Encarando a doença terminal do meu filho

20 de Janeiro de 2022

Por Liang Xin, China

Dois anos atrás, de repente, meu filho sentiu uma dor terrível na barriga. Fomos fazer exames, e o médico disse que os resultados eram preocupantes, que deveríamos fazer mais exames no hospital maior da província. Meu coração parou por um segundo, e eu sabia que era possível que meu filho tivesse uma doença grave. Mas então pensei que eu vinha cumprindo meu dever e fazendo sacrifícios por Deus por muito tempo e que tinha sofrido muito. Mesmo encarando opressão e detenções terríveis pelo Partido Comunista e a zombaria e calúnia de entes queridos, eu nunca recuei, mas permaneci forte em meu dever. Achei que, levando em conta tudo que eu tinha feito por Deus, Ele protegeria meu filho de algo mais sério. Segundo os resultados, ele tinha câncer de fígado e cirrose. O médico disse que lhe restavam apenas três a seis meses de vida. Isso foi como um golpe no estômago, e fiquei sentada ali, paralisada. Simplesmente não conseguia aceitar essa realidade. Ele só tinha 37 anos — como podia estar tão doente? Eu estava segurando os exames, e minhas mãos tremiam. Perguntei-me se o médico tinha feito o diagnóstico errado. Fiquei sentada na beira da cama, perplexa, totalmente ausente. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e pensei: “Ele é tão jovem — como pode estar tão doente? Qualquer um dos diagnósticos teria sido fatal, mas os dois? Ele é nosso sustento. O que nossa família fará sem ele? A coisa mais dolorosa na vida é enterrar um filho”. Eu me sentia cada vez mais horrível. Amigos e parentes me repreendiam, dizendo: “Como seu filho adoeceu se você acredita em Deus? Esse seu Deus não o protegeu, então de que adiantou?”. Também me mandaram esquecer minha fé e ficar em casa para cuidar do meu filho. Eu me senti ainda pior quando eles me repreenderam. Eu estava sempre à beira de chorar e atordoada. Eu nem queria orar nem ler as palavras de Deus. Eu estava nas trevas. Eu fiz uma oração: “Deus, essa doença séria do meu filho — estou lutando e não sei como lidar com isso. Por favor, guia-me para que eu entenda Tua vontade”.

Um dia, li isto nas palavras de Deus: “Enquanto passam por provações, é normal que as pessoas estejam fracas ou tenham negatividade dentro delas, que lhes falte clareza quanto à vontade de Deus ou quanto à senda para a prática. Mas, em todo caso, você deve ter fé na obra de Deus e não negar Deus, assim como Jó. Embora Jó fosse fraco e amaldiçoasse o dia em que nasceu, ele não negou que todas as coisas da vida humana foram concedidas por Jeová, nem que Jeová também é Aquele que tira todas elas. Não importa quanto fosse testado, ele manteve essa fé. […] Deus faz a obra da perfeição nas pessoas, e elas não podem vê-la, não podem senti-la; em tais circunstâncias, sua fé é exigida. A fé das pessoas é exigida quando algo não pode ser visto a olho nu, e sua fé é exigida quando você não consegue abrir mão de suas próprias noções. Quando você não tem clareza a respeito da obra de Deus, o que é exigido de você é ter fé e assumir uma posição firme e dar testemunho” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). As palavras de Deus me mostraram que a doença grave do meu filho era um tipo de teste para mim e que eu devia confiar em minha fé para passar por isso. Lembrei-me de Jó, que perdeu todos os seus bens e seus rebanhos, todos seus filhos morreram, e ele ficou coberto de chagas. Mesmo diante de tal provação, ele foi capaz de se amaldiçoar antes de culpar a Deus e louvou o nome de Jeová. Ele deu um lindo testemunho de Deus. E quando estava passando por tudo isso, seus amigos zombaram dele, sua esposa o criticou e sugeriu que ele abandonasse a Deus e morresse. Aparentemente, sua esposa e seus amigos o estavam repreendendo, mas, por trás disso, estava Satanás, tentando Jó para que ele negasse e traísse a Deus. Mas Jó não caiu nessa e até denunciou sua esposa como uma mulher tola. Eu sabia que os truques de Satanás estavam por trás dos ataques da minha família. Eu devia ser igual a Jó e dar testemunho de Deus. Eu não devia dar ouvidos a seus absurdos. Àquela altura, eu me senti melhor e menos impotente.

Ele passou por uma cirurgia algumas semanas depois e o câncer foi controlado. Pensei que Deus poderia ter misericórdia dele por causa da minha fé, que ele poderia ser curado se Deus fizesse algum milagre. Eu esperava sua recuperação plena, imaginando como isso seria maravilhoso. Então me lembrei desta passagem das palavras de Deus: “O que você busca é ser capaz de ter paz depois de crer em Deus, que suas crianças estejam livres de doenças, que seu marido tenha um bom emprego, que seu filho encontre uma boa esposa, que sua filha encontre um marido decente, que seus bois e cavalos arem bem o solo, que tenha um ano de clima bom para suas colheitas. É isso que você busca. Sua busca visa tão somente viver com conforto, que nenhum acidente sobrevenha sua família, que os ventos passem ao largo, que sua face não seja tocada pela areia, que as colheitas de sua família não sejam inundadas, que você não seja atingido por nenhum desastre, em suma, você busca viver no abraço de Deus, viver em um ninho aconchegante. Um covarde como você que sempre busca a carne — você tem um coração, tem um espírito? Você não é uma besta? Eu lhe dou o caminho verdadeiro sem pedir nada em troca, mas você não busca. Você é mesmo alguém que crê em Deus? Eu lhe concedo vida humana real, mas você não busca. No que você se diferencia de um porco ou de um cão?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). As palavras de Deus revelaram minhas perspectivas problemáticas sobre a fé e os motivos por bênçãos. Senti muita vergonha. Quando acreditei no Senhor, eu busquei bênçãos e graça, esperando que toda a minha família fosse abençoada. Desde que aceitara a obra de Deus dos últimos dias, eu nunca tinha pedido descaradamente pela graça de Deus, mas não estava buscando a verdade e não entendia Deus realmente. Eu estava errada em querer cem vezes mais nesta era presente e a vida eterna na era vindoura. Pensava que, já que tinha feito sacrifícios por Deus, Ele me horaria e abençoaria, que Ele protegeria minha família de doença e desastres, que facilitaria nossa vida e nos libertaria de contratempos terríveis. Assim, deixei meu lar e emprego para cumprir meu dever, feliz por suportar qualquer sofrimento. Mas quando meu filho foi diagnosticado com câncer, eu me afundei na dor de vê-lo doente e perdi a vontade de cumprir o meu dever. Fiz contas mesquinhas de quanto tinha me despendido, de quanto tinha sofrido, debatendo com Deus e O culpando por não proteger meu filho. A situação que enfrentava e as palavras de julgamento e revelação de Deus me mostraram que minha perspectiva de busca em minha fé estava errada. Eu não estava renunciando a coisas para buscar a verdade nem para me livrar de corrupção, fazia isso em troca pela graça e bênçãos de Deus. Eu estava fazendo transações com Deus, usando Deus e O enganando. Teimosa, buscava a proteção de Deus para minha família para nos manter livres de tempestades, doenças e desastres. Em que eu era diferente dos religiosos que comem o pão e se satisfazem? Vi como minha perspectiva de busca era vil. Eu me senti tão endividada a Deus e vim para diante Dele em oração, disposta a colocar a saúde do meu filho nas mãos de Deus e a submeter-me ao Seu governo e arranjos.

Depois disso, meu filho passou por três ou quatro cirurgias, uma após a outra, e ele parecia estar cada vez melhor. Estava comendo bem e conseguia fazer algumas atividades leves. Fiquei super feliz, especialmente quando o vi cantando e dançando com seu filho, parecendo totalmente saudável. Pensei que havia esperança para ele. Pensei que, de um ponto de vista humano, sua doença era uma sentença de morte e ele não viveria mais de seis meses. Mas ele já tinha passado disso e estava indo bem. Era a bênção e proteção de Deus. Se as coisas continuassem assim, ele se recuperaria completamente. Mas as coisas tomaram outro rumo. De repente, passou a vomitar tudo que engolia, seu abdômen inchou cada vez mais, e sentar-se ficou difícil. Ele fez um exame e, embora o câncer não tivesse se espalhado, sua cirrose tinha piorado e estava desenvolvendo ascite. Senti que a morte estava se aproximando dele e caí em desespero novamente. Depois de ver uma melhora clara na condição do meu filho, eu não entendia por que ele voltara a piorar. Era um filho tão bom, ele se dava tão bem com todos e nunca tinha feito nada de ruim. Amigos, parentes e vizinhos só falavam bem dele. Ele não estava muito feliz com minha fé, mas também não me impediu. Por que pegaria uma doença fatal? Mais tarde, pensei que, durante todo meu tempo como uma crente, eu tinha compartilhado o evangelho, sempre disposta a ajudar em qualquer coisa que surgisse na igreja. Minha família começou a se opor à minha fé por causa da opressão e detenções pelo Partido, mas, não importando a oposição que enfrentasse, nunca recuei. Continuei cumprindo meu dever. Eu tinha renunciado a tanto, por que, então, estava enfrentando isso? Era isso que eu recebia em troca de todos meus anos de sacrifício? Eu nunca disse isso, mas esse sentimento de que Deus era injusto se apoderou de mim. Eu estava negativa, deprimida e atordoada o tempo todo. Estava sem esperança. Estava sofrendo muito e chorando o tempo todo.

Eu li a seguinte passagem: “A justiça não é, de modo algum, justa ou razoável; não é igualitarismo nem uma questão de lhe destinar o que você merece de acordo com o tanto de trabalho que completou, nem de pagá-lo por um trabalho qualquer que você tenha feito, nem de lhe dar o que lhe é devido de acordo com o tanto de esforço que você despendeu. Isso não é justiça. Suponha que Deus tivesse eliminado Jó após este ter dado testemunho Dele: Deus também teria sido justo. Por que isso é chamado de justiça? Do ponto de vista humano, se algo está alinhado às noções das pessoas, é muito fácil para elas dizer que Deus é justo; no entanto, se não acharem que esse algo está alinhado a suas noções — se for algo que elas são incapazes de entender —, seria difícil para elas dizer que Deus é justo. Se Deus tivesse destruído Jó na época, as pessoas não teriam dito que Ele é justo. De fato, entretanto, tendo as pessoas sido corrompidas ou não, Deus tem de justificar-Se quando as destrói? Teria Ele de explicar às pessoas com base em que Ele o faz? Sua decisão deveria ser baseada nisto: ‘Se elas forem úteis, não as destruirei; se não forem, Eu as destruirei’? Não há necessidade. Aos olhos de Deus, alguém que é corrupto deve ser tratado da maneira que Ele desejar; qualquer coisa que Deus fizer será apropriada, e todos são os arranjos de Deus. […] A essência de Deus é justiça. Apesar de não ser fácil compreender o que Ele faz, tudo que faz é justo; as pessoas simplesmente não entendem. Quando Deus entregou Pedro a Satanás, como Pedro respondeu? ‘A humanidade é incapaz de sondar o que fazes, mas tudo que fazes contém a Tua boa vontade; há justiça em tudo isso. Como posso não expressar louvor por Teus feitos sábios?’. Hoje, você deveria ver que Deus não destrói Satanás com o intuito de mostrar aos humanos como Satanás os corrompeu e como Deus os salva; enfim, porque as pessoas foram profundamente corrompidas por Satanás, elas contemplarão o pecado monstruoso de sua corrupção por Satanás, e quando Deus destruir Satanás, elas contemplarão a justiça de Deus e verão que ela contém o caráter e a sabedoria de Deus. Tudo que Deus faz é justo. Embora possa ser insondável para você, você não deveria julgar a seu bel-prazer. Se algo que Ele faz lhe parecer insensato ou se você tiver quaisquer noções sobre isso, e isso o levar a dizer que Ele não é justo, você estará sendo muito insensato. Você vê que Pedro achava algumas coisas incompreensíveis, mas tinha certeza de que a sabedoria de Deus estava presente e que a boa vontade de Deus estava nessas coisas. Os humanos não conseguem sondar tudo; há muitas coisas que eles não conseguem compreender. Poranto, conhecer o caráter de Deus não é coisa fácil” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer o caráter justo de Deus”). As palavras de Deus me mostraram que Sua justiça não é como eu imaginava — perfeitamente justa e igualitária e não significava que você receberia exatamente o que investisse. Deus é o Criador e Sua essência é justa. Não importa se Ele dá ou tira, se somos abençoados ou sofremos provações, tudo contém Sua sabedoria. Tudo é uma revelação de Seu caráter justo. Jó seguiu o caminho de Deus, temendo a Deus e evitando o mal durante toda a vida. Ele era uma pessoa perfeita aos olhos de Deus, ainda assim, Deus o testou. Sua fé e reverência por Deus foram elevadas em provação após provação, e, no fim, ele foi uma testemunha retumbante de Deus e derrotou Satanás totalmente. Então Deus lhe apareceu e o abençoou com muito mais. Isso revelou o caráter justo de Deus. Também me lembrei de Paulo. Ele sofreu e viajou muito para espalhar o evangelho do Senhor, mas não tinha submissão verdadeira nem reverência por Deus. Ele só queria trocar seu trabalho duro pelas bênçãos de Deus. Depois de trabalhar bastante, ele disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). As contribuições de Paulo estavam repletas de ambições e desejos e eram transacionais. Seu caráter não mudou, e ele estava numa senda contrária a Deus. No fim, ele foi punido por Deus. Vemos que Deus não olha para o quanto as pessoas parecem trabalhar, mas se elas realmente O amam e se submetem a Ele, se seu caráter de vida muda. Isso é uma manifestação melhor do caráter santo e justo de Deus. Eu pensava que seria compensada com base naquilo que tinha dado, que receberia de volta algo equivalente à minha contribuição. Isso é uma perspectiva humana e transacional totalmente diferente da justiça de Deus. Eu tinha feito alguns sacrifícios e algumas coisas boas como uma crente, mas minha perspectiva de busca estava errada e eu não tinha submissão verdadeira a Deus. Eu culpei e resisti a Deus quando meu filho adoeceu. Meu caráter não tinha mudado, mas eu resistia a Deus e pertencia a Satanás. Eu não merecia as bênçãos de Deus. Percebi que não entendia o caráter justo de Deus, mas, já que eu tinha feito alguns sacrifícios em meu dever, Deus deveria proteger e guardar meu filho. Eu não estava julgando a obra de Deus com base em uma perspectiva humana e transacional? Lembrei-me disto das palavras de Deus: “Todos têm um destino adequado. Esses destinos são determinados de acordo com a essência de cada indivíduo e absolutamente nada têm a ver com outras pessoas. O comportamento mau de um filho não pode ser transferido para os pais, tampouco a justiça de um filho não pode ser compartilhada com seus pais. O comportamento mau de um pai não pode ser transferido para seus filhos, tampouco a justiça dos pais não pode ser compartilhada com seus filhos. Todos carregam seus respectivos pecados, e todos desfrutam de sua respectiva sorte. Ninguém pode ser um substituto para outra pessoa; isso é justiça” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). Pensei que, já que tinha desistido de coisas em minha fé, Deus deveria curar meu filho. Caso contrário, eu O consideraria injusto. Isso era totalmente absurdo! Não importava que preço eu tinha pagado, isso era meu dever e o que deveria fazer como um ser criado. Isso nada tinha a ver com a doença do meu filho, com seu fim ou destino. Eu não deveria usar isso como argumento para negociar, para fechar acordos com Deus. Quando entendi isso, me senti muito mais liberta.

Um dia, li outra passagem das palavras de Deus que me ajudou a entender a essência da minha perspectiva equivocada. Deus Todo-Poderoso diz: “Não importa quantas coisas aconteçam com ele, o tipo de pessoa que é um anticristo nunca tenta abordá-las buscando a verdade nas palavras de Deus, muito menos tenta ver as coisas por meio das palavras de Deus — o que se deve inteiramente ao fato de que ele não acredita que cada linha das palavras de Deus é a verdade nem aceita a atitude correta que Deus diz que as pessoas devem ter em cada questão. Existe um único tipo de Deus em que ele acredita: o Deus sobrenatural, que mostra sinais e maravilhas, semelhante aos falsos deuses como Guan Yin e Buda, que também mostram pequenos sinais e maravilhas. […] Na mente dos anticristos, Deus deve ser adorado enquanto Ele se esconde por trás do altar, come os alimentos que as pessoas ofertam, inala o incenso que queimam, ajuda quando as pessoas estão encrencadas, oferece ajuda e satisfaz seus pedidos — na medida em que Ele é capaz de fazê-lo — se elas forem sinceras em suas solicitações. Para os anticristos, somente um deus como esse é Deus. No entanto, tudo que Deus faz hoje provoca o desdém dos anticristos. E por quê? A julgar pela natureza e essência dos anticristos, o que eles exigem não é a obra de rega, pastoreio e salvação que o Criador realiza nas criaturas de Deus, mas prosperidade e sucesso em todas as coisas, não ser punidos neste mundo e ir para o céu quando morrerem. Seu ponto de vista e suas necessidades confirmam sua essência de hostilidade à verdade” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Eles não acreditam na existência de Deus e negam a essência de Cristo (parte 1)”). Cada palavra de Deus acertava em cheio. Refletindo, percebi que sempre achei que Deus deveria me compensar e abençoar por tudo que eu tinha feito em minha fé, que Ele deveria manter minha família bem e segura. Quando vi que meu filho estava muito melhor depois de suas cirurgias, pensei que era a bênção de Deus, e eu estava grata e cheia de louvor. Mas quando ele piorou, eu queria que Deus fizesse um milagre para curá-lo. Quando Deus não fez o que eu queria, deixei de sorrir e fiquei muito irada, com raiva de Deus por não considerar os meus sacrifícios e proteger e curar meu filho. Eu até me arrependi de tudo que tinha dado. Meus humores giravam em torno de se eu estava ganhando ou perdendo algo. Na minha fé, eu não tinha adorado nem me submetido a Deus como o Criador, mas O via como objeto para satisfazer minhas exigências e me abençoar. Em que eu era diferente dos incrédulos que adoram Buda ou Guan Yin? Isso não é ser uma crente verdadeira! Deus encarnou e veio para a Terra duas vezes, suportando humilhação incrível, a condenação, resistência, rebeldia e equívocos das pessoas. Tudo isso para nos conceder Suas palavras e verdade para que elas se tornem nossa vida, para que vivamos segundo as palavras de Deus e escapemos da corrupção e sejamos salvos no fim. Deus pagou um preço tão alto pela humanidade. Eu tinha desfrutado de tanta graça e bênçãos de Deus nos meus anos de fé, ganhando a rega e o sustento de tantas verdades. Mas eu não era genuína em relação a Deus. Isso era tão ofensivo e decepcionante para Ele! Comecei a me sentir cada vez mais endividada com Deus e me ajoelhei diante Dele, e lágrimas de remorso e culpa escorreram pelo meu rosto. Orei a Deus e me arrependi, dizendo: “Deus, tenho sido uma crente por tantos anos sem buscar a verdade. Não fui capaz de dar testemunho de Ti na doença do meu filho, mas eu Te decepcionei. Deus, estou endividada Contigo. Quero me arrepender, e não importa se meu filho melhore ou não, estou disposta a me submeter aos Teus arranjos. Por favor, dá-me fé e fica comigo”. Depois da oração, foi como se um peso enorme tivesse sido retirado de mim. Eu me senti muito mais leve e não estava mais tão ansiosa em relação à doença do meu filho.

Um dia, li outra passagem das palavras de Deus que meu deu algum entendimento novo de tudo isso. “Não há correlação entre o dever do homem e se ele é abençoado ou amaldiçoado. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e não deveria depender de recompensa, condições ou razões. Só então ele está fazendo o seu dever. Ser abençoado é quando alguém é aperfeiçoado e desfruta das bênçãos de Deus após experimentar julgamento. Ser amaldiçoado é quando o caráter de alguém não muda depois de ter experimentado castigo e julgamento, é quando não experimenta ser aperfeiçoado, mas, sim, punido. Mas, independentemente de ser abençoados ou amaldiçoados, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve fazer o seu dever apenas para ser abençoado e não deve se recusar a agir por medo de ser amaldiçoado. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia. É através do processo de fazer o seu dever que o homem é gradualmente mudado e é através desse processo que ele demonstra sua lealdade. Assim, quanto mais você for capaz de fazer o seu dever, mais verdade você receberá e mais real sua expressão se tornará” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Isso me mostrou que cumprir o meu dever nada tem a ver com ser abençoado ou amaldiçoado. Como ser criado, deveria cumprir meu dever para retribuir o amor de Deus. Isso é correto e apropriado. É igual a pais que criam seus filhos até a idade adulta — seus filhos deveriam ser filiais. Não deveria se tratar de herdar bens, não deveria ser condicional. Essa é a coisa mais básica que se deveria fazer. Mas eu não estava pensando em como retribuir o amor de Deus em meu dever. Em vez disso, eu queria usar o dever que Deus me deu como vantagem para fazer acordos com Deus, pedindo por graça e bênçãos de Deus pelo pouco que eu tinha dado. Sem isso, eu culpava a Deus. Eu não tinha consciência e tinha decepcionado Deus. Quando meu filho adoeceu, eu estava cheia de exigências e sempre entendia Deus errado e O culpava. Essa ideia me fez odiar a mim mesma. Em silêncio, decidi que, não importando se meu filho melhorasse ou não, eu jamais culparia Deus de novo. Depois disso, meu filho só piorou cada vez mais. Sua saúde piorava a cada dia. Isso era doloroso, e eu estava sofrendo, mas me senti muito mais livre no coração.

E um dia, li isto nas palavras de Deus: “Deus já planejou completamente a gênese, o advento, a duração de vida e o fim de todas as criaturas de Deus, como também a missão de sua vida e o papel que exercem em toda a humanidade. Ninguém pode mudar essas coisas; essa é a autoridade do Criador. O advento de cada criatura, quanto tempo vive, a missão de sua vida — todas essas leis, cada uma delas é ordenada por Deus, da mesma forma como Deus ordenou a órbita de cada corpo celestial; que órbita esses corpos celestiais seguem, por quantos anos, como eles orbitam, que leis eles seguem — tudo isso foi ordenado por Deus há muito tempo, inalterado por milhares, por dezenas de milhares de anos. Isso é ordenado por Deus, e essa é a Sua autoridade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só buscando a verdade pode-se conhecer os feitos de Deus”). Verdade. Deus é o Criador, e a duração da nossa vida está em Suas mãos. Até quando vivemos, o quanto sofremos, o quanto somos abençoados — tudo está nas mãos de Deus. Deus não estenderá a duração de vida de alguém só porque ele fez algumas boas obras, e Ele não encerrará sua vida só porque cometeu muito mal. Não importa se alguém é bom ou mau, quando chega sua hora predeterminada, Deus tirará sua vida. Ninguém pode mudar isso. Há muito tempo, Deus determinou quanto tempo meu filho viveria. Tudo que Ele faz é justo, e eu só devo me submeter aos Seus arranjos e governo. Esse entendimento aliviou parte da minha dor. Eu sabia que, não importava a condição do meu filho, eu devia cumprir o dever de um ser criado e retribuir o amor de Deus.

Em março deste ano, eu me despedi de meu filho para sempre. Mas graças à orientação das palavras de Deus, fui capaz de encarar sua partida corretamente e sofri muito menos. Ao longo desses dois anos, desde o início da doença do meu filho, eu sofri muito, mas foi por meio de tudo isso que vi que meus objetivos e corrupção eram desprezíveis na minha busca por bênçãos na fé. Vi quão profundamente Satanás tinha me corrompido e que, se essa corrupção não for resolvida, ficarei culpando e resistindo a Deus. Essa experiência me mostrou o quanto essa adversidade beneficiou a minha vida. Quanto mais os feitos de Deus se afastam das nossas noções, mais verdade há para buscarmos nisso, e mais isso serve para a nossa salvação.

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