59. A decisão de largar a escola
Desde pequena, meus pais me diziam que, já que não tinham um filho, só duas meninas, eu e minha irmã mais velha, eles não conseguiam manter a cabeça erguida perto da família, por isso eu teria que estudar muito, deixá-los orgulhosos e mostrar à família que filhas valiam tanto quanto filhos. Quando meus pais disseram isso, fiquei profundamente impressionada e decidi estudar muito, deixá-los orgulhosos e trazer-lhes honra. Eu sempre estudei bastante e tive notas boas. Quando a geração mais velha perguntava como eu estava indo, minha mãe sempre parecia tão feliz quando respondia, e isso me dava muita alegria. Eu sentia que estava ganhando respeito para ela e deixando-a orgulhosa.
Na pós-graduação, meus pais me diziam: “Você precisa ir bem nesse curso e depois fazer o doutorado. Então poderá conseguir um emprego confortável como professora universitária, ganhar muito dinheiro e deixar-nos orgulhosos”. Ouvir isso me deixava muito estressada. Depois de todos esses anos de estudo, eu já estava cansada de provas. Pensei nas pessoas que se matavam por causa do estresse de um doutorado e tive medo de ter o mesmo fim, então não quis mais estudar. Mas vendo os olhos dos meus pais, cheios de expectativas para mim, eu não conseguia dizer não. Nessa época, eu já havia aceitado a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, mas, por estar tão ocupada, eu não conseguia participar das reuniões. Foi só na pós-graduação, quando eu estava envolvida num programa de apoio a professores numa região rural, que consegui participar das reuniões na igreja local. Numa reunião, a irmã Zhang Lu me disse que cada vez mais pessoas estavam aceitando a obra de Deus dos últimos dias e que havia necessidade urgente de regadores. Ela perguntou se eu estaria disposta a regar recém-convertidos. Eu sabia que, como um ser criado, eu tinha desfrutado de muita graça de Deus e do sustento da verdade e que eu deveria retribuir o amor de Deus desempenhando um dever, por isso concordei com alegria. Enquanto regávamos os recém-convertidos, minha irmã parceira e eu orávamos e confiávamos em Deus para comunicar a palavra de Deus e resolver suas dificuldades. Vê-los criando raízes gradualmente no caminho verdadeiro e seus problemas sendo resolvidos nos deixava muito felizes, e nos fazia sentir que nossos deveres eram muito significativos.
Mais tarde, quando um número cada vez maior de recém-convertidos precisava ser regado, eu quis abandonar a pós-graduação para desempenhar meu dever em tempo integral, mas então me lembrei de como meus pais tinham depositado toda a sua esperança em mim. Se eu abandonasse a faculdade, os moradores do vilarejo continuariam menosprezando meus pais. Eles tinham investido tanto em mim, como eu poderia decepcioná-los? Eu hesitei, sem saber o que fazer. Um dia, li uma passagem da palavra de Deus: “Você é um ser criado — você deveria, é claro, adorar a Deus e buscar uma vida com significado. Se você não adorar a Deus, mas viver dentro de sua carne imunda, então você não é só um animal com vestes humanas? Já que você é um ser humano, você deveria se despender por Deus e aguentar todo sofrimento! Você deveria aceitar o pequeno sofrimento a que é submetido hoje com alegria e certeza e viver uma vida significativa, como Jó e Pedro. Neste mundo, o homem veste a roupa do diabo, come a comida do diabo e trabalha e serve debaixo do polegar do diabo, ficando completamente pisoteado em sua imundice. Se você não compreender o significado da vida ou obtiver o verdadeiro caminho, então que significado há em viver assim? Vocês são pessoas que buscam o caminho correto, aquelas que buscam melhoria. Vocês são as pessoas que se levantam na nação do grande dragão vermelho, aqueles a quem Deus chama de justos. Não é essa a vida mais significativa?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prática (2)”). A palavra de Deus me mostrou que sou um ser criado, que minha vida me foi dada por Deus e que eu deveria viver para Deus. Buscar a verdade em meu dever, livrar-me do meu caráter corrupto e alcançar a salvação de Deus: isso é uma vida significativa que vale a pena. Por tantos anos minha vida tinha consistido em estudar e ensinar para fazer meus pais felizes. Eu sempre estava ocupada, mas me sentia vazia por dentro. Eu nem sabia para que tudo aquilo servia. Nem em meu tempo livre eu sabia o que poderia fazer que fosse significativo. Eu não sabia como me livrar dessa sensação de vazio. Tentei tantas coisas, como tocar instrumentos, pintar, ler, ouvir música e correr, mas nada disso mudava como eu me sentia. Eu continuava vazia por dentro. Minha vida ainda estava sem direção e propósito. Refleti também sobre meus anos de trabalho acadêmico árduo. Embora tivesse entrado na pós-graduação, e os elogios e o reconhecimento das pessoas ao meu redor satisfizessem minha vaidade, essas coisas não me traziam realização nem conforto espiritual. Em face dos grandes desastres, nem o conhecimento mais elevado pode salvar as pessoas. Só se buscar a verdade, cumprir bem um dever e se livrar do seu caráter corrupto você poderá ser salvo por Deus e sobreviver. Quando entendi isso, orei a Deus e decidi entregar minha carta de resignação à faculdade e pedir minha saída da faculdade de pós-graduação.
Um dia, depois de voltar para casa após regar recém-convertidos, vi que minha família tinha me enviado várias e várias mensagens tentando entrar em contato comigo. Meu coração começou a palpitar. O que eu faria se eles se opusessem a mim de desempenhar um dever? Liguei para a minha mãe, e ela gritou comigo no telefone: “É muita ousadia sua resignar e largar a faculdade sem nos contar!”. Então, minha família veio às pressas da minha cidade natal especificamente para mandar que eu voltasse a ensinar e terminasse a pós-graduação, caso contrário, me levariam de volta com eles. Temi que eles realmente fossem fazer isso e que, nesse caso, eu não poderia mais me reunir nem desempenhar um dever. Assim, voltei a dar aulas. Mas eu me senti muito incomodada e culpada. Pensei na propagação rápida do evangelho de Deus dos últimos dias, com todos os recém-convertidos precisando de rega e que eu deveria estar desempenhando meu dever. Mas quando pensava nas esperanças que meus pais tinham depositado em mim, eu me sentia dividida. Achava que eu lhes devia e temia magoá-los. Numa reunião, os outros souberam do meu estado e leram algumas palavras de Deus para mim. Deus Todo-Poderoso diz: “Não existem muitos entre vocês que têm oscilado entre o certo e o errado? Em disputas entre positivo e negativo, preto e branco, vocês certamente estão cientes das escolhas que fizeram entre família e Deus, filhos e Deus, paz e ruptura, riquezas e pobreza, status e mediocridade, ser apoiado e ser descartado etc. Entre uma família pacífica e uma família rompida, vocês escolheram a primeira e o fizeram sem qualquer hesitação; entre riquezas e dever, vocês novamente escolheram as primeiras, faltando-lhes até mesmo a vontade de retornar para a costa; entre luxo e pobreza, vocês escolheram o primeiro; ao escolher entre seus filhos, filhas, esposas e maridos e Eu, vocês escolheram os primeiros; e entre noção e verdade, vocês, mais uma vez, escolheram a primeira. Confrontado com todos os tipos dos seus atos malignos, Eu simplesmente perdi a fé em vocês. Simplesmente Me espanta que seu coração seja tão resistente a ser amolecido. Aparentemente, muitos anos de dedicação e esforço nada Me trouxeram senão seu abandono e desespero, mas Minhas esperanças para vocês crescem a cada dia, pois Meu dia foi completamente revelado diante de todos. No entanto, vocês persistem em buscar coisas sombrias e malignas, e se recusam a largar o controle sobre elas. Qual, então, será seu desfecho? Alguma vez vocês já consideraram isso com cuidado? Se fossem solicitados a escolher novamente, qual, então, seria sua atitude? Ainda seria a mesma de antes? Vocês ainda Me trariam decepção e tristeza miserável?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A quem você é leal?”). Eu fiquei muito comovida quando li essas palavras. Deus Se tornou carne para operar e nos salvar e Ele derramou Seu coração e Sua alma em nós para que, no fim, possamos ser salvos e sobreviver. Qualquer pessoa com consciência e razão deveria desempenhar bem um dever para satisfazer a Deus. Mas sempre que eu escolhia desempenhar um dever, eu me sentia como se estivesse decepcionando meus pais, que tinham investido tanto em mim e que eu não estava retribuindo, desperdiçando todo o seu amor e devoção. Eu também temia que, ao desistir da pós-graduação, eu não trouxesse honra para os meus pais e que eles fossem menosprezados na família de novo. Eu só conseguia pensar em como satisfazer meus pais e até desisti do meu dever para poupá-los da dor. Como um ser criado, eu tinha desfrutado do sustento da palavra de Deus, mas não estava desempenhando o dever de um ser criado para retribuir o amor de Deus. Eu era sem consciência demais, e estava decepcionando a Deus! Embora fosse tão rebelde, Deus não me abandonou. Ele continuou me guiando e me apoiando por meio dos irmãos. Mas eu retribuía a Deus com nada além de dor e decepção. Não estava vivendo à altura dos esforços minuciosos que Deus tinha investido em mim. Eu me senti muito arrependida e culpada e orei a Deus: “Deus, não estou satisfazendo a Ti. Devo tanto a Ti. Por favor, dá-me fé e força e guia-me a fazer a escolha certa”. Depois de orar, escrevi uma carta à minha família, informando-lhes que eu tinha decidido abandonar a pós para desempenhar um dever.
Mais tarde, meus pais disseram: “Se você se atrever a deixar a faculdade, tomaremos uma overdose e estaremos mortos amanhã”. Foi desesperador ouvir meus pais dizerem isso, e eu orei a Deus: “Deus, não importa o que digam, eu não Te trairei! Só peço que Tu me dês as palavras certas. Minha estatura é tão baixa, e temo que eu diga algo sem querer que Satanás possa usar contra mim por causa da minha ignorância e tolice. Por favor, guia-me a permanecer firme em meu testemunho”. Depois de orar, eu me acalmei um pouco e lhes disse aos meus pais: “Vocês sabem que eu escolhi a senda certa, por que, então, estão me coagindo assim? Eu só quero crer em Deus, buscar a verdade e cumprir meu dever. Não podem apenas deixar que eu escolha minha senda?”. Furiosa, minha mãe respondeu: “Sei que crer em Deus é a senda certa, mas para desempenhar um dever você desistiu de seus estudos. Acha que foi fácil pagar pela sua educação todos esses anos? Você não pode ser tão egoísta!”. Quando minha mãe disse isso, eu pensei: “O homem é criado por Deus. Tudo que desfrutamos é dado por Ele. Desempenhar um dever e despender-nos por Deus é nossa responsabilidade e obrigação. Não desempenhar um dever só para satisfazer meus pais seria egoísta”. Assim, eu lhes disse: “Eu tomei uma decisão. Não importa como tentem me obstruir, mesmo assim vou desempenhar um dever”. Agitada, minha mãe disse: “Gastamos tanto com você para que pudesse ser bem-sucedida e nos deixar orgulhosos diante do resto da família e para que pudéssemos ter uma vida mais fácil. Por que você não pensa nem um pouco em nós? Você é tão fria!”. Minha irmã também me ligou para me repreender: “Você percebe que, se largar a pós-graduação, todos no vilarejo nos menosprezarão e que nossos pais serão desonrados? Se você ousar parar de estudar e trabalhar, chamarei a polícia para prender todos vocês, crentes!”. Foi tão deprimente ouvir minha família dizer essas coisas. No fim das contas, tudo que tinham feito por mim foi apenas um investimento. Enquanto eu fazia pós-graduação, deixando-os orgulhosos diante de amigos e parentes, eles falavam comigo mansamente, dizendo que eu era a filha mais amada. Mas quando busquei a verdade e passei a desempenhar um dever em vez de trazer-lhes honra, eles passaram a me insultar. O esforço que puseram em mim não foi por amor a mim, mas porque estavam me usando. Lembrei-me da palavra de Deus que diz: “O ‘amor’, como é chamado, refere-se a um afeto que é puro e sem máculas, em que você usa o coração para amar, sentir e ser atencioso. No amor, não há condições, nem barreiras, nem distância. No amor não há desconfiança, nem engano, nem esperteza. No amor não há negociações ou adulterações” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”). Essa é a definição de Deus para o amor. Só o amor de Deus pela humanidade é puro e sem mácula. Para salvar a humanidade da corrupção e dos danos de Satanás, Deus encarnou duas vezes e falou milhões de palavras da verdade, pagando um preço em silêncio por nós. Deus nunca pediu nada de nós. Ele só espera que consigamos buscar a verdade e alcançar a salvação. Só o amor de Deus por nós é altruísta. O “amor” da minha família por mim era usar-me para ganhar o respeito dos outros. Isso não era amor, era uma transação, uma relação que descaradamente buscava benefícios. Lembrei-me de que Deus diz: “As pessoas que vivem na carne veem como prazer os vários relacionamentos e laços familiares da carne. Acreditam que as pessoas não podem viver sem seus entes queridos. Por que é que você não pensa em como você veio para o mundo do homem? Você veio sozinho, originalmente sem relações com os outros. Deus traz as pessoas para cá, uma por uma; quando você veio, você, de fato, estava sozinho” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). A relação entre membros da família pode ser próxima na carne, mas não há conexão espiritual. Cada pessoa foi preordenada por Deus para vir a este mundo. Todos têm seu papel a exercer e sua missão a cumprir. Embora sejam minha mãe, meu pai, minha irmã em sangue, não temos uma conexão espiritual. Eles só me criaram, cumpriram sua responsabilidade e melhoraram minha vida física, mas eles não podem decidir meu futuro nem destino, muito menos salvar-me da corrupção e dos danos de Satanás. Só Deus pode me dar a verdade e a vida e me purificar e salvar. Meus pais não me permitiam desempenhar um dever, tentando me manter longe de Deus e me fazer perder Sua salvação, o que estava me prejudicando e arruinando minha vida. Eu não podia ser constrangida por eles. Quando percebi isso, eu orei a Deus: “Deus, obrigada por me dar algum discernimento da minha família. Por favor, guarda meu coração para que eu permaneça firme!”. Na tarde seguinte, saí da faculdade para desempenhar meu dever.
Mais tarde, eu pensei: “Sei que escolhi a senda certa, então, quando minha família me obstrui e tenta fazer com que eu desista do meu dever, por que eu sempre me sinto constrangida pelos afetos, como se eu lhes devesse tanto? O que, exatamente, é isso?”. Durante uma devoção espiritual, li a palavra de Deus que dizia: “No passado, as pessoas sempre agiam de acordo com sua consciência e a usavam para avaliar todos. O tempo todo, as pessoas precisavam passar no teste da consciência, sempre acharam que a fofoca era assustadora, e temiam ser ridicularizadas, ou ganhar uma reputação ruim, ou ser chamadas de ‘sem consciência, uma pessoa má’. Assim, com relutância, tiveram que dizer e fazer algumas coisas para enfrentar o ambiente. Como essas coisas deveriam ser avaliadas agora? (Segundo as verdades princípios.) Como eram as coisas no passado, quando a vida das pessoas estava presa pelas noções e falácias dos não crentes? Como exemplo, desde que você era pequeno, seus pais ficavam doutrinando você com palavras como: ‘Quando você crescer, você precisa nos deixar orgulhosos; precisa trazer honra para nossa família!’. Que significado essas palavras têm para você? Um encorajamento ou uma restrição? Uma influência positiva ou um tipo de controle negativo? Fato é que são um tipo de controle. Seus pais definiram uma meta para você com base em alguma declaração ou teoria que as pessoas consideram certa e boa, obrigando-o a viver a vida a serviço dessa meta, e você acaba perdendo a liberdade. Por que você acaba perdendo a liberdade e caindo sob seu controle? Porque as pessoas acham que trazer honra para a família é algo bom que deveria ser feito. Se você não concordar com esse pensamento nem tiver a ambição de fazer coisas que tragam honra para sua família, você é visto como um tolo desperdício de espaço, como um perdedor inútil, e as pessoas o menosprezarão. A fim de ser bem-sucedido, você precisa estudar muito, adquirir sempre mais habilidades e trazer honra para o nome de sua família. Desse jeito, as pessoas não o intimidarão no futuro. Todas essas coisas que você faz em nome dessa meta não são, de fato, grilhões que o prendem? (São.) Já que buscar sucesso e trazer honra para a família é o que seus pais exigem e já que eles estão agindo em seu melhor interesse para que você tenha uma vida boa e deixe sua família orgulhosa, é natural que você aspire ter esse estilo de vida. Mas, efetivamente, essas coisas são um tipo de problemas e grilhões. Quando as pessoas não entendem a verdade, elas acham que essas coisas são positivas, a verdade, o caminho certo e, portanto, elas as tomam como certas e as cumprem ou obedecem a elas e absolutamente satisfazem essas palavras e exigências que vêm de seus pais. Se você vive segundo essas palavras, trabalhando muito e dedicando sua juventude e toda sua vida a elas e finalmente chega ao topo, vive uma vida boa e orgulha sua família, você pode ser brilhante para outras pessoas, mas, por dentro, está cada vez mais vazio. Você não sabe qual é o sentido da vida nem que destinação o futuro reserva, nem que tipo de senda as pessoas deveriam seguir na vida. Você não entendeu absolutamente nada sobre esses mistérios da vida cujas respostas você anseia ter, e deseja ter, e quer entender, nem ganhou nada com isso. Efetivamente, você não foi arruinado pelas boas intenções de seus pais? Sua juventude e toda sua vida não foram arruinadas pelas exigências de seus pais, que, nas palavras deles, são ‘de seu melhor interesse’? (Foram.) Então, seus pais estão certos ou errados ao fazer exigências que são ‘de seu melhor interesse’? É possível que seus pais realmente acreditem que estão agindo em seu melhor interesse, mas eles são pessoas que entendem a verdade? Eles têm a verdade? (Eles não têm.) Muitas pessoas passam a vida inteira agarrando-se às palavras dos pais: ‘Você precisa nos deixar orgulhosos, você precisa trazer honra para sua família’ — palavras que as inspiram e que as influenciam durante toda a vida. Quando os pais dizem: ‘É em seu melhor interesse’, isso se torna o impulso por trás da vida de uma pessoa, fornecendo uma direção e uma meta para as quais trabalha. Como resultado, não importa quão glamorosa seja a vida dessa pessoa, não importa quão digna e bem-sucedida ela seja, na verdade, sua vida está arruinada. Não é assim? (É.) Isso significa que, se alguém não vive de acordo com as exigências dos pais, ele não está arruinado? Não; ele também tem uma meta própria. Que meta é essa? Ainda é a mesma, isto é, ‘ter uma vida boa e orgulhar os pais’, mas não porque seus pais lhe ordenaram isso, mas porque ele aceitou essa meta de outro lugar. Ele ainda quer viver segundo essas palavras, e orgulhar a família, e chegar ao topo, e se tornar uma pessoa honrável e digna. Sua meta não mudou; ele ainda dedica sua vida inteira a alcançar essas coisas e vive a vida toda tentando alcançá-las. Daí, quando as pessoas não entendem a verdade, e aceitam tantas assim chamadas doutrinas corretas, afirmações corretas e opiniões corretas que prevalecem na sociedade, elas transformam essas coisas corretas na direção, fundamento e motivação para os esforços de sua vida. No fim, as pessoas vivem inflexivelmente e sem reservas para o bem dessas metas, lutando ao longo da vida até morrerem, momento em que algumas ainda não estão dispostas a ver a verdade. Que vida lamentável as pessoas levam! No entanto, quando você entende a verdade, você não abandona aos poucos essas supostas coisas corretas, esses ensinamentos corretos e afirmações corretas e as expectativas que seus pais têm para você? Uma vez que, aos poucos, você abandona essas coisas supostamente corretas e o padrão segundo o qual você avalia as coisas não se baseia mais nas afirmações da cultura tradicional, você não deixa de estar preso por essas afirmações? E se você não está mais preso por essas coisas, você vive livremente? Você pode não estar completamente livre, mas, no mínimo, os grilhões foram afrouxados” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é a verdade realidade?”). A leitura da palavra de Deus me comoveu muito. Desde que eu era criança, minha mãe sempre me ensinou a estudar muito, a avançar na vida, a deixá-la orgulhosa e a honrar a família. Para trazer honra à família e deixar meus pais orgulhosos, e ganhar o elogio dos outros, eu me dediquei inteiramente aos estudos e não prestei nenhuma atenção a assuntos externos, e estudar se tornou meu único objetivo. Por tantos anos, eu estudei como uma máquina 24 horas por dia. Eu não tinha direito de escolher e nenhum senso de resistência. Embora fosse elogiada por meus pais e conhecidos, eu sempre me sentia vazia. Muitas vezes eu me perguntava: “Por que estou vivendo assim? Uma vida assim tem sentido?”. Mas eu não conseguia encontrar uma resposta e ficava desanimada e sofrendo. Ler a palavra de Deus me fez perceber que tudo isso era um dano causado por Satanás. Satanás usava venenos como “piedade filial é uma virtude que deve ser defendida acima de tudo”, e “distinga-se dos demais e honre seus antepassados” para amarrar e controlar a humanidade. Eram como um jugo que Satanás tinha colocado no meu corpo. Se eu não buscasse essas coisas, eu seria condenada pela família e sociedade, rotulada como não ambiciosa e inútil. Influenciada por esse ambiente, eu trilhei passivamente a senda de buscar fama e ganho. Na busca de notas boas e diplomas, muitos alunos desenvolveram depressão com a pressão acadêmica. Alguns até se mataram, e sua vida foi arruinada. Mas sempre que eu queria desistir da faculdade para desempenhar um dever, eu me sentia presa e controlada por esses venenos satânicos. Eu achava que meus pais tinham gastado tanto comigo e que, se eu desistisse, eu os decepcionaria e não traria honra para eles. Finalmente vi que esses venenos eram o jeito de Satanás de nos desorientar e corromper. Eles distorcem nossa direção e nossos objetivos na vida, nos fazem abandonar a fé, não desempenhar o dever de um ser criado, e fazem com que nos afastemos lentamente de Deus e O traiamos. Sem a revelação da palavra de Deus, eu nunca teria visto o dano desses venenos satânicos. Eu teria continuado nessa estrada sem retorno, perdendo a salvação de Deus e sendo destruída com Satanás, no fim. Quando percebi isso, eu me enchi de gratidão a Deus. Isso era Deus me protegendo e salvando.
Mais tarde, li mais da palavra de Deus. “Já que ser filial aos pais não é a verdade, mas somente uma responsabilidade e uma obrigação humanas, o que você deveria fazer se sua obrigação conflitar com seu dever? (Priorizar o dever; colocar o dever em primeiro lugar.) Uma obrigação não é necessariamente o dever de uma pessoa. Escolher desempenhar o dever é praticar a verdade, enquanto cumprir uma obrigação não é. Se você tiver essa condição, você poderá cumprir essa responsabilidade ou obrigação, mas se o ambiente atual não o permitir, o que você deveria fazer? Você deveria dizer: ‘Eu devo desempenhar o dever — isso é praticar a verdade. Ser filial a meus pais é viver segundo minha consciência e está aquém de praticar a verdade’. Assim, você deveria priorizar o dever e defendê-lo. Se você não tem um dever agora, e não trabalha longe de casa, e mora perto de seus pais, então encontre maneiras de cuidar deles. Faça seu melhor para ajudá-los a viver um pouco melhor e a diminuir o sofrimento deles. Mas isso também depende do tipo de pessoa que seus pais são. O que você deveria fazer se seus pais tiverem humanidade pobre, se eles o impedirem constantemente de crer em Deus, e se eles ficarem afastando você de crer em Deus e de desempenhar o dever? Qual é a verdade que você deveria praticar? (A rejeição.) Nesse momento, você deve rejeitá-los. Você cumpriu sua obrigação. Seus pais não creem em Deus, portanto, você não tem obrigação de demonstrar-lhes respeito filial. Se eles acreditam em Deus, eles são família, são seus pais. Se eles não acreditam, vocês estão trilhando sendas diferentes: eles acreditam em Satanás e adoram o rei diabo, e eles trilham a senda de Satanás; eles são pessoas que caminham sendas diferentes das de quem que acredita em Deus. Vocês já não são mais uma família. Eles veem os crentes em Deus como seus adversários e inimigos, portanto, você não tem mais nenhuma obrigação de cuidar deles e deve romper todos os laços com eles. Qual é a verdade: ser filial aos pais ou desempenhar o dever? Evidentemente, desempenhar o dever é a verdade. Desempenhar o dever na casa de Deus não é simplesmente cumprir sua obrigação e fazer o que se espera. Trata-se de desempenhar o dever de um ser criado. Nisso está a comissão de Deus; essa é sua obrigação, sua responsabilidade. Essa é uma responsabilidade verdadeira, que é cumprir sua responsabilidade e obrigação diante do Criador. Essa é a exigência do Criador às pessoas e é a grande questão da vida. Mas demonstrar respeito filial aos pais é meramente a responsabilidade e obrigação de um filho ou filha. Certamente não é comissionado por Deus e ainda menos está de acordo com a exigência de Deus. Portanto, entre demonstrar respeito filial aos pais e desempenhar o dever, não há dúvida de que desempenhar o dever, e somente isso, é praticar a verdade. Desempenhar o dever como um ser criado é a verdade e é uma responsabilidade obrigatória. Demonstrar respeito filial aos pais é questão de ser filial às pessoas. Não significa que você esteja cumprindo o dever, nem significa que esteja praticando a verdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é a verdade realidade?”). A palavra de Deus mostra os princípios para lidar com os pais: se seus pais apoiam você em sua fé e em seu dever, você pode honrá-los o quanto puder sem atrasar seu dever. Mas se seus pais se opuserem a Deus e obstruírem você em sua fé e dever, você não deveria ser constrangido por eles e deveria colocar o desempenho de seu dever e a satisfação de Deus em primeiro lugar. Meus pais buscavam dinheiro, fama e ganho, seguindo Satanás. Sua essência é aquela dos diabos e pertence a Satanás. Em minha fé, quero buscar a verdade e desempenhar um dever. Nossas sendas são totalmente opostas. Se eu ouvisse meus pais e não desempenhasse um dever, eu estaria seguindo a Satanás e resistindo a Deus. Quando percebi isso, senti certo alívio e soube como tratar minha família de acordo com os princípios.
Depois disso, continuei desempenhando um dever na igreja e, para a minha surpresa, minha família foi à faculdade para resolver minha desistência por mim. Vejo que cada vez mais pessoas estão aceitando o evangelho do reino de Deus. Que sorte a minha fazer parte daqueles que espalham Seu evangelho e ser capaz de emprestar minha força para a expansão do evangelho do reino de Deus. Estou tão feliz por isso. Agora desempenho meu dever com meus irmãos e nós nos comunicamos e praticamos a verdade. Embora eu entenda muito pouco da verdade, sinto que meu caráter corrupto está mudando aos poucos, que estou vivendo alguma semelhança humana e que consigo espalhar o evangelho e dar testemunho da obra de Deus. Eu nunca poderia ter aprendido essas coisas, não importa quantos anos tivesse estudado na escola. Sinto que desempenhar meu dever e despender-me por Deus é a escolha mais correta que já fiz.