, mas não buscam ganhá-la; são pessoas que se empanturram com a carne e se deliciam com Satanás. Você espera que sua fé em Deus não envolva quaisquer desafios ou tribulações nem a menor dificuldade. Você sempre busca coisas sem valor e não dá valor à vida; em vez disso, coloca seus pensamentos extravagantes acima da verdade. Você é tão inútil! Você vive como um porco — que diferença há entre você, porcos e cães? Os que não buscam a verdade e, em vez disso, amam a carne não são todos bestas? Os mortos sem espírito não são todos cadáveres ambulantes? Quantas palavras foram ditas no meio de vocês? Apenas uma pequena obra foi feita no meio de vocês? Quantas coisas Eu providenciei entre vocês? Então, por que você não as ganhou? Do que você pode se queixar? Não é o caso que você não ganhou nada porque está amando demais a carne? E não será porque seus pensamentos são exorbitantes? Não será porque você é estúpido demais? Se você é incapaz de ganhar essas bênçãos, você pode culpar Deus por não salvá-lo? […] Eu lhe dou o caminho verdadeiro sem pedir nada em troca, mas você não busca. Você é mesmo alguém que crê em Deus? Eu lhe concedo vida humana real, mas você não busca. Você não é nada diferente de um porco ou de um cão? Porcos não buscam a vida do homem, não buscam ser purificados e não entendem o que é vida. Todo dia, depois de comer sua porção, eles simplesmente dormem. Dei a você o caminho verdadeiro, mas você não o ganhou: você está de mãos vazias. Você está disposto a continuar nessa vida, na vida de um porco? Qual é o significado de tais pessoas estarem vivas? Sua vida é desprezível e ignóbil, você vive no meio da imundície e licenciosidade e não busca nenhum objetivo; acaso sua vida não é a mais ignóbil de todas? Você se atreveria a levantar os olhos para Deus? Se você continuar a experimentar desse modo, o que adquirirá além de nada? O caminho verdadeiro foi dado a você, mas ganhá-lo ou não depende, em última análise, da sua busca pessoal” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). No passado, nunca me enquadrei em termos como “lixo” ou “parasita”, muito menos imaginei que, aos olhos de Deus, meu comportamento poderia ser semelhante ao de um cadáver ambulante, não fazendo distinção entre mim e porcos e cães. Essa constatação foi dolorosa e triste. Mas o que as palavras de Deus expuseram foi exatamente meu comportamento. Eu estava tratando o prazer do conforto físico como meu objetivo, sempre buscando viver uma vida fácil e despreocupada. Quando me deparava com dificuldades em meu dever que exigiam que eu me esforçasse e pagasse um preço, eu recorria à astúcia e à preguiça. Ou eu me virava como dava ou ignorava os vídeos e os deixava sem solução, fazendo qualquer coisa para poupar esforços. Deixava de cumprir minhas responsabilidades, causando atrasos no trabalho. Eu não era realmente um lixo e um parasita que vivia às custas dos outros? Eu tinha chegado a esse estado porque eu havia sido envenenada e influenciada por toxinas satânicas como “a vida é curta, então aproveite enquanto pode”, “hoje, beba o vinho de hoje” e “cuide de si mesmo enquanto está vivo”. Essas ideologias tóxicas me levaram a priorizar meu conforto físico acima de tudo, garantindo apenas que eu não ficasse exausta ou estressada. Já questões como se eu cumpria minhas responsabilidades e obrigações ou se Deus aprovava a forma como eu desempenhava meu dever não me importava nem um pouco. Viver de acordo com essas toxinas me tornou cada vez mais egoísta e degenerada, desprovida de qualquer determinação de buscar coisas positivas. Embora essa abordagem facilitasse minha vida, ela não resultou em nenhum crescimento ou ganho. Em vez disso, atrapalhava o trabalho, resultando em transgressão. Entregar-se ao conforto físico equivale a arruinar a mim mesma!
Posteriormente, fui escolhida para ser líder de equipe. Naquela época, duas irmãs tinham acabado de começar a praticar a criação de vídeos. Além de fazer meus próprios vídeos, tive de orientar o trabalho delas e gerenciar o trabalho geral do grupo. Às vezes, ao ver que os problemas em alguns vídeos eram complicados, eu voltava a considerar tomar atalhos. Eu pensava: “Se eu procurar os princípios de cada problema e refletir, será preciso pensar muito. Quando poderei terminar todas essas tarefas pendentes? Só de imaginar isso já me sinto exausta. É muito trabalhoso! Talvez eu não devesse ser tão meticulosa. Contanto que pareça aceitável, isso deve ser suficiente”. Percebi que estava mais uma vez buscando conforto físico. Lembrando-me da atitude de Noé em relação a seu dever, procurei palavras de Deus sobre o assunto. Deus Todo-Poderoso diz: “Desde o momento em que Deus confiou a construção da arca a Noé, em momento algum Noé pensou: ‘Quando é que Deus destruirá o mundo? Quando Ele me dará o sinal de que fará isso?’. Em vez de ponderar sobre tais questões, Noé honestamente guardou no coração cada coisa que Deus lhe dissera e então executou cada uma. Depois de aceitar o que Deus tinha confiado a ele, Noé se pôs a realizar e executar a construção da arca de que Deus falara como a coisa mais importante da vida dele, sem o menor traço de descuido. Dias se passaram, anos se passaram, dia após dia, ano após ano. Deus nunca supervisionou Noé, nunca o incitou, mas durante todo esse tempo Noé perseverou na tarefa importante que Deus lhe confiara. Cada palavra e frase que Deus tinha professado estava inscrita no coração de Noé como palavras gravadas numa tábua de pedra. Sem dar atenção às mudanças no mundo exterior, à zombaria das pessoas em sua volta, às adversidades envolvidas ou às dificuldades que encontrou, ele perseverou o tempo todo naquilo que Deus lhe confiara, jamais desesperando nem pensando em desistir. As palavras de Deus estavam inscritas no coração de Noé e tinham se tornado sua realidade cotidiana. […] No coração de Noé, não existia instrução mais alta que ele deveria seguir e executar: as palavras de Deus eram sua orientação e objetivo vitalícios. Assim, não importava o que Deus lhe dissesse, não importava o que Deus exigisse dele e ordenasse que ele fizesse, Noé o aceitou completamente e o acolheu no coração; ele considerou isso a coisa mais importante de sua vida, e lidou com isso nesse sentido. Ele não só não esqueceu, ele não só guardou no coração, mas também realizou no dia a dia, usando sua vida para aceitar e executar a comissão de Deus. E dessa maneira, prancha após prancha, a arca foi construída. Cada gesto de Noé, cada um de seus dias era dedicado às palavras e aos mandamentos de Deus. Pode não ter parecido que Noé estava realizando um empreendimento muito importante, mas, aos olhos de Deus, tudo que Noé fazia, até cada passo que tomava para alcançar algo, cada trabalho executado por sua mão — todos eram preciosos, merecedores de serem lembrados e dignos de imitação por essa humanidade” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso dois: Como Noé e Abraão obedeceram às palavras de Deus e se submeteram a Ele (parte 1)”). A atitude de Noé em relação a seu dever me fez sentir vergonha. Não importava o quanto fosse difícil construir a arca ou os sacrifícios que ela exigia, Noé tinha apenas um objetivo em mente: cumprir a comissão de Deus para satisfazê-Lo. Para atingir esse objetivo, Noé realmente suportou dificuldades e pagou um preço, reunindo todos os materiais necessários e construindo a arca peça por peça com um martelo e um cinzel, persistindo por 120 anos. Fiquei profundamente inspirada pela experiência de Noé. Eu não podia mais buscar conforto e tratar meu dever de forma perfunctória. Precisava orar, confiar em Deus e imitar a atitude de Noé em relação a seu dever. Não importavam as dificuldades ou o preço de desempenhar meu dever, eu tinha de fazer o melhor possível para cooperar. Depois disso, coloquei meu estado diante de Deus em orações. Por vezes, ao encontrar inúmeros problemas em alguns vídeos, eu primeiro refletia cuidadosamente sobre eles, aplicando os princípios e debatendo-os com minha irmã parceira, e depois me comunicava com nossos irmãos. Quando me deparava com problemas complexos em alguns vídeos, em vez de ignorá-los, eu procurava informações para aprender e buscar avanços, fazendo o melhor que podia para me comunicar com os irmãos sobre os caminhos para a prática. Ao gerenciar o trabalho geral, também fazia o possível para acomodar todos os aspectos, comunicando-me com minha irmã parceira para tratar de quaisquer desvios ou problemas que encontrássemos no trabalho. Após um período de colaboração dessa maneira, tanto a irmã quanto eu tivemos algum progresso. Antes, eu tinha apenas uma compreensão superficial de alguns princípios. Mas, por meio da comunhão com meus irmãos, obtive percepções mais profundas sobre esses problemas, o que me ajudou a aprimorar minhas habilidades de especialista. Também senti um maior senso de responsabilidade em meu dever do que antes. Só então percebi que durante o processo de desempenho de nossos deveres, Deus nos esclarece e nos orienta a entender as verdades princípios pouco a pouco, dando-nos fardos e oportunidades para praticar. Embora nossa carne possa sofrer um pouco, no final das contas somos nós que nos beneficiamos com isso. Graças a Deus!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.