Como tratar a bondade dos pais
Quando era jovem, eu tinha uma constituição fraca e sempre ficava doente. Às vezes, meus pais me levavam às pressas para a clínica no meio da noite. Eles batiam à porta da casa do médico tarde da noite, e, não importava se o tom ou a atitude dele eram ruins, meus pais estavam sempre dispostos a suportar. Tudo para que eu pudesse receber tratamento imediato. Eles temiam que a minha condição ia piorar, então passavam a noite ali para cuidar de mim. Com o tempo, depois que cresci, quando via meus pais exaustos depois do trabalho todos os dias, eu sentia pena deles. Mas eles sempre me diziam: “Precisamos ganhar mais dinheiro para lhe dar uma vida melhor, e para ter dinheiro para comprar o que você gosta”. Eu achava que eles tinham feito muito por mim, e decidi ser filial a eles e não deixá-los se cansar muito. Quando meus pais iam trabalhar, eu limpava a casa, e aprendi a lavar roupa e a cozinhar. Toda vez que meus pais chegavam em casa e viam que tudo estava em ordem, eles diziam, num tom de satisfação: “Não educamos essa menina à toa!”. Ao ouvir essas palavras, eu ficava muito feliz. Eu achava que valia a pena facilitar um pouco as coisas para eles e dar-lhes um pouco mais de tempo para descansar.
Mais tarde, nós três começamos a acreditar em Deus, e eu fui para outro lugar cumprir meu dever. Minha mãe me apoiava muito para eu cumprir meu dever, e, embora meu pai não gostasse tanto disso, ele também respeitava minha escolha. Mais tarde, as circunstâncias foram ficando cada vez mais adversas, e muitos irmãos foram presos enquanto cumpriam seus deveres. Uma vez, quando voltei para casa, meu pai me disse, ansioso: “Criamos você por tantos anos, e nunca pedimos que você tivesse um futuro muito brilhante; só queremos que você fique ao nosso lado. Mas você saiu de casa para cumprir seu dever, e geralmente não podemos ver você quando queremos. Agora, as circunstâncias estão tão adversas; se você acabar sendo presa, o que poderei fazer? O que será do seu futuro?”. Essas palavras me pegaram de surpresa. Como ele pôde dizer algo assim? Se desistisse de cumprir meus deveres por medo de ser presa, eu não estaria traindo a Deus e me tornando uma desertora? Eu disse ao meu pai, seriamente: “Pai, você não deveria me impedir de cumprir meu dever. Eu já sou adulta, e sair de casa para cumprir meu dever é uma escolha que eu fiz após consideração cuidadosa. Você deveria me apoiar!”. Ele ficou muito bravo e disse: “Criei você por todos esses anos, e você vai embora assim. Acho que agora está tudo claro. Eu criei uma ingrata!”. Quando ouvi essas palavras, fiquei muito angustiada, e não consegui evitar que meus olhos se enchessem de lágrimas. Lembrei-me de quando eu adoecia quando criança, e que o meu pai me abraçava a noite toda sem fechar os olhos, tudo para cuidar de mim, e que meus pais trabalhavam duro para ganhar dinheiro e me proporcionar uma vida boa. Mas agora, eu não era filial para eles, e nem conseguia lhes fazer companhia. Eu não cumpri de jeito algum minha obrigação de filha. Vendo meu pai indo embora com raiva, eu me senti culpada; eu queria ficar com os meus pais e passar mais tempo com eles. Mas, nesse momento, pensei em Deus. Quando não acreditava em Deus, muitas vezes eu me sentia vazia por dentro, e não sabia por que eu existia neste mundo. Depois de acreditar em Deus, através da leitura de Suas palavras, entendi que foi Deus quem criou os humanos, e foi Deus quem me deu este fôlego. Eu tenho minha missão neste mundo. Só então eu vi valor da minha existência, e não me senti mais vazia e perdida. Tendo desfrutado de tanto amor de Deus, eu não podia agir sem consciência e deixar de cumprir meu dever. Nesse momento, ganhei força para renunciar à carne, e saí para continuar cumprindo meu dever.
Em 2019, fui presa enquanto cumpria meu dever. Durante o interrogatório, os policiais trouxeram meu tio ao centro de detenção, e disseram que ele era meu pai biológico. Mandaram que eu explicasse logo a situação da igreja, para eu poder ir para casa e ficar com meus pais biológicos. Eu não disse nada. No final, meu tio gastou dinheiro para me tirar da custódia. A polícia suspeitava que eu estava seguindo meus pais, ao acreditar em Deus, e não me permitiram ir para casa, nem entrar em contato com eles. Só deixaram meu tio me levar para outro lugar. Como meu tio me tirou da prisão, a polícia ligava para intimidá-lo quase todos os dias. Meu tio acreditou nos rumores que ouviu do Partido Comunista e me impediu de acreditar em Deus. Ele disse: “Você já é uma mulher adulta, deveria ter mais juízo. Sua mãe e eu, e seus pais adotivos, não suportamos ser atormentados assim. Por causa da sua crença em Deus, a polícia liga todos os dias e nos assedia. Eu já estou muito velho. Quando os policiais me repreenderam, mesmo envergonhado eu falei bem de você. Você sabe quão difícil isso é para mim?”. Ver meu pai biológico e meus pais adotivos sendo envolvidos nas minhas coisas me fez sofrer muito. Na Antiguidade, as pessoas diziam: “Piedade filial é uma virtude que deve ser defendida acima de tudo”. Ser filial aos pais e fazer com que eles se preocupem menos é algo que todos os filhos deveriam fazer. Meus pais adotivos me criaram por todos aqueles anos, e meus pais biológicos foram chantageados a pagar 140 mil yuans à polícia para me tirar da prisão. Eu me senti muito culpada. Antes, eu estava cumprindo meus deveres e não podia ficar ao lado deles para cuidar deles, e depois fui presa por acreditar em Deus, envolvendo-os no meu sofrimento. Não fiz nada do que os filhos deveriam fazer; só os cobri de fardos pesados. Quanto mais pensava nisso, pior eu me sentia, e até pensei: “Será mesmo que os problemas da minha família só vão diminuir se eu desistir de acreditar em Deus? Será mesmo que só se eu morresse a polícia pararia, então, de vigiar a minha família, e meus pais não seriam mais assediados e humilhados?”. Nesse momento, eu me senti extremamente oprimida. Eu sabia que tinha desenvolvido pensamentos de trair a Deus, e pensei que devia a Ele, mas assim que pensei que os meus pais adotivos e biológicos haviam se envolvido nos meus problemas, fui tomada pela culpa. Eu estava sendo puxada de ambos os lados, e nunca conseguia ficar calma.
Durante esse tempo, meu tio e minha tia me forçaram a começar a trabalhar para me impedir de acreditar em Deus. Além disso, fizeram meus colegas me monitorar, e, se eu chegava em casa tarde, eles me interrogavam: “Onde você estava? Com quem você estava?”. Minha tia até se ajoelhou e implorou, e se recusou a comer para me pressionar a desistir de acreditar em Deus. Diante de tais circunstâncias, eu tive um colapso mental. Eu sentia que não tinha liberdade nem direitos, principalmente, naquela casa. Sentia como se me estrangulassem e eu não pudesse respirar. Eu queria resistir e discutir com eles: “Por que vocês me tratam assim só porque eu acredito em Deus?”. Mas assim que pensei que eles estavam envolvidos nesse problema por minha causa, e que tinham levado uma multa alta, a resistência no meu coração desapareceu. Em vez disso, pensei que era eu que não estava sendo filial, que eles não tinham escolha senão me tratar assim, e que o pai sempre está certo. Especialmente quando pensei que eu não estive ao lado dos meus pais para lhes fazer companhia e mostrar piedade filial nesses últimos anos, senti ainda mais que os havia decepcionado. Durante esse período, esgotei todos os meios para compensar o que devia aos meus pais. Comprei-lhes produtos de saúde, assumi todo o trabalho doméstico e fiz tudo o que pude para trabalhar e ganhar dinheiro. Eu suportava de bom grado o trabalho árduo de fazer horas extras até tarde da noite todos os dias. Só queria ganhar mais dinheiro e trazer-lhes mais alegria. Antes que eu percebesse, Deus e eu ficamos cada vez mais distantes.
Após um tempo, os policiais ligaram e disseram que viriam me buscar, e que queriam ouvir de mim sobre a situação da igreja. Eu sabia que, se continuasse em casa, havia uma chance de eu ser presa, mas também pensei que, se saísse, eu não saberia quando poderia voltar. Além disso, se os policiais não conseguissem me encontrar, eles levariam meus pais e meu tios? Se fosse assim mesmo, que filha péssima eu seria. Eu só conseguia pensar no que meus pais tinham dito. Minha tia queria que eu ficasse ao lado dela e queria ter uma família boa. Meu tio disse que eu era adulta e sensata, e que eu tinha que ter consideração com eles. Meu pai disse que queria que eu lhe mostrasse piedade filial, e não queria criar uma filha ingrata. Nesse momento, foi como se tudo estivesse desmoronando. Foi então que eu orei a Deus: “Deus, já que a polícia vai me prender, não posso ficar em casa. Mas acho que, se eu sair, serei ingrata e sem consciência. Estou sofrendo demais. Deus, o que deve escolher? Por favor, guia-me!”. Depois de orar, pensei num trecho das palavras de Deus: “Não fosse pela predestinação do Criador e por Sua orientação, uma vida recém-nascida neste mundo não saberia para onde ir nem onde ficar, não teria relações, não pertenceria a lugar algum, não teria um lar real. Mas por causa dos arranjos meticulosos do Criador, essa nova vida tem um lugar para ficar, pais, um local ao qual pertence, e parentes, e assim essa vida entra no curso de sua jornada. Ao longo desse processo, a materialização dessa nova vida é determinada pelos planos do Criador, e tudo que ela vier a possuir lhe será concedido pelo Criador. De um corpo que flutua livre sem nada em seu nome, ela vai gradualmente se tornando um ser humano de carne e osso, visível, tangível, uma das criações de Deus, que pensa, respira e sente calor e frio; que pode participar de todas as atividades habituais de um ser criado no mundo material; e que passará por todas as coisas que um ser humano criado deve experimentar na vida. A predeterminação do nascimento de uma pessoa pelo Criador significa que Ele concederá a essa pessoa todas as coisas necessárias para a sobrevivência; e, também, o fato de uma pessoa nascer significa que ela receberá do Criador todas as coisas necessárias para a sobrevivência, e daí em diante viverá em outra forma, provida pelo Criador e sujeita à soberania do Criador” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”). Com as palavras de Deus, entendi que eu sou apenas um corpo solitário e flutuante. Foi Deus quem arranjou uma família e pais para mim; foi Deus quem governou isso. Mas eu nasci neste mundo não apenas para desfrutar do calor familiar e mostrar piedade filial aos meus pais, mas mais para assumir a responsabilidade e a missão esperadas dos seres criados. Agora, eu estava pensando em desistir do meu dever para satisfazer meus pais. Isso não é o que Deus queria ver. Deus me forneceu tudo; eu não podia desistir do meu dever e traí-Lo. Depois disso, saí de casa para cumprir meu dever.
Pouco depois, soube que, como a polícia não conseguiu me prender, eles levaram meu tio. Eles deixaram claro que só o libertariam quando eu voltasse. Nesse instante, fiquei meio zonza, e pensei que tinha decepcionado meu tio. Eu quis muito voltar e substituí-lo na prisão. Eu não estava no clima para cumprir meu dever, e tudo em que pensava eram a voz e o rosto dos membros da minha família. Pensei que a desgraça deles era toda por minha causa, principalmente quando pensei que o meu tio tinha sido preso; eu não sabia como a polícia o trataria. Será que iam bater nele? Quanto mais eu pensava, mais me corroía, então orei a Deus, no coração: “Deus, hoje estou diante dessas circunstâncias e não sei como vivenciá-las. Meu coração está sofrendo, e não tenho ânimo para cumprir meu dever. Não quero viver neste estado. Deus, o que devo fazer? Peço que me guies, para me fazeres mudar este estado”. Depois de orar, li um trecho das palavras de Deus: “Algumas pessoas abandonam suas famílias porque acreditam em Deus e cumprem seus deveres. Elas se tornam famosas por causa disso e o governo com frequência revista suas casas, assedia seus pais e até os ameaça para entregá-las. Todos os seus vizinhos falam sobre elas, dizendo: ‘Essa pessoa não tem consciência. Ela não cuida dos pais idosos. Não apenas não é filial, como também causa muitos problemas aos pais. Ela não é filial!’. Alguma dessas palavras está de acordo com a verdade? (Não.) Mas todas essas palavras não são consideradas corretas aos olhos dos incrédulos? Entre os incrédulos, eles acham que essa é a maneira mais legítima e razoável de se ver as coisas, e que está de acordo com a ética humana e com os padrões de comportamento humanos. Não importa quanto conteúdo esteja incluído nesses padrões, como mostrar respeito filial aos pais, como cuidar deles na velhice e providenciar seus funerais, ou quanto retribuir a eles, e independentemente de esses padrões estarem de acordo com a verdade ou não, aos olhos dos incrédulos, são coisas positivas, são energia positiva, estão corretas e são consideradas irrepreensíveis dentro de todos os grupos de pessoas. Entre os incrédulos, esses são os padrões pelos quais as pessoas devem viver, e você tem que fazer essas coisas para ser uma pessoa adequadamente boa em seu coração. Antes de acreditar em Deus e entender a verdade, você também não acreditava firmemente que tal comportamento era ser uma boa pessoa? (Sim.) Além disso, você também usava essas coisas para se avaliar e se refrear, e exigia de si mesmo ser esse tipo de pessoa. Se você quisesse ser uma boa pessoa, deve ter certamente incluído essas coisas em seus padrões de comportamento: como ser filial com seus pais, como fazê-los sentir menos preocupados, como levar honra e crédito para eles, e como levar glória aos seus ancestrais. Esses eram os padrões de comportamento em seu coração e a direção do seu comportamento. No entanto, depois de ouvir as palavras de Deus e Seus sermões, seu ponto de vista começou a mudar, e você começou a entender que tem que renunciar a tudo para cumprir seu dever como ser criado, e que Deus exige que as pessoas se comportem dessa maneira. Antes de ter certeza de que cumprir o dever como ser criado era a verdade, você achava que deveria ser filial com seus pais, mas também sentia que deveria cumprir seu dever como ser criado, e se sentia em conflito por dentro. Através da contínua rega e pastoreio das palavras de Deus, você gradualmente começou a entender a verdade, e foi então que percebeu que cumprir seu dever como ser criado é perfeitamente natural e justificado. Até o dia de hoje, muitas pessoas conseguiram aceitar a verdade e abandonar completamente os padrões de comportamento das noções e imaginações tradicionais do homem. Quando larga completamente essas coisas, você não é mais constrangido por palavras de julgamento e condenação dos incrédulos quando segue a Deus e cumpre seu dever como ser criado, e pode se libertar facilmente delas” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é a realidade da verdade?”). Depois de ler as palavras de Deus, fiquei muito comovida. O tempo todo eu fiquei julgando o certo e o errado de acordo com o padrão de consciência, mas isso não está alinhado com a verdade. Minha vida se origina em Deus; foi Deus quem trouxe minha alma para este mundo e arranjou uma família e pais para mim, e me selecionou para aceitar Sua salvação nos últimos dias, e me deu a oportunidade de cumprir meu dever como ser criado. Isso é o amor e a graça de Deus. Mas, como meu tio foi preso pela polícia, pensei que essa dificuldade foi trazida à minha família devido à minha crença em Deus, e quis abandonar meu dever e traí-Lo. Que burrice a minha! Até hoje, tudo a que minha família foi submetida foi causado pelo demônio, o Partido Comunista. Eles se opunham a Deus e perseguiam os cristãos, assediaram minha família e prenderam meu tio, e fizeram com que meus pais não passassem um dia sequer em paz. O Partido Comunista era o verdadeiro culpado! Mas eu não odiei o Partido Comunista, e pensei que era a minha crença em Deus que tinha posto minha família em apuros. Eu realmente não conseguia distinguir o certo do errado. Então, eu entendi que é perfeitamente natural e justificado eu seguir a Deus e cumprir meu dever. Essas são a consciência e a razão que as pessoas deveriam ter! Pensei em outra passagem das palavras de Deus: “A medida que um indivíduo deva sofrer e a distância que ele deva trilhar em sua senda são ordenadas por Deus e, na verdade, ninguém pode ajudar ninguém” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A senda… (6)”). Não importa se alguém acredita em Deus ou não, a vida de toda pessoa está nas mãos de Deus e é controlada e governada por Ele. Deus já predestinou quanto cada pessoa sofrerá, e nós não podemos mudar isso. Meus pais e meus pais adotivos também estão nas mãos de Deus; devo entregá-los a Deus. E, então, orei a Deus em silêncio, disposta a confiar tudo a Ele e me submeter ao Seu arranjo. Depois disso, dediquei-me a cumprir meu dever.
Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus que me trouxe mais entendimento sobre o meu estado. Deus Todo-Poderoso diz: “Devido ao condicionamento da cultura tradicional chinesa, nas noções tradicionais dos chineses, eles acreditem que deve-se respeitar a piedade filial para com os pais. Quem não respeita a piedade filial tem um comportamento impróprio de um filho. Essas ideias foram incutidas nas pessoas desde a infância e são ensinadas em praticamente todos os lares, bem como em todas as escolas e na sociedade em geral. Quando a cabeça de uma pessoa foi preenchida com coisas desse tipo, ela pensa: ‘A piedade filial é mais importante que qualquer coisa. Se eu não a respeitasse, não seria uma boa pessoa — eu não seria um filho filial e seria denunciado pela sociedade. Eu seria uma pessoa que carece de consciência’. Essa opinião é correta? As pessoas viram tantas verdades expressadas por Deus — Deus exigiu que se mostre piedade filial em relação aos pais? Essa é uma das verdades que os crentes em Deus precisam entender? Não, não é. Deus só comunicou alguns princípios. Por qual princípio as palavras de Deus pedem que as pessoas tratem os outros? Ame o que Deus ama, e odeie o que Deus odeia: esse é o princípio que deveria ser seguido. Deus ama aqueles que buscam a verdade e são capazes de seguir Sua vontade; essas também são as pessoas que nós deveríamos amar. Aquelas que não são capazes de seguir a vontade de Deus, que odeiam e se revoltam contra Deus — essas pessoas são desprezadas por Deus, e nós também deveríamos desprezá-las. Isso é o que Deus pede ao homem. Se seus pais não acreditam em Deus, se eles sabem muito bem que a fé em Deus é o caminho correto e que pode levar à salvação, mas continuam não receptivos, então não há dúvida de que são pessoas que estão fartas da verdade e a odeiam, e são pessoas que resistem e odeiam a Deus — e Deus naturalmente os abomina e os despreza. Você conseguiria desprezar pais como esses? Eles se opõem a Deus e O insultam — nesse caso, eles certamente são demônios e Satanases. Você conseguiria abominá-los e amaldiçoá-los? Todas essas são perguntas reais. Se seus pais o impedirem de crer em Deus, como você deveria tratá-los? Como Deus pede, você deveria amar o que Deus ama e odiar o que Deus odeia. Durante a Era da Graça, o Senhor Jesus disse: ‘Quem é Minha mãe? E quem são Meus irmãos?’ ‘Pois qualquer que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, irmã e mãe’. Essas palavras já existiam lá na Era da Graça, e agora as palavras de Deus são ainda mais claras: ‘Ame o que Deus ama e odeie o que Deus odeia’. Essas palavras vão direto ao ponto, mas em geral as pessoas são incapazes de compreender seu significado verdadeiro. Se uma pessoa é alguém que nega a Deus e se opõe a Ele, é amaldiçoada por Deus, mas é um pai ou parente seu e não é um malfeitor e ele o trata bem, talvez você se veja incapaz de odiar essa pessoa, e pode até permanecer em contato direto com ela, sem mudar seu relacionamento. Ouvir que Deus despreza tais pessoas incomodará você, e você não é capaz de ficar do lado de Deus e rejeitá-las friamente. Você está sempre preso às emoções e não consegue largá-las completamente. Qual é a razão disso? Isso acontece porque suas emoções são fortes demais, e elas o impedem de praticar a verdade. Essa pessoa é boa para você, por isso você não consegue odiá-la. Você só conseguiria odiá-la se ela lhe fizesse algum mal. Esse ódio estaria alinhado com as verdades princípios? Além disso, você é restringido por noções tradicionais, pensa que a pessoa é seu pai ou parente, então se você a odiar, você será escarnecido pela sociedade e injuriado pela opinião pública, condenado como não filial, sem consciência, e até desumano. Você acha que sofreria condenação e castigo divinos. Mesmo se quiser odiá-la, sua consciência não lhe permitirá. Por que a sua consciência funciona dessa forma? É porque uma forma de pensar foi semeada em você desde sua infância, por meio da herança de sua família, da educação que você recebeu de seus pais e da doutrinação da cultura tradicional. Essa forma de pensar está profundamente enraizada em seu coração e o leva a acreditar equivocadamente que a piedade filial é algo perfeitamente natural e justificada, e que algo herdado dos seus antepassados é sempre bom. Você aprendeu isso primeiro, e isso permanece dominante, criando um grande obstáculo e perturbando sua fé e a aceitação da verdade, deixando-o incapaz de pôr em prática as palavras de Deus e de amar o que Deus ama, de odiar o que Deus odeia” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só ao reconhecer as próprias opiniões equivocadas pode-se realmente se transformar”). Com as palavras de Deus, entendi que Satanás usou todos os tipos de meios para corromper as pessoas. Por exemplo, a orientação dos nossos pais, a educação das nossas escolas e as opiniões das pessoas ao nosso redor nos fizeram acreditar que, como nossos pais nos criaram, devemos retribuir sua bondade, e que isso é o que significa ter humanidade e consciência. Caso contrário, seríamos desprovidos de consciência, ingratos, e seríamos repudiados pelos outros. Desde pequena, essas ideias e visões foram incutidas em mim, como “Piedade filial é uma virtude que deve ser defendida acima de tudo”, “o pai sempre tem razão”, “mostrar piedade filial aos pais é perfeitamente natural e justificado”. Por ter essas ideias e visões tradicionais dentro de mim, por ter saído de casa para cumprir meu dever e não poder mais cuidar dos meus pais, eu me culpava e me recriminava. Não tinha ânimo para cumprir meu dever e me arrependi de ter saído para fazer isso. Quando vi meu tio gastar 140 mil yuans para me libertar, e quando soube que ele foi assediado e preso pela polícia, pensei que a minha família se envolveu nesse problema por causa da minha crença em Deus, e quis desistir de cumprir meu dever e trair a Deus; cheguei a querer tirar minha vida. Meus tios controlavam minha liberdade e monitoravam meus passos para me impedir de acreditar em Deus. Minha tia até se ajoelhou e parou de comer para me forçar a desistir da minha fé em Deus. Eu estava sofrendo e me sentia extremamente oprimida. Mas não ousava e não estava disposta a resistir a eles. Acreditava que “o pai sempre tem razão” e que, como filha deles, fazê-los sofrer tanto, a ponto de a minha tia se ajoelhar e implorar, significava que eu era uma filha péssima. Embora, nessa época, eu soubesse que obedecer-lhes e não cumprir meu dever seria trair a Deus, e que eu perderia minha chance de ganhar a verdade, eu não tive força para resistir a eles. Embora eu nunca tenha dito que não acreditava em Deus, meus vários comportamentos ao longo desse ano mostraram que eu tinha me curvado a Satanás e ao pensamento tradicional. Tudo o que restou foram transgressões e manchas; eu traí a Deus várias vezes. Agora, eu enxergava que, embora ser fiel aos pais fosse algo positivo, isso não era a verdade, porque esse ponto de vista me faria perder os princípios, e até ser incapaz de distinguir o bem do mal ou o certo do errado. Meus tios me impediram de acreditar em Deus, me aprisionaram em segredo, e disseram palavras blasfemas contra Ele. Eles até disseram que enquanto vivessem, e a menos que morressem, não me permitiriam acreditar em Deus, que, se escolhesse Deus, eu perderia minha família, e se escolhesse a família, eu perderia Deus. A essência deles era hostil à verdade e a Deus. Além disso, meu pai adotivo estava sempre me impedindo, fazendo o papel negativo de lacaio de Satanás. Eu deveria tê-los discernido, amado o que Deus ama e odiado o que Ele odeia. Mas eu acreditava que “Piedade filial é uma virtude que deve ser defendida acima de tudo”, e esse pensamento tradicional estava me levando a me rebelar contra Deus. Quase desisti de cumprir meu dever e O traí. Agora, eu entendia que as ideias e opiniões que Satanás incutiu nas pessoas vinham com esquemas astutos. Elas enganavam e prejudicavam as pessoas.
Mais tarde, li esta passagem das palavras de Deus: “Assim, no que diz respeito às pessoas, não importa se seus pais cuidaram de você meticulosamente ou cuidaram muito bem de você; em todo caso, eles só estavam cumprindo sua responsabilidade e obrigação. Independentemente da razão pela qual criaram você, essa era sua responsabilidade — porque eles conceberam você, eles deveriam assumir a responsabilidade por você. Com base nisso, será que tudo que seus pais fizeram por você pode ser considerado bondade? Não pode, não é? (Isso está correto.) O fato de seus pais cumprirem sua responsabilidade para com você não conta como bondade, então, se eles cumprem sua responsabilidade para com uma flor ou planta, regando-a e adubando-a, isso conta como bondade? (Não.) Isso está ainda mais longe de ser bondade. Flores e plantas crescem melhor ao ar livre — se são plantadas no solo, com vento, sol e água de chuva, elas florescem. Elas não crescem tão bem quanto ao ar livre quando são plantadas em potes dentro de casa, mas onde quer que estejam, elas vivem, certo? Não importa onde estejam, isso foi ordenado por Deus. Você é uma pessoa viva, e Deus assume responsabilidade por cada vida, capacitando-a a sobreviver e a seguir a lei a que todos os seres vivos obedecem. Mas, como pessoa, você vive no ambiente em que seus pais o criam, portanto, você deveria crescer e existir nesse ambiente. O fato de você viver nesse ambiente está numa escala maior devida à ordenação de Deus; numa escala menor, isso se deve ao fato de seus pais criarem você, certo? Em todo caso, ao criarem você, seus pais estão cumprindo uma responsabilidade e obrigação. Criar você até a idade adulta é sua obrigação e responsabilidade, e isso não pode ser chamado bondade. Se não pode ser chamado bondade, então isso não é algo que você deveria desfrutar? (É, sim.) Esse é um tipo de direito que você deveria desfrutar. Você deveria ser criado por seus pais, pois, antes de alcançar a idade adulta, o papel que você exerce é o de uma criança sendo criada. Portanto, seus pais só estão cumprindo um tipo de responsabilidade para com você, e você só a está recebendo, mas certamente você não está recebendo graça nem bondade deles. Para qualquer criatura, parir e cuidar dos filhos, reproduzir e criar a geração seguinte é um tipo de responsabilidade. Por exemplo, pássaros, vacas, ovelhas e até tigres precisam cuidar de sua cria depois de se reproduzirem. Não existe criatura viva que não crie sua prole. É possível que haja algumas exceções, mas não são muitas. É um fenômeno natural na existência das criaturas vivas, é um instinto das criaturas vivas e não pode ser atribuído à bondade. Elas estão simplesmente obedecendo a uma lei que o Criador estabeleceu para os animais e para a humanidade. Portanto, o fato de seus pais criarem você não é um tipo de bondade. Com base nisso, pode-se dizer que seus pais não são seus credores. Eles estão cumprindo sua responsabilidade para com você. Não importa quanto esforço e dinheiro eles gastem com você, eles não deveriam exigir que você os recompense, pois essa é sua responsabilidade como pais. Já que é uma responsabilidade e obrigação, deveria ser de graça, e eles não deveriam exigir compensação. Ao criarem você, seus pais estavam apenas cumprindo sua responsabilidade e obrigação, e isso não deveria ser pago e não deveria ser uma transação. Assim, você não precisa abordar seus pais nem lidar com sua relação com eles de acordo com a ideia de recompensá-los” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (17)”). Com Suas palavras, entendi que os pais darem à luz, criarem e cuidarem meticulosamente de seus filhos não é bondade, mas, sim, sua responsabilidade e obrigação como pais. É como Deus disse que, se alguém traz flores e grama de fora para dentro de casa, essa pessoa tem a responsabilidade de cuidar delas, regar e fertilizar; isso é responsabilidade dela. Outro exemplo é que gatos, cães e outros animais se reproduzem e cuidam de seus filhos, o que é instintivo para eles. Os pais humanos são iguais, com seus filhos. Quando um filho ainda não é adulto, criá-lo e cuidar dele é uma responsabilidade, uma obrigação que todos os pais deveriam cumprir, e também é um instinto dado às pessoas por Deus. Os filhos não ficam devendo aos pais por causa disso. Sempre acreditei que o cuidado meticuloso dos meus pais adotivos era uma bondade que tem que ser retribuída, e que eu tinha que retribuir aos meus tios por me darem à luz. Agora, eu entendia que este fôlego de vida foi dado a mim por Deus, e não pelos meus pais. Se Deus não me desse este fôlego, mesmo que meus pais me tivessem dado à luz, eu teria sido apenas um feto natimorto. Meus pais me criaram e cuidaram de mim, me deram um bom ambiente para crescer. Isso é o que eles deveriam fazer como pais, e é o que Deus predestinou e arranjou. Além disso, enquanto eu crescia, foi Deus quem realmente cuidou de mim e me protegeu. Como naquela vez, depois da escola, em que eu estava voando baixo numa bicicleta elétrica e não conseguia parar, e fiquei espremida entre uma parede de pedra e um caminhão enorme. Na hora, o caminhão seguia adiante em alta velocidade, e eu fui forçada a continuar em frente com a bicicleta. O tempo todo, meu pé ficou preso entre o caminhão e a bicicleta, esfregando neles sem parar. Quando a estrada se alargou, a bicicleta elétrica finalmente parou. Foi realmente assustador. Na hora, muita gente ficou preocupada, achando que eu certamente me machucaria feio. Eu também achei que com certeza não conseguiria andar com aquele pé. Fiquei surpresa ao ver que não havia um único ferimento no meu corpo. Realmente vi em primeira mão que Deus está sempre cuidando de mim e me protegendo em silêncio. Além disso, quando meus tios pagaram 140 mil yuans à polícia para me libertar, achei que essa era a maior bondade que eu poderia receber, e que eu devia retribuir. Agora, eu entendia que, embora parecesse que eram meus tios que tinham dado esse dinheiro, nos bastidores foi Deus quem governou e arranjou isso. Nessa época, meu tios ganhavam dinheiro com muita facilidade, tanta facilidade que até eles mesmos ficavam surpresos. Na verdade, agora que penso nisso, se Deus não os tivesse abençoado para ganhar todo aquele dinheiro, de onde viria o dinheiro para me libertar? Lembrei que Deus disse: “Caso alguém nos faça um favor, devemos aceitar isso de Deus, em especial, nossos pais, que nos colocaram no mundo e nos criaram; tudo isso é arranjado por Deus. Deus governa sobre tudo; o homem é só uma ferramenta de serviço” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só ao reconhecer as próprias opiniões equivocadas pode-se realmente se transformar”). Por fora, foram meus pais que me criaram, e meus tios que pagaram para me libertar. Mas do ponto de vista da verdade, tudo isso foi governado e arranjado por Deus. Não estou em dívida com eles. Não preciso usar minha vida para saldar essa dívida à custa da minha salvação. Posso demonstrar piedade filial a eles, mas apenas dentro do escopo dos meus recursos. Sob circunstâncias e condições adequadas, posso fazer-lhes companhia e demonstrar piedade filial. Mas se as condições não forem atendidas, não preciso me censurar. Só preciso cumprir bem meus deveres. Se eu desistisse de Deus e da verdade para demonstrar piedade filial aos meus pais, embora as pessoas me chamassem de filha grata, eu teria traído o Criador, o que é uma grande rebeldia e falta de humanidade! Na verdade, aquele a quem eu realmente devia não eram meus pais, mas Deus. Foram o cuidado e a proteção de Deus que me permitiram chegar até hoje; é a Ele que eu mais deveria agradecer! Então, orei a Deus: “Deus, o que meus pais experimentam e como a polícia os trata está em Tuas mãos, agora. Não posso mudar nada, e estou disposta a entregá-los a Ti. Só quero cumprir pacificamente meu dever como ser criado e experimentar bem a Tua obra”.
A partir de então, fiquei um pouco mais tranquila em relação às circunstâncias que minha família enfrentou, e comecei a contemplar como cumprir bem meu dever. Logo, entrei em contato com a minha mãe. Ela escreveu uma carta compartilhando sua experiência comigo. Ela disse que vivenciar tais circunstâncias fortaleceu sua determinação de buscar a verdade, e me disse para não me preocupar com o que acontecia em casa, e focar em buscar a verdade e cumprir meu dever. Ela disse também que os policiais viram que eu ainda não havia voltado para casa, e sabiam que deter meu tio era inútil, então o libertaram. Nesse momento, fiquei muito emocionada. Fiquei totalmente ciente de que as circunstâncias que eu tinha enfrentado até ali tinham a vontade de Deus em si, e que serviam para reverter minha visão das coisas e limpar as impurezas dentro de mim. Isso é Deus assumindo a responsabilidade pela minha vida!
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.