Por Chen Miao, China

Em 2006, aceitei a obra de Deus dos últimos dias. Desde então, tenho servido como líder e obreira na igreja. Embora estivesse ocupada e cansada todos os dias, não me queixava, porque acreditava que liderar e supervisionar eram funções para aqueles que buscavam a verdade, e que aqueles que desempenhavam esses deveres eram altamente considerados pelos irmãos. Em 2018, assumi um trabalho de texto. Fiquei muito feliz, e senti que devia estar me saindo bem, caso contrário não teria sido escolhida para um dever tão importante. Alguns dias depois, um líder superior se reuniu comigo e disse: “A igreja está enfrentando prisões conduzidas pelo PC chinês; o ambiente está tenso em toda parte, e precisamos urgentemente de pessoas que assumam o dever de cuidar dos assuntos gerais. Nós conversamos e gostaríamos que você e seu marido assumissem esse dever”. Ao ouvir as palavras do líder, minha cabeça parecia estar zumbindo. Eu mal podia acreditar em meus ouvidos. Pensei: “Como eles puderam me designar para cuidar dos assuntos gerais? Será que o líder cometeu um erro? Cuidar de assuntos gerais não é um trabalho pesado? Que tarefa inferior! O que os irmãos e irmãs pensarão de mim se descobrirem?”. Quanto mais eu pensava nisso, mais resistente me sentia, e eu desejava dizer ao líder que não queria assumir esse dever, mas considerando que a organização da igreja era baseada nas necessidades de trabalho, não tive escolha a não ser concordar relutantemente. No caminho para casa, minha mente estava agitada: “Desde que comecei a acreditar em Deus, sempre servi como líder ou obreira, ou realizei o trabalho de texto, e esses dois trabalhos parecem mais prestigiosos do que os assuntos gerais. Ter de fazer esse trabalho pesado, sujo e cansativo não é nem de longe tão prestigioso quanto o trabalho de texto que estou fazendo atualmente, e se as irmãs da equipe souberem, elas com certeza vão me desprezar, dizendo que eu não devo estar buscando a verdade para acabar desempenhando esse dever?”. Quando cheguei em casa, deitei-me na cama, sentindo-me fraca e impotente, mas exibi um sorriso forçado ao encarar as irmãs, com medo de falar abertamente sobre meu estado, temendo que elas me menosprezassem quando descobrissem que eu estava desempenhando o dever de cuidar dos assuntos gerais.

Alguns dias depois, meu marido e eu assumimos oficialmente o dever de cuidar dos assuntos gerais. Nos primeiros dias, ajudamos os irmãos que estavam em perigo a se mudarem para novas casas. Meu marido e eu acordávamos por volta das três da manhã para auxiliar nas mudanças, subindo e descendo escadas apressadamente, e todos os dias ficávamos exaustos, com dores nas costas e na cintura, e quando chegávamos em casa à noite, eu não queria nem comer, estava fraca demais até para me levantar da cama. Depois de uma semana fazendo esse trabalho do amanhecer ao anoitecer, comecei a me queixar, “Isso é apenas trabalho pesado. No mundo, esses trabalhos são feitos por pessoas sem conhecimento, sem aprendizado nem habilidades, e eu nunca pensei que chegaria a esse nível depois de todos esses anos de crença em Deus, só conseguia realizar as tarefas mais discretas e que exigem mais esforço físico. Eu costumava fazer o trabalho de texto, sentada em frente a um computador, usando roupas limpas e protegida do vento e da chuva, mas agora estou suando muito e fico exausta todos os dias! É como o dia e a noite!”. Eu desempenhava meu dever com resignação todos os dias, com meu estado caindo muito baixo, sentindo-me atordoada como um cadáver ambulante, com grande tormento interior.

Em minha dor, eu me apresentei a Deus e orei, “Ó Deus, os líderes arranjaram para que eu cuidasse dos assuntos gerais, mas não consigo me submeter. Sinto que esse dever é inferior e que isso faria com que as pessoas me menosprezassem. Não entendo Tua intenção. Por favor, ilumina-me e guia-me para aprender uma lição com isso”. Depois de orar, li duas passagens das palavras de Deus: “Algumas pessoas costumam se sentir superiores na casa de Deus. De que maneira? O que faz com que elas se sintam superiores? Por exemplo, algumas pessoas falam um idioma estrangeiro e acham que isso significa que elas têm um dom e são habilidosas, e que a casa de Deus provavelmente teria muita dificuldade para expandir seu trabalho se não tivesse pessoas como elas. Por isso elas querem fazer com que as pessoas as admirem aonde quer que vão. Que método as pessoas desse tipo empregam quando encontram outras? No coração, elas atribuem diferentes posições às pessoas que desempenham deveres na casa de Deus. Os líderes estão no topo, as pessoas que têm talentos especiais vêm em segundo lugar, em seguida vêm as pessoas que têm talentos medianos e, na parte inferior, estão aqueles que desempenham todos os tipos de deveres de apoio. Algumas pessoas consideram a capacidade de desempenhar deveres importantes e especiais como capital e tratam isso como se tivessem verdades realidades. Qual é o problema aqui? Isso não é absurdo? O fato de desempenharem alguns deveres especiais torna essas pessoas arrogantes e altivas, e elas menosprezam a todos. Quando conhecem alguém, a primeira coisa que fazem é perguntar qual dever essa pessoa desempenha. Se ela desempenha uma tarefa mediana, elas a desprezam e acham que não merece atenção. Quando essa pessoa quer se comunicar com elas, elas concordam superficialmente, mas pensam com seus botões: ‘Você quer se comunicar comigo? Você não passa de um zé-ninguém. Veja o dever que você desempenha — como pode se achar digno de falar comigo?’. Se o dever que a pessoa desempenha é mais importante do que o delas, elas a bajulam e a invejam. Quando estão diante de líderes ou obreiros, são obsequiosas e os bajulam. Elas têm princípios na maneira como tratam as pessoas? (Não. Elas as tratam de acordo com o dever que desempenham e com as diferentes posições que atribuem a elas.) Elas classificam as pessoas de acordo com sua experiência, com sua senioridade e com seus talentos e dons” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente na prática da verdade há entrada na vida”). “Seja qual for o seu dever, não discrimine entre alto e baixo. Suponha que você diga: ‘Embora essa tarefa seja uma comissão de Deus e a obra da casa de Deus, se eu a fizer, as pessoas podem me olhar com desprezo. Os outros recebem um trabalho que lhes permite destacar-se. Foi-me dada essa tarefa que não deixa eu me destacar e só me faz me exaurir nos bastidores, isso é injusto! Não desempenharei esse dever. Meu dever tem de ser aquele que me põe em destaque na frente dos outros e me permite ganhar renome para mim — e mesmo se eu não ganhar renome para mim nem me destacar, ainda tenho de me beneficiar disso e me sentir fisicamente em paz’. Essa é uma atitude aceitável? Ser seletivo é não aceitar de Deus as coisas; é fazer escolhas de acordo com as suas preferências. Isso é não aceitar o seu dever; é recusar o seu dever, uma manifestação da sua rebeldia para com Deus. Essa seletividade é adulterada por seus desejos e preferências individuais. Quando você leva em consideração seu benefício próprio, sua reputação e assim por diante, a sua atitude para com o dever não é submissa” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é o desempenho adequado do dever?”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que minha perspectiva sobre o dever estava incorreta e que eu havia classificado os deveres na casa de Deus em vários níveis. Eu achava que ser uma líder e obreira ou supervisora de equipe na casa de Deus significava que se tratava de uma pessoa com bom calibre e uma forte busca da verdade, e os irmãos e irmãs tinham essas pessoas em alta conta, enquanto aqueles que tinham o dever de lidar com assuntos gerais eram de baixo calibre e não possuíam o entendimento da verdade, e desempenhar tal dever era visto como inferior e não permitia que a pessoa se destacasse. Então, senti falta dos deveres que havia desempenhado antes, quando os irmãos me admiravam, eu sempre tinha um senso de superioridade em relação aos outros, o que me deixou muito motivada em meu dever, disposta a abandonar minha família e minha carreira, a sofrer e a me despender. Agora, quando me foi designado o dever de cuidar dos assuntos gerais, senti como se tivesse sido rebaixada, e fosse inferior diante dos irmãos. Especialmente quando o dever era doloroso e exaustivo, eu reclamava em meu coração, e senti que esse arranjo dos líderes era injusto e prejudicava minha integridade, e eu só queria me livrar dessa responsabilidade. Nesse ponto, vi que minha escolha de dever se baseava no fato de permitir que eu me destacasse e me beneficiasse, algo que de forma alguma eu considerava ser trabalho da igreja. Depois de acreditar em Deus por muitos anos, eu ainda não via as questões com base nas palavras Dele, mas dividia os deveres em vários níveis. Minha perspectiva não era diferente da de um descrente. Ao perceber isso, senti-me chateada e culpada.

Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “Na casa de Deus, há menção constante de aceitar a comissão de Deus e desempenhar adequadamente o dever. Como o dever passa a existir? Falando de modo geral, ele passa a existir como resultado da obra de gerenciamento de Deus de trazer a salvação para a humanidade; falando de modo específico, na medida em que a obra de gerenciamento de Deus se desdobra entre a humanidade, surgem vários trabalhos que requerem que as pessoas cooperem e os completem. Isso fez surgirem responsabilidades e missões para as pessoas cumprirem, e essas responsabilidades e missões são os deveres que Deus concede à humanidade. Na casa de Deus, as diferentes tarefas que requerem a cooperação das pessoas são os deveres que elas deveriam desempenhar. Então, há diferenças entre os deveres quanto a serem melhores e piores, nobres e humildes ou grandes e pequenos? Tais diferenças não existem; contanto que algo tenha a ver com a obra de gerenciamento de Deus, seja uma exigência do trabalho de Sua casa, e seja exigido pela divulgação do evangelho de Deus, então é um dever da pessoa. Essa é a definição e a origem do dever” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é o desempenho adequado do dever?”). “Qual atitude você deve ter para com o seu dever? Primeiro, você não deve analisá-lo, tentando descobrir quem o designou a você; ao contrário, deve aceitá-lo de Deus, como um dever confiado a você por Deus, e deve obedecer aos arranjos e orquestrações de Deus, e aceitar seu dever de Deus. Segundo, não discrimine entre alto e baixo, e não se preocupe com a natureza dele, se lhe deixa se destacar ou não, se é feito em público ou nos bastidores. Não considere essas coisas. Existe também outra atitude: submissão e cooperação ativa” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é o desempenho adequado do dever?”). Após ler as palavras de Deus, uma luz subitamente iluminou meu coração e entendi que, na casa de Deus, não há distinções entre deveres elevados ou baixos, nobres ou humildes. Independentemente do dever desempenhado, tudo consiste em cumprir o próprio papel e a própria função, assim como tudo consiste em executar o dever de um ser criado. A igreja arranja qual pessoa desempenha cada dever com base na estatura e no calibre de cada uma, e de acordo com as necessidades do trabalho da igreja. Independentemente do dever, tudo é feito para espalhar o evangelho. Os líderes me designaram o dever de cuidar dos assuntos gerais e de arranjar a acomodação para os irmãos, organizando-lhes a vida adequadamente para que possam desempenhar seus deveres com tranquilidade, o que também é necessário para o trabalho. É como uma máquina: cada parte tem seu papel, e se alguma parte faltar, a máquina não poderá funcionar. O mesmo acontece na casa de Deus, cada dever é indispensável, e não existem coisas como hierarquia quando se trata de deveres. Além disso, o fato de alguém possuir a verdade realidade não depende do tipo de dever que desempenha. Antes, quando estava desempenhando o dever de líder e obreira, eu costumava me comunicar com os irmãos durante as reuniões, mas quando fui transferida para um novo dever, não consegui me submeter, e medi isso com a perspectiva de um não crente, revelando minha lamentável falta de verdade. Deus diz que qualquer dever relacionado a Seu plano de gerenciamento é um dever, que não há distinção entre deveres altos ou baixos, nobres ou humildes, e que todos são responsabilidades das quais não podemos nos esquivar. No entanto, eu me via como da elite, e achava que o fato de ser designada para cuidar de assuntos gerais era um desperdício de meus talentos. Eu estava negativa, desafiadora e até queria evitar isso. Como eu estava desempenhando meu dever? A essência de Deus é tão santa e nobre, e ainda assim Ele suportou todo o sofrimento para Se tornar carne e expressar a verdade, trabalhando silenciosamente para a salvação da humanidade. Refletindo sobre mim mesma, quando sofri um pouco de dificuldade física, eu reclamava sem parar e tinha uma compreensão errada. Essa minha atitude em relação a meu dever era simplesmente falta de humanidade e de fato magoava a Deus! Senti-me profundamente em dívida com Deus e me arrependi de meu comportamento rebelde. Eu não podia mais escolher meu dever com base em minhas próprias preferências e desejos. Quando me submeti, minha mentalidade em relação a meu dever mudou, e senti menos dor e cansaço em meu coração. O arranjo de Deus para as situações revelou minha visão incorreta, e isso foi o amor e a salvação de Deus para mim.

Depois de desempenhar o dever de cuidar dos assuntos gerais por seis meses, pensei que minha visão havia mudado, e que eu não estava mais buscando status ou reputação, mas quando surgiu uma situação, ela me revelou novamente. Um dia, o líder veio conversar comigo sobre designar a mim e a meu marido para o dever de hospedagem. Considerando que a falta de submissão anterior no dever de lidar com os assuntos gerais tinha me deixado com uma dívida, eu sabia que não poderia ser rebelde dessa vez, então concordei, e logo alugamos uma casa. No entanto, ao passar os dias vivendo com os irmãos e vendo todos eles fazendo trabalhos de texto, senti-me um pouco amargurada e infeliz. E pensei: “Antes, eu também desempenhava meu dever no computador, e agora estou debruçada na cozinha todos os dias, preparando legumes e cozinhando”. Eu me sentia muito inferior a eles. Ao pensar nisso, lágrimas brotaram de meus olhos. Um dia, o líder foi à minha casa para discutir o trabalho com os irmãos, e saiu sem perguntar sobre meu estado, o que me deixou ainda mais deprimida. Lembrei-me de quando realizava trabalhos de texto. Eu era valorizada pelos líderes, mas agora estava apenas lidando com panelas e frigideiras o dia todo, e parecia que nunca teria a chance de me destacar. Quanto mais eu pensava nisso, mais doloroso se tornava, e eu sentia que a vida não tinha sentido. Percebi que meu estado não estava certo, então procurei rapidamente as palavras de Deus para ler. Li uma passagem das palavras de Deus: “Sob a força impulsora de um caráter satânico corrupto, quais são os ideais, as esperanças, as ambições, os objetivos e as direções na vida das pessoas? Não são contrários às coisas positivas? Por exemplo, as pessoas sempre querem ter renome ou ser celebridades; desejam ganhar grande fama e prestígio e trazer honra a seus ancestrais. São coisas positivas? Essas não estão alinhadas às coisas positivas de modo algum; além disso, vão contra a lei de Deus de soberania sobre a sina da humanidade. Por que Eu diria isso? Que tipo de pessoa Deus quer? Ele quer uma pessoa grandiosa, uma celebridade, alguém nobre ou de grande impacto? (Não.) Então, que tipo de pessoa Deus quer? (Alguém com os pés firmes no chão que cumpre o papel de um ser criado.) Sim, e que mais? (Deus quer uma pessoa honesta que O teme e evita o mal, e se submete a Ele.) (Alguém que permanece do lado de Deus em todas as questões, que se esforça para amar a Deus.) Essas respostas também estão corretas. É alguém que é de um só coração e de uma só mente com Deus. Em algum lugar, as palavras de Deus dizem que as pessoas precisam manter sua posição como humanos? (Dizem, sim.) O que elas dizem? (‘Como um membro da humanidade criada, a pessoa deve guardar sua própria posição, e se comportar conscienciosamente. Obedientemente guarde aquilo que lhe é confiado pelo Criador. Não aja indevidamente, nem faça coisas além de sua capacidade ou que são abomináveis para Deus. Não tente ser grande nem se tornar um super-homem nem estar acima dos outros, nem busque tornar-se Deus. É isso que as pessoas não devem desejar ser. Querer se tornar grande ou um super-homem é absurdo. Querer se tornar Deus é ainda mais vergonhoso; é repugnante e desprezível. O que é louvável, e o que os seres criados devem valorizar acima de tudo, é se tornar um ser criado verdadeiro; esse é o único objetivo que todas as pessoas devem perseguir’ (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único I”).) Já que vocês sabem o que as palavras de Deus exigem das pessoas, vocês são capazes de ser leais às exigências de Deus em sua busca pela conduta humana? Vocês sempre querem estender suas asas e ganhar o céu, vocês sempre querem voar sozinhos, ser uma águia em vez de um passarinho? Que caráter é esse? Esse é o princípio da conduta humana? Sua busca de conduta humana devia se basear nas palavras de Deus; só as palavras de Deus são a verdade. […] O que é que leva as pessoas a sempre quererem estar livres da soberania de Deus e a sempre desejarem assumir o controle sobre sua sina e planejar seu futuro e a desejarem controlar suas perspectivas, direção e objetivos de vida? De onde vem esse ponto de partida? (De um caráter satânico corrupto.) O que, então, um caráter satânico corrupto traz para as pessoas? (Oposição a Deus.) O que resulta da oposição das pessoas a Deus? (Dor.) Dor? É destruição! Dor não é a metade disso. O que você vê bem diante de seus olhos é dor, negatividade e fraqueza, e é resistência e reclamações — que desfecho essas coisas trarão? Aniquilação! Isso não é coisa pequena e não é brincadeira” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Um caráter corrupto só pode ser resolvido aceitando-se a verdade”). Refletindo sobre as palavras de Deus, percebi que a razão pela qual sempre desejara desempenhar o dever de líder ou obreira e buscara a admiração e o respeito dos outros se devia ao fato de eu ser controlada por meu desejo de reputação e status. Ao viver de acordo com “as pessoas precisam de seu orgulho assim como uma árvore precisa de sua casca”, “um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe” “o homem luta para subir; a água flui para baixo”, “é preciso enfrentar as maiores dificuldades para se tornar o maior dos homens” e outros venenos satânicos do gênero, erroneamente passei a ver fama e destaque, e a busca pela superioridade, como coisas positivas, acreditando que viver dessa forma era valioso, e pensando que ser menosprezada pelos outros significava viver sem sucesso e ser inferior. Refleti sobre a época em que me casei. Embora meu marido e eu tivéssemos empregos estáveis e a vida fosse controlável, eu era ambiciosa e não estava disposta a viver uma vida comum. Queria melhorar minha vida e ganhar a admiração de parentes e colegas. Para conseguirmos isso, meu marido e eu trabalhávamos em empregos paralelos aos nossos empregos regulares, criando galinhas e cultivando legumes, e trabalhávamos do amanhecer ao anoitecer todos os dias. Com o passar do tempo, nossa vida melhorou, e parentes e colegas elogiaram minha capacidade, o que me deixou muito feliz e me fez sentir que minha vida não tinha sido em vão. Depois de vir para a igreja, eu ainda buscava reputação e superioridade, acreditando que ser uma líder e obreira ou supervisora de equipe faria com que os irmãos me admirassem. Quando meu desejo por reputação, ganhos e status era satisfeito, eu podia suportar qualquer dificuldade, mas quando se tratava de desempenhar deveres como cuidar de assuntos gerais ou hospedar outras pessoas, eu sentia que isso estava abaixo de mim, meu coração se enchia de resistência e reclamações, e eu estava desprovida de submissão. Eu não pensava em como defender o trabalho da igreja, e revelei um caráter satânico de oposição a Deus. Ao perceber isso, senti muito medo, e me coloquei diante de Deus em oração: “Ó Deus, meu ponto de vista sobre a busca estava errado, e nesses anos de crença em Ti, não tenho seguido a senda da busca da verdade, mas sim usado meus deveres para satisfazer meu próprio desejo de reputação e status, em vez de desempenhar com sinceridade meu dever como um ser criado. Deus, estou disposta a me arrepender, e peço que me guie para entender a verdade e corrigir minhas visões errôneas sobre a busca”. Depois disso, refleti e percebi que desempenhar esse dever havia sido benéfico para minha entrada na vida. Embora eu tivesse servido como líder e obreira por muitos anos, eu não havia buscado a verdade, e muitos de meus pontos de vista falaciosos permaneceram inalterados. Ser transferida para uma função diferente me forçou a refletir e a me conhecer, e isso foi uma manifestação do amor e da salvação de Deus para mim. Ao entender isso, senti-me arrependida e culpada, e só queria deixar que Deus me orquestrasse como Ele desejasse, e desempenhar sinceramente qualquer dever com um coração de busca e submissão.

Mais tarde, li mais palavras de Deus: “Todos são iguais perante a verdade, e não há distinções de idade ou de humildade e nobreza para aqueles que desempenham seus deveres na casa de Deus. Todos são iguais perante seu dever, apenas fazem trabalhos diferentes. Não há distinção entre eles com base em quem tem mais senioridade. Perante a verdade, todos devem manter um coração humilde, submisso e receptivo. As pessoas devem possuir essa razão e essa atitude” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 8”). “Por fim, se as pessoas podem alcançar a salvação não depende de que dever elas desempenhem, mas se conseguem entender e ganhar a verdade, e se podem, no fim, submeter-se completamente a Deus, colocar-se à mercê de Suas orquestrações, não considerar seu futuro e destino, e tornar-se um ser criado qualificado. Deus é justo e santo, e esses são os padrões que Ele usa para medir toda a humanidade. Esses padrões são imutáveis, e você precisa se lembrar disso” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Nas palavras de Deus, vi o caráter justo Dele. Aos olhos de Deus, todos nós somos seres criados e iguais. Deus não favorece alguém só porque é um líder, nem menospreza uma pessoa por ela lidar com assuntos gerais. Deus expressa a verdade, provendo para todos, e, enquanto as pessoas tiverem sede e buscarem a verdade, cada uma delas terá a mesma oportunidade de salvação. Deus não determina o desfecho de uma pessoa com base no tipo de dever que ela desempenha, mas de acordo com sua essência e a senda que ela percorre. Se alguém não busca a verdade e não pratica as palavras de Deus, e se seu caráter não muda, mesmo que seja um líder e obreiro, acabará sendo eliminado. Nesse ponto, também entendi que não importa quão alto seja meu status ou quantas pessoas me admirem, essas coisas não podem me salvar. Somente ao buscar a verdade e procurar uma mudança de caráter de acordo com a intenção de Deus há uma oportunidade de salvação. Ao compreender essas coisas, senti-me liberta em meu coração, e, a partir de então, só desejei desempenhar bem meu dever e compensar minha dívida com Deus. Depois disso, ao desempenhar meu dever, não me concentrava mais em como os irmãos me viam, mas pensava em como garantir a segurança da casa e receber bem os irmãos, para que eles pudessem desempenhar seus deveres em paz. Além disso, enquanto desempenhava o dever de hospedagem, concentrei-me em refletir sobre meus pensamentos e corrupções reveladas em minhas interações diárias com pessoas, eventos e coisas, e busquei as palavras de Deus para resolvê-las, prestando atenção ao escrever notas devocionais, e praticando a escrita de artigos de testemunho experiencial, e cada dia tem sido bastante gratificante. Foram o castigo e o julgamento das palavras de Deus que corrigiram minhas visões falaciosas, e a mudança que tenho hoje é o resultado da obra de Deus. Graças a Deus!