62. Despertando da minha arrogância

Por Johnny, Itália

Comecei a espalhar o evangelho em 2015 e, sob a orientação de Deus, tive algum sucesso. Às vezes, aqueles aos quais eu pregava tinham fortes noções e não queriam investigar o evangelho mais a fundo. Então eu orava e confiava em Deus e, com paciência, comungava a verdade com eles, e eles aceitavam rapidamente a obra de Deus dos últimos dias. Depois de algum sucesso em meu dever, passei a me achar melhor do que os outros irmãos, como se fosse algum tipo de talento raro.

Então meu parceiro, Liam, e eu assumimos cada um o trabalho de rega numa igreja. A igreja que eu assumi era grande e tinha muitos membros, então, quando comecei, eu estava sempre orando e confiando em Deus e discutindo assuntos com os irmãos. Não demorou, e as coisas começaram a correr bem. A maioria dos irmãos participava das reuniões regularmente e era proativa em seus deveres. Eu estava bastante satisfeito comigo mesmo. Pensava que, mesmo numa igreja tão grande e com tantos membros, eu estava obtendo resultados rapidamente, portanto, parecia que eu devia ter algum calibre. Também vi que o trabalho de rega de Liam não estava indo tão bem, que alguns dos regadores em sua igreja eram inaptos e que seu dever precisava ser ajustado, e alguns precisavam de comunhão porque estavam num estado negativo. Então, eu o menosprezei um pouco e achei que ele só conseguiria resolver esses problemas com a minha ajuda. Depois disso, comecei a me envolver no trabalho dele, dando a todos, nas reuniões, um sumário dos erros e falhas, comungando as palavras de Deus para ajudar com os estados negativos dos outros e ajustando os deveres dos membros inaptos. O trabalho entrou no ritmo rapidamente. Ao ver a presteza com que eu tinha resolvido nossos problemas, eu me senti ainda mais indispensável, como se fosse algum tipo de talento raro. Depois disso, minha arrogância só foi aumentando. Eu me queixava com frequência sobre os irmãos que não investiam seu coração nos seus deveres e os repreendia, dizendo: “O trabalho de rega está muito atrasado. Existe alguma pessoa que está prestando atenção na vontade de Deus e fazendo o trabalho corretamente? Todos vocês têm sido irresponsáveis e desleixados. Ainda bem que houve algum progresso nessas últimas semanas, caso contrário, quem se responsabilizaria por esse atraso?”. Ninguém ousou abrir a boca. Eu me perguntei se a minha reação tinha sido inapropriada, mas então pensei que, se eu não falasse num tom forte, eles não se importariam. Visto que eu sempre desprezava meus irmãos, eu os repreendia e os obrigava a fazer o que eu mandava quando encontrava problemas e desvios em seu trabalho, com o passar do tempo eles se distanciaram de mim e normalmente nunca conversavam comigo sobre outra coisa senão assuntos relacionados ao trabalho. Às vezes, eles conversavam e riam juntos, mas assim que eu aparecia, eles se dispersavam, como se tivessem medo de mim. E já que tinham medo de errar e ser repreendidos, eles sempre me perguntavam primeiro quando algo surgia e aguardavam a minha decisão. Eu me senti desconfortável quando vi a situação. Perguntei-me se eu estava sendo autoritário e trilhando a senda de um anticristo. Mas então pensei que eu devia ser firme no trabalho. Ninguém me ouviria se eu não fosse um pouco duro com eles. E, então, como obteríamos resultados? Achei que apontar os problemas diretamente significava que eu tinha senso de justiça. Depois disso, minha arrogância se tornou ainda mais intensa, e eu precisava ter a última palavra em assuntos grandes e pequenos e verificar como os membros eram alocados e arranjados, porque achava que ninguém na equipe era tão capaz quanto eu. Mesmo quando eu discutia coisas com eles, sempre acabávamos fazendo o que eu queria, e eu pensava que, se decidisse desde já, pouparíamos tempo. Às vezes, meu líder vinha para uma reunião, eu não dava muito valor a ele e pensava: “Você é um líder, e daí? Você consegue compartilhar o evangelho e dar testemunho? Consegue realizar até mesmo um único aspecto desse trabalho? Se consegue apenas comungar nas reuniões sem fazer nenhum trabalho prático, você não chega à minha altura”. Então, sempre que o líder me perguntava como estava indo o trabalho, eu compartilhava mais quando estava a fim, mas quando não queria, eu só dizia algumas palavras. Achava que não havia necessidade de conversar, pois, no final das contas, era eu a pessoa que iria fazer o trabalho. O líder expôs minha arrogância, dizendo que eu sempre tinha a última palavra nos assuntos e que eu não trabalhava bem com os irmãos. Ao ser tratado e podado dessa forma, admiti na cara dele que eu era arrogante, mas, no fundo, não dei muita atenção. Eu achava que tinha calibre bom e que era capaz — então, contanto que fizesse bem o meu trabalho, o que importava se eu era um pouco arrogante? Além disso, era eu que comandava a maior parte do trabalho da igreja, portanto o que podiam fazer — me dispensar? Eu não aceitei nem um pouco o tratamento e a poda do líder e continuei cumprindo meu dever exatamente como queria, controlando tudo, até que fui exposto por Deus.

Uma vez, uma igreja recém-fundada precisava de mais pessoas para fazer a rega, e, sem discutir isso com Liam e os outros, arranjei que uma irmã fosse ajudá-los. Pensei que, já que geralmente concordavam com as minhas sugestões, eu poderia muito bem decidir isso por conta própria. Mas fiquei surpreso quando descobri que, já que o entendimento da verdade dessa irmã era superficial demais, ela não era capaz de trabalhar e resolver problemas práticos. Isso foi um obstáculo sério para o trabalho da igreja e, mais tarde, ela teve que ser designada para outro dever. Mesmo assim não refleti sobre mim mesmo. Depois disso, por causa da minha arrogância implacável e por não buscar as verdades princípios em meu dever nem orientar os outros a seguir os princípios em seu dever, todos ficaram correndo para lá e para cá, sem obter nenhum resultado real. Isso realmente impediu o nosso progresso no trabalho. Ainda assim, eu ainda ignorava totalmente os meus próprios problemas — eu só culpava os outros por não assumirem seu fardo. Por um tempo tive esse pressentimento indescritível, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. Eu não sabia o que dizer nas reuniões ou orações, e, muitas vezes, eu ficava com sono nas reuniões de trabalho e não tinha percepção sobre coisa alguma. Eu me sentia confuso e não tinha energia para nada, eu só queria descansar. Eu sabia que tinha perdido a obra do Espírito Santo, mas não sabia por quê. Orei a Deus, pedindo que Ele me ajudasse a entender a mim mesmo.

Alguns dias depois, meu líder veio para uma reunião e lidou comigo e expôs meu comportamento. Ele disse: “Você tem sido arrogante. Você sempre repreende as pessoas altivamente, as restringe, e muitas vezes se gaba da sua senioridade. Você não ouve ninguém, e é difícil trabalhar com você. Além disso, você faz o que quer sem discutir nada com ninguém, é arbitrário e autocrático. Com base na sua conduta, decidimos demitir você”. Cada palavra dele perfurou meu coração. Pensei em como eu tinha agido. Eu só tinha agido do meu jeito e sempre tinha sido ditatorial. Eu não era igual a um anticristo? Isso realmente me assustou, e pensei: “Estou sendo exposto e excluído por Deus? É assim que meus anos de fé terminarão?”. Durante alguns dias, eu me senti igual a um zumbi. Eu sentia medo desde o momento em que acordava e não sabia como encarar o dia. Eu orei a Deus, dizendo: “Deus, sei que Tua vontade benevolente está nisso, mas não sei como passar por isso. Ó Deus, estou tão deprimido. Por favor, esclarece-me para que eu conheça a Tua vontade”. Então li estas palavras de Deus: “Deus não está preocupado com o que acontece com você a cada dia, com quanto trabalho você faz, com quanto esforço você faz — o que Ele olha é qual é sua atitude em relação a essas coisas. E a que estão relacionadas a atitude com a qual você faz essas coisas e a maneira com que você as faz? Estão relacionadas a se você busca ou não a verdade e também à sua entrada na vida. Deus olha para sua entrada na vida, para a senda que você trilha. Se você trilhar a senda de buscar a verdade e tiver entrada na vida, você será capaz de cooperar em harmonia com outros ao cumprir os seus deveres e cumprirá facilmente seus deveres de modo adequado. Mas se, ao cumprir o seu dever, você ressalta constantemente que tem capital, que entende seu tipo de trabalho, que tem experiência, e está atento à vontade de Deus e busca a verdade mais do que qualquer outra pessoa, e então se você pensa que, por causa dessas coisas, você está qualificado para ter a última palavra, e não discute nada com ninguém, e é sempre sua própria lei, e você emprega gerenciamento próprio, e sempre quer ser ‘a única flor que floresce’, você trilha a senda da entrada na vida? Não — isso é a busca de status, é trilhar a senda de Paulo, não é a senda de entrada na vida(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Qual o desempenho adequado do dever?”). “Havia uma pessoa que vinha espalhando o evangelho por alguns anos e tinha alguma experiência nisso. Ela sofreu muitas adversidades ao espalhar o evangelho e foi até mesmo encarcerada e condenada a muitos anos de prisão. Depois de sair, continuou espalhando o evangelho e conquistou várias centenas de pessoas, algumas das quais se revelaram talentos significativos; algumas foram até escolhidas como líderes ou obreiros. Como resultado, essa pessoa acreditava ser digna de grandes elogios, e usava isso como capital, do qual se gabava aonde quer que fosse, exibindo-se e testificando de si mesma: ‘Fiquei na prisão por oito anos e permaneci firme em meu testemunho. Conquistei muitas pessoas enquanto espalhava o evangelho, algumas das quais agora são líderes ou obreiros. Na casa de Deus, mereço crédito; eu fiz uma contribuição’. Não importava onde estivesse espalhando o evangelho, ele com certeza se gabava diante dos líderes ou obreiros locais. Ele também dizia: ‘Vocês devem ouvir o que eu digo; até mesmo seus líderes seniores devem ser educados quando falarem comigo. Ensinarei uma lição a qualquer um que não for!’. Esse sujeito é um valentão, não é? Se alguém como ele não tivesse espalhado o evangelho e conquistado aquelas pessoas, será que ousaria ser tão pomposo? Sem dúvida, ousaria. O fato de que consegue ser tão pomposo prova que isso está em sua natureza. Está em sua natureza essência. Ele se torna tão arrogante que carece de todo senso. Depois de espalhar o evangelho e conquistar algumas pessoas, sua natureza arrogante infla, e ele se torna ainda mais pomposo. Essa pessoa se gaba de seu capital aonde quer que vá, tenta reivindicar mérito aonde quer que vá, e até mesmo pressiona os líderes em vários níveis, tenta ficar em pé de igualdade com eles, e até pensa que ela mesma deveria ser um líder sênior. Com base no que é manifestado pelo comportamento de uma pessoa como essa, devemos todos ter clareza sobre que tipo de natureza ela têm e sobre qual será o seu fim provável. Quando um demônio se infiltra na casa de Deus, ele presta um pequeno serviço antes de mostrar suas verdadeiras cores; ele não escuta, não importa quem lide com ele ou o pode, e persiste em lutar contra a casa de Deus. Qual é a natureza de suas ações? Aos olhos de Deus, ele está cortejando morte, e não descansará até que se mate. Essa é a única maneira apropriada de dizer isso(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Divulgar o evangelho é o dever a que todos os crentes estão moralmente obrigados”). A leitura dessas palavras de Deus me fez estremecer de medo. Senti que Deus estava me expondo, face a face, revelando meu estado e os segredos mais profundos que eu nunca tinha contado a ninguém. Eu obtivera alguns resultados nesses anos de compartilhar o evangelho, por isso achava que tinha feito uma contribuição enorme, que era um talento raro, e muitas vezes mantinha um placar secreto de tudo que tinha feito. Acreditava que eu merecia algum mérito e era um pilar na igreja. Tomei essas coisas como capital pessoal, menosprezando com arrogância todos os outros. Eu também tinha gostado de repreender as pessoas, o que constrangia os irmãos. Eu sempre tinha que ter a última palavra em tudo e não cooperava no meu dever, em vez disso era autocrático e fazia o que queria, atrasando e impedindo seriamente o trabalho da igreja. Até mesmo quando o líder lidou comigo, não dei importância. Até exibi minha senioridade. Eu o menosprezava e acreditava que ele não era melhor do que eu. Não queria aceitar sua supervisão nem orientação. Eu queria decidir tudo por conta própria. Eu dava uma bronca nos irmãos quando eles não cumpriam minhas expectativas, dizendo coisas como: “Vocês serão dispensados e excluídos se não cumprirem bem o dever”. Isso os deixou obcecados com o trabalho e com medo de serem tratados ou de perderem seu dever se errassem, e eles viviam num estado incorreto. Como isso era cumprir um dever? Não era cometer o mal, resistir a Deus? Isso realmente me assustou. Nunca imaginei que cometeria tamanho mal, que restringiria e feriria tanto os meus irmãos, que impediria e interromperia nosso trabalho tanto assim. Eu estava lutando contra Deus, mas achava que estava cumprindo meu dever para satisfazê-Lo. Eu era tão cego e ignorante e irracional! Vi nas palavras de Deus que agir desse jeito é cortejar a morte. A expressão de Deus: “cortejando morte” me deu uma noção de como Deus Se revolta, fica indignado e Se enoja com esse tipo de pessoa. Era de partir o coração, como se Deus tivesse me condenado à morte. Eu achava que era capaz de sacrificar tudo pelo dever, que sempre teria sucesso nele, de modo que Deus me aprovaria, e que um pouco de arrogância não importava. Mas então percebi que, se eu não buscasse a verdade nem tivesse uma mudança de caráter, por mais que sacrificasse ou alcançasse no meu dever, eu era apenas um servidor. O julgamento e a revelação das palavras de Deus me mostraram Seu caráter justo, que não pode ser ofendido. Vi que Deus segue princípios perfeitos em Suas ações. Se uma pessoa realiza algumas coisas lá fora no mundo, pode ter algum capital e influência. Mas na casa de Deus, a verdade e a justiça imperam. Usar capital e influência na igreja é matar a si mesmo e ofende o caráter de Deus.

Mais tarde, ponderei sobre por que eu achava que tinha algum capital e tinha começado a me tornar tão descuidado, arrogante e ditatorial após alcançar algumas coisas no meu dever. Que tipo de natureza me controlava? Li isto nas palavras de Deus: “Se, em seu coração, você realmente entender a verdade, você saberá como praticar a verdade e obedecer a Deus e naturalmente começará a trilhar a senda de buscar a verdade. Se a senda que você trilha for a correta e estiver alinhada com a vontade de Deus, então a obra do Espírito Santo não o abandonará — nesse caso você correrá menos risco de trair a Deus. Sem a verdade, é fácil praticar o mal, e você o praticará a despeito de si mesmo. Por exemplo, se você tem um caráter arrogante e presunçoso, então ser ordenado a abster-se de se opor a Deus não faz diferença nenhuma, você não pode impedir, está fora de seu controle. Você não o faria de propósito; você o faria sob o domínio de sua natureza arrogante e presunçosa. Sua arrogância e presunção fariam com que você desprezasse a Deus e O visse como um ser sem importância; fariam você se exaltar, e se colocar sempre na vitrine; levariam você a desprezar os outros, não deixariam ninguém em seu coração além de você mesmo; roubariam o lugar de Deus em seu coração e, no fim, levariam você a se sentar no lugar de Deus e a exigir que as pessoas se submetessem a você e a fazer com que você venerasse seus próprios pensamentos, ideias e noções como a verdade. Tanto mal é feito pelas pessoas sob o domínio da natureza arrogante e vaidosa delas!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se alcançar uma mudança no caráter”). “Existem muitos tipos de caracteres corruptos que estão incluídos no caráter de Satanás, mas aquele que é mais óbvio e mais se destaca é o caráter arrogante. A arrogância é a raiz do caráter corrupto do homem. Quanto mais arrogantes, mais irracionais as pessoas são, e, quanto mais irracionais, mais sujeitas as pessoas ficam a resistir a Deus. Quão sério é esse problema? As pessoas com um caráter arrogante não só consideram todas as outras inferiores a elas, como também, o pior de tudo, são até condescendentes para com Deus, e não têm um coração que teme a Deus. Embora as pessoas pareçam acreditar em Deus e segui-Lo, elas não O tratam como Deus de modo algum. Sempre sentem que possuem a verdade e pensam que são tudo no mundo. Essas são a essência e a raiz do caráter arrogante, e ele vem de Satanás. Portanto, o problema da arrogância precisa ser resolvido. Sentir que um é melhor que os outros — esse é um caso trivial. A questão crítica é que o caráter arrogante de uma pessoa a impede de se submeter a Deus, a Seu governo e a Seus arranjos; tal pessoa se sente sempre inclinada a competir com Deus por poder e a controlar os outros. Esse tipo de pessoa não tem nada de um coração que teme a Deus, sem falar de amar a Deus ou submeter-se a Ele. Pessoas que são arrogantes e convencidas, sobretudo aquelas que são tão arrogantes que perderam o senso, não podem se submeter a Deus em sua crença Nele, nem exaltar e dar testemunho por si mesmas. Tais pessoas são as que mais resistem a Deus e não têm nada de um coração que teme a Deus. Se desejam chegar aonde reverenciam a Deus, então primeiro as pessoas precisam resolver seu caráter arrogante. Quanto mais completamente você resolver seu caráter arrogante, mais você terá um coração que teme a Deus, e somente então poderá se submeter a Ele e obter a verdade e conhecê-Lo. Somente aqueles que ganham a verdade são genuinamente humanos(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). As palavras de Deus me ensinaram que a raiz do desacato e da oposição a Deus é a arrogância. Quando alguém tem uma natureza arrogante, ele não tem como não se opor a Deus e cometer o mal. Ao refletir sobre o que eu tinha revelado nesse tempo, tudo havia sido sujeito ao controle da minha natureza arrogante. Eu andava nas nuvens depois de alcançar algumas coisas, pensando que tinha calibre bom, que era capaz, que eu era um talento raro e que a igreja não sobreviveria sem mim. Eu menosprezava os outros irmãos, usava minha posição com frequência para repreender e constrangê-los, não dando valor a eles. Eu era ditatorial e arbitrário no meu dever, não discutia nada com mais ninguém. Eu me sentia bem sozinho e podia tomar decisões unilateralmente. Eu era muito arrogante e realmente não tinha um coração que teme a Deus. Quando o líder lidou comigo, eu admiti minha arrogância, mas não me importei de verdade. Até achei que não havia nada de errado com a arrogância, que ser chamado assim significava que eu tinha algumas habilidades. Se eu não tivesse algum capital, por que eu seria arrogante? Eu era muito insensato e totalmente descarado. Eu vivia segundo o veneno de Satanás de “eu reino soberano em todo o universo”, agia como o rei do pedaço na igreja, só eu tinha a última palavra em tudo. Em que eu era diferente da ditadura do grande dragão vermelho? O grande dragão vermelho é arrogante e criminoso, recorre a meios sem precedentes de repressão violenta contra todos que não o ouvem. Eu era ditatorial e intratável na igreja, não aceitava a supervisão de ninguém. Esse tipo de caráter não era igual ao do grande dragão vermelho? Só então percebi como eu tinha sido arrogante, que eu não tinha me importado com mais ninguém, nem mesmo com Deus, que, inconscientemente, eu estava me opondo à verdade, competindo com Deus, e que estava numa senda contra Deus. Se eu não me arrependesse, eu acabaria sendo amaldiçoado e punido por Deus, exatamente como o grande dragão vermelho. Então eu vi de forma muito clara como eram sérias as consequências da minha natureza arrogante, que meu problema não era tão simples quanto a revelação de um pouquinho de corrupção como tinha pensado antes. Isso me lembrou de quando eu tinha repreendido e menosprezado os outros e elevado a mim mesmo, que eu falava e me apresentava como se não houvesse igual a mim no mundo. Senti nojo e repulsa de mim mesmo. Concluí que eu devia começar a buscar a verdade corretamente, buscar os princípios em tudo, ter um coração que teme a Deus e parar de viver segundo minha natureza arrogante e de resistir a Deus.

Mais tarde, enquanto buscava como abordar corretamente quaisquer sucessos que pudesse ter em meus deveres, li as palavras de Deus: “Vocês são capazes de sentir a orientação de Deus e o esclarecimento do Espírito Santo durante o cumprimento do dever? (Sim.) Se vocês são capazes de perceber a obra do Espírito Santo, mas ainda se têm em alta estima e acham que possuem a realidade, o que está acontecendo aqui? (Quando o desempenho no nosso dever tiver dado alguns frutos, pensaremos que metade do mérito pertence a Deus e a outra metade pertence a nós. Nós exageramos nossa cooperação em medida ilimitada, pensando que nada foi mais importante do que a nossa cooperação, e que o esclarecimento de Deus não teria sido possível sem ela.) Então, por que Deus esclareceu você? Deus pode esclarecer outras pessoas também? (Sim.) Quando Deus esclarece alguém, isso é pela graça de Deus. E o que é esse pouquinho de cooperação da sua parte? É algo pelo que você merece crédito, ou é seu dever e sua responsabilidade? (É nosso dever e nossa responsabilidade.) Quando você reconhece que é seu dever e sua responsabilidade, então você tem a mentalidade correta e não pensará em ficar com o mérito disso. Se você sempre pensa: ‘Essa é minha contribuição. O esclarecimento de Deus teria sido possível sem minha cooperação? Essa tarefa exige a cooperação do homem; nossa cooperação representa a maior parte da realização’, então você está errado. Como você poderia cooperar se o Espírito Santo não o tivesse esclarecido, e se ninguém lhe tivesse comunicado as verdades princípios? Você não saberia o que Deus exige nem conheceria a senda de prática. Mesmo que quisesse obedecer a Deus e cooperar, você não saberia como. Essa sua ‘cooperação’ não é só palavra vazia? Sem a cooperação verdadeira, você só está agindo de acordo com as próprias ideias — nesse caso, o dever que você desempenha poderia estar à altura do padrão? De forma alguma, o que indica o problema em questão. Qual é o problema? Não importa que dever uma pessoa desempenhe, se ela alcança resultados, cumpre o dever à altura do padrão e ganha a aprovação de Deus depende das ações de Deus. Mesmo se você cumprir suas responsabilidades, mas Deus não operar, se Deus não o esclarecer e não o guiar, então você não conhecerá sua senda, nem sua direção, nem seus objetivos. No fim, qual o resultado disso? Depois de labutar por todo esse tempo, você não terá cumprido seu dever corretamente nem terá ganhado a verdade e vida — tudo terá sido em vão. Portanto, cumprir seu dever à altura do padrão, edificar seus irmãos e irmãs e obter a aprovação de Deus, tudo isso depende de Deus! As pessoas só podem fazer aquelas coisas que são pessoalmente capazes de fazer, que têm a obrigação de fazer e que estão dentro de suas capacidades inerentes — nada mais. No fim, portanto, cumprir seu dever de maneira eficiente depende da orientação das palavras de Deus e do esclarecimento e liderança do Espírito Santo; só então você pode entender a verdade e completar a comissão de Deus de acordo com a senda que Deus lhe deu e os princípios que Ele estabeleceu. Essas são a graça e as bênçãos de Deus, e se as pessoas não conseguem ver isso, elas são cegas(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Os princípios que devem guiar a conduta da pessoa”). A partir das palavras de Deus, entendi que o meu sucesso em algumas coisas no meu dever se devia totalmente à graça de Deus e ao esclarecimento e à orientação do Espírito Santo. Deus tornou-se carne e expressou a verdade para regar e suprir o mundo, comunicando clara e concretamente todos os aspectos das verdades princípios. Somente então entendi algumas verdades, ganhei direção em meu dever e tinha uma senda de prática, e tudo isso não se devia nem um pouco ao meu bom calibre nem à minha capacidade de fazer algum trabalho. Sem a orientação das palavras de Deus ou do esclarecimento do Espírito Santo, não importava qual fosse meu calibre nem quão eloquente eu fosse, eu nunca alcançaria nada. E esse pouquinho de trabalho que eu tinha feito era eu cumprindo meu dever como ser criado. Era minha responsabilidade. Qualquer que seja o dever, é o que um ser criado deveria fazer. O que realizamos é simplesmente o que deveria ser feito e não deveria ser nosso capital nem contribuição pessoal. No entanto, eu não sabia como eu era irresoluto. Achava que algumas conquistas significavam que meu calibre e que eu era bom naquilo que fazia e via isso como algo que podia usar como influência. Eu estava tão satisfeito comigo e tentava roubar a glória de Deus. Eu era tão arrogante e insensato! Na verdade, em retrospectiva, eu não só não consegui fazer nada quando trabalhava a partir da minha arrogância, mas muitas vezes também atrasei nosso trabalho. Como quando, descuidadamente, coloquei a pessoa errada numa posição de rega, o que impediu que muitos recém-convertidos recebessem em tempo oportuno a rega e o sustento de que precisavam, interrompendo seriamente o trabalho da igreja. Ao mesmo tempo, eu não estava entrando nas verdades princípios nem conduzindo os outros a seguir princípios no seu dever. Isso significava que não estávamos realizando coisas em nosso trabalho, e isso atrasou nosso progresso. Mas eu nunca refletia sobre nada disso. Em vez disso, eu me parabenizava e me tornava mais arrogante, acreditando que o trabalho da igreja não pudesse abrir mão de mim. Mas se Deus podia me esclarecer, é claro que Ele podia esclarecer os outros, de modo que o trabalho da igreja não poderia continuar como sempre depois da minha demissão? Eu acreditava que a igreja não conseguiria me dispensar porque eu era tão arrogante e ignorante. Lembrei-me de Paulo na Era da Graça. Ele achava que tinha algum capital após fazer algum trabalho, por isso não deu valor aos outros. Ele disse explicitamente que não era menor do que o maior discípulo, e ele menosprezou Pedro muitas vezes. No fim, tentou usar seu trabalho para pedir uma recompensa, uma coroa a Deus. Ele foi arrogante a ponto de perder a razão. Eu não era igual a Paulo? Eu estava na mesma senda. Sem o julgamento e a revelação das palavras de Deus, eu ainda ignoraria meus problemas, pensando que era o maior. Quando vi tudo isso, eu me odiei muito. Eu quis confessar e me arrepender diante de Deus.

Então li uma passagem das palavras de Deus: “Alguém sabe há quantos anos Deus tem operado em meio à humanidade e toda a criação? O número específico de anos pelos quais Deus tem operado e administrado toda a humanidade é desconhecido; ninguém pode dar um número exato, e Deus não informa esses assuntos à humanidade. No entanto, se Satanás fosse fazer algo assim, ele o informaria? Certamente informaria. Ele quer se exibir para enganar mais pessoas e conscientizar mais pessoas das contribuições dele. Por que Deus não informa esses assuntos? Existe um aspecto humilde e oculto na essência de Deus. O que é o oposto de ser humilde e oculto? É ser arrogante e se exibir. […] Orientando a humanidade, Deus executa uma obra tão grande, e Ele preside sobre todo o universo. Seu poder e autoridade são tão vastos, mas Ele nunca disse: ‘Meu poder é extraordinário’. Ele permanece oculto entre todas as coisas, presidindo sobre tudo, nutrindo e provendo para a humanidade, permitindo que toda a humanidade continue geração após geração. Veja, por exemplo, o ar e o brilho do sol ou todas as coisas materiais necessárias para a existência humana na Terra — todas elas jorram sem cessar. Não há dúvida de que Deus provê para o homem. Se Satanás fizesse algo bom, ele permaneceria em silêncio e seria um herói anônimo? Jamais. É como o fato de que existem alguns anticristos na igreja que, no passado, fizeram trabalho perigoso, que renunciaram a coisas e suportaram sofrimento, que podem até ter ido para a prisão; há também alguns que, no passado, contribuíram para um aspecto do trabalho da casa de Deus. Eles nunca se esquecem dessas coisas, acham que merecem crédito vitalício por elas, acham que elas são o capital de toda a sua vida — o que mostra como as pessoas são pequenas! As pessoas são mesmo pequenas, e Satanás é descarado(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Sete: Eles são malignos, insidiosos e enganosos (parte 2)”). “Deus ama a humanidade, cuida da humanidade e demonstra preocupação para com a humanidade, bem como provê constante e incessantemente à humanidade. Ele nunca acha, no coração, que isso é obra adicional ou algo que merece muito crédito. E não acha que salvar a humanidade, suprindo-lhe e concedendo-lhe tudo, é fazer uma enorme contribuição para a humanidade. Ele simplesmente provê à humanidade calma e discretamente, num modo Próprio e através de Sua essência e do que Ele tem e é. Não importa quanta provisão e quanta ajuda a humanidade receba Dele, Deus nunca pensa nisso nem tenta levar crédito. Isso é determinado pela essência de Deus, e é também precisamente uma expressão verdadeira do caráter de Deus(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus I”). Ponderei as palavras de Deus e vi como são benevolentes Seu caráter e Sua essência! Deus é o Criador que governa e sustenta absolutamente tudo. Ele Se tornou carne mais uma vez, expressando verdades para salvar a humanidade, pagando um preço alto por nós. No entanto, Ele nunca achou que isso é uma contribuição enorme para a humanidade. Ele nunca elogiou nem Se gabou de nada. Ele só faz toda a Sua obra em silêncio. A essência de vida de Deus é tão benevolente e livre de qualquer tipo de arrogância ou exibição. Ele é digno do nosso amor e louvor eterno. Sou um humano tão insignificante, não sou nada, ainda assim eu era tão arrogante, sempre querendo ter a última palavra nas coisas. O menor sucesso me deixava inebriado, como se fosse algum tipo de obra-prima, algum tipo de contribuição incrível. Eu menosprezava todos e tinha que ter as coisas do meu jeito. Eu era tão insensato e superficial. Deus é tão humilde e oculto e tem uma essência tão benevolente, que faz com que eu sinta ainda mais como meu caráter arrogante é asqueroso e repugnante e me leva a ansiar verdadeiramente por aprender a verdade para me livrar dele logo, para viver uma semelhança humana.

Então, durante uma reunião, li esta passagem nas palavras de Deus. Deus diz: “Hoje, Deus os julga, castiga e condena, mas saiba que o sentido da sua condenação é para que você possa se conhecer. Ele condena, amaldiçoa, julga, castiga para que você se conheça, para que seu caráter possa mudar e, além disso, para que você possa conhecer seu valor e ver que todas as ações de Deus são justas e de acordo com Seu caráter e as necessidades de Sua obra, que Ele opera de acordo com Seu plano para a salvação do homem, e que Ele é o Deus justo que ama, salva, julga e castiga o homem(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Vocês deveriam pôr de lado as bênçãos do status e entender a vontade de Deus de trazer a salvação ao homem”). Quando li isso, as palavras de Deus me comoveram muito, e eu entendi Sua vontade um pouco melhor. Eu estava cumprindo meu dever confiando num caráter corrupto, interrompendo o trabalho, por isso fui dispensado pela igreja com base nos princípios. Pensei que Deus estava me expondo e excluindo e achei que Ele estava me condenando e que eu não poderia ser salvo. Finalmente percebi que ser dispensado não era ser exposto nem excluído. A dispensa conteve os meus passos malignos que eu estava tomando. Isso me conscientizou de meu caráter corrupto e me mostrou que eu estava na senda errada. Isso era a salvação e o amor mais genuíno de Deus para mim.

Depois disso, eu me expus e dissequei numa reunião sobre como eu tinha sido arrogante em meu dever no passado, como tinha ferido os irmãos e como eu tinha refletido depois de ser dispensado. No início, pensei que todos ficariam com nojo de mim quando vissem como eu tinha sido desumano e não desejariam mais ter nada a ver comigo, mas, surpreendentemente, não me atacaram. Eu me senti ainda mais endividado com eles. Eu tinha ferido a todos com o meu caráter arrogante, eu tinha sido tão desumano. Mais tarde, quando voltei a assumir um dever com os irmãos, eu fui muito mais retraído. Parei de menosprezar os irmãos ou de me achar melhor do que eles por causa de suas falhas e pude tratá-los corretamente. Também fiz um esforço consciente de ouvir as sugestões dos outros e parei de confiar tanto em mim mesmo e de agir arbitrariamente. Tive uma boa mudança em meu estado depois de um tempo e voltei a ser designado supervisor. Lá no fundo, eu sabia que Deus estava me elevando e agraciando com isso. Lembrei-me de quando eu tinha sido arrogante em meu dever, de como eu tinha perturbado e interrompido o trabalho da igreja e a entrada na vida dos irmãos e de como a igreja ainda me deu outra chance de cumprir um dever tão importante. Experimentei a misericórdia e clemência de Deus. Depois disso, no meu dever, parei de confiar em meu caráter arrogante para agir arbitrariamente, mas eu meio que tinha um coração que teme a Deus e orava constantemente a Ele em meus deveres. Quando encontrava um problema com o qual não conseguia lidar, eu o discutia com os outros para que buscássemos as verdades princípios juntos. Depois de fazer isso por um tempo, percebi que o desempenho de toda a nossa equipe tinha melhorado muito. Quando eu fazia tudo por conta própria e não cooperava nem discutia as coisas com os outros, isso me deixava exausto. Havia muitas coisas que eu não levava em consideração nem considerava plenamente, de modo que não obtínhamos resultados bons. Mas agora que discuto com os irmãos os problemas que surgem e nós compensamos as deficiências uns dos outros com os pontos fortes uns dos outros, é muito mais fácil resolver os problemas. Ao cooperar com os outros, eu pude ver que eles realmente têm alguns pontos fortes. Alguns estão atentos à busca pela verdade em seus deveres e operam de acordo com os princípios. Alguns podem não ter tanto calibre, mas são diligentes e defendem o trabalho da igreja. São pontos fortes que eu não tenho. No passado, eu sempre achava que eu era superior e mais forte do que os outros, muitas vezes, elevando a mim mesmo e os repreendendo, fazendo com que todos se sentissem restringidos e alienados de mim, o que era doloroso para mim. Agora sei que sou só um ser criado, um humano corrupto e que não há nada que me destaque de todos os outros. Eu interajo normalmente e coopero em harmonia com os irmãos. Posso aprender com os pontos fortes dos meus irmãos para compensar minhas falhas. É um jeito muito mais livre e fácil de viver.

Mais ou menos um ano depois, nosso líder de igreja arranjou uma reunião geral para que todos compartilhassem o que tinham aprendido e experimentado ao longo do ano. Eu ouvi em silêncio, refletindo sobre tudo que eu tinha ganhado naquele ano. Então percebi que Deus me tinha salvado ao me substituir. Sem isso, eu ainda não estaria vendo como era séria a minha natureza arrogante, que eu era presunçoso e arbitrário só porque tinha alguns dons, e eu ainda não teria percebido que estava resistindo a Deus. Foram a disciplina e a revelação da palavra de Deus que me permitiram conhecer a minha natureza arrogante. Isso também me ensinou um pouco sobre o caráter justo de Deus e me fez ter um pouco um coração que teme a Deus. Sou tão grato pela salvação de Deus!

Anterior: 61. Vinte dias de agonia

Próximo: 63. Liberta do fardo de retribuir uma bondade

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

Conteúdo relacionado

Configurações

  • Texto
  • Temas

Cores sólidas

Temas

Fonte

Tamanho da fonte

Espaçamento entre linhas

Espaçamento entre linhas

Largura da página

Sumário

Busca

  • Pesquise neste texto
  • Pesquise neste livro

Conecte-se conosco no Messenger