O que está oculto por trás dos sentimentos de inferioridade?

08 de Dezembro de 2024

Por Hai Lun, China

Quando comecei a trabalhar como líder, fiz parceria com a irmã Chen Xiao. Ao ver que Chen Xiao tinha bom calibre e era ousada e resoluta em seu trabalho, ao passo que eu não era articulada, tinha uma personalidade subserviente, e possuía uma compreensão embaraçosamente parcial das habilidades necessárias para meu trabalho, senti-me inferior e não qualificada para ser uma líder. Depois de observar como Chen Xiao se comunicava e lidava habilmente com todos os tipos de problemas, enquanto eu ficava de lado, sem jeito, tive ainda mais certeza de que não possuía o que era necessário e fiquei cada vez mais desanimada. Permaneci nesse estado por vários meses. Mais tarde, continuei a servir como líder de igreja, mas recebi uma nova parceira chamada Li Xue. Quando vi como Li Xue era bonita, refinada, capaz e experiente, e dava a impressão geral de uma chefe bem-sucedida e profissional, enquanto eu falava sem confiança, sem determinação, muitas vezes ficava ansiosa e retraída perto de pessoas que não conhecia ou em situações com grandes grupos de pessoas, e não tinha nem mesmo a mínima aparência de uma líder, não pude deixar de me sentir desanimada. Toda vez que Li Xue voltava de uma reunião, ela discutia francamente como tinha perguntado aos irmãos sobre o estado atual deles e comunicara usando as palavras de Deus para resolver os problemas deles, e ela mencionava o quanto os irmãos a respeitavam. Quando ela falava sobre essas coisas, sempre ficava radiante de alegria. Apesar de notar que Li Xue parecia se engrandecer um pouco, eu achava que suas revelações ocasionais de corrupção não eram um grande problema, já que ela possuía bom calibre e capacidade de trabalho e era capaz de resolver os problemas. Eu achava que não era páreo para ela, que não tinha sua determinação. Depois disso, quando me deparava com problemas, eu me encolhia e me retraía, considerava-me incapaz e não ousava me comunicar. Gradualmente, meu estado foi piorando cada vez mais, e eu ficava ainda mais convencida de que tinha pouco calibre, carecia da verdade realidade e não tinha sido feita para ser líder. Eu me afundei nesse estado emocional de desânimo e apenas agia sem me envolver em meu dever. Por eu continuamente deixar de buscar a verdade e não conseguir sair de minha negatividade, não demorou muito para que eu fosse dispensada. Um ano depois, meus irmãos mais uma vez me escolheram para servir como líder. Eu era parceira da irmã Wu Fan e logo notei que ela possuía bom calibre e capacidade de trabalho, e, na maior parte do tempo em que trabalhávamos juntas, ela assumia um papel de guia. Uma vez em particular, quando fizemos juntas uma reunião, Wu Fan fez a maior parte da comunhão, e os irmãos também participaram com entusiasmo com a comunhão deles. Quanto a mim, eu queria me comunicar, mas tive medo de não conseguir me comunicar de forma eficaz e acabei não dizendo nada, para evitar constrangimentos. Eu me senti bastante desanimada após a reunião e pensei que ainda não tinha o perfil para ser uma líder. Eu só queria desempenhar deveres relacionados a assuntos gerais como labutadora e não queria mais ser líder.

Um dia, falei do meu estado a algumas irmãs; uma irmã me lembrou de que seria muito perigoso para mim se eu não resolvesse meu estado imediatamente e que eu realmente precisava passar algum tempo refletindo. Foi só então que ganhei um pouco de autoconsciência: “Por que estou tão desanimada? Por que não tenho o mínimo de determinação em me esforçar para melhorar?”. Nos dias seguintes, orei incessantemente a Deus, suplicando-Lhe que me guiasse para eu entender meu estado e sair do desânimo. Mais tarde, encontrei esta passagem das palavras de Deus: “Há algumas pessoas que, quando crianças, tinham uma aparência comum, eram desarticuladas e não muito espertas, fazendo com que as outras pessoas em sua família e em seus ambientes sociais fizessem avaliações um tanto desfavoráveis delas, dizendo coisas como: ‘Esse garoto é estúpido, lento e não fala direito. Veja os filhos de outras pessoas, que falam tão bem que convencem as pessoas a fazer o que eles querem. Já esse garoto só faz bico o dia todo. Ele não sabe o que dizer quando encontra as pessoas, não sabe como se explicar ou se justificar depois de fazer algo errado e não consegue entreter as pessoas. Esse garoto é um idiota’. Os pais falam isso, os parentes e amigos falam isso e os professores também falam isso. Esse ambiente exerce certa pressão invisível sobre tais indivíduos. Ao vivenciar esses ambientes, eles inconscientemente desenvolvem certo tipo de mentalidade. Que tipo de mentalidade? Eles acham que não têm boa aparência, não são muito simpáticos e que os outros nunca ficam felizes em vê-los. Eles acreditam que não são bons em estudar, são lentos e sempre se sentem constrangidos de abrir a boca e falar na frente dos outros. Ficam envergonhados demais para agradecer quando as pessoas lhes dão algo, pensando consigo mesmos: ‘Por que sou sempre tão tímido? Por que as outras pessoas falam tão bem? Sou simplesmente estúpido!’. No subconsciente, eles se acham inúteis, mas ainda não estão dispostos a reconhecer que são tão inúteis, tão estúpidos. Em seu coração, eles sempre se perguntam: ‘Sou mesmo tão estúpido? Sou mesmo tão desagradável?’. Os pais não gostam deles, nem os irmãos, nem os professores, tampouco os colegas de classe. E de vez em quando os familiares, parentes e amigos dizem deles: ‘Ele é baixinho, os olhos e o nariz são pequenos, com essa aparência ele não será bem-sucedido quando crescer’. Então, quando se olham no espelho, eles veem que seus olhos são mesmo pequenos. Nessa situação, a resistência, a insatisfação, a relutância e a não aceitação no fundo do coração se transformam gradualmente em aceitação e reconhecimento dos próprios defeitos, deficiências e problemas. Embora possam aceitar essa realidade, uma emoção persistente surge no fundo de seu coração. Como se chama essa emoção? Chama-se inferioridade. As pessoas que se sentem inferiores não sabem quais são seus pontos fortes. Elas simplesmente acham que são desagradáveis, sempre se sentem estúpidas e não sabem como lidar com as coisas. Em suma, sentem que não podem fazer nada, são pouco atraentes, não são inteligentes e têm reações lentas. Elas são desinteressantes comparadas a outras e não tiram boas notas nos estudos. Depois de crescer em um ambiente assim, essa mentalidade de inferioridade gradualmente assume o controle. Ela se transforma em uma espécie de emoção persistente que se enreda com seu coração e preenche sua mente. Independentemente de você já ser adulto, ter saído para o mundo, ser casado e estabelecido em sua carreira, independentemente de seu status social, é impossível se livrar desse sentimento de inferioridade que foi plantado em seu ambiente de crescimento. Mesmo depois de começar a acreditar em Deus e participar da igreja, você ainda pensa que tem uma aparência mediana, um calibre intelectual pobre, que é desarticulado e não consegue fazer nada. Você pensa: ‘Simplesmente farei o que puder. Não preciso aspirar a ser um líder, não preciso buscar verdades profundas, para mim, basta ser o menos importante e deixar os outros me tratarem como quiserem’. Quando anticristos e falsos líderes aparecem, você se sente incapaz de discerni-los ou expô-los, sente que não foi talhado para fazer isso. Sente que, contanto que você mesmo não seja um falso líder ou um anticristo, é o suficiente, contanto que não cause interrupções e perturbações, já estará bom o bastante, desde que possa permanecer na posição em que está. No fundo do coração, você sente que não é bom o suficiente e não é tão bom quanto as outras pessoas, que os outros talvez sejam objetos de salvação e que você, na melhor das hipóteses, é um servidor, e assim você sente que não está preparado para a tarefa de buscar a verdade. Não importa quanta verdade você é capaz de entender, você ainda sente que, vendo como Deus predestinou você a ter o calibre que tem e a aparência que tem, então, talvez Ele tenha predestinado você a ser meramente um servidor, e que você não tem nada a ver com buscar a verdade, tornar-se um líder, tornar-se alguém em uma posição de responsabilidade ou ser salvo; em vez disso, você está disposto a ser a pessoa mais insignificante(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (1)”). Ponderando sobre as palavras de Deus, percebi que eu estava presa a sentimentos de inferioridade. Desde pequena, sempre achei que minha aparência era mediana, que eu não era articulada e tinha uma personalidade subserviente, frequentemente me sentia desanimada e inibida e sofria de um terrível complexo de inferioridade. Tive o mesmo problema durante minha carreira mundana — meus colegas falavam bem e eram ótimos na bajulação, resolutos em seu gerenciamento de funcionários, e alguns eram até bem vistos por seus superiores. Em contrapartida, eu não era articulada nem capaz de manter boas relações com vários departamentos, não tinha confiança nem determinação em meu trabalho, e quando ocorriam problemas na linha de produção, os outros usavam seus contatos e diziam as coisas certas para resolver o problema, mas não eu — eu simplesmente não conseguia falar, o problema continuava sem solução, e eu me trancava no banheiro e chorava. Depois que aderi à fé, passei a ter inveja dos irmãos que eram mais instruídos do que eu, que tinham bom calibre e eram firmes e corajosos em seu trabalho. Eu sentia que não estava à altura deles e ficava bastante constrangida. Por isso, muitas vezes eu era negativa, retraída, esquiva e sofria de um sentimento de inferioridade. Foi assim que as coisas aconteceram em minhas parcerias com Chen Xiao e Li Xue — por elas falarem bem e terem bom calibre e capacidade de trabalho, eu me sentia inferior a elas. Eu nem achava que era um problema quando observava Li Xue se engrandecendo; eu tratava isso como um sinal de sua determinação no trabalho. Eu estava atolada nesse sentimento de inferioridade, e meu estado declinava continuamente, eu não estava indo bem em meu dever e acabei sendo dispensada. Apesar de eu ter sido mais uma vez escolhida por meus irmãos para servir como líder, no fundo eu ainda me sentia inferior e acreditava que tinha pouco calibre, que era incapaz de fazer algo bem feito, e que estava fadada a ser uma servidora e não alcançaria a salvação. Percebi que estava profundamente presa e atada a sentimentos de inferioridade. Pensei em como Deus encarnou e suportou todo tipo de sofrimento para salvar a humanidade, expressando continuamente a verdade, regando e suprindo a humanidade para que mais pessoas possam receber Sua graça salvadora, alcançar a salvação e sobreviver às calamidades. Se as pessoas perderem essa oportunidade, inevitavelmente enfrentarão as calamidades vindouras e a punição eterna. Eu não entendia as intenções de Deus, estava atolada em negatividade e equívocos, e já havia me conformado com a ideia de que não alcançaria a salvação. Eu nem mesmo queria me esforçar para buscar a verdade — eu era muito rebelde e minhas ações magoavam a Deus. Ao perceber tudo isso, senti-me bastante culpada e em dívida com Deus — não podia continuar me afundando no desânimo, por isso orei a Deus: “Ó Deus! Estou pronta para me arrepender diante de Ti. Por favor, guia-me para sair desses sentimentos negativos de inferioridade”.

Mais tarde, deparei-me com esta passagem das palavras de Deus: “Por fim, há algo que Eu gostaria de dizer a vocês: não deixem um sentimento menor ou uma emoção simples e insignificante envolver você pelo resto de sua vida de modo que afete sua conquista da salvação e destrua sua esperança de salvação, entendeu? (Sim.) Essa sua emoção não é apenas negativa, para ser mais exato, ela está de fato em oposição a Deus e à verdade. Você poderia pensar que essa é uma emoção dentro da humanidade normal, mas, aos olhos de Deus, não é apenas uma simples questão de emoção, mas um método de oposição a Deus. É um método marcado por emoções negativas que as pessoas usam para resistir a Deus, às palavras de Deus e à verdade. Portanto, Eu espero que, pressupondo que queira buscar a verdade, você examine a si mesmo minuciosamente para ver se está se apegando a essas emoções negativas e, de forma tola e obstinada, resistindo a Deus e competindo com Ele. Se você descobriu a resposta através do exame, se passou a ter uma compreensão e chegou a uma consciência clara, então peço a você que primeiro largue essas emoções. Não as valorize nem se apegue a elas, pois elas destruirão você, destruirão sua destinação e destruirão a oportunidade e a esperança que você tem de buscar a verdade e alcançar a salvação(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (1)”). Essa passagem me impactou profundamente. Antes, eu nunca havia pensado que as emoções negativas constituíssem um problema sério. Ao ler a dissecação de Deus, percebi que a essência de viver em um estado de emoção negativa está em oposição a Deus e à verdade. Se eu não resolvesse essa questão, perderia qualquer chance de alcançar a salvação. Refleti sobre os anos em que vivi com esse sentimento de inferioridade: bastava eu encontrar um irmão ou irmã com mais talento e maior calibre e capacidade de trabalho do que eu para me sentir inferior, cair em desânimo, ficar resistente e insatisfeita com a realidade de minha situação, sem disposição para confrontar e reconhecer minha situação e me sentindo impotente. Não me preocupava em considerar como poderia aprender com os pontos fortes dos outros ou em como fazer parceria com eles para desempenhar bem meu dever, e em vez disso culpava a Deus pelo calibre, pelos dons e pela falta de determinação que Ele me deu. Eu vivia em um estado perpétuo de negatividade, protestando silenciosamente contra Deus, e às vezes nem queria desempenhar meu dever. Eu estive presa a um sentimento de inferioridade em minha fé durante todos esses anos e frequentemente caía em surtos de desânimo e passividade. Eu não tinha vontade de buscar a verdade e ficava satisfeita em apenas exercer algum esforço e seguir passivamente. Por isso, apesar de eu sempre ter desempenhado meus deveres enquanto cria em Deus e de ter tido muitas oportunidades de praticar, meu progresso na vida era mínimo — eu continuava miserável e pobre como sempre. A obra de Deus estava quase concluída e eu tinha perdido inúmeras oportunidades de alcançar a verdade e minha vida tinha sofrido perdas. Se eu não mudasse meu estado, arruinaria qualquer chance que tivesse de alcançar a salvação. Então, orei a Deus, buscando entender quais caracteres corruptos estavam por trás de meu sentimento de inferioridade.

Mais tarde, deparei-me com esta passagem das palavras de Deus: “Em vez de buscar a verdade, a maioria das pessoas tem objetivos mesquinhos próprios. Para elas, seus interesses, reputação e o lugar ou posição que ocupam na mente dos outros são de grande importância. São as únicas coisas que elas prezam. Elas se agarram a essas coisas com mãos de ferro e as consideram como a própria vida. E como elas são vistas ou tratadas por Deus é de importância secundária; por ora, ignoram isso; por ora, só consideram se são o chefe do grupo, se as outras pessoas as admiram, e se suas palavras têm peso. Sua primeira preocupação é ocupar essa posição. Quando estão num grupo, quase todas as pessoas procuram esse tipo de posição, esses tipos de oportunidades. Quando são muito talentosas, é claro que querem ser o chefão; se sua capacidade é mediana, ainda assim elas vão querer ocupar uma posição mais alta no grupo; e quando ocupam uma posição baixa no grupo, tendo calibre e habilidades medianos, elas também querem que os outros as admirem, não querem que os outros as menosprezem. É em sua reputação e dignidade que essas pessoas definem o limite: elas têm de se agarrar a essas coisas. Elas podem não ter integridade, e não ter nem a aprovação nem a aceitação de Deus, mas elas não podem absolutamente perder o respeito, o status ou a estima que se esforçaram para ter entre os outros — que é o caráter de Satanás. Mas as pessoas não estão cientes disso. Elas acreditam que devem se agarrar a esse pouquinho de reputação até o fim. Elas não estão cientes de que somente quando essas coisas vãs e superficiais forem totalmente abandonadas e deixadas de lado elas se tornarão uma pessoa real. Se a pessoa guarda como a própria vida essas coisas que deveriam ser descartadas, sua vida já está perdida. Elas não sabem o que está em jogo. E assim, quando agem, elas sempre retêm algo, sempre tentam proteger seu status, sua reputação, colocam-nos em primeiro lugar, só falam em prol de seus fins, em sua defesa espúria. Tudo que fazem é para si mesmas. Correm na direção de tudo que brilha, informando a todos que fizeram parte disso. Na verdade, isso não teve nada a ver com elas, mas elas nunca querem ficar em segundo plano, sempre temem que as outras pessoas as menosprezem, sempre temem que as outras pessoas digam que elas não são nada, que não são capazes de nada, que não têm habilidades. Tudo isso não é guiado por seus caracteres satânicos? Quando for capaz de largar coisas como reputação e status, você será muito mais relaxado e livre; você terá embarcado na senda de ser honesto. Mas, para muitos, não é fácil alcançar isso(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Ao ler as palavras de Deus, percebi que eu não sofria de sentimentos de inferioridade por causa de meu baixo calibre ou porque eu não era articulada e tinha aparência mediana, mas, sim, porque Satanás havia feito uma lavagem cerebral em mim com certas visões errôneas sobre minha busca. Eu dava muita importância a reputação e status. Eu havia sido subconscientemente influenciada por venenos satânicos como “O homem luta para subir; a água flui para baixo”, “As pessoas precisam de seu orgulho assim como uma árvore precisa de sua casca”, e “Um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe”. Nada era mais importante para mim do que a reputação, o status e o respeito dos outros; eu achava que somente alcançando essas coisas teria uma vida significativa e valiosa. Em minha carreira mundana, sempre tive inveja dos colegas que eram inteligentes e perspicazes, articulados, hábeis em lidar com os outros e que conquistavam o reconhecimento e o apreço de seus superiores. Eu também queria ser apreciada por meus superiores, assim como acontecia com meus colegas. Mas me sentia inferior porque tinha uma aparência mediana, não era articulada e não era boa em fazer conexões. Quando eu tinha problemas, não contava aos meus colegas, preferia me trancar no banheiro e chorar sozinha. Eu tinha medo de que, se alguém soubesse de meus problemas, fosse me desprezar e pensar mal de mim — eu realmente sofri muito durante esse período. Depois de depositar minha fé em Deus, continuei a viver de acordo com os pontos de vista dos não crentes, achando que, para atuar como líder ou supervisor, era preciso ter o ar de um líder, falar com firmeza, ter uma aparência marcante, ser capaz de fazer arranjos e ter boa capacidade de trabalho, e que, dessa forma, aonde quer que fossem, seriam respeitados, poderiam se tornar conhecidos e seriam altamente considerados. Quando via que os irmãos com quem eu fazia parceria eram mais capazes do que eu, falavam com convicção e tinham boa capacidade de trabalho, simplesmente achava que era uma decepção em todos os aspectos. Por não ter conseguido alcançar o respeito dos outros, por não ter sido altamente considerada e por meu desejo de reputação e status não ter sido satisfeito, eu não queria mais atuar como líder e só queria me afastar daquele ambiente e me juntar a um grupo diferente de pessoas. Eu achava que isso me permitiria evitar que minhas fraquezas e incapacidades fossem expostas e eu não seria menosprezada por meus colegas. Refletindo sobre tudo isso, percebi que os venenos de Satanás já haviam se enraizado profundamente em meu coração — eu buscava status e o respeito e a admiração dos outros, enxergando isso como algo positivo. Quando meus desejos pessoais não eram atendidos, eu não tinha mais vontade de desempenhar meu dever, ficava negativa e antagônica e era incapaz de me submeter à soberania e aos arranjos de Deus. Cheguei à conclusão de que eu havia sido profundamente corrompida por Satanás e que meu desejo de reputação e status era muito forte — se eu continuasse assim, Deus teria nojo de mim e me eliminaria. Eu não estava mais disposta a continuar na senda errada e estava pronta para me arrepender diante de Deus, desempenhar meu dever de forma prática de acordo com as exigências de Deus e submeter-me à Sua soberania e aos Seus arranjos.

Mais tarde, deparei-me com outra passagem das palavras de Deus: “Quando os sentimentos de inferioridade são implantados no íntimo de seu coração, não só eles têm um efeito profundo em você, como também dominam suas visões sobre as pessoas e as coisas, seu comportamento e suas ações. Assim, como é que as pessoas dominadas pelos sentimentos de inferioridade percebem as pessoas e as coisas? Elas consideram as outras pessoas melhores que elas e também veem os anticristos como melhores que elas. Mesmo que os anticristos tenham caracteres malignos e sejam de uma humanidade pobre, elas mesmo assim os tratam como pessoas a serem imitadas e modelos a serem seguidos. Elas até dizem para si mesmas: ‘Veja, embora tenham um caráter ruim e uma humanidade maligna, eles são talentosos e são mais capazes no trabalho que eu. Eles se sentem à vontade em exibir suas habilidades na frente dos outros e falar na frente de tantas pessoas sem corar nem ficar com o coração disparado. São mesmo corajosos. Eu não consigo me igualar a eles. Simplesmente não tenho coragem suficiente’. O que provocou isso? É preciso dizer que parte do motivo é que seus sentimentos de inferioridade afetaram seu julgamento da essência das pessoas, bem como sua perspectiva e seu ponto de vista quando se trata de ver as outras pessoas. Não é isso que acontece? (É.)” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (1)”). Ao ponderar sobre as palavras de Deus, percebi que os sentimentos de inferioridade podem influenciar nossa forma de enxergar as pessoas e as coisas. Refleti sobre como, quando eu estava atolada em sentimentos de inferioridade, eu me concentrava só nos dons e no calibre visíveis externamente das pessoas e na capacidade delas de falar e agir com determinação. Essas características eram os padrões pelos quais eu julgava o calibre das pessoas, mas deixei de dar importância ao discernimento de sua humanidade, de sua essência e das sendas que percorriam. Pensei em como foi quando fiz parceria com Li Xue, apenas observava como ela era articulada, falava e agia com determinação, mas não dava importância ao discernimento de seu comportamento. Cheguei a pensar que, ao contrário de mim, ela possuía capital, por isso era normal que ela se engrandecesse. Eu estava terrivelmente confusa!

Mais tarde, comecei a questionar se medir o calibre das pessoas com base em sua capacidade de articulação, em seus dons, em sua determinação na fala e em sua capacidade de trabalho era a forma mais precisa de medição. Então me deparei com esta passagem das palavras de Deus: “Como medimos o calibre das pessoas? A maneira adequada de fazer isso é observar a atitude delas diante da verdade e se elas conseguem ou não compreendê-la. Algumas pessoas conseguem aprender rapidamente algumas especializações, mas quando ouvem a verdade, ficam confusas e pegam no sono. Elas ficam desnorteadas em seu coração, não absorvem nada do que ouvem, nem entendem o que estão ouvindo — o calibre baixo é assim. Quando você diz para algumas pessoas que elas têm um calibre baixo, elas discordam. Elas acham que o fato de serem muito instruídas e bem-informadas significa que têm um calibre alto. Uma boa instrução demonstra alto calibre? Não, não demonstra. Como o calibre das pessoas deve ser medido? Ele deve ser medido com base no grau em que elas compreendem as palavras de Deus e a verdade. Essa é a maneira mais precisa de fazer isso. Algumas pessoas são eloquentes, perspicazes e especialmente hábeis em lidar com as outras pessoas — mas nunca conseguem entender nada dos sermões quando os ouvem, e não compreendem as palavras de Deus quando as leem. Quando falam sobre seu testemunho experiencial, elas sempre falam palavras e doutrinas, revelando-se meras amadoras e causando nos outros a impressão de que não têm entendimento espiritual. São pessoas de baixo calibre. Então, essas pessoas têm competência para trabalhar na casa de Deus? (Não.) Por quê? (Elas não têm as verdades princípios.) Certo, isso é algo que vocês já deveriam ter entendido a esta altura(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Para cumprir bem seu dever, é absolutamente crucial entender a verdade”). Lendo as palavras de Deus, aprendi que não se deve medir o calibre das pessoas com base em seu grau de instrução, em seus dons visíveis externamente, por mais perspicazes ou articuladas que elas sejam, mas, sim, com base no fato de serem ou não capazes de obter uma compreensão precisa das palavras de Deus e de serem ou não capazes de compreender a realidade das palavras de Deus — isto é, se elas podem compreender as intenções de Deus por meio de Suas palavras e conhecer seu caráter corrupto e sua essência por meio das palavras de Deus. Pensei no fato de que, apesar de Li Xue ter certos dons, ser articulada e agir com determinação, ela não conseguia discutir seu verdadeiro entendimento de si mesma ou qualquer testemunho experiencial das palavras de Deus. Os irmãos já haviam apontado seu comportamento de autoengrandecimento em várias ocasiões, mas apesar de reconhecer o problema, ela nunca compreendia a natureza e as graves consequências de tal comportamento. Enquanto desempenhava o dever, ela se engrandecia constantemente e até rebaixava os outros enquanto se exaltava, pouco refletindo sobre o problema e sem ganhar conhecimento sobre ele, mesmo depois de ter sido dispensada. A partir daí, entendi que Li Xue possuía certos dons, mas não era alguém de bom calibre. Pensei em como Deus dissecou a figura de Paulo — ele era talentoso, escreveu muitas cartas e divulgou o evangelho para muitas pessoas, mas não conseguiu compreender a verdade e, por fim, não foi capaz de reconhecer sua natureza satânica e resistente a Deus. Dessa forma, Paulo não poderia ser considerado de bom calibre. Ao perceber tudo isso, tive um pouco mais de clareza. Eu vi que não entendia a verdade e que sempre achei que ser bem-educado, articulado e resoluto significava ter bom calibre, e que a falta dessas características era um sinal de baixo calibre. Por isso, muitas vezes eu me definia como uma pessoa de baixo calibre que não estava qualificada para servir como líder ou obreira. Depois de ler as palavras de Deus, percebi que, para medir o calibre de alguém, deve-se verificar principalmente quão bem essa pessoa compreende as palavras de Deus, se consegue compreender a verdade e desempenhar seu dever de acordo com o princípio. A maneira mais precisa de ver as pessoas e as coisas é de acordo com as palavras de Deus.

Mais tarde, deparei-me com outras duas passagens das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Assim, como você pode avaliar e conhecer a si mesmo com precisão e se livrar do sentimento de inferioridade? Você deve tomar as palavras de Deus como base para ganhar conhecimento de si mesmo, para aprender como são sua humanidade, seu calibre e talento e que pontos fortes você tem. Por exemplo, suponha que você costumava gostar de cantar e cantava bem, mas algumas pessoas ficavam criticando e menosprezando você, dizendo que você não tinha ouvido para música e que seu canto era desafinado, então agora você sente que não consegue cantar bem e não ousa mais fazê-lo na frente dos outros. Porque aquele povo mundano, aquelas pessoas confusas e medíocres fizeram avaliações e julgamentos imprecisos sobre você, os direitos que sua humanidade merece foram tolhidos, e seu talento foi sufocado. Como resultado, você não se atreve a cantar uma música e só tem coragem suficiente para se soltar e cantar em voz alta quando não há ninguém por perto ou quando você está sozinho. Como é comum você se sentir tão terrivelmente reprimido, quando não está só, você não se atreve a cantar uma música; só ousa cantar quando está sozinho, aproveitando o momento em que pode cantar alto e claro, e que momento maravilhoso e libertador é esse! Não é verdade? Por causa do mal que as pessoas lhe fizeram, você não sabe ou não consegue ver claramente o que de fato pode fazer, no que é bom e no que não é bom. Nesse tipo de situação, você precisa fazer uma avaliação correta e tomar a medida correta de si mesmo de acordo com as palavras de Deus. Você deve estabelecer o que aprendeu e onde estão seus pontos fortes e sair e fazer tudo que puder; quanto às coisas que você não pode fazer, suas falhas e deficiências, você deveria refletir sobre elas e conhecê-las, também deveria avaliar com precisão e saber qual é seu calibre, se é bom ou ruim. Se não conseguir entender ou ganhar um conhecimento claro dos próprios problemas, então peça às pessoas que o cercam, que tenham entendimento, para fazer uma avaliação de você. Seja exato ou não o que disserem, pelo menos isso lhe dará algo para referenciar e considerar, e capacitará você a ter um julgamento básico ou uma caracterização de si mesmo. Você pode então resolver o problema essencial das emoções negativas, como a inferioridade, e gradualmente emergir delas. Tais sentimentos de inferioridade são fáceis de resolver se a pessoa puder discerni-los, despertar para eles e buscar a verdade(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (1)”). “O que Deus quer não é ver você desistir da busca pela verdade, nem a atitude de alguém que se considera uma causa perdida. Depois que você compreender todos esses fatos verdadeiros, Ele quer que você seja capaz de ir e buscar a verdade com mais firmeza, ousadia e confiança, reconhecendo claramente que Ele é um Deus justo. Quando chegar ao fim da estrada, desde que tenha alcançado o padrão que Deus estabeleceu para você e esteja no caminho da salvação, Ele não desistirá de você(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente resolvendo suas noções alguém pode iniciar a trilha certa da crença em Deus (2)”). Nas palavras de Deus, encontrei uma senda para resolver meus sentimentos de inferioridade. Eu tinha de ver as coisas de acordo com as palavras de Deus, ganhar uma compreensão precisa de meus pontos fortes e fracos, dar o meu melhor no que eu era capaz de fazer, e lidar corretamente e buscar a verdade para resolver o que não captei ou deixei de realizar. Lembrei-me de quando comecei a trabalhar como líder e supervisora: no início, consegui fazer algum trabalho real por meio de uma cooperação diligente, mas depois fui dispensada por ser negativa, eu me descuidei e obtive resultados ruins em meu dever em razão de viver de acordo com meu caráter corrupto. Meu baixo calibre certamente não foi o único motivo pelo qual fui dispensada. Na verdade, todos os meus irmãos disseram que eu tinha calibre médio, não um baixo calibre. Se eu atuasse diligentemente em parceria com outros irmãos, ainda conseguiria fazer algum trabalho. Depois de perceber tudo isso, ganhei uma atitude adequada em relação a mim mesma — eu não tinha o melhor calibre e não conseguia captar bem os princípios com relação a certas questões, mas sempre podia pedir ajuda aos meus irmãos para compensar minhas deficiências e trabalhar duro para melhorar meu calibre. Dessa forma, eu conseguiria fazer algum progresso. Tendo feito essas constatações, encontrei uma senda de prática e me senti muito mais à vontade. Eu não estava mais disposta a ficar presa a sentimentos de inferioridade e estava pronta para desempenhar bem o dever e me concentrar em praticar a verdade para satisfazer a Deus.

Mais tarde, em uma ocasião, participei de uma reunião de um pequeno grupo com uma irmã chamada Xiaoye, que atuava como supervisora do trabalho textual. Xiaoye era capaz de transmitir as intenções de Deus comunicando as palavras Dele e de integrar lições de sua própria experiência em sua comunhão, o que era bastante instrutivo para os presentes. Todos os irmãos assentiam com a cabeça e faziam anotações durante a comunhão. Ao ver isso, mais uma vez comecei a ter aquela sensação de inferioridade, achando que Xiaoye era mais capaz do que eu e mais qualificada para atuar como líder. No entanto, quando esses sentimentos de inferioridade surgiram, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “Você deve estabelecer o que aprendeu e onde estão seus pontos fortes e sair e fazer tudo que puder; quanto às coisas que você não pode fazer, suas falhas e deficiências, você deveria refletir sobre elas e conhecê-las, também deveria avaliar com precisão e saber qual é seu calibre, se é bom ou ruim(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (1)”). De fato, todos têm calibre e pontos fortes diferentes — isso é o resultado da soberania e dos arranjos de Deus. Independentemente do tipo de calibre que eu tivesse, deveria sempre cumprir minhas responsabilidades e deveres. Eu não tinha o melhor calibre e não era tão articulada quanto os outros, mas desde que eu tivesse algum entendimento e experiência das palavras de Deus, deveria estabelecer as intenções corretas e comunicar meu entendimento para cumprir minha responsabilidade. Isso é exatamente o que eu deveria fazer. Quando percebi isso, senti-me muito melhor e não mais fui influenciada por sentimentos de inferioridade, estava pronta para praticar de acordo com as palavras de Deus, comunicar tudo o que eu entendia e cumprir minha responsabilidade. Depois disso, comuniquei meu entendimento e conhecimento das palavras de Deus. Quando vi como minha comunhão era benéfica e útil para os irmãos, dei graças a Deus! Foi por causa do esclarecimento e da orientação da palavra de Deus que fiz progresso e ganhei o que tenho.

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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