O fardo da hipocrisia
Em agosto de 2020, fui demitida de minha posição de liderança porque porque eu tinha buscado status e fui negligente no meu dever. Eu me senti horrível e me enchi de remorso e só queria me arrepender e cumprir bem o meu dever depois disso. Então a igreja me colocou numa equipe de produção de vídeos com outras irmãs.
Um dia, conversei com elas sobre meus pensamentos depois de ser demitida, e uma delas, a irmã Yang, me disse que isso tinha sido útil para ela. Percebi que ela me olhava de outro jeito depois disso. Quando eu falava nas reuniões, ela ouvia intensamente e acenava com a cabeça e normalmente concordava com minhas opiniões. Ela também parecia se importar mais comigo no dia a dia. Pensei que ela parecia estar me admirando, que eu só tinha falado sobre o que eu tinha aprendido e daquilo que parecia me arrepender, por isso devia fazer algo concreto. O que pensariam se não vissem nenhuma mudança em mim? Pensariam que eu só falava, mas não praticava a verdade? Isso me deixou um pouco preocupada. Eu estava sempre sentada ao computador produzindo vídeos, então minhas costas doíam e eu queria relaxar, mas eu temia que os outros pensariam que eu era preguiçosa, que eu falava sobre cumprir bem o meu dever, mas não fazia nada para mudar de verdade. Por isso, não fazia pausas quando ficava cansada, pois temia que os outros pensariam que eu não levava meu dever a sério. Eu não ia para a cama cedo quando estava sonolenta. Mesmo após terminar meu trabalho, eu me forçava a continuar até às onze e meia ou meia-noite. Às vezes, ficava acordada a noite toda e mal conseguia me levantar de manhã, mas eu me obrigava a levantar com os outros. Uma vez, vi que a irmã Yang tinha alguns vídeos para processar. Eu não planejava ajudá-la, pois eram difíceis e complicados, e eu não queria fazer o esforço de entendê-los. Mas eu sabia que não tinha mais projetos meus, então, se não oferecesse ajuda, não pareceria que eu estava tentando cumprir bem o meu dever e minhas irmãs achariam que eu só era conversa vazia, que eu não buscava a verdade. Então fui e disse à irmã Yang que poderia ajudá-la.
Eu parecia estar me dedicando ao meu dever, mas eu sabia que era só para proteger minha imagem. Eu me senti inquieta e quis me abrir com as outras sobre as minhas motivações, mas eu temia que elas saberiam que eu tivera segundas intenções o tempo todo e achariam que eu não tinha me arrependido e não praticava a verdade. Provavelmente me veriam como uma hipócrita e refutariam tudo que eu dissera ter aprendido depois da minha demissão. Esse pensamento me fez recuar da minha ideia de me desnudar, então, nas reuniões, continuei falando sobre a corrupção sobre a qual todos os outros conversavam e sobre algumas experiências positivas, mantendo meus pensamentos feios escondidos dentro de mim. Já que eu só compartilhava sobre coisas positivas, numa reunião, a irmã Yang me elogiou por praticar a verdade e compartilhar ótima comunhão. Mais tarde, ouvi algumas irmãs dizendo que eu realmente buscava a verdade, que eu me abria sobre minha corrupção e estava ativamente empenhada em meu dever. Me senti satisfeita, mas o senso de vergonha foi mais forte, pois eu sabia que aquilo que diziam não condizia à minha realidade. Eu não estava sendo franca e nunca me abria sobre a corrupção feia dentro de mim. Eu tinha motivos por trás do entusiasmo em meu dever. Senti que isso era terrível. Todos tinham sido enganados por minha fachada — o que eu podia fazer? Eu me sentia muito culpada e queria me abrir com elas, parar de enganá-las, mas temia que, se fizesse isso, todos ficariam sabendo dos meus pensamentos feios. Se todos soubessem que meu arrependimento era apenas hipocrisia, uma fraude, perceberiam como eu era, e pensariam que eu era uma pessoa astuta e perversa. Minha boa imagem estaria arruinada e ninguém me admiraria. Então perdi a coragem de abrir meu coração para os outros.
Eu estava pensando e refletindo sobre mim mesma o tempo todo e li algumas das palavras de Deus, Deus diz: “Vocês sabem quem é realmente um fariseu? Existem fariseus ao seu redor? Por que essas pessoas são chamadas de ‘fariseus’? Como um fariseu é descrito? (Como hipócrita.) São pessoas que são hipócritas, completamente falsas e encenam tudo que fazem. Que tipo de show elas fazem? Elas fingem ser boas, gentis e positivas. É isso que essas pessoas são de fato? (Não.) Dado que são hipócritas, tudo que é manifestado e revelado nelas é falso; é tudo fingimento — não é a sua face verdadeira. Onde se esconde seu rosto verdadeiro? Ele se esconde, fora de vistas, dentro do seu coração? (Sim.) Tudo o que está do lado de fora é fingimento, é tudo falso. Se as pessoas não buscam a verdade, elas não podem praticar nem experimentar as palavras de Deus verdadeiramente, e não podem realmente compreender a verdade. Algumas pessoas só se concentram em entender e repetir doutrina, imitam qualquer um que prega os sermões mais elevados, com o resultado de que, em poucos anos, tornam-se capazes de recitar muitas palavras de doutrina cada vez mais elevadas, e são veneradas e adoradas por muitas pessoas; depois disso, começam a se camuflar e a dar muita atenção ao que dizem e fazem, mostrando-se especialmente piedosas e espirituais. As pessoas usam essas tais teorias espirituais para se camuflar. Aonde quer que elas vão, as coisas sobre as quais falam, as coisas que dizem e o comportamento externo, tudo parece correto e bom para os outros; elas estão todas alinhadas com as noções e os gostos humanos. Para as pessoas, essa pessoa parece muito devota, mas, na verdade, isso é falso; ela parece humilde, mas, na verdade, isso é falso; ela parece amar a Deus, mas, na verdade, é atuação; ela parece tolerante, paciente e amorosa, mas, na verdade, é fingimento; ela parece santa, mas isso também é falso, nada em sua santidade é real, é tudo falso, é atuação, fingimento. Que mais? (Fidelidade.) Por fora, elas parecem leais a Deus, mas na verdade estão só desempenhando para os outros verem. Quando ninguém está olhando, elas não são nem um pouco leais e tudo o que fazem é superficial. Aparentemente, elas se despendem por Deus e abriram mão da família e da carreira. Mas o que estão fazendo em segredo? Estão administrando sua própria operação, lucrando da igreja e roubando ofertas secretamente. Tudo que revelam por fora — todo o comportamento delas — é falso. É isso que significa um fariseu hipócrita” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Seis indicadores de crescimento na vida”). Isso me lembrou dos fariseus, que pareciam tão devotos, humildes e amorosos. Estavam sempre na rua, orando e explicando as Escrituras, mas, na verdade, não estavam seguindo as palavras de Deus. Apresentavam uma fachada falso, transmitiam uma imagem boa para enganar as pessoas, para passar-lhes uma impressão errada para que fossem admirados. Eu não estava agindo exatamente igual àqueles fariseus hipócritas? Em retrospectiva, quando falava sobre o que eu tinha aprendido após ser demitida, as irmãs me admiravam um pouco quando eu falava sobre precisar de arrependimento genuíno. Eu temia que, se não fosse entusiasmada em meu dever, isso arruinaria a boa impressão que tinham de mim, por isso fingia algo para esconder meu eu verdadeiro, para me disfarçar. Eu não ousava descansar quando estava cansada nem dormia de noite quando estava exausta e me forçava a sair da cama sem ter dormido o suficiente. Eu não queria ajudar a irmã Yang com aquele vídeo, mas queria que ela me admirasse, então fingi fazer aquilo com prazer. Eu sabia que minhas motivações eram erradas em meu dever, que Deus não as aprovava e que eu devia me abrir para os outros. Mas, a fim de proteger minha imagem, escondi todos esses motivos indesejáveis e não falei com ninguém sobre eles. Então as irmãs me admiraram e eram mais atenciosas comigo em geral. Isso era enganoso da minha parte. Vi que isso era muito astuto e que eu estava na mesma senda dos fariseus hipócritas. Eu estava fingindo o tempo todo. Isso era exaustivo e eu me senti culpada, e Deus não aprovava isso. Depois de reconhecer a seriedade do problema reuni a coragem numa reunião para me abrir com as irmãs sobre meus motivos e hipocrisia. Depois disso, me senti muito aliviada. Mas também senti que seria muito difícil corrigir meus motivos, então vim para diante de Deus em oração, pedindo que Ele me guiasse para cumprir meu dever com um coração puro e honesto.
Então vi um vídeo sobre a experiência de alguém que continha estas palavras de Deus: Deus diz: “Deus não aperfeiçoa aqueles que são enganosos. Se o seu coração não for honesto — se você não for uma pessoa honesta —, então você não será ganho por Deus. Da mesma forma, você não ganhará a verdade e também será incapaz de ganhar Deus” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Seis indicadores de crescimento na vida”). Isso foi muito pungente e difícil para mim. Eu era uma pessoa astuta com um coração cheio de trevas e maldade, cheio de truques. Eu não refletia sobre a verdade nem o meu dever, só em ganhar admiração, em como deixar uma boa impressão nos outros. Até quando se tratava de dormir, eu me preocupava com isso. Deus gosta de pessoas honestas e francas, e só pessoas francas podem ganhar Sua aprovação e salvação. Mas meu motivo e meu ponto de partida eram sempre astutos e malignos. Não importava quão bem eu me disfarçasse ou ganhasse a adoração de todos, eu nunca receberia a aprovação de Deus, então, no fim eu seria detestada e condenada por Deus como aqueles fariseus hipócritas. Eu estava tão decepcionada comigo mesma. Durante todos os meus anos de fé, eu não tinha entrado na realidade de uma verdade tão básica como honestidade e era mais astuta do que nunca. Eu estava muito aquém daquilo que Deus exigia e era um fracasso total como pessoa.
Depois disso, li uma passagem das palavras de Deus. Deus diz: “Em todos os assuntos, você deve se abrir para Deus e ser franco — são esses o único estado e a única condição que devem ser mantidos diante de Deus. Mesmo quando não está aberto, você está aberto diante de Deus. Deus sabe se você está aberto ou não. Não é tolice sua não conseguir ver isso? Como, então, você pode ser sábio? Você sabe que Deus escrutiniza e sabe tudo, portanto não pense que talvez Ele não saiba; já que é certo que Deus secretamente vê a mente das pessoas, elas seriam sábias se fossem um pouco mais francas, um pouco mais puras, um pouco mais honestas — essa é a coisa inteligente a fazer” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Eles gostariam que os outros obedecessem apenas a eles, não à verdade nem a Deus (parte 2)”). Eu me senti tão tola quando li isso. Deus vê nosso coração e nossa mente, Ele conhece meus motivos e sabe que tipo de pessoa eu sou mais do que qualquer outra pessoa. Não importava como eu escondesse minha corrupção daquelas irmãs, Deus saberia. Como uma crente que não queria aceitar o escrutínio de Deus, isso não fazia de mim uma incrédula? Eu era patética. Meus esforços para fingir ser alguém que buscava a verdade e se arrependia de verdade para ganhar admiração estavam me sufocando. Devemos descansar quando estamos cansados ou sonolentos. Isso é muito natural para os humanos. Além disso, descanso revitaliza. Cumpro melhor o meu dever, e ninguém pode condená-lo como preguiça ou comodismo. Mas eu estava tentando negar as necessidades humanas mais básicas, só pensava em como fazer com que as pessoas me admirem. Era exaustivo. Deus diz que pessoas sábias devem aprender a ser francas e sinceras, aceitar o escrutínio de Deus e ser honestas. É a única maneira livre de viver. Àquela altura, eu não queria mais fingir. Eu interrompia o trabalho quando estava cansada e ia para a cama quando estava com sono. Eu me abria sobre meu estado real nas reuniões e cumpria minhas responsabilidades proativamente em meu dever. Quando as coisas ficavam difíceis, eu dizia a mim mesma que era meu dever e não um show para os outros. Sempre que surgia o desejo de encenar algo, eu pensava nestas palavras de Deus: “Aqueles que são capazes de pôr a verdade em prática podem aceitar o escrutínio de Deus quando fazem as coisas. Quando você aceita o escrutínio de Deus, seu coração é ereto” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Dê seu real coração a Deus e você poderá obter a verdade”). Isso me ajudava a ser mais franca e disposta a aceitar o escrutínio de Deus.
Depois de um tempo, percebi que a irmã Chen se irritava e estava impaciente com a irmã Yang quando lhe ensinava algo. A irmã Yang começou a resistir e não quis aprender e desenvolveu um preconceito contra a irmã Chen. Pensei que eu poderia ajudar no treinamento, para que vissem que eu era amorosa e paciente e gostassem mais de mim. Acabei fazendo isso. Fui muito paciente e primeiro falei com ela gentilmente, mas quando vi que ela era lenta e cometia muitos erros, comecei a me irritar. Eu achava que ela não era muito esperta e comecei a menosprezá-la, mas controlei meu temperamento e continuei. Eu sabia que estava ficando com raiva, mas não me abri sobre meus sentimentos nas reuniões, pois temia que, se dissesse algo, as irmãs pensariam que eu estava sendo injusta com a irmã Chen, que eu carecia de amor e paciência, e isso arruinaria minha imagem. Além disso, em nossas interações normais, quando via os outros mostrando corrupção ou sendo negativos, eu sentia algum desprezo por eles. embora fingisse ser amorosa e compreensiva. Eu nunca pensei em compartilhar isso, temendo que diriam que eu carecia de compaixão e que era difícil conviver comigo.
Um dia em novembro, recebi uma carta de um líder instruindo-me a assumir um dever em outro lugar no dia seguinte. Todas as irmãs disseram que minha partida as deixava tristes. A irmã Li disse como minha comunhão era útil e edificante para ela, que eu era justa com os outros e nunca empinava o nariz e que aqueles que entendem e buscam a verdade são bem-vindos em qualquer lugar. Esse elogia dela me deixou um tanto desconfortável. Eu lhe disse que ela não devia elogiar nem elevar demais os outros, que isso não lhes fazia bem. Depois disso, conversei com a irmã Yang. Ela não estava me elogiando diretamente, mas pude ouvir em sua voz que sua opinião de mim era igual à da irmã Li. Senti um peso no meu coração. Temia que as tinha enganado e que eu tinha um problema. Por outro lado, porém, eu tinha um caráter corrupto, mas estava tentando refletir sobre mim mesma, e era possível que eu era melhor nisso do que elas, razão pela qual me admiravam. Com esse pensamento, esqueci essas preocupações e não pensei mais nisso.
Vi o vídeo de um testemunho, “O arrependimento de um hipócrita”, em que uma irmã falava sobre só compartilhar coisas positivas em sua comunhão e como todos os outros a admiravam. Ela foi demitida, mas os irmãos ainda assim lhe deram seu voto unânime para que ela voltasse àquele dever, achando que precisavam dela. Alguns a admiravam tanto que a tratavam quase como Deus. Isso realmente me despertou: era um problema sério. Refleti sobre como os outros tinham me admirado e elogiado tanto recentemente e pensei que eu poderia ser igual àquela irmã que só falava sobre a entrada positiva e que eu precisava refletir. Então li uma passagem das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Na frente dos outros, os anticristos fingem ser capazes de grande tolerância, paciência, humildade e bondade. Para todos, parecem ser generosos e magnânimos. Dê-lhes um problema e alguma autoridade e, em todos os sentidos, eles parecem lidar com ele com clemência, sem buscar pelo em ovo, mostrando quão nobres são. Esses anticristos realmente possuem tais essências? Qual é o objetivo por trás de sua bondade, tolerância e atenção para com os outros? Eles fariam tais coisas se não fosse para agradar aos outros, para conquistá-los? Esse é seu rosto verdadeiro? Suas essências, seus caracteres e sua humanidade realmente são tão humildes, pacientes, tolerantes e capazes de verdadeira assistência amorosa quanto parecem? De forma alguma. A fim de atrair a atenção de mais pessoas, de ganhar mais pessoas, de infiltrar-se nelas, de fazer com que o anticristo seja a primeira pessoa em que elas pensam quando têm um problema e o único que procuram quando precisam de ajuda — a fim de alcançar esses objetivos, os anticristos deliberadamente agradam ao público, dizendo todas as palavras certas e fazendo todas as coisas certas. Antes de saírem de sua boca, quem sabe quantas vezes eles não avaliaram e revisaram as palavras em seu coração, em sua mente. Eles ponderam, com grande cálculo e deliberação, a terminologia, a formulação, a entonação e até mesmo a expressão de seu rosto e seu tom ao expressá-las, levando em conta a quem estão dirigindo essas palavras, qual é a sua idade, se são mais jovens ou mais velhos do que eles, o que pensam deles, se guardam algum rancor pessoal contra eles, se sua personalidade combina com a deles, que tipo de posição ocupam na igreja e entre os irmãos e irmãs, que dever cumprem — eles observam e ponderam tudo isso cuidadosamente antes de desenvolver as táticas de como se comportar em relação a várias pessoas. E quaisquer que sejam essas táticas, o anticristo costuma ter o mesmo objetivo, não importa a quem ou a que tipo de pessoa elas visem: fazer com que a pessoa o admire, evitar que a pessoa o menospreze, fazer com que o veja como igual, com que o admire, fazer com que as pessoas agucem os ouvidos quando ele fala, e que lhe deem tempo e chance de falar, ganhar o consentimento de mais pessoas quando ele faz algo, fazer com que mais pessoas o exonerem quando ele cometer um erro, e fazer com que mais pessoas o defendam, se manifestem a seu favor e tentem resistir e argumentar com Deus quando ele for revelado pelo que realmente é, abandonado pela casa de Deus e expulso da igreja. Isso indica que a posição e a influência que ele arquitetou tão deliberadamente estão profundamente inseridas na igreja; é evidente que, quando tantas pessoas lhe oferecem sua ajuda, solidariedade e defesa quando ele é derrubado, isso significa que seus esforços não foram em vão” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Eles só cumprem seu dever para se distinguir e alimentar seus próprios interesses e ambições; eles nunca levam em consideração os interesses da casa de Deus e até traem esses interesses em troca de glória pessoal (parte 10)”). As palavras de Deus sobre os anticristos mostram que eles se encenam como pessoas maravilhosas para ganhar a admiração dos outros, e é assim que os enganam. Eu estava agindo igual a um anticristo. Eu queria admiração, então, quando estava treinando a irmã Yang, embora estivesse irritada, ainda assim fingi ser paciente. E quando via corrupção nas irmãs, eu as menosprezava, mas fingia que não, e nunca me abria a nenhuma delas. Eu temia que isso arruinaria a imagem que tinham de mim. Isso as deixou cegas, e elas continuaram me elogiando. Vi que eu era muito astuta.
Comecei a refletir sobre por que eu não conseguia parar de fingir. Que caráter era esse? Li uma passagem das palavras de Deus, Deus diz: “Muitas vezes, o engano é externamente evidente. Quando se diz que alguém é muito dissimulado e astuto com palavras, isso é o engano. E qual é a característica principal do mal? O mal é quando o que as pessoas dizem é especialmente agradável ao ouvido, quando tudo parece certo, irrepreensível e bom sem importar de que maneira se olhe, mas suas ações são especialmente malignas e altamente furtivas, e não são fáceis de discernir. Muitas vezes, elas empregam algumas palavras certas e expressões que soam bem e usam certas doutrinas, argumentos e técnicas alinhados aos sentimentos das pessoas, para tapar seus olhos; fingem ir em uma direção, mas, na verdade, vão em outra para alcançar seus objetivos secretos. Isso é o mal. Geralmente, as pessoas acreditam que isso é engano. Elas têm menos conhecimento do mal e também o dissecam menos; na verdade, o mal é mais difícil de identificar que o engano, pois é mais oculto, e as técnicas e os métodos envolvidos são mais sofisticados. Quando as pessoas têm um caráter enganoso dentro de si, é comum levar só dois ou três dias para os outros verem que são enganosas ou que suas ações e palavras revelam um caráter enganoso. Mas quando alguém é chamado de maligno, isso não é algo que pode ser discernido em um ou dois dias. Pois se nada significativo ou específico acontecer em curto prazo, se você ouvir apenas suas palavras, você teria dificuldades de saber o que realmente elas são. Elas dizem as palavras certas, fazem a coisa certa e conseguem recitar doutrina após doutrina. Após dois ou três dias com uma pessoa dessas, você a considera uma pessoa boa, alguém que é capaz de renunciar a coisas e de despender-se, que entende coisas espirituais, que tem um coração que ama a Deus, que age com consciência e sentido. Entretanto, você começa a lhe confiar tarefas e logo percebe que ela não é honesta, que é ainda mais insidiosa que uma pessoa enganosa — que é um tanto maligna. Muitas vezes, ela escolhe as palavras certas, palavras que condizem com a verdade, que estão alinhadas aos sentimentos das pessoas e à humanidade, palavras que soam bem e palavras encantadoras para conversar com as pessoas, em certo sentido, para se estabelecer, e, em outro sentido, para enganar os outros, de modo que possam ter status e prestígio entre as pessoas, e tudo isso facilmente enfeitiça aquelas que são ignorantes, que têm um entendimento superficial da verdade, que não entendem coisas espirituais e que carecem de fundamento em sua fé em Deus. É isso que as pessoas com um caráter maligno fazem” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Eles confundem, atraem, ameaçam e controlam as pessoas”). Isso me mostrou que, por trás de tudo, um caráter maligno estava me controlando, que é mais difícil de identificar do que um caráter astuto. Eu estava tentando enganar as pessoas e conquistar seu coração para minhas segundas intenções, por isso fazia coisas que melhoravam minha imagem e pareciam estar alinhadas com a verdade, e isso seduzia os outros. Eu era assim. Eu sabia que todos gostam de pessoas que buscam a verdade e que são amorosas, que elas são prezadas na casa de Deus, então fingi ser esse tipo de pessoa. Eu parecia disposta a sofrer, pagar um preço, cumprir meu dever e ser amorosa, e fazia de contar estar agindo de acordo com a verdade, mas meu objetivo não era praticar a verdade. Eu queria ser admirada. Eu queria ser uma pessoa boa aos olhos dos outros, queria capturar seu coração. Eu era muito maligna e desprezível. Sem as palavras de julgamento de Deus, eu pensaria que usar uma máscara era apenas ser astuto, mas não veria que é um tipo de caráter maligno. É uma senda contrária a Deus. É mesmo. Eu tinha sido tão corrompida por Satanás, mas sempre queria ser admirada e ter um lugar no coração dos outros. Como eu era descarada! Deus nos criou, por isso deveríamos adorá-Lo naturalmente. Só Deus deveria estar no nosso coração. Mas eu só queria ocupar o coração das pessoas, lutar pelo lugar de Deus. Estava agindo igual ao arcanjo. O caráter justo de Deus não pode ser ofendido, então, se não me arrependesse, eu sabia que acabaria sendo condenada por Deus como os fariseus. Isso me assustou. Eu sabia que estava em perigo se continuasse assim. Revolvi renunciar à carne e ser uma pessoa simples e honesta.
Depois disso, trabalhei para renunciar a mim mesma e comecei a me abrir nas reuniões. Uma vez, fui negligente num vídeo, e houve muitos problemas com ele. Refazê-lo causou muitos atrasos no nosso trabalho. Quando uma irmã me disse que eu tinha sido irresponsável e que eu não era confiável, eu quis resistir e discuti com ela em meu coração. Mais tarde, uma líder me perguntou sobre meu estado, e eu pensei que, se eu compartilhasse tudo, os irmãos pensariam que eu não conseguia aceitar a verdade, que eu só ficava me defendendo. O que todos pensariam de mim? Então vi claramente que estava novamente encenando algo. Eu orei, e uma passagem das palavras de Deus me veio à mente. Deus diz: “Cada vez que você termina de fazer algo, as partes que você acha que fez certo devem ser escrutinizadas — e, além disso, as partes que você acha que errou também devem ser escrutinizadas. Isso exige que os irmãos e as irmãs passem mais tempo juntos, comungando, buscando e ajudando uns aos outros. Quanto mais comunhão tivermos, mais luz entrará em nosso coração; Deus então nos iluminará com relação a todas as nossas questões. Se nenhum de nós se manifestar e todos nós apenas nos embalarmos para termos uma boa aparência, na esperança de deixar uma boa impressão na mente dos outros e querer que eles tenham uma opinião elevada de nós e não zombem de nós, não teremos meios de crescer. Se você sempre se embala para ter uma boa aparência, você não crescerá e viverá para sempre nas trevas. Você também será incapaz de transformação. Se você deseja mudar, deve pagar um preço, desnudar-se e abrir seu coração aos outros e, ao fazer isso, beneficiará tanto a si mesmo quanto a outras pessoas” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A prática mais fundamental de ser uma pessoa honesta”). Isso me deu uma senda de prática. Eu devia aceitar o escrutínio de Deus, e, independentemente do que os outros pensassem, eu devia me abrir e praticar a verdade. Àquela altura, reuni toda a minha coragem para me abrir sobre meu estado e revelar minha corrupção. Eu me senti muito mais livre depois disso, e comungar com os outros me ajudou a entender meu problema.
O que foi exposto naquele tempo me mostrou que eu tinha um caráter astuto e maligno. Eu estava sempre fingindo para ser adorada pelos outros. Se Deus não tivesse estabelecido as coisas daquele jeito, eu nunca teria visto que estava numa senda contrária a Deus, que estava agindo contra Deus e que, no fim, eu seria destruída. Vi também como são importantes os nossos motivos quando fazemos algo e aprende a aceitar o escrutínio de Deus e a corrigir meus motivos, a realmente me abrir e ser honesta. É o único jeito de ganhar a aprovação de Deus e trazer-Lhe alegria.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.