Ser compreensivo significa ter boa humanidade?

07 de Fevereiro de 2025

Por Wang Yin, China

Em 2016, a irmã Ding Rui e eu fizemos uma parceria para supervisionar o trabalho de várias igrejas. Pouco tempo depois disso, um líder superior pediu a Ding Rui que fosse a uma igreja para cuidar de uma carta de relatório lá. No entanto, ela voltou em pouco tempo. Fiquei pensando que o problema lá era complicado. Ela voltou depois de tão pouco tempo — será que solucionou o problema? Não é de surpreender que, em pouco tempo, chegou uma carta do líder superior para Ding Rui, dizendo que ela não tinha resolvido totalmente o problema e que outra pessoa precisaria voltar a verificá-lo. O líder disse a Ding Rui para fazer uma verdadeira autorreflexão e aprender uma lição com isso. Ding Rui ficou bastante abatida depois de ler aquilo e disse: “Não consigo resolver problemas reais em meu dever e atrasei o trabalho da igreja”. Eu sabia um pouco sobre o que estava na carta de relatório, e era uma questão bastante complexa. Envolvia muitas pessoas e exigia a comunicação de muitas coisas. Era preciso falar com os envolvidos individualmente, portanto, não poderia ser feito rapidamente. Eu me perguntava se Ding Rui estava muito ansiosa para encerrar o assunto. Pensei em apontar isso para ela e ajudá-la a refletir sobre si mesma e a se conhecer. Mas então pensei que ela já estava se sentindo triste e, se eu apontasse seus problemas, ela poderia se sentir envergonhada e se tornar ainda mais negativa. E se ela dissesse que eu não tinha empatia e passasse a se distanciar e a ter preconceito contra mim? Nossa parceria era recente, portanto, seria difícil nos darmos bem se as coisas ficassem tensas entre nós. Em um momento como esse, se eu dissesse algumas coisas reconfortantes e encorajadoras, ela sentiria que eu era compreensiva e fácil de conviver. Então, eu a consolei dizendo: “É totalmente normal cometermos erros e falharmos às vezes em nosso trabalho. Não seja muito dura consigo mesma. Quando eu era nova no manuseio de cartas de relatório, tive fracassos piores do que o seu”. Depois, contei a ela sobre minhas experiências de fracasso em meu trabalho. Aquele olhar ansioso desapareceu imediatamente de seu rosto, e ela disse alegremente: “Eu estava preocupada com o que você pensaria de mim. Não imaginava que você fosse uma pessoa tão doce”. Fiquei muito satisfeita comigo mesma quando a ouvi dizer isso. Senti que tinha uma boa humanidade e que era compreensiva. Em outra ocasião, Ding Rui me contou que ela e uma irmã não conseguiam trabalhar bem juntas. Ela sempre falava sobre os problemas da outra irmã, e parecia muito irritada quando falava sobre isso. Percebi que ela era um pouco mesquinha e não tinha autoconsciência. Eu me lembrei de ouvir o líder falar antes sobre o fato de elas não se darem bem. A outra irmã tinha um caráter arrogante, mas Ding Rui adorava fazer críticas e, quando as coisas surgiam, ela não as aceitava de Deus. Ela fazia uma cara feia e ignorava quem quer ferisse seu orgulho. Ela não discutia o trabalho com eles e descarregava sua raiva por meio dele, atrasando o progresso do trabalho. O líder se comunicava com ela, porém ela não fazia uma autorreflexão nem aprendia nada a respeito de si mesma. A outra irmã tinha alguns problemas, mas os de Ding Rui eram piores. Eu queria apontar seus problemas, mas então me perguntava: “Se eu tocasse no assunto, sem poupar palavras, ela diria que eu a estava tratando injustamente? Então, eu não perderia sua boa impressão a meu respeito?”. Assim, eu concordei com ela, dizendo: “A irmã com quem você fez parceria também teve alguns problemas em algumas áreas”.

Mais tarde, o dever de Ding Rui foi mudado e ela assumiu um trabalho diferente. Eu passei a ter uma parceira diferente. Assim que me viu, ela disse: “Quando soube que trabalharia com você, senti uma grande pressão. Ouvi dizer que você tem boa humanidade e trabalha bem com todos. Se nossa parceria for difícil, serei totalmente revelada. Isso definitivamente será um problema com minha humanidade”. Quando ela disse isso, em vez de fazer uma autorreflexão, eu apenas fiquei satisfeita comigo mesma. Senti que realmente tinha uma boa humanidade. E uma vez, uma irmã que era parceira de Ding Rui me viu e disse: “Ela e eu não trabalhamos bem juntas, porém ela sempre diz como vocês duas trabalharam bem juntas. Acho que sou realmente corrupta”. Fiquei pensando que o orgulho de Ding Rui não aguentou porque a irmã foi muito franca, muito direta sobre os problemas de Ding Rui. Ao interagir com ela, eu era tolerante e paciente com seus problemas e não discutia. Eu discutia proativamente qualquer problema de trabalho com ela e buscava muito suas sugestões. Isso evitava qualquer conflito. Pouco tempo depois, ouvi o líder dizer que Ding Rui era muito arrogante e não aceitava verdades — ela nunca trabalhou bem com os outros. Ela foi dispensada porque não mudou depois da comunhão e era ineficaz em seu dever. Mais tarde, o líder trouxe à tona meus problemas, dizendo: “Como líder, não importa a gravidade do problema de um irmão, se você nunca tocar no assunto ou podá-lo e expô-lo, mas sempre cuidar de seus relacionamentos, isso é irresponsável em seu trabalho! Foi assim que você agiu com Ding Rui. Ela não consegue trabalhar bem com mais ninguém, mas fica feliz em trabalhar com você, dizendo que você tem consideração e é compreensiva. Você deve refletir sobre isso!”. Então, outro líder disse: “As avaliações de todos sobre você ultimamente têm sido positivas, dizendo que você é compreensiva e agradável. Todos têm um lugar para você no coração e não buscam verdades nas coisas. Esse é um problema com você. Trabalhando dessa forma, você não está exaltando a Deus nem dando testemunho Dele”. No início, tive dificuldade em aceitar, fui às lágrimas, senti-me injustiçada e criei desculpas em meu coração. Se os outros tinham coisas boas a dizer sobre mim, significava que eu tinha boa humanidade e era fácil de conviver. Como eles poderiam dizer que eu tinha um problema? Então, minha irmã parceira também me lembrou de fazer uma autorreflexão, de forma que finalmente orei a Deus pacificamente, pedindo que Ele me esclarecesse para que eu me conhecesse.

Mais tarde, li duas passagens das palavras de Deus que diziam: “Ao interagir com os irmãos, você precisa desnudar seu coração diante deles e confiar neles para que isso beneficie você. Ao desempenhar seu dever, é ainda mais importante desnudar seu coração e confiar nas pessoas; só assim vocês trabalharão bem juntos. […] Quando interage com outros, você deve primeiro fazer com que percebam seu coração verdadeiro e sinceridade. Se, ao falar e trabalhar em conjunto e fazer contato com outros, as palavras de alguém forem perfunctórias, grandiloquentes, cordialidades, bajulação, irresponsáveis e imaginárias, ou se a pessoa simplesmente falar para buscar o favor da outra, então suas palavras perdem toda credibilidade e ela não é, de modo algum, sincera. Esse é o seu modo de interação com outros, não importa quem esses outros sejam. Tal pessoa não tem um coração honesto. Essa não é uma pessoa honesta. Digamos que alguém esteja num estado negativo e diga a você sinceramente: ‘Diga-me por que, exatamente, eu sou tão negativo. Eu simplesmente não consigo compreender!’. E suponhamos que você realmente entenda o problema dele em seu coração, mas não lhe diga, falando, antes: ‘Não é nada. Você não está sendo negativo; eu também fico assim’. Essas palavras são um grande consolo para essa pessoa, mas a sua atitude não é sincera. Você está sendo perfunctório com ela; a fim de fazê-la se sentir mais confortável e consolada, você se absteve de falar honestamente com ela. Você não está ajudando ela sinceramente nem esclarecendo seu problema para que ela possa deixar sua negatividade para trás. Você não fez o que uma pessoa honesta deveria fazer. Só para tentar consolá-la e garantir que não haja estranhamento nem conflito entre vocês, você foi perfunctório com ela — e isso não é o que significa ser uma pessoa honesta. Então, para ser uma pessoa honesta, o que você deve fazer ao encontrar esse tipo de situação? Você precisa dizer-lhe o que viu e identificou: ‘Eu lhe direi o que vi e o que tenho experimentado. Você decide se o que digo é certo ou errado. Se for errado, você não tem que aceitar. Se for certo, espero que aceite. Se eu disser algo que seja difícil para você ouvir e o magoe, espero que possa aceitar isso de Deus. Minha intenção e propósito é ajudar você. Eu vejo o problema claramente: porque você acha que foi humilhado e ninguém alimenta seu ego e você pensa que todos o menosprezam, que está sendo atacado e que nunca foi tão injustiçado, você não pode aceitar isso e se torna negativo. O que você acha — isso é de fato o que está havendo?’. E, ouvindo isso, ela sente que realmente é o caso. Isso é o que está de fato no seu coração, mas se você não for uma pessoa honesta, você não o dirá. Você dirá: ‘Muitas vezes eu também fico negativo’, e quando a outra pessoa ouve que todos ficam negativos, ela pensa que é normal que ela fique negativa e, no fim, ela não deixa sua negatividade para trás. Se você for uma pessoa honesta e a auxiliar com uma atitude honesta e um coração honesto, você pode ajudá-la a entender a verdade e a deixar sua negatividade para trás(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). “Existem muitas supostas ‘pessoas boas’ no mundo que falam palavras altivas — embora, por fora, elas não pareçam ter cometido nenhum grande mal, elas são especialmente enganosas e escorregadias. São muito boas em seguir o que os outros estão fazendo, em falar suave, com manha. São pessoas boas falsas e hipócritas — apenas fingem ser boas. As que sempre escolhem o meio-termo são as pessoas mais insidiosas de todas. Elas não ofendem ninguém, são suaves e manhosas, são boas em se adaptar a todas as situações, e ninguém consegue ver as falhas delas. São como satanases vivos!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só pela prática da verdade é possível se livrar dos grilhões de um caráter corrupto”). Com as palavras de Deus, compreendi que, se eu disser apenas coisas de apoio e lisonjeiras em minhas interações com os outros e não apontar os problemas que vejo, isso não os ajudará de verdade e não os beneficiará em nada. Deus diz que isso é ficar no meio-termo, ser uma bajuladora astuta. Isso significa ir na direção que o vento sopra, agradar a todos e não ofender ninguém. É ser um Satanás vivo. Ao refletir sobre meu comportamento, vi que eu era exatamente o tipo de pessoa que Deus expôs. Quando Ding Rui não resolveu a carta de relatório e o trabalho teve de ser refeito, eu sabia que era porque ela estava procurando um retorno rápido. Eu devia ter apontado o problema dela e lhe ajudado a refletir sobre si mesma. Mas tinha medo de que ela dissesse que eu não tinha consideração nem humanidade. Então, eu disse algumas palavras de incentivo e até falei sobre meus fracassos para consolá-la. Depois que eu disse tudo aquilo, ela não ficou mais chateada e não refletiu muito sobre seu caráter corrupto. Não há problema em integrar experiências pessoais à comunhão para ajudar os outros, mas é preciso usar principalmente os fracassos e o autoconhecimento para orientar outras pessoas a refletirem e a aprenderem sobre si mesmas. Mas não era isso que eu estava tentando alcançar ao compartilhar meus fracassos pessoais. Meu objetivo era confortar Ding Rui para que ela sentisse que todos eram igualmente corruptos e que errar é totalmente normal. Isso sutilmente permitiu que ela se acomodasse demais. Isso não era dar testemunho de Deus, mas era desorientá-la. Vendo que Ding Rui não conseguia trabalhar bem com os outros e estava sempre criticando, eu não lhe chamei a atenção para isso e até concordei com ela sobre os problemas de outra irmã para que eu pudesse proteger minha boa imagem. E quando a via sendo malcriada, eu simplesmente a deixava levar a melhor. Por isso ela não enxergava seus problemas e se entregava a viver em seu caráter corrupto. Isso não a estava prejudicando?

Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus que dizia: “Tem que haver um padrão para se ter boa humanidade. Isso não envolve tomar a senda da moderação, não aderir a princípios, esforçar-se para não ofender ninguém, bajular em todo lugar para onde for, ser tranquilo e astuto com todos a quem encontrar e fazer com que todos falem bem de você. Esse não é o padrão. Então, qual é o padrão? É ser capaz de se submeter a Deus e à verdade. É abordar o dever que se tem e todo tipo de pessoas, eventos e coisas com princípios e um senso de responsabilidade. Isso é óbvio para todos; cada um tem clareza sobre isso no coração. Além disso, Deus escrutina o coração das pessoas e conhece sua situação, cada uma delas; não importa quem seja, ninguém pode enganar a Deus. Algumas pessoas sempre se gabam de possuir boa humanidade, de nunca falar mal dos outros, nunca prejudicar os interesses de ninguém e alegam nunca ter cobiçado os bens de outras pessoas. Quando há conflito de interesses, elas preferem sofrer perda a se aproveitar dos outros, e todos os demais pensam que elas são boas pessoas. Contudo, ao desempenharem seus deveres na casa de Deus, elas são astutas e evasivas, sempre tramando para si mesmas. Elas nunca pensam nos interesses da casa de Deus, nunca tratam como urgentes as coisas que Deus trata como urgentes, nem pensam como Deus pensa e nunca conseguem colocar de lado seus próprios interesses com o intuito de desempenhar os deveres. Elas nunca renunciam aos próprios interesses. Até quando veem pessoas malignas cometendo o mal, elas não as expõem; elas não têm nenhum princípio qualquer que seja. Que tipo de humanidade é essa? Não é uma humanidade boa(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Ao dar o coração a Deus, pode-se obter a verdade”). Uma pessoa verdadeiramente boa pode aceitar a verdade e se submeter a Deus, é responsável e tem um fardo em seu dever, defende os princípios e protege o trabalho da igreja. Ela também tem princípios com relação aos outros. Ao ver os problemas ou as falhas de um irmão, ela pode oferecer a comunhão e a ajuda apropriadas. Se alguém violar princípios e interromper e perturbar seriamente o trabalho da igreja, ela poderá podar e expor essa pessoa como deve ser, sem agir com base em sentimentos e no medo de ofendê-lo, mas poderá defender princípios e proteger o trabalho da igreja. Isso é realmente ter uma boa humanidade. Eu costumava pensar que deixar de podar alguém por seus erros, expor suas deficiências ou envergonhá-lo era ser uma pessoa compreensiva e de boa humanidade. Durante anos, não importava com quem eu interagisse, sempre escolhia minhas palavras que fossem reconfortantes e agradáveis. Eu estava sempre pensando em como fazer os outros sentirem que eu era razoável e compreensiva, adaptando-me ao humor deles, dizendo coisas reconfortantes. Eu não apontava diretamente os problemas que via nos deveres dos outros, e até dizia coisas agradáveis e consoladoras para enganá-los, ou abordava os problemas de forma bem gentil. Todos me elogiavam por ter boa humanidade e ser de fácil convivência. Eu me via como uma boa pessoa e me orgulhava disso. Por meio da exposição das palavras de Deus, percebi que, durante anos, as maneiras pelas quais eu achava que estava sendo uma boa pessoa eram, na verdade, filosofias de Satanás para os tratos mundanos. Eu parecia ter boa humanidade — era complacente e não ofendia ninguém. Mantinha boas relações com todos, mas, em meu coração, eu só considerava meus interesses. Eu era totalmente irresponsável com meu trabalho e com a entrada de outras pessoas na vida. Eu não era nem de longe uma boa pessoa. Era egoísta, vil e uma bajuladora enganosa, uma falsa pessoa legal. Pensando em como eu costumava me gabar de ter uma boa humanidade e me considerava uma boa pessoa, eu era realmente muito sem-vergonha. Quando percebi isso, fiz uma oração: “Deus, Tuas palavras me mostraram o que é uma humanidade verdadeiramente boa. Quero colocar a verdade em prática e ser alguém com uma boa humanidade”.

Em seguida, a igreja me colocou em parceria com Chen Lin e Li Yue para regar novos crentes. Em pouco tempo, descobri que Li Yue era perfunctória e irresponsável em seu dever. Ela estava sempre ocupada com assuntos pessoais, o que atrasava o trabalho. Chen Lin e eu nos comunicamos com ela, dizendo-lhe que priorizasse as coisas para que o trabalho de igreja não fosse atrasado. Para minha surpresa, ela não aceitou isso, mas deu desculpas e perdeu a paciência. Chen Lin integrou as palavras de Deus em sua comunhão e dissecação de seu problema, mas Li Yue não tinha nenhuma autoconsciência. Ela disse que não tinha estatura e que não conseguia colocar a verdade em prática. Ao vê-la agir daquela maneira, pensei que, se continuasse a dissecar seu problema, ela com certeza diria que eu era exigente, que não tinha uma boa humanidade e que a estava limitando. Achei que não deveria expô-la para que continuássemos a nos dar bem. Então, educadamente, eu a tranquilizei: “Sua estatura é pequena, e podemos entender. Apenas não atrase o trabalho no futuro”. Quando eu disse isso, as sobrancelhas franzidas de Li Yue relaxaram e ela não ficou mais tão chateada. Depois disso, ela se tornou muito amigável comigo. Fiquei muito feliz e senti que tive uma boa abordagem para me comunicar. Embora eu tenha apontado seu problema, ela ainda pensava bem de mim. Mais tarde, Li Yue ainda não tinha um fardo em seu dever, e até se tornou preconceituosa com Chen Lin, dizendo que ela era muito exigente. Chen Lin apontou meu problema, dizendo: “Você sabe qual foi a natureza de sua comunicação com Li Yue no outro dia? Nós nos comunicamos com ela para ajudá-la a se conhecer, a refletir sobre si mesma e a se arrepender. Mas o que você fez não só não a ajudou a refletir, como também a fez pensar que você é compreensiva e que eu sou muito exigente com ela. Esse comportamento tem uma natureza perturbadora e prejudicial e não a ajudou em nada”. As palavras de Chen Lin foram muito dolorosas para mim. Em minha dor, orei a Deus: “Deus! Diante da poda, não percebi a gravidade dessa questão. Mas sei que tudo o que encontro todos os dias é permitido por Ti. Por favor, esclarece e guia-me para que eu me conheça”.

Depois disso, li uma passagem das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “A primeira técnica que os anticristos usam para controlar as pessoas é conquistar o coração delas. Quantas maneiras existem para conquistar o coração das pessoas? Uma delas é atraí-las com pequenos favores. Às vezes, os anticristos dão às pessoas algumas coisas boas, às vezes, as elogiam, às vezes, lhes fazem pequenas promessas. E, às vezes, os anticristos veem que alguns deveres podem permitir que as pessoas fiquem sob os holofotes ou que os outros acham que esses deveres podem trazer vantagens para quem os desempenha e fazer com que todos os estimem, e eles atribuem esses deveres àqueles que querem conquistar. […] Algumas pessoas são excessivamente sentimentais e estão sempre limitadas por seus sentimentos ao desempenhar seus deveres, e seu líder diz: ‘Isso é por causa de sua baixa estatura, está tudo bem’. Algumas pessoas são preguiçosas e desleais no desempenho do dever, mas seu líder não as repreende, em vez disso diz coisas gentis que elas querem ouvir a todo momento para agradá-las e ser chamado de bom por elas, e para mostrar-lhes o quanto é compreensivo e amoroso. Essas pessoas pensam: ‘Nosso líder é como uma mãe amorosa. Ele de fato tem amor por nós — realmente representa Deus. Ele realmente é de Deus!’. A implicação implícita disso é que seu líder pode agir como porta-voz de Deus, que pode representar Deus. Esse é o objetivo do líder? Talvez não esteja tão claro, mas um de seus objetivos é óbvio: ele quer que as pessoas digam que ele é um líder maravilhoso, que é atencioso aos outros, que tem empatia pelas fraquezas das pessoas e que entende muito bem o coração delas. Quando um líder de igreja vê irmãos desempenhando os deveres perfunctoriamente, ele pode não os repreender, embora devesse. Quando vê claramente que os interesses da casa de Deus estão sofrendo, ele não se preocupa com isso nem faz nenhuma indagação, e não causa a menor ofensa aos outros. Na verdade, ele não está mostrando consideração pelas fraquezas das pessoas; em vez disso, sua intenção e objetivo são conquistar o coração das pessoas. Ele tem plena consciência de que: ‘Desde que eu faça isso e não ofenda ninguém, pensarão que sou um bom líder. Terão uma opinião boa e elevada de mim. Eles me aprovarão e vão gostar de mim’. Ele não se importa com os danos causados aos interesses da casa de Deus, nem com as grandes perdas causadas à entrada do povo escolhido de Deus na vida, nem com o quanto a vida da igreja é perturbada, ele simplesmente persiste em sua filosofia satânica e não ofende ninguém. Nunca há nenhuma autocensura em seu coração. Quando vê alguém causando interrupções e perturbações, no máximo troca algumas palavras com a pessoa sobre o assunto, minimizando a questão, e depois encerra o assunto. Ele não comunicará a verdade nem apontará a essência do problema para essa pessoa, muito menos dissecará o estado dela e nunca comunicará quais são as intenções de Deus. Um falso líder nunca expõe nem disseca os erros que as pessoas cometem com frequência nem os caracteres corruptos que elas revelam repetidamente. Não resolve nenhum problema real, mas, em vez disso, sempre satisfaz as práticas errôneas e as revelações de corrupção das pessoas e, não importa o quanto as pessoas sejam negativas ou fracas, ele não leva isso a sério. Ele simplesmente prega algumas palavras e doutrinas e fala algumas palavras de exortação para lidar com a situação de maneira perfunctória, tentando manter a harmonia. Consequentemente, o povo escolhido de Deus não sabe como refletir e conhecer a si mesmo, não há resolução para os caracteres corruptos que revela, e vive em meio a palavras e doutrinas, noções e imaginações, sem qualquer entrada na vida. Até acredita em seu coração: ‘Nosso líder tem ainda mais compreensão de nossas fraquezas do que Deus. Nossa estatura é muito baixa para estar à altura das exigências de Deus. Só precisamos cumprir as exigências de nosso líder; ao nos submetermos a ele, estamos nos submetendo a Deus. Se chegar um dia em que o alto dispensar nosso líder, nós nos faremos ouvir; para manter nosso líder e impedir que ele seja dispensado, negociaremos com o alto e o forçaremos a concordar com as nossas exigências. É assim que defenderemos nosso líder’. Quando as pessoas têm tais pensamentos no coração, quando estabelecem esse relacionamento com seu líder e esse tipo de dependência, inveja e adoração surgem em seu coração em relação ao líder, elas passam a ter uma fé cada vez maior nesse líder e sempre querem ouvir as palavras dele, em vez de buscar a verdade nas palavras de Deus. Tal líder quase ocupou o lugar de Deus no coração das pessoas. Se um líder está disposto a manter tal relacionamento com o povo escolhido de Deus, se ele sente prazer com isso em seu coração e acredita que o povo escolhido de Deus deve tratá-lo assim, então não há diferença entre esse líder e Paulo, ele já pisou na senda de um anticristo, e o povo escolhido de Deus já foi desorientado por esse anticristo e está completamente sem discernimento(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item um: Eles tentam conquistar o coração das pessoas”). Deus expõe os anticristos como incrivelmente desprezíveis e perversos. Para fortalecer seu lugar no coração dos outros, eles nunca ofendem as pessoas. Se percebem que alguém está violando os princípios, não comunicam a verdade para resolver o problema ou expor e pôr um fim a ele. Em vez disso, eles dizem coisas agradáveis para ganhar o apoio dos outros, para que gostem deles, pensem que eles são amáveis, compreensivos e perdoadores, mas resistem e não gostam das palavras e exigências de Deus e não as praticam nem entram nelas. Os anticristos trazem os outros diante de si mesmos. Refleti sobre como a natureza de minhas ações era exatamente como a de um anticristo. Vi claramente erros nos deveres dos irmãos, inclusive alguns que eram sérios e já tinham afetado o trabalho, portanto, eu devia tê-los apontado. Assim, eles poderiam ver a essência do problema e suas graves consequências, e se arrepender rapidamente. Mas eu tinha medo de que expor os problemas das pessoas pudesse ofendê-las, por isso, eu cedia à carne delas, dizendo algumas coisas que soavam bem para ganhar seu apoio. Ao comunicar e expor o problema de Li Yue, não colaborei com Chen Lin para orientar Li Yue a se conhecer, mas tive medo de que ela tivesse preconceito contra mim se eu falasse de forma severa, então, agi de acordo com seus sentimentos, sendo simpática. Isso me fez parecer mais amável do que Chen Lin, capaz de perdoar e tolerar suas fraquezas, tornando Li Yue incapaz de reconhecer os próprios problemas e resistente a Chen Lin. Também agi assim com Ding Rui. Eu via o problema dela, mas, em vez de me comunicar e ajudar, orientando-a a refletir e a enxergar seu problema, eu sempre a satisfazia. Não estava exaltando a Deus nem dando testemunho Dele em meu dever dessa forma, e não estava cumprindo minhas responsabilidades. Eu era uma líder, mas quando via irmãos violando princípios ao agirem com base em seus caracteres corruptos, eu não comunicava a verdade para resolver o problema, mas cedia à carne deles, dizendo algumas coisas reconfortantes para enganá-los. Eu permitia que eles vivessem em caracteres corruptos, acomodando-os e poupando-os. A natureza do que eu fazia era a de impedir que os outros entrassem na verdade realidade. Eles não conheciam a verdade nem tinham um entendimento de Deus, eram resistentes às Suas exigências e não gostavam delas. Mas todos me achavam ótima, dizendo que eu era perdoadora e compreensiva, e que eles estavam se aproximando de mim. Isso não era desorientar as pessoas? Vi que, ao viver de acordo com as filosofias satânicas e ser legal, eu não estava fazendo nada além de mal. Parecia que eu estava tratando bem os outros, mas, na verdade, eu estava prejudicando os irmãos e atrasando o trabalho da igreja. Eu era hipócrita demais! Usava uma tática dissimulada para conquistar a admiração e a adoração dos outros. Eu estava na senda de um anticristo! Durante esses anos, abandonei minha família e meu emprego para desempenhar deveres. Sofri bastante e trabalhei muito também. Nunca imaginei que acabaria na senda de um anticristo. O medo tomou conta de meu coração. Senti-me ainda mais nauseada e com nojo de mim mesma. Em lágrimas, orei: “Ó Deus! Tenho buscado status e protegido meus relacionamentos para ganhar o apoio dos outros. Esse meu caráter é tão repugnante para Ti e, se eu for punida, isso será Tua justiça. Deus, estou disposta a me arrepender”.

Pouco tempo depois, Li Yue ainda estava sendo superficial em seu dever, sem realizar nada, e ainda não tinha mudado depois da comunhão. Contamos ao nosso líder sobre os problemas dela. Alguns dias depois, o líder participou de nossa reunião e comunicou os problemas de Li Yue para ajudá-la. Mas Li Yue ainda não se conhecia. O líder pediu que eu e Chen Lin declarássemos nossas posições: considerando a situação, Li Yue deveria ser dispensada? Essa pergunta me pegou um pouco de surpresa. Fiquei pensando que, já Li Yue estava sentada bem ali, como eu poderia dizer alguma coisa? Se eu falasse a verdade e ela fosse dispensada, ela poderia me odiar. Senti que não deveria me manifestar. Naquele momento, senti uma forte pontada de culpa. Percebi que, mais uma vez, eu estava pensando em proteger meu lugar no coração dos outros. Fiz uma oração silenciosa a Deus em meu coração: “Deus, novamente estou pensando em viver de acordo com filosofias satânicas, protegendo minha imagem, agindo como uma bajuladora. Por favor, orienta-me a falar a verdade e a me rebelar contra meus motivos incorretos”. Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus. Deus diz: “Se o seu coração é cada vez mais honesto e se volta cada vez mais para Deus, e se você sabe proteger os interesses da casa de Deus quando desempenha seu dever, e sua consciência pesa quando você deixa de proteger esses interesses, isso é prova de que a verdade teve um efeito sobre você e se tornou sua vida. Quando a verdade se tornar vida em você, quando você observar alguém que blasfema contra Deus, que não tem temor de Deus e que é perfunctório ao desempenhar o dever, ou que interrompe e perturba o trabalho da igreja, você responderá de acordo com as verdades princípios e será capaz de identificá-lo e expô-lo conforme necessário(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). As palavras de Deus me mostraram que, quando as coisas acontecem, temos de ficar do lado de Deus e apoiar o trabalho de igreja. Quando vemos os outros violando princípios, interrompendo o trabalho de igreja, não podemos protegê-los, mas devemos seguir as verdades princípios. Essa é a verdadeira semelhança humana que Deus nos pede para vivermos. Com base no comportamento de Li Yue, ela não era adequada para continuar realizando aquele trabalho naquele momento. Eu não podia ter medo de ofendê-la, mas tinha de defender o trabalho da igreja, ser uma pessoa honesta e esclarecer minha posição. Então, expliquei minha perspectiva. Após ponderar tudo, o líder dispensou Li Yue.

Depois disso, fui designada para desempenhar um dever com a irmã Wang Jia. Em nossas interações, notei que às vezes ela adiava o trabalho de igreja por questões pessoais. Comuniquei a ela que o trabalho tinha de vir em primeiro lugar. Em pouco tempo, ouvi nossa líder dizer que iria promover Wang Jia para gerenciar um item de trabalho. Eu achava que Wang Jia tinha calibre e era capaz, portanto, não haveria problema se ela ficasse encarregada do trabalho. Mas quando seus assuntos pessoais entravam em conflito com o trabalho, às vezes ela não priorizava o dever. Se ela não se desse conta desse problema, será que o trabalho seria atrasado com ela no comando? Como sua parceira, eu tinha a responsabilidade de comunicar e apontar isso para ela. Mas, quando o assunto chegou à ponta da língua, hesitei. Eu já havia me comunicado com ela sobre esse tipo de problema. Se eu falasse sobre isso novamente, ela diria que eu não desistia do assunto, mas que estava expondo suas falhas sem parar? Percebi que estava no estado errado novamente, por isso, orei em silêncio. Lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus que eu havia lido antes e que dizia: “Deus exige que as pessoas contem a verdade, digam o que pensam, e não iludam, desorientem, zombem, satirizem, ridicularizem, debochem nem restrinjam os outros nem exponham suas fraquezas nem os machuquem. Esses não são os princípios da fala? O que significa dizer que não se deve expor as fraquezas das pessoas? Significa não jogar lama em outras pessoas. Não se agarre aos seus erros ou falhas do passado para julgá-las ou condená-las. Esse é o mínimo que você deveria fazer. Do lado proativo, como a fala construtiva se expressa? Ela é principalmente encorajadora, orientadora, condutora, exortadora, compreensiva e confortadora. Também, em alguns casos especiais, torna-se necessário expor diretamente os erros das outras pessoas e podá-las, para que elas ganhem conhecimento da verdade e desejem se arrepender. Só então o efeito esperado é alcançado. Esse jeito de praticar é de grande benefício para as pessoas. É de verdadeira ajuda para elas, e é construtivo para elas, não é? […] E o que, em suma, é o princípio por trás da fala? É este: diga o que está no seu coração e comunique suas experiências reais e o que você realmente pensa. Essas palavras são as mais benéficas para as pessoas, elas provêm para as pessoas, elas as ajudam, elas são positivas. Recuse-se a dizer aquelas palavras falsas, aquelas palavras que não beneficiam nem edificam as pessoas; isso evitará que você as prejudique ou que elas tropecem, lançando-as em negatividade e tendo um efeito negativo. Você deve dizer coisas positivas. Você deve se esforçar para ajudar as pessoas o máximo possível, para beneficiá-las, prover para elas, produzir nelas fé verdadeira em Deus; e você deve permitir que as pessoas sejam ajudadas e ganhem muito com as suas experiências com as palavras de Deus e com o jeito de você resolver problemas, e para que possam entender a senda de experimentar a obra de Deus e entrar na verdade realidade, permitindo que elas tenham entrada na vida e façam sua vida crescer — tudo isso é o efeito de suas palavras quando elas têm princípios e edificam as pessoas(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (3)”). Encontrei uma senda de prática a partir das palavras de Deus. Em minhas interações, tenho de dizer a verdade para que as pessoas possam se beneficiar e ser edificadas. Não posso insultá-las, ser sarcástica ou zombar delas. Também entendi que quando Deus diz para não expormos as fraquezas das pessoas, trata-se de não nos apegarmos a seus erros ou deficiências, julgando-as e condenando-as. Apontar e expor seus problemas para que possam aprender uma lição não é expor fraquezas, mas é uma ajuda amorosa. Wang Jia não conhecia a si mesma, e apontar seu problema era lembrá-la e ajudá-la. Mesmo que ela não aceitasse isso imediatamente e pensasse mal de mim, eu deveria lidar com isso de forma apropriada. Enquanto ela perseguisse a verdade, mais tarde buscaria a verdade, conheceria a si mesma e mudaria. Entendendo isso, comuniquei a Wang Jia sobre seu problema. Mais tarde, ela disse em um ensaio que escreveu: “Se a irmã com quem fiz parceria não tivesse exposto e dissecado meu problema, eu não teria feito uma autorreflexão nem percebido a gravidade do meu problema, muito menos me arrependido e mudado”. Ao ver que Wang Jia havia ganhado esse entendimento, agradeci a Deus em meu coração. Foram as palavras de Deus que me ajudaram a ver a verdadeira face de meu comportamento de pessoa legal e a mudar minha perspectiva equivocada sobre a busca. Graças a Deus por Sua salvação!

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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