A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II

Durante nossa última reunião, comunicamos um tema muito importante. Vocês se lembram do que era? Deixe-Me repetir. O tema da nossa última comunhão foi: a obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus. Esse é um tema importante para vocês? Qual é a parte mais importante para vocês? A obra de Deus, o caráter de Deus ou o Próprio Deus? Qual desses lhes interessa mais? Qual é a parte que vocês mais querem ouvir? Sei que é difícil para vocês responderem a essa pergunta, porque o caráter de Deus pode ser visto em todos os aspectos de Sua obra, e Seu caráter é revelado em Sua obra sempre e em todos os lugares e, de fato, representa o Próprio Deus; no plano geral de gerenciamento de Deus, a obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus são inseparáveis uns dos outros.

O conteúdo de nossa última comunhão sobre a obra de Deus consistiu em registros da Bíblia sobre eventos que ocorreram há muito tempo. Foram histórias sobre o homem e Deus e são sobre coisas que aconteceram ao homem, ao mesmo tempo que envolveram a participação e a expressão de Deus, de modo que essas histórias possuem um valor e significado especiais para conhecer a Deus. Logo após haver criado a humanidade, Deus começou a Se envolver com o homem e a falar com o homem, e Seu caráter começou a ser expresso para o homem. Em outras palavras, desde que Deus Se envolveu com a humanidade pela primeira vez, Ele começou, sem interrupção, a tornar público ao homem Sua essência e o que Ele tem e é. Independentemente de se as pessoas mais antigas ou as de hoje podem ver ou compreender isso, Deus fala ao homem e opera entre os homens, revelando Seu caráter e expressando Sua essência — isso é um fato, e ninguém o pode negar. Isso também significa que o caráter de Deus, a essência de Deus, e o que Ele tem e é, são constantemente emitidos e revelados à medida que Ele opera e Se envolve com o homem. Ele nunca ocultou ou escondeu nada do homem, mas em vez disso torna público e libera Seu próprio caráter sem reter nada. Assim, Deus espera que o homem possa conhecê-Lo e compreender Seu caráter e essência. Ele não deseja que o homem trate Seu caráter e essência como mistérios eternos, nem deseja que a humanidade considere a Deus como um enigma que nunca pode ser resolvido. Somente quando a humanidade conhecer a Deus, o homem poderá conhecer o caminho a seguir e aceitar a orientação de Deus, e somente uma humanidade como essa pode verdadeiramente viver sob o domínio de Deus, viver na luz, em meio as bênçãos de Deus.

As palavras e caráter emitidos e revelados por Deus representam Sua vontade, e também representam Sua essência. Quando Deus Se envolve com o homem, não importa o que Ele diga ou faça, ou que caráter Ele revele, e não importa o que o homem veja da essência de Deus e do que Ele tem e é, tudo isso representa a vontade de Deus para o homem. Independentemente de quanto o homem é capaz de perceber, compreender ou entender, tudo isso representa a vontade de Deus — a vontade de Deus para o homem. Não há dúvida quanto a isso! A vontade de Deus para a humanidade é como Ele requer que as pessoas sejam, o que Ele requer que elas façam, como Ele requer que elas vivam, e como Ele requer que elas sejam capazes de realizar o cumprimento da vontade de Deus. Essas coisas são inseparáveis da essência de Deus? Em outras palavras, Deus emite Seu caráter e tudo o que Ele tem e é ao mesmo tempo que faz exigências ao homem. Não há falsidade, nem fingimento, nem ocultação, nem adorno. Mas por que o homem é incapaz de conhecer, e por que o homem nunca foi capaz de perceber claramente o caráter de Deus? Por que o homem nunca realizou a vontade de Deus? Aquilo que é revelado e emitido por Deus é o que o Próprio Deus tem e é; é cada fragmento e faceta de Seu verdadeiro caráter — então por que o homem não consegue enxergar? Por que o homem é incapaz de ter um conhecimento completo? Há uma razão importante para isso. Então, qual é essa razão? Desde a época da criação, o homem nunca tratou Deus como Deus. Nos primórdios dos tempos, não importava o que Deus fizesse em relação ao homem — o homem que acabara de ser criado — o homem tratava Deus como nada mais que um companheiro, como alguém em quem confiar e o homem não tinha conhecimento nem entendimento de Deus. O que significa dizer que o homem não sabia que o que foi emitido por esse Ser — esse Ser em quem ele confiava e via como seu companheiro — era a essência de Deus, nem sabia que esse Ser era Aquele que governa sobre todas as coisas. Resumindo, as pessoas daquela época não reconheciam a Deus de forma alguma. Elas não sabiam que os céus e a terra e todas as coisas haviam sido criadas por Ele, e ignoravam de onde Ele vinha e, ainda mais, de que Ele era. Logicamente que, naquela época, Deus não exigia que o homem O conhecesse nem O compreendesse, nem entendesse tudo o que Ele fez, nem conhecesse Sua vontade, pois esses foram os primórdios dos tempos após a criação da humanidade. Quando Deus começou os preparativos para a obra da Era da Lei, Deus fez algumas coisas para o homem e também começou a fazer algumas exigências ao homem, dizendo ao homem como ofertar e adorar a Deus. Só então o homem adquiriu algumas ideias simples sobre Deus, e só então ele percebeu a diferença entre o homem e Deus, e que foi Deus quem criou a humanidade. Quando o homem soube que Deus era Deus e o homem era homem, certa distância surgiu entre ele e Deus, mas ainda assim Deus não exigiu que o homem tivesse um grande conhecimento ou profunda compreensão sobre Ele. Assim, Deus faz exigências diferentes ao homem com base nos estágios e circunstâncias de Sua obra. O que vocês veem nisso? Que aspecto do caráter de Deus vocês percebem? Deus é real? Os requisitos de Deus para o homem são adequados? Durante as primeiras épocas após Deus criar a humanidade, quando Deus ainda tinha que realizar a obra de conquista e aperfeiçoar o homem, e não havia falado muitas palavras para ele, Ele exigiu pouco do homem. Independentemente do que o homem fez e de como se comportou — mesmo que ele tenha feito algumas coisas que ofendessem a Deus — Deus perdoou e ignorou tudo isso. Isso é porque Deus sabia o que Ele tinha dado ao homem e sabia o que estava dentro do homem, assim Ele conhecia o padrão de exigências que Ele deveria fazer ao homem. Mesmo que o padrão de Suas exigências fosse muito baixo naquela época, isso não significa que Seu caráter não fosse grande, ou que Sua sabedoria e onipotência fossem apenas palavras vazias. Para o homem, há apenas uma maneira de conhecer o caráter de Deus e o Próprio Deus: seguindo os passos da obra do gerenciamento de Deus e da salvação da humanidade, e aceitando as palavras que Deus fala à humanidade. Uma vez que souber o que Deus tem e é e conhecer o caráter de Deus, o homem ainda pedirá a Deus que lhe mostre Sua pessoa real? Não, o homem não pediria e nem mesmo ousaria pedir, pois tendo compreendido o caráter de Deus e o que Ele tem e é, o homem já terá visto o Próprio Deus verdadeiro e Sua real pessoa. Esse é o resultado inevitável.

À medida que a obra e o plano de Deus avançavam incessantemente e depois que Deus estabeleceu a aliança do arco-íris com o homem, como um sinal de que nunca mais destruiria o mundo usando dilúvio, Deus tinha um desejo cada vez mais urgente de ganhar aqueles que poderiam ter uma só mente com Ele. Assim, também, Ele tinha um desejo cada vez mais urgente de ganhar aqueles que pudessem fazer Sua vontade na terra, e, além disso, ganhar um grupo de pessoas capaz de se libertar das forças das trevas, e não ser amarrado por Satanás, um grupo que fosse capaz de dar testemunho Dele na terra. Ganhar tal grupo de pessoas foi o desejo de Deus de longa data, era o que Ele estava esperando desde o tempo da criação. Assim, independentemente de Deus usar o dilúvio para destruir o mundo, ou de Sua aliança com o homem, a vontade, o modo de pensar, o plano e as esperanças de Deus permaneceram os mesmos. O que Ele queria fazer, aquilo que Ele ansiara muito antes do momento da criação, era ganhar aqueles dentre os homens que Ele desejava ganhar — ganhar um grupo de pessoas capazes de perceber e conhecer Seu caráter e compreender Sua vontade, um grupo que fosse capaz de O adorar. Tal grupo de pessoas realmente seria capaz de dar testemunho Dele, e pode-se dizer que seriam Seus confidentes.

Hoje, vamos continuar refazendo os passos de Deus e seguindo os passos de Sua obra, para que possamos descobrir os pensamentos e ideias de Deus, e os diversos detalhes que têm a ver com Deus, tudo o que ficou “selado” por muito tempo. Por meio disso, conheceremos o caráter de Deus, compreenderemos a essência de Deus, deixaremos Deus entrar em nosso coração e cada um de nós se aproximará de Deus pouco a pouco, reduzindo nossa distância Dele.

Parte do que falamos da última vez relaciona-se ao porquê de Deus estabelecer uma aliança com o homem. Desta vez, comunicaremos sobre as passagens das Escrituras abaixo. Vamos começar lendo das Escrituras.

A. Abraão

1. Deus promete dar a Abraão um filho

Gênesis 17:15-17 Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua, mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porem Sara será o seu nome. Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela. Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará à luz Sara, que tem noventa anos?

Gênesis 17:21-22 O Meu pacto, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro. Ao acabar de falar com Abraão, subiu Deus de diante dele.

Ninguém pode impedir a obra que Deus resolve fazer

Então, vocês acabaram de ouvir a história de Abraão, não ouviram? Ele foi escolhido por Deus depois que o mundo foi destruído por um dilúvio, seu nome era Abraão, e quando ele tinha cem anos de idade, e sua esposa Sara, noventa, a promessa de Deus veio a ele. Que promessa Deus lhe fez? Deus prometeu aquilo a que se é referido nas Escrituras: “Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho”. Qual foi o pano de fundo da promessa de Deus de lhe dar um filho? As Escrituras apresentam o seguinte registro: “Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará à luz Sara, que tem noventa anos?”. Em outras palavras, esse casal idoso era velho demais para ter filhos. E o que Abraão fez depois que Deus lhe fez a promessa? Ele prostrou o rosto em terra, rindo e disse para si mesmo: “A um homem de cem anos há de nascer um filho?”. Abraão acreditava que era impossível — o que significava que ele acreditava que a promessa de Deus para ele não passava de uma piada. Do ponto de vista do homem, isso é algo inatingível pelo homem, e igualmente inatingível por Deus e uma impossibilidade para Deus. Talvez, para Abraão, fosse risível: “Deus criou o homem, mas Ele parece, de algum modo, não estar consciente de que alguém tão velho é incapaz de gerar filhos; Deus acha que pode me permitir ter um filho, diz que vai me dar um filho — com certeza isso é impossível!”. Assim, Abraão prostrou-se em terra e riu, pensando consigo mesmo: “Impossível — Deus está brincando comigo, isso não pode ser verdade!”. Ele não levou as palavras de Deus a sério. Então, aos olhos de Deus, que tipo de homem era Abraão? (Justo.) Onde foi dito que ele era um homem justo? Vocês acham que todos aqueles a quem Deus chama são justos e perfeitos, que são pessoas que andam com Deus. Vocês obedecem à doutrina! Vocês devem ver claramente que quando Deus define alguém, Ele não o faz arbitrariamente. Aqui, Deus não disse que Abraão era justo. No coração, Deus tem padrões para medir cada pessoa. Embora Deus não tenha dito que tipo de pessoa Abraão era, em termos de sua conduta, que tipo de fé Abraão tinha em Deus? Era um pouco abstrato? Ou ele era de grande fé? Não, ele não era! Seus risos e pensamentos mostraram quem ele era, então suas crenças de que ele era justo é apenas uma invenção da imaginação de vocês, é a aplicação cega da doutrina e é uma avaliação irresponsável. Deus viu o riso de Abraão e suas pequenas expressões? Ele sabia disso? Deus sabia. Mas Deus mudaria o que Ele havia determinado fazer? Não! Quando Deus planejou e determinou que escolheria esse homem, estava feito. Nem os pensamentos do homem nem sua conduta influenciariam ou interfeririam um pouco sequer em Deus; Deus não mudaria arbitrariamente Seu plano, nem mudaria ou perturbaria impulsivamente Seu plano por causa da conduta do homem, nem mesmo uma conduta que pode ser ignorante. O que, então, está escrito em Gênesis 17:21-22? “Meu pacto, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro. Ao acabar de falar com Abraão, subiu Deus diante dele.” Deus não deu a menor atenção ao que Abraão pensou ou disse. Qual foi a razão para essa indiferença? Foi porque, naquela época, Deus não exigiu que o homem tivesse grande fé, nem que ele tivesse grande conhecimento de Deus, nem, além disso, que ele fosse capaz de compreender o que foi feito e dito por Deus. Assim, Ele não pediu que o homem entendesse completamente o que Ele determinou fazer, nem as pessoas que Ele determinou escolher, nem os princípios de Suas ações, pois a estatura do homem era simplesmente inadequada. Naquela época, Deus considerava tudo o que Abraão fazia e como ele se comportava como normal. Ele não condenou nem repreendeu, mas apenas disse: “Sara te dará à luz Isaque, neste mesmo tempo, daqui a um ano”. Para Deus, depois que Ele proclamou essas palavras, esse assunto passo a passo se tornou realidade; aos olhos de Deus, aquilo que deveria ser realizado por Seu plano já havia sido alcançado. Depois de concluir os preparativos para isso, Deus partiu. O que o homem faz ou pensa, o que o homem compreende, os planos do homem — nada disso tem relação com Deus. Tudo procede de acordo com o plano de Deus, de acordo com os tempos e etapas estabelecidos por Deus. Esse é o princípio da obra de Deus. Deus não interfere no que o homem pensa ou sabe, mas tampouco renuncia a Seu plano nem abandona Sua obra só porque o homem não crê ou não compreende. Os fatos são assim cumpridos de acordo com o plano e os pensamentos de Deus. Isso é exatamente o que vemos na Bíblia: Deus fez com que Isaque nascesse no tempo em que Ele havia estabelecido. Os fatos provam que o comportamento e a conduta do homem impediram a obra de Deus? Não impediram a obra de Deus! A pequena fé do homem em Deus e suas noções e imaginações sobre Deus afetaram a obra de Deus? Não, não afetaram! De maneira alguma! O plano de gerenciamento de Deus não é afetado por nenhum homem, objeto ou ambiente. Tudo o que Ele resolve fazer será concluído e cumprido a tempo e de acordo com Seu plano, e nenhum homem pode interferir em Sua obra. Deus ignora certos aspectos da tolice e da ignorância do homem, e até certos aspectos da resistência e das noções do homem sobre Ele, e Ele faz a obra que deve fazer independentemente. Esse é o caráter de Deus e é um reflexo de Sua onipotência.

2. Abraão oferece Isaque

Gênesis 22:2-3 Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar. Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera.

Gênesis 22:9-10 Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar seu filho.

A obra do gerenciamento e da salvação da humanidade por Deus começa com o sacrifício de Isaque por Abraão

Tendo dado a Abraão um filho, as palavras que Deus havia falado a Abraão foram cumpridas. Isso não significa que o plano de Deus parou aqui; pelo contrário, o magnífico plano de Deus para o gerenciamento e salvação da humanidade estava apenas começando, e Sua bênção de um filho para Abraão não passou de um prelúdio para Seu plano geral de gerenciamento. Naquele momento, quem sabia que a batalha de Deus com Satanás havia silenciosamente começado no momento em que Abraão ofereceu Isaque?

Deus não Se importa se o homem é tolo — Ele apenas pede que o homem seja verdadeiro

A seguir, vamos ver o que Deus fez a Abraão. Em Gênesis 22:2, Deus deu a seguinte ordem a Abraão: “Toma agora teu filho; teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar”. A intenção de Deus era clara: Ele estava dizendo a Abraão para dar seu único filho Isaque, a quem ele amava, como uma oferta queimada. Olhando para isso hoje, a ordem de Deus ainda está em desacordo com as noções do homem? Sim! Tudo o que Deus fez naquele tempo é totalmente contrário às noções do homem; é incompreensível ao homem. Em suas noções, as pessoas acreditam no seguinte: quando um homem não acreditou e achou impossível, Deus lhe deu um filho, e depois que ele ganhou um filho, Deus exigiu que sacrificasse o filho. Isso não é totalmente inacreditável? O que Deus realmente pretendia fazer? Qual foi a intenção real de Deus? Ele incondicionalmente deu a Abraão um filho, mas também pediu que Abraão fizesse uma oferta incondicional. Isso foi excessivo? Do ponto de vista de terceiros, isso não foi apenas excessivo, mas também um pouco de “criar problemas por razão nenhuma”. Mas o próprio Abraão não acreditava que Deus estava pedindo demais. Embora tivesse algumas poucas e pequenas opiniões e embora suspeitasse um pouco de Deus, ele ainda estava preparado para fazer a oferta. Nesse ponto, o que você vê que prova que Abraão estava disposto a oferecer o filho? O que está sendo dito nessas frases? O texto original apresenta o seguinte registro: “Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera” (Gênesis 22:3). “Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho” (Gênesis 22:9-10). Quando Abraão estendeu a mão e tomou o cutelo para imolar o filho, suas ações foram vistas por Deus? Foram. Todo o processo — desde o princípio, quando Deus pediu que Abraão sacrificasse Isaque, até quando Abraão de fato levantou o cutelo para imolar o filho — mostrou a Deus o coração de Abraão, e independentemente de sua antiga insensatez, ignorância e incompreensão de Deus, naquela época, o coração de Abraão para Deus era verdadeiro e honesto, e ele realmente devolveria Isaque, o filho dado a ele por Deus, a Deus. Nele, Deus viu obediência, a própria obediência que Ele desejava.

Para o homem, Deus faz muita coisa que é incompreensível e até inacreditável. Quando Deus deseja orquestrar alguém, essa orquestração é muitas vezes incompatível com as noções do homem e incompreensível para ele, mas é exatamente essa dissonância e incompreensibilidade que constituem a provação e a prova do homem. Abraão, entretanto, foi capaz de demonstrar obediência a Deus dentro de si mesmo, que era a condição mais fundamental de ser capaz de satisfazer a exigência de Deus. Só então, quando Abraão foi capaz de obedecer às exigências de Deus, quando ele ofereceu Isaque, Deus realmente sentiu segurança e aprovação para com a humanidade — para com Abraão, a quem Ele havia escolhido. Só então Deus teve certeza de que essa pessoa a quem Ele havia escolhido era um líder indispensável que poderia empreender Sua promessa e Seu plano de gerenciamento futuro. Embora tenha sido apenas uma provação e um teste, Deus Se sentiu gratificado, sentiu o amor do homem por Ele e Se sentiu consolado pelo homem como nunca. No momento em que Abraão levantou o cutelo para imolar Isaque, Deus o impediu? Deus não permitiu que Abraão sacrificasse Isaque, pois Deus simplesmente não tinha intenção de tirar a vida de Isaque. Assim, Deus interrompeu Abraão bem a tempo. Para Deus, a obediência de Abraão já havia passado no teste, o que ele fez foi suficiente e Deus já havia visto o resultado daquilo que pretendia fazer. Esse resultado foi satisfatório para Deus? Pode-se dizer que esse resultado foi satisfatório para Deus, que era o que Deus queria e era o que Deus desejava ver. Isso é verdade? Embora, em diferentes contextos, Deus use diferentes maneiras de provar cada pessoa, em Abraão, Deus viu o que queria, Ele viu que o coração de Abraão era verdadeiro, e que sua obediência era incondicional. Era exatamente esse “incondicional” que Deus desejava. As pessoas costumam dizer: “Eu já ofereci isso, eu já perdi aquilo — por que Deus ainda não está satisfeito comigo? Por que Ele continua me submetendo a provações? Por que Ele continua me testando?”. Isso demonstra um fato: Deus não viu seu coração e não o ganhou. Isto é, Ele não viu tanta sinceridade como quando Abraão foi capaz de levantar o cutelo para imolar o filho com a própria mão e oferecê-lo a Deus. Ele não viu obediência incondicional em você e não foi consolado por você. É natural, então, que Deus continue provando você. Não é verdade? No que diz respeito a esse tema, vamos parar por aqui. Em seguida, leremos “A promessa de Deus para Abraão”.

3. A promessa de Deus para Abraão

Gênesis 22:16-18 Por Mim Mesmo jurei, diz Jeová, porquanto fizeste isto, e não Me negaste teu filho, o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à Minha voz.

Esse é um registro completo da bênção de Deus para Abraão. Embora breve, seu conteúdo é rico: inclui a razão e o pano de fundo do presente de Deus a Abraão e o que Ele deu a Abraão. Também está imbuído da alegria e do entusiasmo com que Deus proferiu essas palavras, bem como da urgência de Seu anseio em ganhar aqueles que são capazes de ouvir Suas palavras. Nisso, vemos o carinho e a ternura de Deus por aqueles que obedecem a Suas palavras e seguem Suas ordens. Assim, também vemos o preço que Ele paga para ganhar as pessoas, e o cuidado e o pensamento que Ele aplica para ganhá-las. Além disso, essa passagem, que contém as palavras “Por Mim Mesmo jurei”, nos dá uma poderosa sensação de amargura e dor suportada por Deus e somente por Deus nos bastidores dessa obra de Seu plano de gerenciamento. É uma passagem instigante, que teve um significado especial para aqueles que vieram depois e teve um impacto de longo alcance sobre eles.

Por causa de sua sinceridade e obediência, o homem recebe as bênçãos de Deus

A bênção dada a Abraão por Deus, que lemos aqui, foi grande? Quão grande foi? Há uma frase-chave aqui: “E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra”. Essa frase mostra que Abraão recebeu bênçãos não concedidas a ninguém que veio antes ou depois. Quando, como solicitado por Deus, Abraão devolveu o único filho — seu único filho amado — a Deus (Aqui não podemos usar a palavra “oferecido”; deveríamos dizer que ele devolveu seu filho a Deus), Deus não somente não permitiu que Abraão oferecesse Isaque, mas também o abençoou. Com que promessa Ele abençoou Abraão? Ele o abençoou com a promessa de multiplicar sua descendência. E por quanto elas seriam multiplicadas? As Escrituras apresentam o seguinte registro: “Como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra”. Qual foi o contexto em que Deus proferiu essas palavras? Isto é, como Abraão recebeu as bênçãos de Deus? Ele as recebeu exatamente como Deus diz nas Escrituras: “porquanto obedeceste à Minha voz”. Isto é, porque Abraão seguiu a ordem de Deus, porque ele havia feito tudo o que Deus havia dito, pedido e ordenado sem a menor queixa, assim Deus lhe fez tal promessa. Há uma frase crucial nessa promessa que toca os pensamentos de Deus no momento. Vocês já viram isso? Vocês podem não ter prestado muita atenção às palavras de Deus “Por Mim Mesmo jurei”. O que elas querem dizer é que, quando Deus proferiu essas palavras, Ele estava jurando por Si Mesmo. Pelo que as pessoas juram quando fazem um juramento? Elas juram pelo Céu, o que quer dizer que fazem um juramento a Deus e juram por Deus. As pessoas podem não ter muita compreensão do fenômeno pelo qual Deus jurou por Si Mesmo, mas vocês serão capazes de compreender quando Eu lhes apresentar a explicação correta. Estando diante de um homem que só podia ouvir Suas palavras, mas não compreender Seu coração, mais uma vez Deus Se sentiu solitário e perdido. Em desespero — e, pode-se dizer, subconscientemente — Deus fez algo muito natural: Deus colocou a mão no coração e Se dirigiu a Si Mesmo ao conceder essa promessa a Abraão, e assim o homem ouviu Deus dizer “Por Mim Mesmo jurei”. Através das ações de Deus, você pode pensar em si mesmo. Quando você coloca a mão no coração e fala consigo mesmo, você tem uma ideia clara do que está dizendo? Sua atitude é sincera? Você fala sinceramente, com o coração? Assim, vemos aqui que quando Deus falou com Abraão, Ele foi sério e sincero. Ao mesmo tempo em que falava e abençoava a Abraão, Deus também falava para Si Mesmo. Ele estava dizendo a Si Mesmo: Abençoarei Abraão e tornarei sua descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu, e tão abundante quanto a areia da praia do mar, porque ele obedeceu às Minhas palavras e foi ele a quem Eu escolhi. Quando Deus disse: “Por Mim Mesmo jurei”, Deus determinou que em Abraão Ele produziria o povo escolhido de Israel, após o qual Ele conduziria essas pessoas adiante, em ritmo acelerado com Sua obra. Isto é, Deus faria os descendentes de Abraão sustentarem a obra de gerenciamento de Deus, e a obra de Deus e aquela expressa por Deus começaria com Abraão e continuaria nos descendentes de Abraão, concretizando assim o desejo de Deus de salvar o homem. O que vocês dizem: isso não é uma bênção? Para o homem, não há bênção maior que essa; essa, pode-se dizer, é a maior bênção de todas. A bênção ganha por Abraão não foi a multiplicação de sua descendência, mas o cumprimento do gerenciamento de Deus, da Sua comissão e da Sua obra nos descendentes de Abraão. Isso significa que as bênçãos recebidas por Abraão não foram temporárias, mas continuaram enquanto o plano de gerenciamento de Deus progredia. Quando Deus falou, quando Deus jurou por Si Mesmo, Ele já havia feito uma resolução. O processo dessa resolução foi verdadeiro? Foi real? Deus resolveu que, a partir daquele momento, Seus esforços, o preço que Ele pagou, o que Ele tem e é, Seu tudo e até Sua vida seriam dados a Abraão e aos descendentes de Abraão. Assim também Deus determinou que, partindo desse grupo de pessoas, Ele faria manifestar Seus atos, e permitiria ao homem ver Sua sabedoria, autoridade e poder.

Ganhar aqueles que conhecem a Deus e são capazes de testificar Dele é o desejo imutável de Deus

Ao mesmo tempo em que falava para Si Mesmo, Deus também falou com Abraão, mas além de ouvir as bênçãos que Deus lhe deu, Abraão foi capaz de compreender os verdadeiros desejos de Deus em todas as Suas palavras naquele momento? Ele não foi! Assim, naquele momento, quando Deus jurou por Si Mesmo, Seu coração ainda estava solitário e triste. Ainda não havia uma pessoa capaz de entender ou compreender o que Ele pretendia e planejava. Naquele momento, ninguém — incluindo Abraão — foi capaz de falar com Ele em confiança, muito menos foi alguém capaz de cooperar com Ele em fazer a obra que Ele deve fazer. Aparentemente, Deus ganhou Abraão, alguém que poderia obedecer a Suas palavras. Mas, na verdade, o conhecimento dessa pessoa sobre Deus era pouco mais que nada. Embora Deus tivesse abençoado Abraão, o coração de Deus ainda não estava satisfeito. O que significa que Deus não estava satisfeito? Isso significa que Seu gerenciamento estava apenas começando, significa que as pessoas que Ele queria ganhar, as pessoas que Ele desejava ver, as pessoas que Ele amava, ainda estavam distantes Dele; Ele precisava de tempo, Ele precisava esperar, Ele precisava ser paciente. Pois naquele tempo, com exceção do Próprio Deus, não havia ninguém que soubesse de que Ele precisava, nem o que Ele desejava ganhar, nem o que Ele anelava. Assim, ao mesmo tempo em que Deus Se sentia muito animado, Deus também sentia um peso no coração. No entanto, Ele não interrompeu Seus passos e continuou a planejar o próximo passo do que Ele deveria fazer.

O que vocês veem na promessa de Deus para Abraão? Deus concedeu grandes bênçãos a Abraão simplesmente porque ele obedeceu às palavras de Deus. Embora, aparentemente, isso pareça normal e lógico, nisso vemos o coração de Deus: Deus especialmente valoriza a obediência do homem a Ele e aprecia a compreensão do homem sobre Ele e a sinceridade para com Ele. O quanto Deus aprecia essa sinceridade? Vocês podem não compreender o quanto Ele aprecia isso, e pode muito bem ser que ninguém perceba isso. Deus deu a Abraão um filho e, quando esse filho cresceu, Deus pediu a Abraão que oferecesse o filho a Deus. Abraão seguiu a ordem de Deus ao pé da letra, ele obedeceu à palavra de Deus e sua sinceridade comoveu a Deus e foi valorizada por Deus. O quanto Deus valorizou isso? E por que Ele valorizou isso? Numa época em que ninguém entendia as palavras de Deus ou compreendia Seu coração, Abraão fez algo que abalou os céus e fez a terra tremer, e fez Deus ter uma sensação de satisfação inaudita, e trouxe alegria a Deus de ganhar alguém que fosse capaz de obedecer Suas palavras. Essa satisfação e alegria vieram de uma criatura feita pela Própria mão de Deus, e foi o primeiro “sacrifício” que o homem ofereceu a Deus e que foi muito valorizado por Deus, desde que o homem foi criado. Deus teve dificuldade em esperar por esse sacrifício e Ele o tratou como o primeiro presente mais importante da parte do homem, a quem Ele criou. Mostrou a Deus o primeiro fruto de Seus esforços e do preço que Ele pagou, e isso permitiu que Ele visse a esperança na humanidade. Depois, Deus teve um desejo ainda maior de que um grupo de tais pessoas O acompanhasse, tratasse-O com sinceridade e se preocupasse com Ele com sinceridade. Deus até esperava que Abraão continuasse vivo, pois Ele desejava que um coração como o de Abraão O acompanhasse e permanecesse com Ele enquanto continuava em Seu gerenciamento. Não importa o que Deus quisesse, era apenas um desejo, apenas uma ideia — pois Abraão foi apenas um homem capaz de O obedecer e não tinha o menor entendimento ou conhecimento de Deus. Abraão era alguém que estava muito aquém dos padrões das exigências de Deus ao homem, que são: conhecer a Deus, ser capaz de dar testemunho de Deus e ser de uma só mente com Deus. Assim, Abraão não poderia andar com Deus. Deus viu a sinceridade e obediência de Abraão na oferta que Abraão fez de Isaque, e viu que ele havia suportado a prova a que Deus o submeteu. Embora Deus aceitasse sua sinceridade e obediência, ele ainda era indigno de se tornar confidente de Deus, de se tornar alguém que conhecia e entendia a Deus e alguém que tinha conhecimento do caráter de Deus; ele estava longe de ser de uma só mente com Deus e de fazer a vontade de Deus. Assim, no coração, Deus ainda estava só e ansioso. Quanto mais só e ansioso Deus ficava, mais Ele precisava dar continuidade a Seu gerenciamento o mais rápido possível e poder selecionar e ganhar um grupo de pessoas para realizar Seu plano de gerenciamento e alcançar Sua vontade o mais rápido possível. Esse foi o forte desejo de Deus, e permaneceu imutável desde o começo até hoje. Desde que Ele criou o homem no princípio, Deus ansiava por um grupo de vencedores, um grupo que caminharia com Ele e seria capaz de entender, conhecer e compreender Seu caráter. Esse desejo de Deus nunca mudou. Independentemente de quanto tempo Ele ainda tenha que esperar, não importando quão difícil possa ser o caminho à frente, não importa quão longe possam estar os objetivos pelos quais Ele anseia, Deus nunca alterou ou desistiu de Suas expectativas para o homem. Agora que Eu disse isso, vocês percebem algo do desejo de Deus? Talvez o que vocês tenham percebido não seja muito profundo — mas vai se tornar gradualmente!

Durante o mesmo período em que Abraão viveu, Deus também destruiu uma cidade. Essa cidade era chamada Sodoma. Sem dúvida, muitas pessoas estão familiarizadas com a história de Sodoma, mas ninguém está familiarizado com os pensamentos de Deus que formaram o pano de fundo para a destruição da cidade.

Assim, hoje, através do diálogo de Deus com Abraão abaixo, aprenderemos sobre Seus pensamentos naquela época, ao mesmo tempo que também aprendemos sobre Seu caráter. Em seguida, vamos ler as seguintes passagens das Escrituras.

B. Deus deve destruir Sodoma

Gênesis 18:26 Então, disse Jeová: “Se Eu achar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, então, pouparei a cidade toda por amor deles”.

Gênesis 18:29 E Abraão falou com Ele mais uma vez e disse: “Se porventura houver quarenta ali?”. E Ele disse: “Não o farei”.

Gênesis 18:30 E Lhe disse: “Se houver, porventura, ali trinta?”. Ele respondeu: “Não o farei”.

Gênesis 18:31 E disse: “Se, porventura, houver ali vinte?”. E Ele disse: “Não a destruirei”.

Gênesis 18:32 E ele disse: “Se, porventura, houver ali dez?”. Ele disse: “Não a destruirei”.

Esses são alguns trechos que escolhi da Bíblia. Eles não são as versões completas e originais. Se as desejarem ver, vocês podem procurá-las na Bíblia vocês mesmos; para ganhar tempo, omiti parte do conteúdo original. Aqui, selecionei apenas algumas passagens e frases importantes, deixando de fora várias frases que não têm relação com a nossa comunhão hoje. Em todas as passagens e conteúdos sobre os quais comunicamos, nosso foco pula os detalhes das histórias e a conduta do homem nas histórias; em vez disso, só falamos sobre quais eram os pensamentos e ideias de Deus na época. Nos pensamentos e ideias de Deus, veremos o caráter de Deus e, de tudo o que Deus fez, veremos o Próprio Deus verdadeiro — nisso alcançaremos nosso objetivo.

Deus só Se importa com aqueles que são capazes de obedecer a Suas palavras e seguir Suas ordens

As passagens acima contêm várias palavras-chave: os números. Primeiro, Jeová disse que se Ele achasse cinquenta justos na cidade, então Ele pouparia todo o lugar, o que significa dizer que Ele não destruiria a cidade. Então, havia, de fato, cinquenta justos em Sodoma? Não havia. Logo depois, o que Abraão disse a Deus? Ele disse: Porventura se houver quarenta ali? E Deus disse: Eu não farei isto. Em seguida, Abraão disse: E se houver trinta ali? E Deus disse: Eu não farei isto. E se houver vinte? Eu não destruirei. Dez? Eu não destruirei. Havia, de fato, dez justos na cidade? Não havia dez — mas havia um. E quem era esse? Era Ló. Na época, havia apenas uma pessoa justa em Sodoma, mas Deus foi muito rigoroso ou exigente, no que diz respeito a esse número? Não, Ele não foi! E assim, quando o homem continuava perguntando: “E quarenta?”, “E trinta?”, até chegar a “E dez?”, Deus disse: “Mesmo que houvesse apenas dez, Eu não destruiria a cidade; Eu pouparia e perdoaria as outras pessoas além dessas dez”. Se houvesse apenas dez, isso já teria sido lamentável o suficiente, mas descobriu-se que, de fato, não havia nem mesmo esse número de pessoas justas em Sodoma. Vocês veem, então, que aos olhos de Deus, o pecado e o mal do povo da cidade eram tais que Deus não teve escolha a não ser destruí-los. O que Deus quis dizer quando disse que não destruiria a cidade se houvesse cinquenta justos? Esses números não eram importantes para Deus. O importante era se a cidade continha ou não os justos que Ele queria. Se a cidade tivesse apenas uma pessoa justa, Deus não permitiria que ela sofresse devido à destruição da cidade. O que isso significa é que, independentemente de se Deus iria destruir a cidade, e independentemente de quantos justos estivessem dentro dela, para Deus essa cidade pecaminosa era amaldiçoada e execrável e deveria ser destruída, deveria desaparecer dos olhos de Deus, enquanto os justos deveriam permanecer. Independentemente da era, independentemente da etapa de desenvolvimento da humanidade, a atitude de Deus não muda: Ele odeia o mal e importa-Se com aqueles que são justos a Seus olhos. Essa atitude clara de Deus é também a verdadeira revelação da essência de Deus. Porque havia apenas uma pessoa justa no interior da cidade, Deus não mais hesitou. O resultado final foi que Sodoma seria inevitavelmente destruída. O que vocês veem nisso? Naquela era, Deus não destruiria uma cidade se houvesse cinquenta justos dentro dela, nem se houvesse dez, o que significa dizer que Deus decidiria perdoar e ser tolerante com a humanidade, ou faria a obra de orientação, por causa de algumas poucas pessoas que seriam capazes de temê-Lo e adorá-Lo. Deus tem grande consideração pelos atos justos do homem, Ele tem grande consideração por aqueles que são capazes de adorá-Lo, e tem grande consideração por aqueles que são capazes de fazer boas ações diante Dele.

Desde os primórdios até hoje, vocês já leram na Bíblia sobre Deus comunicando a verdade, ou falando sobre o caminho de Deus para qualquer pessoa? Não, nunca. As palavras de Deus ao homem que lemos apenas diziam às pessoas o que fazer. Alguns foram e fizeram, outros não; alguns acreditaram e outros não. Isso é tudo que havia. Assim, os justos daquela era — aqueles que eram justos aos olhos de Deus — eram meramente aqueles que podiam ouvir as palavras de Deus e seguir as ordens de Deus. Eles eram servos que levavam a cabo as palavras de Deus entre os homens. Essas pessoas poderiam ser chamadas de pessoas que conhecem a Deus? Elas poderiam ser chamadas de pessoas que foram aperfeiçoadas por Deus? Não, não podiam. Assim, independentemente do seu número, aos olhos de Deus, essas pessoas justas mereciam ser chamadas de confidentes de Deus? Poderiam ser chamadas de testemunhas de Deus? Certamente não! Certamente não eram dignas de serem chamadas de confidentes e testemunhas de Deus. Então, do que Deus chamou tais pessoas? No Antigo Testamento da Bíblia, há muitas ocorrências de Deus chamando-as de “Meu servo”. Isso significa que, naquele tempo, aos olhos de Deus, esses justos eram os servos de Deus, eles eram o povo que O servia na terra. E como Deus pensou nessa denominação? Por que Ele os chamou assim? Deus tem padrões no coração para as denominações pelas quais Ele chama as pessoas? Certamente sim. Deus tem padrões, independentemente de chamar as pessoas de justas, perfeitas, retas ou servas. Quando Ele chama alguém de Seu servo, Ele tem a firme convicção de que essa pessoa é capaz de receber Seus mensageiros, capaz de seguir Suas ordens e capaz de executar aquilo que é comandado pelos mensageiros. O que essa pessoa executa? Ela executa aquilo que Deus ordena ao homem que faça e realize na terra. Naquele tempo, poderia aquilo que Deus pediu ao homem para fazer e realizar na terra ser chamado de caminho de Deus? Não, não poderia. Pois naquele momento, Deus pediu apenas que o homem fizesse algumas coisas simples; Ele proferiu algumas ordens simples, dizendo ao homem para fazer apenas isso ou aquilo, e nada mais. Deus estava operando de acordo com Seu plano. Porque, naquele tempo, muitas condições ainda não estavam presentes, o tempo ainda não estava maduro, e era difícil para a humanidade suportar o caminho de Deus, assim o caminho de Deus ainda tinha que começar a ser emitido do coração de Deus. Deus viu as pessoas justas de quem falou, a quem vemos aqui — sejam trinta ou vinte — como Seus servos. Quando os mensageiros de Deus viessem sobre esses servos, eles seriam capazes de recebê-los, seguir suas ordens e agir de acordo com suas palavras. Isso era exatamente o que deveria ser feito e alcançado pelos que eram servos aos olhos de Deus. Deus é criterioso em Suas denominações para as pessoas. Ele as chamou de Seus servos não porque eram como vocês são agora — não porque elas tinham ouvido muitas pregações, sabiam o que Deus deveria fazer, entendiam muito da vontade de Deus e compreendiam Seu plano de gerenciamento — mas porque eram honestas em sua humanidade e eram capazes de cumprir as palavras de Deus; quando Deus as ordenou, elas puderam deixar de lado o que estavam fazendo e realizar aquilo que Deus havia ordenado. Assim, para Deus, a outra camada de significado no título de servo é que eles cooperaram com Sua obra na terra, e embora não fossem os mensageiros de Deus, eles eram os executores e implementadores das palavras de Deus na terra. Vocês veem, então, que esses servos ou pessoas justas carregavam grande peso no coração de Deus. A obra que Deus estava para empreender na terra não poderia estar sem pessoas para cooperar com Ele, e o papel desempenhado pelos servos de Deus era insubstituível pelos mensageiros de Deus. Cada tarefa que Deus ordenou a esses servos era de grande importância para Ele, e assim Ele não poderia perdê-los. Sem a cooperação desses servos com Deus, Sua obra entre a humanidade teria chegado a um impasse, como resultado disso, o plano de gerenciamento de Deus e as esperanças de Deus não teriam dado em nada.

Deus é abundantemente misericordioso para com aqueles com quem Ele Se importa, e profundamente irado para com aqueles a quem Ele detesta e rejeita

Nos registros da Bíblia, havia dez servos de Deus em Sodoma? Não, não havia! A cidade era digna de ser poupada por Deus? Apenas uma pessoa na cidade — Ló — recebeu os mensageiros de Deus. A implicação disso é que havia apenas um servo de Deus na cidade, e assim Deus não teve outra escolha senão salvar Ló e destruir a cidade de Sodoma. Os diálogos entre Abraão e Deus citados acima podem parecer simples, mas ilustram algo muito profundo: há princípios para as ações de Deus, e antes de tomar uma decisão, Ele passará muito tempo observando e deliberando; Ele definitivamente não tomará nenhuma decisão ou tirará conclusões precipitadas antes da hora certa. O diálogo entre Abraão e Deus nos mostra que a decisão de Deus de destruir Sodoma não estava nem um pouco equivocada, pois Deus já sabia que na cidade não havia quarenta justos, nem trinta justos, nem vinte. Não havia nem dez. A única pessoa justa na cidade era Ló. Tudo o que aconteceu em Sodoma e suas circunstâncias foram observados por Deus e eram tão familiares a Deus quanto a palma de Sua própria mão. Assim, Sua decisão não poderia estar errada. Por outro lado, comparado à onipotência de Deus, o homem está tão entorpecido, tão tolo e ignorante, tão míope. Isso é o que vemos nos diálogos entre Abraão e Deus. Deus tem emitido Seu caráter desde o começo até hoje. Aqui, da mesma forma há também o caráter de Deus que devemos ver. Os números são simples — eles não demonstram nada — mas aqui há uma expressão muito importante do caráter de Deus. Deus não destruiria a cidade por causa de cinquenta justos. Isso é devido à misericórdia de Deus? É por causa de Seu amor e tolerância? Vocês viram esse lado do caráter de Deus? Mesmo se houvesse apenas dez justos, Deus não teria destruído a cidade por causa dessas dez pessoas justas. Isso é ou não é a tolerância e amor de Deus? Por causa da misericórdia, tolerância e preocupação de Deus com aquelas pessoas justas, Ele não teria destruído a cidade. Essa é a tolerância de Deus. E no final, que resultado vemos? Quando Abraão disse: “Se, porventura, houver ali dez?”. Disse Deus: “Não a destruirei”. Depois disso, Abraão não disse mais nada — pois dentro de Sodoma não havia os dez justos a que ele se referia, e ele não tinha mais nada a dizer, e naquele momento ele entendeu por que Deus havia resolvido destruir Sodoma. Nisso, que caráter de Deus vocês veem? Que tipo de resolução Deus fez? Deus resolveu que, se essa cidade não tivesse dez justos, Ele não permitiria sua existência e inevitavelmente a destruiria. Não é essa a ira de Deus? Essa ira representa o caráter de Deus? Esse caráter é a revelação da essência santa de Deus? É a revelação da essência justa de Deus, que o homem não deve ofender? Tendo confirmado que não havia dez justos em Sodoma, Deus certamente destruiria a cidade e puniria severamente as pessoas daquela cidade, pois elas se opunham a Deus e porque eram tão imundas e corruptas.

Por que analisamos essas passagens dessa maneira? É porque essas poucas frases simples dão plena expressão ao caráter de Deus de abundante misericórdia e profunda ira. Ao mesmo tempo em que valorizava os justos, e tendo misericórdia, tolerando e se importando com eles, no coração de Deus havia uma profunda abominação por todos aqueles em Sodoma que haviam sido corrompidos. Isso foi ou não foi abundante misericórdia e profunda ira? Por que meios Deus destruiu a cidade? Pelo fogo. E por que Ele a destruiu usando fogo? Quando você vê algo sendo queimado pelo fogo, ou quando você está prestes a queimar alguma coisa, quais são seus sentimentos em relação a isso? Por que você quer queimá-lo? Você sente que não precisa mais disso, que não quer mais olhar para isso? Você quer abandoná-lo? O uso que Deus faz do fogo significa abandono e ódio, e que Ele não queria mais ver Sodoma. Essa foi a emoção que fez Deus destruir Sodoma com fogo. O uso do fogo representa o quanto Deus estava irado. A misericórdia e a tolerância de Deus existem de fato, mas a santidade e a justiça de Deus quando Ele libera Sua ira também mostram ao homem o lado de Deus que não tolera ofensa. Quando o homem é plenamente capaz de obedecer às ordens de Deus e agir de acordo com as exigências de Deus, Deus é abundante em Sua misericórdia para com o homem; quando o homem está cheio de corrupção, ódio e inimizade por Ele, Deus fica profundamente irado. Até que ponto Ele está profundamente irado? Sua ira durará até que Deus não veja mais a resistência e os atos malignos do homem, até que eles não estejam mais diante de Seus olhos. Só então a ira de Deus desaparecerá. Em outras palavras, não importa quem seja a pessoa, se seu coração se distanciou de Deus e se afastou de Deus, para nunca mais retornar, então, independentemente de como, para todas as aparências ou em termos de seus desejos subjetivos, ela deseje adorar e seguir e obedecer a Deus no corpo ou no pensamento, a ira de Deus será liberada sem cessar. Será tal que quando Deus liberar profundamente a Sua ira, tendo dado ao homem amplas oportunidades, uma vez desencadeada, não haverá como voltar atrás, e Ele nunca mais será misericordioso e tolerante para com tal humanidade. Esse é um lado do caráter de Deus que não tolera ofensa. Aqui, parece normal para as pessoas que Deus destruísse uma cidade, pois, aos olhos de Deus, uma cidade cheia de pecado não poderia existir e continuar a permanecer, e era racional que ela fosse destruída por Deus. No entanto, naquilo que aconteceu antes e depois da destruição de Sodoma, vemos a totalidade do caráter de Deus. Ele é tolerante e misericordioso com as coisas que são gentis, belas e boas; para com as coisas que são más, pecaminosas e iníquas, Ele é profundamente irado, de tal forma que Ele é incessante em Sua ira. Esses são os dois aspectos principais e mais proeminentes do caráter de Deus e, além disso, foram revelados por Deus do começo ao fim: misericórdia abundante e ira profunda. Muitos de vocês experimentaram algo da misericórdia de Deus, mas poucos de vocês apreciaram a ira de Deus. A misericórdia e a benignidade de Deus podem ser vistas em todas as pessoas; isto é, Deus tem sido abundantemente misericordioso para com todas as pessoas. No entanto, muito raramente — ou, pode-se dizer, nunca — Deus esteve profundamente irado com qualquer indivíduo ou qualquer secção das pessoas entre vocês. Relaxe! Mais cedo ou mais tarde, a ira de Deus será vista e experimentada por todas as pessoas, mas agora ainda não é a hora. Por que isso? É porque, quando Deus está constantemente irado com alguém, isto é, quando Ele libera Sua profunda ira sobre ele, isso significa que Ele há muito tempo detestou e rejeitou essa pessoa, que Ele despreza sua existência e que Ele não pode suportar sua existência; assim que Sua ira vier sobre ela, ela desaparecerá. Hoje, a obra de Deus ainda precisa chegar a esse ponto. Nenhum de vocês será capaz de suportar quando Deus ficar profundamente irado. Vocês veem, então, que neste momento Deus é apenas abundantemente misericordioso em relação a vocês todos, e vocês ainda estão por ver Sua profunda ira. Se há pessoas que ainda não estão convencidas, vocês podem pedir que a ira de Deus venha sobre vocês, para que vocês possam experimentar se a ira de Deus e Seu caráter que não tolera ofensa pelo homem realmente existem ou não. Vocês se atrevem?

O povo dos últimos dias só vê a ira de Deus em Suas palavras e não experimenta verdadeiramente a ira de Deus

Os dois lados do caráter de Deus que são vistos nessas passagens das Escrituras são dignos de comunicação? Tendo ouvido essa história, vocês possuem uma compreensão renovada de Deus? Que tipo de entendimento vocês têm? Pode-se dizer que, desde a criação até hoje, nenhum grupo desfrutou tanto da graça, misericórdia e benignidade de Deus quanto este grupo final. Embora, na etapa final, Deus tenha feito a obra de julgamento e castigo, e tenha feito Sua obra com majestade e ira, na maior parte do tempo, Deus só usa palavras para realizar Sua obra; Ele usa palavras para ensinar e regar, para prover e alimentar. A ira de Deus, enquanto isso, sempre foi mantida escondida, e além de experimentar o caráter irado de Deus em Suas palavras, pouquíssimas pessoas experimentaram Sua ira em pessoa. Isto é, durante a obra de julgamento e castigo de Deus, embora a ira revelada nas palavras de Deus permita que as pessoas experimentem a majestade de Deus e Sua intolerância à ofensa, essa ira não vai além de Suas palavras. Em outras palavras, Deus usa palavras para repreender o homem, expor o homem, julgar o homem, castigar o homem e até mesmo condenar o homem — mas Deus ainda não ficou profundamente irado com o homem, e mal liberou Sua ira sobre o homem, exceto com Suas palavras. Assim, a misericórdia e amabilidade de Deus experimentadas pelo homem nesta era são a revelação do verdadeiro caráter de Deus, enquanto a ira de Deus experimentada pelo homem é meramente o efeito do tom e da sensação de Suas declarações. Muitas pessoas erroneamente consideram esse efeito como a verdadeira experiência e o verdadeiro conhecimento da ira de Deus. Consequentemente, a maioria das pessoas acredita que viu a misericórdia e a bondade de Deus em Suas palavras, que também observou a intolerância de Deus à ofensa do homem, e a maioria delas chegou a apreciar a misericórdia e a tolerância de Deus para com o homem. Mas não importa o quanto o comportamento do homem seja mau, ou o quanto seu caráter seja corrupto, Deus sempre suportou. Ao suportar, Seu objetivo é esperar pelas palavras que Ele falou, pelos esforços que fez e pelo preço que pagou para obter um efeito naqueles a quem deseja ganhar. Esperar por um resultado como esse leva tempo, e requer a criação de diferentes ambientes para o homem, da mesma forma que as pessoas não se tornam adultas assim que nascem; isso leva dezoito ou dezenove anos, e algumas pessoas ainda precisam de vinte ou trinta anos antes de amadurecerem como um verdadeiro adulto. Deus espera a conclusão desse processo, espera a vinda de tal momento, e espera a chegada desse resultado. Durante todo o tempo que Ele espera, Deus é abundantemente misericordioso. Durante o período da obra de Deus, no entanto, um número extremamente pequeno de pessoas é abatido, e algumas são punidas por causa de sua grave oposição a Deus. Tais exemplos são uma prova ainda maior do caráter de Deus que não tolera a ofensa do homem e confirma plenamente a real existência da tolerância e perseverança de Deus para com os escolhidos. Naturalmente, nesses exemplos típicos, a revelação de parte do caráter de Deus nessas pessoas não afeta o plano geral de gerenciamento de Deus. De fato, nesta fase final da obra de Deus, Deus tem suportado todo o período que Ele tem esperado e Ele trocou Sua perseverança e Sua vida pela salvação daqueles que O seguem. Vocês veem isso? Deus não perturba Seu plano sem razão. Ele pode liberar Sua ira e também pode ser misericordioso; essa é a revelação das duas partes principais do caráter de Deus. Isso está ou não muito claro? Em outras palavras, quando se trata de Deus, certo e errado, justo e injusto, o positivo e o negativo — tudo isso é claramente mostrado ao homem. O que Ele fará, o que Ele gosta, o que Ele odeia — tudo isso pode ser refletido diretamente em Seu caráter. Tais coisas também podem ser muito óbvia e claramente vistas na obra de Deus, e elas não são vagas ou gerais; em vez disso, elas permitem que todas as pessoas vejam o caráter de Deus e o que Ele tem e é de uma maneira especialmente concreta, verdadeira e prática. Esse é o Próprio Deus verdadeiro.

O caráter de Deus nunca esteve oculto ao homem — o coração do homem desviou-se de Deus

Se Eu não tivesse comunicado essas coisas, nenhum de vocês seria capaz de ver o verdadeiro caráter de Deus nas histórias da Bíblia. Isso é fato. Isso porque, embora essas histórias bíblicas registrassem algumas das coisas que Deus fez, Deus falou apenas algumas palavras, e não introduziu diretamente Seu caráter ou expressou abertamente Sua vontade ao homem. Gerações posteriores consideraram esses registros como nada mais do que histórias, e assim parece às pessoas que Deus Se esconde do homem, que não é a pessoa de Deus que está escondida do homem, mas Seu caráter e vontade. Depois de Minha comunicação de hoje, vocês ainda sentem que Deus está completamente escondido do homem? Vocês ainda acreditam que o caráter de Deus está escondido do homem?

Desde o tempo da criação, o caráter de Deus tem estado em sintonia com Sua obra. Nunca foi escondido do homem, mas totalmente anunciado e esclarecido para o homem. No entanto, com o passar do tempo, o coração do homem se distanciou cada vez mais de Deus, e à medida que a corrupção do homem se tornou mais profunda, o homem e Deus Se tornaram cada vez mais distantes. De forma lenta, mas real, o homem desapareceu dos olhos de Deus. O homem tornou-se incapaz de “ver” Deus, o que o deixou sem nenhuma “notícia” de Deus; assim, ele não sabe se Deus existe, e chega a ponto de negar completamente a existência de Deus. Consequentemente, a incompreensão do homem do caráter de Deus e do que Ele tem e é, não é porque Deus está oculto ao homem, mas porque seu coração se afastou de Deus. Embora o homem acredite em Deus, o coração do homem está sem Deus, e ele é ignorante de como amar a Deus, nem quer amar a Deus, pois seu coração nunca se aproxima de Deus e ele sempre evita Deus. Como resultado, o coração do homem está distante de Deus. Então, onde está seu coração? De fato, o coração do homem não chegou a lugar algum: em vez de o entregar a Deus ou revelá-lo para Deus o ver, ele o guardou para si mesmo. Isso ocorre a despeito do fato de que algumas pessoas sempre oram a Deus e dizem: “Ó Deus, olha meu coração — Tu sabes tudo o que Eu penso”, e alguns até juram deixar Deus examiná-los, para que eles possam ser punidos se quebrarem o juramento. Embora o homem permita que Deus olhe dentro de seu coração, isso não significa que o homem seja capaz de obedecer às orquestrações e arranjos de Deus, nem que ele tenha deixado seu destino e perspectivas e seu tudo sob o controle de Deus. Assim, independentemente dos juramentos feitos a Deus ou do que você declara a Ele, aos olhos de Deus seu coração ainda está fechado para Ele, pois você só permite que Deus olhe para seu coração, mas não permite que Ele o controle. Em outras palavras, você não deu o coração a Deus de modo algum, e apenas fala palavras que soam agradáveis para Deus ouvir; entrementes, você esconde suas diversas intenções enganosas de Deus, junto com suas intrigas, maquinações e planos, e você agarra suas perspectivas e destino nas mãos, profundamente com medo de que sejam levados por Deus. Assim, Deus nunca contempla a sinceridade do homem para com Ele. Embora Deus observe as profundezas do coração do homem, e possa ver o que o homem está pensando e o que deseja fazer em seu coração, e possa ver que coisas são guardadas em seu coração, o coração do homem não pertence a Deus, e ele não o entregou para o controle de Deus. Isso quer dizer que Deus tem o direito de observar, mas Ele não tem o direito de controlar. Na consciência subjetiva do homem, o homem não quer nem pretende entregar-se aos arranjos de Deus. Não só o homem se fechou para Deus, mas há até pessoas que pensam em maneiras de encobrir o coração, usando palavras suaves e lisonjas para criar uma falsa impressão, ganhar a confiança de Deus e esconder sua verdadeira face fora da vista de Deus. Seu objetivo em não permitir que Deus veja é não permitir que Deus perceba como realmente elas são. Elas não querem entregar o coração a Deus, mas guardá-lo para si mesmas. As entrelinhas disso é que o que o homem faz e o que ele quer é tudo planejado, calculado e decidido pelo próprio homem; ele não requer a participação ou intervenção de Deus, muito menos precisa das orquestrações e arranjos de Deus. Assim, seja em relação às ordens de Deus, Sua comissão, ou as exigências que Deus faz do homem, as decisões do homem são baseadas nas próprias intenções e interesses, no próprio estado e nas próprias circunstâncias no momento. O homem sempre usa o conhecimento e as percepções com as quais está familiarizado, e seu próprio intelecto, para julgar e selecionar o caminho que deve seguir e não permite a interferência ou o controle de Deus. Esse é o coração do homem que Deus vê.

Desde o começo até hoje, somente o homem foi capaz de conversar com Deus. Isto é, entre todos os seres vivos e criaturas de Deus, ninguém além do homem tem sido capaz de conversar com Deus. O homem tem ouvidos que lhe permitem ouvir, e olhos que o deixam ver; ele tem linguagem, ideias e livre-arbítrio próprios. Ele é tem tudo que é necessário para ouvir a Deus falar, e compreender a vontade de Deus, e aceitar a comissão de Deus, e assim Deus confere todos os Seus desejos ao homem, querendo fazer do homem um companheiro que tenha a mesma mente que Ele e possa andar com Ele. Desde que começou a gerenciar, Deus tem esperado que o homem entregue o coração a Ele, deixe que Deus o purifique e equipe, para torná-lo satisfatório para Deus e amado por Deus, para fazê-lo temer a Deus e evitar o mal. Deus sempre esperou e aguardou esse resultado. Há alguma dessas pessoas entre os registros da Bíblia? Isto é, há alguém na Bíblia capaz de entregar o coração a Deus? Há algum precedente antes desta era? Hoje, vamos continuar lendo os registros da Bíblia e ver se o que foi feito por essa figura — Jó — tem alguma conexão com o tema de “entregar o coração a Deus” do qual estamos falando hoje. Vejamos se Jó era satisfatório para Deus e amado por Deus.

Qual é a sua impressão de Jó? Citando as Escrituras originais, algumas pessoas dizem que Jó temia a Deus e se desviava do mal. “Temia a Deus e se desviava do mal”: tal é a avaliação de Jó por Deus. Se vocês usassem suas próprias palavras, como vocês definiriam Jó? Algumas pessoas dizem que Jó era um homem bom e razoável; alguns dizem que ele tinha fé verdadeira em Deus; alguns dizem que Jó era um homem justo e humano. Vocês viram a fé de Jó, o que quer dizer que, no coração, vocês atribuem grande importância à fé de Jó e têm inveja dessa fé. Hoje, então, vamos considerar o que Jó possuía para que Deus estivesse satisfeito com ele assim. Em seguida, vamos ler as Escrituras abaixo.

C. Jó

1. Avaliações de Jó por Deus e na Bíblia

Jó 1:1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal.

Jó 1:5 E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.

Jó 1:8 Disse Jeová a Satanás: Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?

Qual é o ponto-chave que vocês veem nessas passagens? Essas três breves passagens das Escrituras se referem a Jó. Apesar de curtas, elas afirmam claramente que tipo de pessoa ele era. Através de sua descrição do comportamento cotidiano de Jó e sua conduta, elas dizem a todos que, em vez de ser infundada, a avaliação de Deus sobre Jó era bem fundamentada. Elas nos dizem que, seja a avaliação que o homem faz de Jó (Jó 1:1), ou a avaliação que Deus faz dele (Jó 1:8), ambas são o resultado dos feitos de Jó diante de Deus e do homem (Jó 1:5).

Primeiro, leiamos a primeira passagem número um: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal”. Essa é a primeira avaliação de Jó na Bíblia, e essa frase é a avaliação que o autor faz de Jó. Naturalmente, também representa a avaliação que o homem faz de Jó, que é “era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal”. Em seguida, vamos ler a avaliação que Deus faz de Jó: “Ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal”. Das duas, uma veio do homem e uma originou-se em Deus; são duas avaliações com o mesmo conteúdo. Pode-se ver, então, que o comportamento e a conduta de Jó eram conhecidos pelo homem e também eram louvados por Deus. Em outras palavras, a conduta de Jó diante do homem e sua conduta diante de Deus eram as mesmas; ele colocou seu comportamento e motivação diante de Deus em todos os momentos, para que pudessem ser observados por Deus, e ele era alguém que temia a Deus e se desviava do mal. Assim, aos olhos de Deus, do povo da terra, somente Jó era perfeito e reto, alguém que temia a Deus e se desviava do mal.

Manifestações específicas do temor de Jó a Deus e do seu se desviar do mal na vida diária

Em seguida, vamos olhar para as manifestações específicas do temor de Jó a Deus e do seu se desviar do mal. Além das passagens que a precedem e seguem, leiamos Jó 1:5, que é uma das manifestações específicas do temor de Jó a Deus e do seu se desviar do mal. Relaciona-se a como ele temia a Deus e se desviava do mal na vida diária; mais proeminentemente, ele não apenas fez o que deveria fazer por causa do próprio temor a Deus e do se deviar do mal, mas também sacrificou regularmente holocaustos diante de Deus em favor de seus filhos. Ele temia que muitas vezes tivessem “pecado e blasfemado de Deus em seu coração” enquanto festejavam. Como esse temor se manifestou em Jó? O texto original dá a seguinte registro: “E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles”. A conduta de Jó nos mostra que, em vez de se manifestar em seu comportamento exterior, seu temor a Deus vinha de dentro do coração e que seu temor a Deus podia ser encontrado em todos os aspectos de sua vida diária, em todos os momentos, pois ele se desviava do mal, muitas vezes sacrificava holocaustos a favor dos filhos. Em outras palavras, Jó não apenas tinha muito temor de pecar contra Deus e renunciar a Deus no próprio coração, mas também temia que seus filhos pudessem pecar contra Deus e renunciar a Ele no coração. A partir disso, pode-se ver que a verdade do temor de Jó a Deus resiste ao escrutínio e está além da dúvida de qualquer homem. Ele fez isso ocasionalmente ou com frequência? A frase final do texto é “Assim o fazia Jó continuamente”. O significado dessas palavras é que Jó não ia e verificava os filhos ocasionalmente, ou quando lhe agradasse, nem confessava a Deus através da oração. Em vez disso, ele regularmente enviava os filhos para que fossem santificados e sacrificava holocaustos por eles. A palavra “continuamente” aqui não significa que ele fez isso por um ou dois dias ou por um momento. Está dizendo que a manifestação do temor de Jó a Deus não era temporária e não se detinha no conhecimento ou nas palavras faladas; em vez disso, o caminho de temer a Deus e evitar o mal guiava seu coração, ditava seu comportamento e era, no coração, a raiz de sua existência. Que ele fez isso continuamente mostra que, no coração, ele frequentemente temia que ele próprio pecasse contra Deus e também temia que seus filhos e filhas pecassem contra Deus. Representa quanto peso o caminho de temer a Deus e evitar o mal tinha no coração. Ele fez isso continuamente porque, no coração, ele estava amedrontado e com temor — com temor de ter cometido o mal e pecado contra Deus, e de ter se desviado do caminho de Deus e, portanto, incapaz de satisfazer a Deus. Ao mesmo tempo, ele também se preocupava com os filhos e filhas, temendo que eles tivessem ofendido a Deus. Assim foi a conduta normal de Jó em sua vida cotidiana. É exatamente essa conduta normal que prova que o temor de Jó a Deus e o desviar-se do mal não são palavras vazias, que Jó realmente viveu uma realidade assim. “Assim o fazia Jó continuamente”: essas palavras nos falam das ações diárias de Jó diante de Deus. Quando ele fez assim continuamente, seu comportamento e seu coração chegaram diante de Deus? Em outras palavras, Deus estava frequentemente satisfeito com o coração e o comportamento de Jó? Então, em que estado e em que contexto fez Jó assim continuamente? Algumas pessoas dizem: “Foi porque Deus frequentemente aparecia a Jó que ele agia assim”. Alguns dizem: “Ele agia assim continuamente porque tinha a determinação de evitar o mal”. E outros dizem: “Talvez ele achasse que sua fortuna não tinha sido fácil de ganhar e ele sabia que isso lhe havia sido concedido por Deus, por isso ele tinha profundo receio de perder sua propriedade como resultado de pecar ou ofender a Deus”. Alguma dessas afirmações é verdadeira? Claramente não. Pois, aos olhos de Deus, o que Deus mais aceitava e estimava em Jó não era apenas o fato de que ele agia assim continuamente; mais do que isso, foi sua conduta diante de Deus, do homem e de Satanás quando ele foi entregue a Satanás e tentado. As seções abaixo oferecem a evidência mais convincente, evidência que nos mostra a verdade da avaliação de Deus sobre Jó. Em seguida, vamos ler as seguintes passagens das Escrituras.

2. Satanás tenta Jó pela primeira vez (seu gado é roubado e a calamidade sobrevém a seus filhos)

a. As palavras faladas por Deus

Jó 1:8 Disse Jeová a Satanás: Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?

Jó 1:12 Ao que disse Jeová a Satanás: Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença de Jeová.

b. Resposta de Satanás

Jó 1:9-11 Então respondeu Satanás a Jeová, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde? Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra. Mas estende agora a Tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de Ti na Tua face!

Deus permite que Satanás tente Jó para que a fé de Jó seja aperfeiçoada

Jó 1:8 é o primeiro registro que vemos na Bíblia de um diálogo entre Deus Jeová e Satanás. Então, o que Deus disse? O texto original apresenta o seguinte registro: “Disse Jeová a Satanás: Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?”. Essa foi a avaliação que Deus fez de Jó perante Satanás; Deus disse que ele era um homem perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal. Antes dessas palavras entre Deus e Satanás, Deus havia resolvido que Ele usaria Satanás para tentar Jó — que Ele entregaria Jó a Satanás. Em um aspecto, isso provaria que a observação e a avaliação que Deus fez de Jó eram precisas e sem erros, e causaria vergonha a Satanás através do testemunho de Jó; em outro, tornaria perfeitos a fé de Jó em Deus e o temor de Jó a Deus. Assim, quando Satanás veio diante de Deus, Deus não Se equivocou. Ele foi direto ao ponto e perguntou a Satanás: “Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?”. Na pergunta de Deus, há o seguinte significado: Deus sabia que Satanás havia rodeado por todos os lugares e muitas vezes espionou Jó, que era servo de Deus. Muitas vezes tinha tentado e atacado Jó, buscando encontrar uma maneira de arruiná-lo, a fim de provar que sua fé em Deus e seu temor a Deus não poderiam ficar firmes. Satanás também procurou prontamente oportunidades para devastar Jó, para que Jó pudesse renunciar a Deus e que Satanás pudesse tomá-lo das mãos de Deus. No entanto, Deus olhou dentro do coração de Jó e viu que ele era perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal. Deus usou uma pergunta para dizer a Satanás que Jó era um homem perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal, que Jó nunca renunciaria a Deus e seguiria a Satanás. Tendo ouvido a avaliação que Deus fez de Jó, surgiu em Satanás uma raiva nascida da humilhação, e Satanás ficou mais irado e mais impaciente para tomar Jó, pois Satanás nunca acreditou que alguém pudesse ser perfeito e reto, ou que pudesse temer a Deus e se desviar do mal. Ao mesmo tempo, Satanás também abominava a perfeição e retidão do homem e odiava pessoas que pudessem temer a Deus e se desviar do mal. Assim está escrito em Jó 1:9-11: “Então respondeu Satanás a Jeová, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde? Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra. Mas estende agora a Tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de Ti na Tua face!”. Deus estava intimamente familiarizado com a natureza maligna de Satanás, e sabia muito bem que Satanás, havia muito, planejava arruinar Jó e, nisso, Deus desejava, por meio de dizer a Satanás mais uma vez que Jó era perfeito e reto e que temia a Deus e se desviava do mal, alinhar Satanás, fazer Satanás revelar seu verdadeiro rosto e atacar e tentar Jó. Em outras palavras, Deus deliberadamente enfatizou que Jó era perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal, e por meio disso fez Satanás atacar Jó por causa do ódio e ira de Satanás em relação a como Jó era um homem perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal. Como resultado, Deus causaria vergonha a Satanás pelo fato de Jó ser um homem perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal, e Satanás seria deixado totalmente humilhado e derrotado. Depois disso, Satanás não mais duvidaria ou faria acusações sobre a perfeição de Jó, a retidão, o temor de Deus ou o afastamento do mal. Dessa forma, a provação de Deus e a tentação de Satanás foram quase inevitáveis. O único capaz de resistir a provação de Deus e à tentação de Satanás foi Jó. Após esse diálogo, Satanás recebeu permissão para tentar Jó. Assim começou a primeira rodada de ataques da parte de Satanás. O alvo desses ataques era a propriedade de Jó, pois Satanás tinha feito a seguinte acusação contra Jó: “Porventura Jó teme a Deus debalde? […] Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra”. Como resultado, Deus permitiu que Satanás tomasse tudo o que Jó tinha — isso era o propósito exato pelo qual Deus falara com Satanás. No entanto, Deus fez uma exigência de Satanás: “Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão” (Jó 1:12). Essa foi a condição que Deus fez depois que permitiu que Satanás tentasse Jó e colocou Jó nas mãos de Satanás, e esse era o limite que Ele estabeleceu para Satanás: Ele ordenou que Satanás não ferisse a Jó. Porque Deus reconheceu que Jó era perfeito e reto e porque Ele tinha fé que a perfeição e retidão de Jó diante Dele estavam além da dúvida e poderiam suportar ser testadas, assim Deus permitiu que Satanás tentasse Jó, mas impôs uma restrição a Satanás: permitiu a Satanás que levasse toda a propriedade de Jó, mas não podia encostar um dedo nele. O que isso significa? Isso significa que Deus não entregou Jó completamente a Satanás naquele momento. Satanás poderia tentar Jó por qualquer meio que quisesse, mas não poderia ferir o próprio Jó — nem mesmo um fio de cabelo na cabeça — porque tudo do homem é controlado por Deus, e porque se o homem vive ou morre é decidido por Deus. Satanás não tem essa licença. Depois que Deus disse essas palavras a Satanás, Satanás mal podia esperar para começar. Ele usou todos os meios para tentar Jó e, pouco tempo depois, Jó havia perdido um monte de ovelhas e bois e toda a propriedade dada a ele por Deus… Assim, as provações de Deus vieram a ele.

Embora a Bíblia nos conte as origens da tentação de Jó, o próprio Jó, aquele que foi submetido a essas tentações, estava consciente do que estava acontecendo? Jó era apenas um homem mortal; é claro que ele não sabia nada da história que se desenrolava em sua volta. No entanto, seu temor a Deus e sua perfeição e retidão o fizeram perceber que as provações de Deus haviam chegado até ele. Ele não sabia o que havia ocorrido no reino espiritual, nem quais eram as intenções de Deus por trás dessas provações. Mas ele sabia que, independentemente do que acontecesse com ele, ele deveria ser fiel a sua perfeição e retidão, e deveria obedecer ao caminho de temer a Deus e evitar o mal. A atitude e reação de Jó a esses assuntos foram claramente observados por Deus. O que Deus viu? Ele viu o coração de Jó que temia a Deus, porque desde o princípio até quando Jó foi julgado, o coração de Jó permaneceu aberto a Deus, foi posto diante de Deus, e Jó não renunciou a sua perfeição ou retidão, nem desistiu nem se desviou do caminho de temer a Deus e evitar o mal — nada era mais gratificante para Deus do que isso. A seguir, veremos as tentações pelas quais Jó passou e como ele lidou com essas provações. Leiamos das Escrituras.

c. A reação de Jó

Jó 1:20-21 Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová.

O fato de Jó assumir a responsabilidade de devolver tudo o que ele possui decorre de seu temor a Deus

Depois que Deus disse a Satanás: “Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão”, partiu Satanás, pouco depois do que Jó sofreu ataques repentinos e violentos: primeiro, seus bois e jumentos foram saqueados, e alguns de seus servos, mortos; em seguida, suas ovelhas e mais alguns servos foram consumidos pelo fogo; depois disso, seus camelos foram tomados e mais alguns dos seus servos foram assassinados; finalmente, seus filhos e filhas tiveram a vida tirada. Essa série de ataques foi o tormento sofrido por Jó durante a primeira tentação. Conforme ordenado por Deus, durante esses ataques, Satanás apenas teve como alvo a propriedade de Jó e seus filhos, e não fez mal a Jó. No entanto, Jó foi instantaneamente transformado de um homem rico possuidor de grande riqueza em alguém que não tinha nada. Ninguém poderia ter resistido a esse surpreendente golpe surpresa ou reagido adequadamente a ele, mas Jó demonstrou seu lado extraordinário. As Escrituras apresentam o seguinte registro: “Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou”. Essa foi a primeira reação de Jó depois de ouvir que ele havia perdido seus filhos e toda a sua propriedade. Acima de tudo, ele não parecia surpreso, ou em pânico, muito menos expressava raiva ou ódio. Você vê, então, que no coração ele já havia reconhecido que esses desastres não foram um acidente, nem provinham da mão do homem, muito menos eram o recebimento de retribuição ou punição. Em vez disso, as provações de Jeová vieram sobre ele; foi Jeová quem desejou tomar seus bens e filhos. Jó estava muito calmo e lúcido então. Sua perfeita e reta humanidade permitiu-lhe racional e naturalmente fazer julgamentos precisos e decisões sobre os desastres que tinham acontecido, e como consequência, ele se comportou com uma calma incomum: “Então Jó se levantou, rasgou seu manto, rapou a cabeça e, lançando-se em terra, adorou”. “Rasgou o seu manto” significa que ele estava despido e não possuía nada; “rapou a sua cabeça” significa que ele havia retornado diante de Deus como um recém-nascido; “lançando-se em terra, adorou” significa que ele veio ao mundo nu, e ainda sem nada hoje, ele foi devolvido a Deus como um bebê recém-nascido. A atitude de Jó em relação a tudo o que aconteceu com ele não poderia ter sido alcançada por nenhuma criatura de Deus. Sua fé em Jeová foi além do domínio da crença; esse era seu temor a Deus, sua obediência a Deus; ele não só era capaz de dar graças a Deus por dar a ele, mas também por tirar dele. Além disso, ele foi capaz de assumir a responsabilidade de devolver tudo o que possuía a Deus, incluindo sua vida.

O temor e obediência de Jó a Deus é um exemplo para a humanidade, e sua perfeição e retidão eram o ápice da humanidade que o homem deveria possuir. Embora ele não tenha visto a Deus, ele percebeu que Deus realmente existiu e, por causa disso, temeu a Deus, e devido a seu temor a Deus, ele foi capaz de obedecer a Deus. Ele deu a Deus rédea solta para pegar tudo o que ele tinha, no entanto, ele não reclamou, e caiu diante de Deus e disse a Ele que, nesse exato momento, mesmo que Deus tomasse sua carne, ele de bom grado permitiria que Deus fizesse isso sem reclamar. Toda sua conduta deveu-se a sua humanidade perfeita e correta. Isso quer dizer que, como resultado de sua inocência, honestidade e bondade, Jó foi inabalável em sua percepção e experiência da existência de Deus. Sobre esse fundamento ele fez exigências a si mesmo e padronizou seus pensamentos, comportamento, conduta e princípios de ações diante de Deus de acordo com a orientação de Deus para ele e as ações de Deus que ele havia visto entre todas as coisas. Com o tempo, suas experiências causaram nele um temor real e verdadeiro de Deus e o fizeram se desviar do mal. Essa foi a fonte da integridade a que Jó se manteve firme. Jó possuía uma humanidade honesta, inocente e amável e ele realmente tinha a experiência de temer a Deus, obedecer a Deus e se desviar do mal, assim como o conhecimento de que “Jeová deu, e Jeová tirou”. Somente por causa dessas coisas ele foi capaz de permanecer firme em seu testemunho em meio a ataques tão violentos de Satanás, e somente por causa deles ele foi capaz de não desapontar a Deus e apresentar uma resposta satisfatória a Deus quando as provações de Deus vieram sobre ele. Embora a conduta de Jó durante a primeira tentação fosse muito direta, as gerações posteriores não tiveram a garantia de alcançar tal franqueza mesmo depois de uma vida inteira de esforços, nem necessariamente teriam a conduta de Jó descrita acima. Hoje, diante da conduta direta de Jó e comparando-a com os clamores e a determinação da “obediência absoluta e lealdade até a morte” mostrada a Deus por aqueles que afirmam crer em Deus e seguir a Deus, vocês se sentem profundamente envergonhados ou não?

Quando você lê nas Escrituras tudo o que Jó e sua família sofreram, qual é sua reação? Você se perde em seus pensamentos? Você está surpreso? As provações que sobrevieram a Jó poderiam ser descritas como “horripilantes”? Em outras palavras, é bastante aterrador ler as provações de Jó descritas nas Escrituras, para não dizer como elas teriam sido na vida real. Você vê, então, que o que aconteceu com Jó não foi um “treinamento prático”, mas uma verdadeira “batalha”, com verdadeiras “armas” e “balas”. Mas pela mão de quem ele foi submetido a essas provações? Elas foram, obviamente, a obra de Satanás, e Satanás fez essas coisas com as próprias mãos. A despeito disso, essas coisas foram autorizadas por Deus. Deus disse a Satanás por que meios tentar Jó? Não, não disse. Deus apenas impôs uma condição à qual Satanás deveria obedecer, e então a tentação sobreveio a Jó. Quando a tentação veio sobre Jó, ela deu às pessoas uma sensação do mal e da fealdade de Satanás, de sua maldade e abominação ao homem e de sua inimizade para com Deus. Nisso, vemos que as palavras não podem descrever quão cruel era essa tentação. Pode-se dizer que a natureza maliciosa com a qual Satanás abusou do homem e sua face feia foi plenamente revelada nesse momento. Satanás usou essa oportunidade, a oportunidade fornecida pela permissão de Deus, para sujeitar Jó a um abuso febril e sem remorsos, cujo método e nível de crueldade são inimagináveis e completamente intoleráveis para as pessoas de hoje. Ao invés de dizer que Jó foi tentado por Satanás e que ele permaneceu firme em seu testemunho durante essa tentação, é melhor dizer que nas provações determinadas para ele por Deus, Jó iniciou uma disputa com Satanás para proteger sua perfeição e retidão, e defender o caminho de temer a Deus e evitar o mal. Nessa disputa, Jó perdeu um monte de ovelhas e gado, perdeu todos os seus bens e perdeu seus filhos e filhas. No entanto, ele não abandonou sua perfeição, retidão ou temor a Deus. Em outras palavras, nesta contenda com Satanás, Jó preferiu ser privado de sua propriedade e filhos do que perder sua perfeição, retidão e temor de Deus. Ele preferiu apegar-se à raiz do que significa ser um homem. As Escrituras apresentam uma descrição concisa de todo o processo pelo qual Jó perdeu seus bens e também documenta a conduta e a atitude de Jó. Esses registros concisos e sucintos dão a sensação de que Jó estava quase relaxado ao enfrentar essa tentação, mas se o que realmente acontecesse fosse recriado — considerando também o fato da natureza maliciosa de Satanás — então as coisas não seriam tão simples ou fáceis como descritas nessas frases. A realidade era muito mais cruel. Tal é o nível de devastação e ódio com os quais Satanás trata a humanidade e a todos aqueles que Deus aprova. Se Deus não tivesse pedido que Satanás não fizesse mal a Jó, Satanás, sem dúvida, o mataria sem nenhum escrúpulo. Satanás não quer que ninguém adore a Deus, nem deseja que aqueles que são justos aos olhos de Deus e aqueles que são perfeitos e íntegros possam continuar temendo a Deus e se desviando do mal. O fato de as pessoas temerem a Deus e se desviarem do mal significa que elas evitam e abandonam Satanás, e assim Satanás se aproveitou da permissão de Deus para acumular toda a sua ira e ódio sobre Jó sem misericórdia. Você vê, então, quão grande foi o tormento sofrido por Jó, da mente para a carne, de fora para dentro. Hoje, não vemos como era naquela época, e só podemos ganhar, a partir dos registros da Bíblia, um breve vislumbre das emoções de Jó quando ele foi submetido ao tormento naquele momento.

A integridade inabalável de Jó envergonha Satanás e faz com que ele fuja em pânico

Assim, o que Deus fez quando Jó foi submetido a esse tormento? Deus observou, assistiu e esperou o resultado. Enquanto Deus observava e assistia, como Ele Se sentiu? Ele Se sentiu angustiado, claro. Mas é possível que Deus pudesse ter Se arrependido de ter dado permissão a Satanás para tentar Jó só por causa da tristeza que Ele sentiu? A resposta é: não, não poderia ter sentido tal arrependimento. Pois Ele acreditava firmemente que Jó era perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal. Deus simplesmente deu a Satanás a oportunidade de verificar a justiça de Jó diante de Deus e de revelar a própria maldade e desprezo. Foi, além disso, uma oportunidade para Jó testificar sua justiça e seu temor a Deus e se desviar do mal perante os povos do mundo, Satanás e mesmo todos aqueles que seguem a Deus. O resultado final provou que a avaliação de Deus sobre Jó estava correta e sem erro? Jó realmente superou Satanás? Aqui lemos sobre as palavras arquetípicas faladas por Jó, palavras que são a prova de que ele havia vencido a Satanás. Ele disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá”. Essa é a atitude da obediência de Jó em relação a Deus. Em seguida, ele disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová”. Essas palavras ditas por Jó provam que Deus observa as profundezas do coração do homem, que Ele é capaz de olhar para a mente do homem, e elas provam que Sua aprovação de Jó é sem erro, que esse homem que foi aprovado por Deus era justo. “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová.” Essas palavras são o testemunho de Jó a Deus. Foram essas palavras comuns que intimidaram Satanás, que lhe causaram vergonha e fizeram com que ele fugisse em pânico e, além disso, acorrentou Satanás e o deixou sem recursos. Assim, também, essas palavras fizeram Satanás sentir a maravilha e a força das obras de Deus Jeová, e permitiu-lhe perceber o extraordinário carisma de alguém cujo coração era governado pelo caminho de Deus. Além disso, demonstraram a Satanás a poderosa vitalidade demonstrada por um homem pequeno e insignificante em aderir ao caminho de temer a Deus e se desviar do mal. Satanás foi assim derrotado na primeira peleja. Apesar de ter “aprendido com isso”, Satanás não tinha intenção de deixar Jó livre, nem havia qualquer mudança em sua natureza maliciosa. Satanás tentou continuar atacando Jó e assim, mais uma vez, veio para diante de Deus…

Em seguida, vamos ler das Escrituras sobre a segunda vez em que Jó foi tentado.

3. Satanás mais uma vez tenta Jó (feridas brotam por todo o corpo de Jó)

a. As palavras faladas por Deus

Jó 2:3 Disse Jeová a Satanás: Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora Me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.

Jó 2:6 Disse, pois, Jeová a Satanás: Eis que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida.

b. As palavras faladas por Satanás

Jó 2:4-5 Então Satanás respondeu a Jeová: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de Ti na Tua face.

c. Como Jó lida com a provação

Jó 2:9-10 Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.

Jó 3:3-4 Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.

O amor de Jó pelo caminho de Deus supera tudo o mais

As Escrituras documentam as palavras ditas entre Deus e Satanás da seguinte forma: “Disse Jeová a Satanás: Notaste porventura o Meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora Me incitasses contra ele, para o consumir sem causa” (Jó 2:3). Nesse diálogo, Deus repete a mesma pergunta a Satanás. É uma pergunta que nos mostra a avaliação afirmativa de Deus Jeová sobre o que foi demonstrado e vivido por Jó durante a primeira provação, e que não é diferente da avaliação que Deus faz de Jó antes de este ter sido submetido à tentação de Satanás. Isso quer dizer que, antes que a tentação viesse sobre ele, aos olhos de Deus, Jó era perfeito, e assim Deus protegeu a ele e sua família, e o abençoou; ele era digno de ser abençoado aos olhos de Deus. Depois da tentação, Jó não pecou com os lábios por ter perdido a propriedade e os filhos, mas continuou a louvar o nome de Jeová. Sua conduta real fez com que Deus o aplaudisse e, por causa disso, Deus lhe desse a nota máxima. Pois aos olhos de Jó, sua descendência ou seus bens não foram suficientes para fazê-lo renunciar a Deus. O lugar de Deus em seu coração, em outras palavras, não poderia ser substituído por seus filhos ou qualquer propriedade. Durante a primeira tentação de Jó, ele mostrou a Deus que seu amor por Ele e seu amor pelo caminho de temer a Deus e evitar o mal superavam tudo o mais. É apenas que esse julgamento deu a Jó a experiência de receber uma recompensa de Deus Jeová e ter seus bens e filhos levados por Ele.

Para Jó, essa foi uma experiência verdadeira que lavou sua alma; foi um batismo de vida que cumpriu sua existência e, além disso, foi um banquete suntuoso que testou sua obediência e temor a Deus. Essa tentação transformou a posição de Jó de um homem rico para alguém que não tinha nada, e também permitiu que ele sentisse o abuso de Satanás contra a humanidade. Sua destituição não fez com que ele detestasse a Satanás; em vez disso, nos atos vis de Satanás, ele viu a fealdade e o desprezo de Satanás, bem como a inimizade e a rebelião de Satanás contra Deus, e isso o encorajou a se manter firme no caminho de temer a Deus e se desviar do mal. Ele jurou que nunca abandonaria a Deus e viraria as costas ao caminho de Deus por causa de fatores externos como propriedade, filhos ou parentes, nem jamais seria escravo de Satanás, de propriedade ou de qualquer pessoa; além de Deus Jeová, ninguém poderia ser seu Senhor ou seu Deus. Tais eram as aspirações de Jó. Por outro lado, Jó também adquirira algo dessa tentação: ele havia ganhado grandes riquezas em meio às provações dadas a ele por Deus.

Durante a vida de Jó nas várias décadas anteriores, ele tinha visto os feitos de Jeová e recebido as bênçãos de Deus Jeová para ele. Eram bênçãos que o deixaram extremamente inquieto e endividado, pois acreditava que não havia feito nada por Deus, mas fora legado com grandes bênçãos e desfrutara de tanta graça. Por essa razão, ele frequentemente orava no coração, esperando que ser capaz de retribuir a Deus, esperando que ter a oportunidade de prestar testemunho dos feitos e grandezas de Deus, e esperando que Deus colocasse sua obediência à prova, além disso, que sua fé pudesse ser purificada, até que sua obediência e sua fé ganhassem a aprovação de Deus. Então, quando a provação chegou a Jó, ele acreditou que Deus havia ouvido suas orações. Jó apreciou essa oportunidade mais do que qualquer outra coisa, e assim ele não ousou tratá-la com leviandade, pois seu maior desejo ao longo da vida poderia ser realizado. A chegada dessa oportunidade significava que sua obediência e temor a Deus poderiam ser postos à prova e poderiam ser purificados. Além disso, significava que Jó teve a chance de ganhar a aprovação de Deus, aproximando-o assim de Deus. Durante a provação, tal fé e busca permitiram que ele se tornasse mais perfeito e adquirisse uma maior compreensão da vontade de Deus. Jó também se tornou mais grato pelas bênçãos e graças de Deus, em seu coração ele derramou maiores louvores pelas obras de Deus, e ele era mais temeroso e reverente por Deus e ansiava mais pela beleza, grandeza e santidade de Deus. Naquela época, embora Jó ainda fosse alguém que temia a Deus e se desviava do mal aos olhos de Deus, em relação às suas experiências, a fé e o conhecimento de Jó avançaram muito rapidamente: sua fé aumentara, sua obediência ganhara uma base forte e seu temor a Deus se tornara mais profundo. Embora esse julgamento tenha transformado o espírito e a vida de Jó, essa transformação não satisfez Jó, nem retardou seu progresso. Ao mesmo tempo em que calculava o que ganhara com essa provação, e considerando as próprias deficiências, ele orou em silêncio, esperando que a próxima provação viesse sobre ele, porque ansiava que sua fé, sua obediência e seu temor a Deus fossem elevados durante a próxima provação de Deus.

Deus observa os pensamentos mais íntimos do homem e tudo o que o homem diz e faz. Os pensamentos de Jó chegaram aos ouvidos de Deus Jeová e Deus ouviu suas orações e, assim, a próxima provação de Deus para Jó chegou como esperado.

Em meio ao sofrimento extremo, Jó realmente percebe o cuidado de Deus pela humanidade

Depois das perguntas de Deus Jeová a Satanás, Satanás ficou secretamente feliz. Isso porque Satanás sabia que uma vez mais teria permissão de atacar o homem que era perfeito aos olhos de Deus — para Satanás, isso era uma oportunidade rara. Satanás queria usar essa oportunidade para minar completamente a convicção de Jó, para fazê-lo perder sua fé em Deus e, assim, não mais temer a Deus ou abençoar o nome de Jeová. Isso daria a Satanás uma chance: em qualquer lugar ou hora, seria capaz de fazer de Jó um brinquedo obrigado ao seu comando. Satanás ocultou suas intenções perversas sem deixar vestígios, mas não pôde conter sua natureza maligna. Essa verdade é insinuada em sua resposta às palavras de Deus Jeová, conforme registrado nas Escrituras: “Então Satanás respondeu a Jeová: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de Ti na Tua face” (Jó 2:4-5). É impossível não adquirir um conhecimento essencial e um sentido da maldade de Satanás com esse diálogo entre Deus e Satanás. Tendo ouvido essas falácias de Satanás, todos aqueles que amam a verdade e detestam o mal, indubitavelmente, terão um ódio maior à ignobilidade e falta de vergonha de Satanás, sentir-se-ão indignados e enojados pelas falácias de Satanás e, ao mesmo tempo, oferecerão orações profundas e votos sinceros por Jó, orando para que esse homem de retidão possa alcançar a perfeição, desejando que esse homem que teme a Deus e evita o mal, supere para sempre as tentações de Satanás, viva na luz em meio às orientações e bênçãos de Deus; assim tais pessoas também desejarão que os atos justos de Jó possam estimular para sempre e encorajar todos aqueles que buscam o caminho de temer a Deus e evitar o mal. Embora a intenção maliciosa de Satanás possa ser vista nessa proclamação, Deus consentiu despreocupadamente ao “pedido” de Satanás — mas também impôs uma condição: “Ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida” (Jó 2:6). Porque, dessa vez, Satanás pediu para estender a mão para ferir a carne e os ossos de Jó, disse Deus, “somente poupa-lhe a vida”. O significado dessas palavras é que Ele deu a carne de Jó a Satanás, mas coube a Deus preservar a vida de Jó. Satanás não poderia tirar a vida de Jó, mas, fora isso, Satanás poderia empregar qualquer meio ou método contra Jó.

Depois de obter a permissão de Deus, Satanás correu para Jó e estendeu a mão para afligir sua pele, causando úlceras malignas por todo o corpo, e Jó sentiu dor na pele. Jó louvou a maravilha e a santidade de Deus Jeová, que deixou Satanás ainda mais flagrante em sua audácia. Por ter sentido a alegria de ferir o homem, Satanás estendeu a mão e arranhou a carne de Jó, fazendo com que seus tumores malignos se inflamassem. Jó imediatamente sentiu uma dor e um tormento na carne que não tinham comparação e ele não pôde deixar de se massagear da cabeça aos pés com as mãos, como se isso aliviasse o golpe que tinha sido aplicado em seu espírito por essa dor na carne. Ele percebeu que Deus estava ao seu lado o observando e ele tentou se fortalecer ao máximo. Ele mais uma vez se ajoelhou no chão e disse: “Tu olhas dentro do coração do homem, Tu observas sua miséria; por que sua fraqueza Te preocupa? Louvado seja o nome de Deus Jeová”. Satanás viu a dor insuportável de Jó, mas não viu Jó abandonar o nome de Deus Jeová. Assim, apressou-se a estender a mão para afligir os ossos de Jó, desesperado para despedaçá-lo membro a membro. Em um instante, Jó sentiu um tormento sem precedentes; era como se sua carne tivesse sido arrancada dos ossos e como se os ossos estivessem sendo esmagados um por um. Esse tormento agonizante fez com que pensasse que seria melhor morrer… Sua capacidade de suportar essa dor atingiu seu limite… Ele queria gritar, queria rasgar a pele do corpo numa tentativa de diminuir a dor — no entanto, reprimiu seus gritos e não rasgou a pele do corpo, pois não queria deixar que Satanás visse sua fraqueza. Assim, Jó se ajoelhou mais uma vez, mas nesse momento ele não sentiu a presença de Deus Jeová. Ele sabia que Deus Jeová estava muitas vezes diante dele, e atrás dele, e em ambos os lados dele. No entanto, durante a dor de Jó, Deus nem uma vez olhou; Ele cobriu o rosto e ficou oculto, pois o significado de Deus ter criado o homem não era trazer-lhe sofrimento. Nesse momento, Jó estava chorando, e fazendo o seu melhor para suportar essa agonia física, ainda assim ele não podia mais se impedir de dar graças a Deus: “O homem cai no primeiro golpe, ele é fraco e impotente, ele é jovem e ignorante — por que Tu desejarias ser tão carinhoso e terno para com ele? Tu me atinges, mas Te dói fazer isso. O que no homem vale o Teu cuidado e Tua preocupação?”. As orações de Jó chegaram aos ouvidos de Deus, e Deus ficou em silêncio, apenas observando sem emitir qualquer som… Tendo tentado em vão de todas as maneiras possíveis, Satanás partiu em silêncio, mas isso não pôs fim às provações de Deus sobre Jó. Como o poder de Deus que havia sido revelado em Jó não havia se tornado público, a história de Jó não terminou com a retirada de Satanás. Como outros personagens fizeram a sua entrada, mais cenas espetaculares ainda estavam por vir.

Outra manifestação do temor de Jó a Deus e do seu desviar-se do mal é o seu enaltecimento do nome de Deus em todas as coisas

Jó havia sofrido as devastações de Satanás, mas ainda assim ele não abandonou o nome de Deus Jeová. Sua esposa foi a primeira a sair e desempenhar o papel de Satanás que pode ser visto por atacar Jó. O texto original descreve-o assim: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre” (Jó 2:9). Essas foram as palavras ditas por Satanás disfarçado de homem. Elas eram um ataque e uma acusação, bem como sedução, uma tentação e difamação. Tendo falhado em atacar a carne de Jó, Satanás atacou diretamente a integridade de Jó, desejando usar isso para fazer Jó desistir de sua integridade, renunciar a Deus e não continuar vivendo. Assim também Satanás desejou usar tais palavras para tentar Jó: se Jó abandonasse o nome de Jeová, então ele não precisaria suportar tal tormento; ele poderia libertar-se do tormento da carne. Diante do conselho de sua esposa, Jó a repreendeu dizendo: “Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?” (Jó 2:10). Jó conhecia essas palavras há muito tempo, mas naquele momento a verdade do conhecimento de Jó sobre elas era provada.

Quando sua esposa o aconselhou a amaldiçoar a Deus e a morrer, seu significado era: “Seu Deus o trata assim, então porque não O amaldiçoar? O que você está fazendo ainda vivo? Seu Deus é tão injusto com você, mas ainda assim você diz ‘bendito seja o nome de Jeová’. Como Ele pôde trazer desastre sobre você quando você bendiz o nome Dele? Apresse-se, abandone o nome de Deus e não O siga mais. Então seus problemas acabarão”. Nesse momento, foi produzido o testemunho que Deus desejava ver em Jó. Nenhuma pessoa comum pôde dar tal testemunho, nem o lemos em nenhuma das histórias da Bíblia — mas Deus já tinha visto isso muito antes de Jó falar essas palavras. Deus simplesmente desejou usar essa oportunidade para permitir que Jó provasse a todos que Deus estava certo. Confrontado com o conselho de sua esposa, Jó não apenas não desistiu de sua integridade, nem renunciou a Deus, mas também disse à esposa: “Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”. Essas palavras têm grande peso? Aqui, há apenas um fato capaz de provar o peso dessas palavras. O peso dessas palavras é que elas são aprovadas por Deus em Seu coração, são o que foi desejado por Deus, elas são o que Deus queria ouvir e elas são o resultado que Deus ansiava ver; essas palavras também são o âmago do testemunho de Jó. Nisso, o temor a Deus, a perfeição, a retidão de Jó e seu desviar-se do mal foram provados. A preciosidade de Jó estava em como, quando foi tentado, e mesmo quando todo seu corpo estava coberto de tumores malignos, quando suportou o maior tormento, e quando sua esposa e parentes o aconselharam, ele ainda proferiu tais palavras. Para dizer de outra maneira, no coração, ele acreditava que, não importando as tentações, ou por mais dolorosos que as tribulações ou tormentos fossem, mesmo que a morte viesse sobre ele, ele não renunciaria a Deus nem desprezaria o caminho de temer a Deus e evitar o mal. Você vê, então, que Deus ocupou o lugar mais importante no coração de Jó, e que havia apenas Deus no coração dele. É por isso que lemos tais descrições dele nas Escrituras como: “Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios”. Ele não apenas não pecou com os lábios, mas no coração não se queixou de Deus. Ele não disse palavras ofensivas sobre Deus, nem pecou contra Deus. Não somente sua boca bendisse o nome de Deus, mas também bendisse no coração o nome de Deus; a boca e o coração eram como um só. Esse foi o verdadeiro Jó visto por Deus, e essa foi a razão pela qual Deus apreciou Jó.

Os muitos mal-entendidos das pessoas sobre Jó

A dificuldade sofrida por Jó não foi obra de mensageiros enviados por Deus, nem foi causada pela própria mão de Deus. Em vez disso, foi pessoalmente causada por Satanás, o inimigo de Deus. Consequentemente, o nível de dificuldade sofrido por Jó foi profundo. Contudo, nesse momento Jó demonstrou, sem reservas, seu conhecimento cotidiano de Deus no coração, os princípios de suas ações cotidianas e sua atitude para com Deus — essa é a verdade. Se Jó não tivesse sido tentado, se Deus não tivesse trazido provação a Jó, quando Jó disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová”, você diria que Jó é um hipócrita; Deus lhe dera tantos bens, então, é claro, ele bendisse o nome de Jeová. Se, antes de ser submetido a provações, Jó tivesse dito: “Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”, você diria que Jó estava exagerando e que ele não abandonaria o nome de Deus já que ele foi sempre abençoado pela mão de Deus. Você diria que, se Deus tivesse trazido desastre sobre ele, então ele certamente teria abandonado o nome de Deus. No entanto, quando Jó se encontrou em circunstâncias que ninguém desejaria, nem gostaria de ver, circunstâncias que ninguém desejaria que acontecessem consigo, que ele teria medo de recair sobre si, circunstâncias que nem mesmo Deus suportaria observar, Jó ainda era capaz de manter sua integridade: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” e “receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”. Confrontados com a conduta de Jó nesse momento, os que gostam de falar palavras altissonantes e que amam falar palavras e doutrinas, todos ficam emudecidos. Aqueles que exaltam o nome de Deus somente no falar, mas nunca aceitaram as provações de Deus, são condenados pela integridade à qual Jó se manteve firme, e aqueles que nunca acreditaram que o homem é capaz de se manter firme no caminho de Deus são julgados pelo testemunho de Jó. Diante da conduta de Jó durante essas provações e das palavras que ele falou, algumas pessoas se sentirão confusas, algumas sentirão inveja, outras se sentirão duvidosas, e algumas parecerão desinteressadas, virando o nariz para o testemunho de Jó porque elas não apenas veem o tormento que se abateu sobre Jó durante as provações e leem as palavras ditas por Jó, mas também veem a “fraqueza” humana exibida por Jó quando as provações se apoderaram dele. Essa “fraqueza” eles acreditam ser a suposta imperfeição na perfeição de Jó, a mancha em um homem que aos olhos de Deus era perfeito. Isto é, acredita-se que aqueles que são perfeitos são impecáveis, sem mácula ou manchados, que não têm fraquezas, não têm conhecimento da dor, nunca se sentem infelizes ou deprimidos e não têm ódio ou qualquer comportamento extremo externo; como resultado, a grande maioria das pessoas não acredita que Jó fosse verdadeiramente perfeito. As pessoas não aprovam muito do seu comportamento durante suas provações. Por exemplo, quando Jó perdeu a propriedade e os filhos, ele não começou, como as pessoas imaginam, a chorar. Sua “falta de decoro” faz as pessoas pensarem que ele era frio, pois ele não tinha lágrimas nem afeto pela família. Essa é a má impressão inicial que as pessoas têm de Jó. Elas acham seu comportamento depois disso ainda mais desconcertante: “Rasgou seu manto” foi interpretado pelas pessoas como desrespeito a Deus, e “raspou a cabeça” é erroneamente interpretado como blasfêmia e a oposição de Jó a Deus. Além das palavras de Jó: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová”, as pessoas não discernem nada da justiça em Jó que foi louvada por Deus, e assim a avaliação de Jó feita pela grande maioria delas nada mais é do que incompreensão, equívoco, dúvida, condenação e aprovação apenas em teoria. Nenhuma delas é capaz de realmente compreender e apreciar as palavras de Deus Jeová que Jó era um homem perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal.

Com base em sua impressão de Jó, acima, as pessoas têm mais dúvidas sobre a retidão dele, pois as ações de Jó e sua conduta registradas nas Escrituras não foram tão significativamente comoventes como as pessoas imaginavam. Ele não só não realizou grandes feitos, mas também pegou um caco para se raspar sentado entre as cinzas. Esse ato também surpreende as pessoas e faz com que duvidem — e até neguem — a justiça de Jó, pois enquanto se raspava Jó não orou nem fez promessas a Deus; nem, além disso, foi visto a chorar lágrimas de dor. Nesse momento, as pessoas só veem a fraqueza de Jó e nada mais, e assim mesmo quando ouvem Jó dizer “Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”, elas são completamente indiferentes, ou indecisas, e ainda são incapazes de discernir a justiça de Jó a partir de suas palavras. A impressão básica que Jó dá às pessoas durante o tormento de suas provações é que ele não era nem servil nem arrogante. As pessoas não veem a história por trás de seu comportamento que se desenrolou nas profundezas de seu coração, nem veem o temor a Deus dentro de seu coração ou sua adesão ao princípio do caminho de se desviar do mal. Sua equanimidade faz com que as pessoas pensem que sua perfeição e retidão são apenas palavras vazias, que seu temor a Deus era apenas boato; a “fraqueza” que ele revelou externamente, entretanto, deixa uma profunda impressão nelas, dando-lhes uma “nova perspectiva” e até mesmo um “novo entendimento” em relação ao homem que Deus define como perfeito e reto. Tal “nova perspectiva” e “novo entendimento” são comprovados quando Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia em que nasceu.

Embora o nível de tormento que sofreu seja inimaginável e incompreensível para qualquer homem, ele não falou palavras de heresia, mas apenas diminuiu a dor de seu corpo por seus próprios meios. Conforme registrado nas Escrituras, ele disse: “Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: ‘Foi concebido um homem!’” (Jó 3:3). Talvez ninguém tenha considerado essas palavras importantes e talvez haja pessoas que tenham prestado atenção nelas. Na visão de vocês, elas significam que Jó se opôs a Deus? Elas são uma queixa contra Deus? Sei que muitos de vocês têm certas ideias sobre essas palavras ditas por Jó e acreditam que, se Jó era perfeito e reto, ele não deveria ter mostrado qualquer fraqueza ou dor, e deveria ter enfrentado positivamente qualquer ataque de Satanás e até sorrido diante das tentações de Satanás. Ele não deveria ter tido a menor reação a qualquer tormento trazido sobre sua carne por Satanás, nem deveria ter revelado qualquer das emoções dentro de seu coração. Ele deveria até ter pedido que Deus tornasse essas provações ainda mais duras. Isso é o que deveria ser demonstrado e possuído por alguém que é inabalável e que realmente teme a Deus e evita o mal. Em meio a esse tormento extremo, Jó amaldiçoou o dia de seu nascimento. Ele não se queixou de Deus, muito menos teve alguma intenção de se opor a Deus. Isso é muito mais fácil dizer do que fazer, pois desde os tempos antigos até hoje, ninguém jamais experimentou tais tentações ou sofreu o que aconteceu com Jó. Assim, por que ninguém nunca foi submetido ao mesmo tipo de tentação que Jó? É porque, como Deus o vê, ninguém é capaz de assumir tal responsabilidade ou comissão, ninguém poderia fazer como Jó fez, e, além disso, ninguém poderia, além de amaldiçoar o dia de seu nascimento, não abandonar o nome de Deus e continuar a bendizer o nome de Deus Jeová, como Jó fez quando tal tormento se abateu sobre ele. Alguém poderia fazer isso? Quando dizemos isso sobre Jó, estamos elogiando seu comportamento? Ele era um homem justo e capaz de dar tal testemunho a Deus e capaz de fazer Satanás fugir com as mãos na cabeça, de modo que nunca mais viesse a Deus para acusá-lo — então, o que há de errado em elogiá-lo? Será que vocês têm padrões mais elevados do que Deus? Poderia ser que vocês agissem ainda melhor que Jó quando lhes sobreviessem as provações? Jó foi louvado por Deus — que objeções vocês poderiam ter?

Jó amaldiçoa o dia do seu nascimento porque não quer causar dor a Deus

Costumo dizer que Deus vê o interior do coração das pessoas, enquanto as pessoas veem o exterior dos outros. Porque Deus vê dentro do coração das pessoas, Ele entende sua essência, enquanto as pessoas definem a essência de outras pessoas com base em seu exterior. Quando Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia de seu nascimento, esse ato surpreendeu todas as figuras espirituais, incluindo os três amigos de Jó. O homem veio de Deus e deveria ser grato pela vida e carne, bem como o dia de seu nascimento, concedidos a ele por Deus, e ele não deveria amaldiçoá-los. Isso é algo que pessoas comuns podem entender e imaginar. Para qualquer um que segue a Deus, esse entendimento é sagrado e inviolável e é uma verdade que nunca pode mudar. Jó, por outro lado, quebrou as regras: ele amaldiçoou o dia do seu nascimento. Este é um ato que as pessoas comuns consideram constituir entrar num território proibido. Jó não só não tem direito à compreensão e simpatia das pessoas, ele também não tem direito ao perdão de Deus. Ao mesmo tempo, ainda mais pessoas duvidam da justiça de Jó, pois parecia que o favor de Deus para com ele tornou Jó autoindulgente; isso o tornou tão ousado e imprudente que não apenas ele não agradeceu a Deus por abençoá-lo e cuidar dele durante a vida, mas condenou o dia de seu nascimento à destruição. O que é isso, senão oposição a Deus? Tais superficialidades suprem às pessoas a prova para condenar esse ato de Jó, mas quem pode saber o que Jó realmente pensava naquele momento? Quem pode saber a razão pela qual Jó agiu assim? Somente Deus e Jó conhecem os bastidores dessa história e as razões.

Quando Satanás estendeu a mão para afligir os ossos de Jó, Jó caiu em suas garras, sem meios de escapar ou força para resistir. Seu corpo e alma sofriam uma enorme dor, e essa dor o tornou profundamente consciente da insignificância, fragilidade e impotência do homem que vivia na carne. Ao mesmo tempo, ele também adquiriu um apreço e compreensão profundos de por que Deus tem a preocupação e cuidado para com a humanidade. Nas garras de Satanás, Jó percebeu que o homem, que é de carne e osso, na verdade é tão impotente e fraco. Quando ele caiu de joelhos e orou a Deus, ele sentiu como se Deus estivesse cobrindo o rosto, e Se escondendo, pois Deus o colocou completamente nas mãos de Satanás. Ao mesmo tempo, Deus também chorou por ele e, além disso, sofria por ele; Deus foi afligido por sua dor e ferido por sua ferida… Jó sentiu a dor de Deus, como sentiu que essa dor era insuportável para Deus… Jó não queria trazer mais tristeza a Deus, nem queria que Deus chorasse por ele, muito menos queria ver Deus aflito por ele. Nesse momento, Jó queria apenas despir-se de sua carne, não mais suportar a dor trazida sobre ele por essa carne, pois isso impediria que Deus fosse atormentado por sua dor — mas ele não podia, e ele tinha que tolerar não apenas a dor da carne, mas também o tormento de não querer deixar Deus ansioso. Essas duas dores — uma da carne e outra do espírito — causaram dor angustiante, de partir o coração, em Jó e o fizeram sentir como as limitações do homem que é de carne e osso podem fazer com que alguém se sinta frustrado e indefeso. Sob essas circunstâncias, seu anseio por Deus tornou-se mais intenso e sua abominação a Satanás se tornou mais intensa. Nesse momento, Jó teria preferido nunca ter nascido no mundo do homem, preferiria não existir, do que ver Deus chorar lágrimas ou sentir dor pelo bem de Jó. Ele começou a abominar profundamente sua carne, a ficar doente e cansado de si mesmo, do dia de seu nascimento e até de tudo o que estava ligado a si mesmo. Ele não queria que houvesse mais menção de seu dia de nascimento ou qualquer coisa a ver com isso, e assim ele abriu a boca e amaldiçoou o dia de seu nascimento: “Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: ‘Foi concebido um homem!’. Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz” (Jó 3:3-4). As palavras de Jó carregam sua abominação por si mesmo: “Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: ‘Foi concebido um homem’”, assim como a culpa que sentiu em relação a si mesmo e seu senso de dívida por ter causado dor a Deus: “Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz”. Essas duas passagens são a expressão máxima de como Jó se sentiu na época e demonstram plenamente sua perfeição e retidão para todos. Ao mesmo tempo, assim como Jó desejara, sua fé e obediência a Deus, assim como seu temor a Deus, eram realmente elevados. Naturalmente, essa elevação é exatamente o efeito que Deus esperava.

Jó derrota Satanás e se torna um verdadeiro homem aos olhos de Deus

Quando Jó primeiro se submeteu a suas provações, ele foi destituído de todas as propriedades e de todos os filhos, mas ele não caiu ou disse qualquer coisa que fosse um pecado contra Deus como resultado. Ele tinha superado as tentações de Satanás, ele tinha superado seus bens materiais, seus descendentes e a provação de perder todas as posses terrenas, o que significa que ele foi capaz de obedecer a Deus quando Este tirou coisas dele e também foi capaz de oferecer graças e louvor a Deus por causa daquilo que Deus fez. Essa foi a conduta de Jó durante a primeira tentação de Satanás, e esse também foi o testemunho de Jó durante a primeira provação de Deus. Na segunda provação, Satanás estendeu a mão para afligir Jó e, embora Jó sentisse uma dor maior do que jamais sentira antes, ainda assim seu testemunho foi suficiente para deixar as pessoas espantadas. Ele usou sua fortaleza, convicção e obediência a Deus, bem como seu temor a Deus, para mais uma vez derrotar Satanás, e sua conduta e seu testemunho foram mais uma vez aprovados e favorecidos por Deus. Durante essa tentação, Jó usou sua conduta real para proclamar a Satanás que a dor da carne não poderia alterar sua fé e obediência a Deus ou tirar sua devoção a Deus e seu coração que teme a Deus; ele não renunciaria a Deus nem renunciaria à própria perfeição e retidão porque enfrentava a morte. A determinação de Jó fez de Satanás um covarde, sua fé deixou Satanás tímido e trêmulo, a intensidade com que ele lutou contra Satanás durante sua batalha de vida e morte gerou em Satanás um profundo ódio e ressentimento; sua perfeição e retidão deixaram Satanás sem nada mais a fazer contra ele, de tal modo que Satanás abandonou seus ataques contra ele e desistiu das acusações contra Jó que tinha apresentado a Deus Jeová. Isso significava que Jó havia vencido o mundo, vencido a carne, vencido a Satanás e vencido a morte; ele era completa e totalmente um homem que pertencia a Deus. Durante essas duas provações, Jó permaneceu firme em seu testemunho, realmente viveu sua perfeição e retidão e ampliou o escopo de seus princípios de vida de temer a Deus e se desviar do mal. Tendo passado por essas duas provações, nasceu em Jó uma experiência mais rica, e essa experiência o tornou mais maduro e experiente, fortaleceu-o e deu-lhe maior convicção, tornando-o mais confiante na retidão e dignidade da integridade que ele manteve firme. As provações de Jó por Deus Jeová lhe deram uma profunda compreensão e um senso da preocupação de Deus pelo homem e permitiram que ele sentisse a preciosidade do amor de Deus, a partir desse ponto a consideração e o amor a Deus foram acrescentados a seu temor a Deus. As provações de Deus Jeová não apenas não afastaram Jó de Deus, mas também aproximaram seu coração de Deus. Quando a dor carnal suportada por Jó atingiu seu apogeu, a preocupação que ele sentia Deus Jeová ter não lhe deu escolha senão amaldiçoar o dia de seu nascimento. Tal conduta não foi planejada por muito tempo, mas uma revelação natural da consideração e amor a Deus de dentro do coração, foi uma revelação natural que veio de sua consideração e amor a Deus. Isto é, porque ele abominava a si mesmo e ele não estava disposto a, nem podia suportar, atormentar a Deus, assim, sua consideração e amor alcançaram o ponto de abnegação. Nesse momento, Jó elevou sua adoração e anseio por Deus de longa data e devoção a Deus ao nível de consideração e amor. Ao mesmo tempo, ele também elevou sua fé e obediência a Deus e o temor de Deus ao nível de consideração e amor. Ele não se permitia fazer nada que pudesse causar dano a Deus, ele não se permitia nenhuma conduta que ferisse a Deus, e não se permitia trazer qualquer tristeza, dor ou até infelicidade a Deus por suas próprias razões. Aos olhos de Deus, embora Jó ainda fosse o mesmo Jó de antes, a fé, a obediência e o temor de Jó a Deus tinham trazido a Deus satisfação e desfrute completos. Nesse momento, Jó havia atingido a perfeição que Deus esperava que ele atingisse; ele havia se tornado alguém verdadeiramente digno de ser chamado de “perfeito e reto” aos olhos de Deus. Seus atos justos lhe permitiram vencer Satanás e permanecer firme em seu testemunho a Deus. Assim, também, seus atos justos o tornaram perfeito, permitiram que o valor de sua vida fosse elevado e transcendesse mais do que nunca, e também fizeram dele a primeira pessoa a não ser mais atacada e tentada por Satanás. Porque Jó era justo, ele foi acusado e tentado por Satanás; porque Jó era justo, foi entregue a Satanás; e porque Jó era justo, ele venceu e derrotou Satanás, e permaneceu firme em seu testemunho. Doravante, Jó tornou-se o primeiro homem que nunca mais seria entregue a Satanás, ele verdadeiramente veio perante o trono de Deus e viveu na luz, sob as bênçãos de Deus, sem a espionagem ou a ruína de Satanás… Ele havia se tornado um homem verdadeiro aos olhos de Deus; ele havia sido libertado…

Sobre Jó

Tendo aprendido como Jó passou pelas provas, a maioria de vocês provavelmente desejará saber mais detalhes sobre o próprio Jó, particularmente com relação ao segredo pelo qual ele recebeu o louvor de Deus. Então hoje, vamos falar de Jó!

No cotidiano de Jó, vemos sua perfeição, retidão, temor a Deus e evasão do mal

Se quisermos discutir Jó, então devemos começar com a avaliação dele proferida a partir da Própria boca de Deus: “Ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal”.

Vamos primeiro aprender sobre a perfeição e a retidão de Jó.

O que vocês entendem das palavras “perfeito” e “reto”? Vocês acreditam que Jó era sem reprovação, que era honrado? Isso, é claro, seria uma interpretação e compreensão literal das palavras “perfeito” e “reto”. Mas o contexto de vida real é integral a uma verdadeira compreensão de Jó — palavras, livros e teoria, por si só, não fornecerão nenhuma resposta. Começaremos olhando para a vida familiar de Jó, como era sua conduta normalmente durante sua vida. Isso nos informará sobre seus princípios e objetivos na vida, bem como sobre sua personalidade e busca. Agora, vamos ler as palavras finais de Jó 1:3: “De modo que este homem era o maior de todos os do Oriente”. O que essas palavras estão dizendo é que o status e a posição de Jó eram muito elevados, e embora não nos seja dito se a razão pela qual ele era o maior de todos os homens do Oriente fosse por causa de seus bens abundantes ou porque ele fosse perfeito e reto e temesse a Deus enquanto evitasse o mal, no geral, sabemos que o status e a posição de Jó eram muito apreciados. Conforme registrado na Bíblia, as primeiras impressões das pessoas sobre Jó eram que Jó era perfeito, que ele temia a Deus e se desviava do mal, e que ele era possuidor de grande riqueza e de status venerável. Para uma pessoa normal vivendo em tal ambiente e sob tais condições, a dieta de Jó, a qualidade de vida e os vários aspectos de sua vida pessoal seriam o foco da atenção da maioria das pessoas; assim devemos continuar lendo as Escrituras: “Iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs para comerem e beberem com eles. E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1:4-5). Essa passagem nos diz duas coisas: a primeira é que os filhos e filhas de Jó festejavam regularmente, com muita comida e bebida; a segunda é que Jó frequentemente oferecia holocaustos porque ele frequentemente se preocupava com seus filhos e filhas, temeroso de que eles estivessem pecando, que, no coração, eles tivessem renunciado a Deus. Nisso está descrita a vida de dois tipos diferentes de pessoas. Os primeiros, filhos e filhas de Jó, muitas vezes banqueteavam por causa de sua afluência, viviam extravagantemente, bebiam vinho e comiam o quanto quisessem e desfrutavam da alta qualidade de vida proporcionada pela riqueza material. Vivendo tal vida, era inevitável que muitas vezes pecassem e ofendessem a Deus — contudo, eles não se santificaram nem ofereceram holocaustos. Vocês veem, então, que Deus não tinha lugar no coração deles, que eles não pensavam nas graças de Deus, nem temiam ofender a Deus, muito menos temiam renunciar a Deus no coração. É claro que nosso foco não está nos filhos de Jó, mas no que Jó fez quando se deparou com essas coisas; esse é o outro assunto descrito na passagem, que envolve a vida diária de Jó e sua humanidade essência. Quando a Bíblia descreve o banquete dos filhos e filhas de Jó, não há menção de Jó; diz apenas que seus filhos e filhas costumavam comer e beber juntos. Em outras palavras, ele não deu banquetes, nem se juntou a seus filhos e filhas para comer de forma extravagante. Embora abastado e possuidor de muitos bens e servos, a vida de Jó não era luxuosa. Ele não foi enganado por seu ambiente de vida superlativo e não se empanturrou, por causa de sua riqueza, com os prazeres da carne nem se esqueceu de oferecer holocaustos, muito menos isso fez com que ele gradativamente evitasse Deus no coração. Evidentemente, então, Jó era disciplinado em seu estilo de vida, não era ganancioso nem hedonista como resultado das bênçãos de Deus para ele e não se fixou na qualidade de vida. Em vez disso, ele era humilde e modesto, não era dado à ostentação, era cauteloso e cuidadoso diante de Deus. Ele frequentemente pensava nas graças e bênçãos de Deus e sempre abrigava um coração que teme a Deus. Em sua vida diária, Jó frequentemente se levantava cedo para oferecer holocaustos por seus filhos e filhas. Em outras palavras, não só o próprio Jó temia a Deus, mas também esperava que seus filhos igualmente tivessem temor a Deus e não pecassem contra Deus. A riqueza material de Jó não ocupava lugar em seu coração nem substituía a posição ocupada por Deus; fosse para seu próprio bem ou para o bem de seus filhos, as ações diárias de Jó estavam todas ligadas a temer a Deus e a se desviar do mal. Seu temor a Deus Jeová não foi só de boca, mas foi algo que ele pôs em ação e refletia em cada parte de sua vida diária. Essa conduta real de Jó nos mostra que ele era honesto e possuía uma essência que amava a justiça e coisas que eram positivas. Que Jó frequentemente enviou e santificou seus filhos e filhas significa que ele não sancionou ou aprovou o comportamento de seus filhos; em vez disso, no coração, ele estava frustrado com o comportamento deles e os condenou. Ele havia concluído que o comportamento de seus filhos e filhas não era agradável a Deus Jeová, e assim ele frequentemente os chamava para ir diante de Deus Jeová e confessar seus pecados. As ações de Jó nos mostram um outro lado de sua humanidade, um em que ele nunca andou com aqueles que muitas vezes pecavam e ofendiam a Deus, mas, ao invés disso, se desviava deles e os evitava. Mesmo que essas pessoas fossem seus filhos e filhas, ele não abandonou os próprios princípios de conduta porque eles eram seus próprios parentes, nem cedeu aos pecados deles por causa de seus próprios sentimentos. Antes, ele os incitou a confessar e a ganhar a tolerância de Deus Jeová, e ele os advertiu a não abandonar a Deus por causa de prazer ganancioso deles. Os princípios de como Jó tratava os outros são inseparáveis dos princípios de seu temor a Deus e do afastamento do mal. Ele amava aquilo que era aceito por Deus e abominava aquilo que causava repulsa a Deus; ele amava aqueles que temiam a Deus no coração e abominava os que cometiam o mal ou pecavam contra Deus. Tal amor e abominação foram demonstrados em sua vida cotidiana, e foi a própria retidão de Jó vista pelos olhos de Deus. Naturalmente, essa é também a expressão e a vivência da verdadeira humanidade de Jó em suas relações com os outros em sua vida diária, sobre as quais devemos aprender.

As manifestações da humanidade de Jó durante suas provações (entendendo a perfeição, a retidão, o temor a Deus de Jó e o se desviar do mal durante suas provações)

O que compartilhamos acima são os vários aspectos da humanidade de Jó que foram demonstrados em sua vida diária antes de suas provas. Sem dúvida, essas várias manifestações apresentam um conhecimento inicial e compreensão da retidão de Jó, do temor a Deus e do afastamento do mal, e naturalmente apresentam uma confirmação inicial. A razão pela qual Eu digo “inicial” é porque a maioria das pessoas ainda não possui um verdadeiro entendimento da personalidade de Jó e do grau em que ele seguiu o caminho de obedecer e temer a Deus. Isso quer dizer que o entendimento da maioria das pessoas sobre Jó não se estende mais profundamente do que a impressão um tanto favorável dele, dada por duas passagens na Bíblia que contêm suas palavras “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” e “receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”. Assim, há uma grande necessidade de compreendermos como Jó viveu sua humanidade ao receber as provações de Deus; dessa forma, a verdadeira humanidade de Jó será mostrada a todos na sua totalidade.

Quando Jó soube que sua propriedade havia sido roubada, que seus filhos e filhas haviam perdido a vida e que seus servos haviam sido mortos, ele reagiu da seguinte maneira: “Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou” (Jó 1:20). Essas palavras nos dizem um fato: depois de ouvir essa notícia, Jó não ficou em pânico, não chorou, nem culpou os criados que lhe haviam dado a notícia, muito menos inspecionou a cena do crime para investigar e verificar os detalhes e descobrir o que acontecera. Ele não demonstrou nenhuma dor ou arrependimento pela perda de suas posses, nem se desmanchou em lágrimas devido à perda dos filhos e dos entes queridos. Pelo contrário, ele rasgou seu manto e rapou a cabeça, lançou-se em terra e adorou. As ações de Jó são diferentes das de qualquer homem comum. Elas confundem muitas pessoas e as fazem repreender Jó no coração por seu “sangue-frio”. Com a súbita perda de seus bens, as pessoas normais pareceriam ter o coração partido, ou desesperadas — ou, no caso de algumas pessoas, elas poderiam cair em depressão profunda. Isso porque, no coração, a propriedade das pessoas representa uma vida inteira de esforço — é aquilo de que depende sua sobrevivência, é a esperança que as mantém vivas; a perda de sua propriedade significa que seus esforços foram em vão, que estão sem esperança e até mesmo que não têm futuro. Essa é a atitude de qualquer pessoa normal em relação a sua propriedade e o relacionamento próximo que a pessoa tem com isso, e essa é também a importância da propriedade aos olhos das pessoas. Como tal, a grande maioria das pessoas se sente confusa pela atitude indiferente de Jó em relação à perda da propriedade. Hoje, vamos dissipar a confusão que todas essas pessoas sentiram, explicando o que estava acontecendo no coração de Jó.

O senso comum diz que, tendo recebido tão abundantes bens de Deus, Jó deveria se sentir envergonhado diante de Deus por perder esses bens, pois não os protegera nem cuidara deles, não tinha guardado os bens dados a ele por Deus. Assim, quando ele soube que sua propriedade tinha sido roubada, sua primeira reação deveria ter sido ir ao local do crime, fazer um inventário de tudo o que tinha sido perdido e, então, confessar a Deus para que ele pudesse mais uma vez receber as bênçãos de Deus. Jó, no entanto, não fez isso, e, naturalmente, ele tinha suas próprias razões para não o fazer. No coração, Jó acreditava profundamente que tudo o que possuía lhe havia sido concedido por Deus e não era produto do próprio trabalho. Assim, ele não viu essas bênçãos como algo a ser capitalizado, mas, em vez disso, fundamentou os princípios de sua sobrevivência apegando-se com toda a força ao caminho que devia ser defendido. Ele apreciava as bênçãos de Deus e dava graças por elas, mas não estava enamorado pelas bênçãos nem buscava mais delas. Tal era sua atitude em relação à propriedade. Ele não fez nada para obter bênçãos, nem se preocupou nem se sentiu magoado pela falta ou perda das bênçãos de Deus; ele também não se tornou feliz descontrolada e delirantemente por causa das bênçãos de Deus, nem ignorou o caminho de Deus, nem esqueceu a graça de Deus por causa das bênçãos que ele frequentemente desfrutava. A atitude de Jó em relação a sua propriedade revela às pessoas sua verdadeira humanidade: em primeiro lugar, Jó não era um homem ganancioso e era pouco exigente em sua vida material. Em segundo lugar, Jó nunca se preocupou ou temeu que Deus tirasse tudo o que ele tinha, que era sua atitude de obediência a Deus no coração; isto é, ele não tinha exigências ou reclamações sobre quando ou se Deus tomaria isso dele, e não perguntou o motivo, mas apenas procurou obedecer aos arranjos de Deus. Em terceiro lugar, ele nunca acreditou que seus bens vieram do próprio labor, mas que foram concedidos a ele por Deus. Essa foi a fé de Jó em Deus e é uma indicação de sua convicção. A humanidade de Jó e sua verdadeira busca diária são esclarecidas nesse resumo de três pontos sobre ele? A humanidade e a busca de Jó foram integrais para sua conduta calma quando confrontado com a perda de sua propriedade. Foi exatamente por causa de sua busca diária que Jó teve a estatura e a convicção de dizer: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová”, durante as provações de Deus. Essas palavras não foram ganhas da noite para o dia, nem apenas apareceram na cabeça de Jó. Foram o que ele tinha visto e adquirido durante muitos anos de experiência de vida. Comparado com todos aqueles que apenas buscam as bênçãos de Deus e que temem que Deus tome deles, que odeiam e se queixam disso, a obediência de Jó não é muito real? Comparado a todos aqueles que creem que há um Deus, mas que nunca creram que Deus governa sobre todas as coisas, Jó não possui grande honestidade e retidão?

A racionalidade de Jó

As experiências reais de Jó e sua humanidade justa e honesta significavam que ele fez o juízo e as escolhas mais racionais quando perdeu os bens e os filhos. Tais escolhas racionais eram inseparáveis de suas buscas diárias e dos feitos de Deus que ele conhecera em seu dia a dia. A honestidade de Jó o fez capaz de acreditar que a mão de Jeová governa sobre todas as coisas; sua crença permitiu que ele conhecesse o fato da soberania de Deus Jeová sobre todas as coisas; seu conhecimento o tornou disposto e capaz de obedecer à soberania e aos arranjos de Deus Jeová; sua obediência permitiu que ele fosse cada vez mais verdadeiro em seu temor a Deus Jeová; seu medo tornou-o cada vez mais real em se desviar do mal; no final das contas, Jó tornou-se perfeito porque temia a Deus e se desviava do mal; sua perfeição o tornou sábio e deu a ele a máxima racionalidade.

Como devemos compreender essa palavra “racional”? Uma interpretação literal é que significa ter bom senso, ser lógico e sensato no pensamento, ter fala, ações e juízos sadios e possuir padrões morais sólidos e regulares. No entanto, a racionalidade de Jó não é tão facilmente explicada. Quando se diz aqui que Jó possuía a máxima racionalidade, isso é dito em conexão com sua humanidade e sua conduta diante de Deus. Porque Jó era honesto, ele era capaz de acreditar e obedecer à soberania de Deus, o que lhe dava um conhecimento que não podia ser obtido pelos outros, e esse conhecimento o capacitou a discernir, julgar e definir com mais exatidão aquilo que aconteceu com ele e permitiu-lhe escolher de forma mais precisa e perspicaz o que fazer e a que se apegar. Isso quer dizer que suas palavras, comportamento, os princípios por trás de suas ações e o código pelo qual ele agiu eram regulares, claros e específicos, e não eram cegos, impulsivos ou emocionais. Ele sabia como tratar o que quer que acontecesse consigo, ele sabia como equilibrar e lidar com as relações entre os eventos complexos, ele sabia como se apegar ao caminho que deveria se apegar, e, além disso, ele sabia como tratar a questão de Deus Jeová dar e tomar. Essa era a própria racionalidade de Jó. Foi exatamente porque Jó estava equipado com tal racionalidade que ele disse, “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová”, quando perdeu os bens e os filhos e filhas.

Quando Jó enfrentou enorme dor do corpo e as reprovações de seus parentes e amigos e quando se viu diante da morte, sua real conduta mostrou mais uma vez sua verdadeira face para todas as pessoas.

A verdadeira face de Jó: verdadeiro, puro e sem falsidade

Vamos ler Jó 2:7-8: “Saiu, pois, Satanás da presença de Jeová, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça. E Jó, tomando um caco para com ele se raspar, sentou-se no meio da cinza”. Essa é uma descrição da conduta de Jó quando úlceras malignas surgiram em seu corpo. Nesse momento, Jó sentou-se nas cinzas enquanto suportava a dor. Ninguém o tratou e ninguém o ajudou a diminuir a dor de seu corpo; em vez disso, ele usou um caco para raspar a superfície das úlceras malignas. Superficialmente, essa foi apenas uma etapa no tormento de Jó e não tem qualquer relação com sua humanidade e temor a Deus, pois Jó não falou palavras para expressar seu humor e opiniões nesse momento. No entanto, as ações de Jó e sua conduta ainda são uma expressão verdadeira de sua humanidade. No registro do capítulo anterior, lemos que Jó era o maior de todos os homens do Oriente. Essa passagem do segundo capítulo, enquanto isso, mostra-nos que esse grande homem do oriente realmente pegou um caco para se raspar enquanto estava sentado entre as cinzas. Não há um contraste óbvio entre essas duas descrições? É um contraste que nos mostra o verdadeiro eu de Jó: apesar de sua posição de prestígio e status, ele nunca amou nem prestou atenção a essas coisas; ele não se importava com como os outros viam sua posição, nem se preocupava se suas ações ou conduta teriam algum efeito negativo em sua posição; ele não se entregou aos benefícios do status, nem desfrutou da glória que veio com o status e a posição. Ele só se importava com seu valor e o significado de sua vida aos olhos de Deus Jeová. O verdadeiro eu de Jó era sua própria essência: ele não amava a fama e a fortuna e não vivia para a fama e a fortuna; ele era verdadeiro e puro e sem falsidade.

A separação do amor e ódio em Jó

Outro lado da humanidade de Jó é demonstrado neste diálogo entre ele e sua esposa: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?” (Jó 2:9-10). Vendo o tormento que sofria, a esposa de Jó tentou dar-lhe conselhos para ajudá-lo a escapar do tormento — mas suas “boas intenções” não obtiveram a aprovação de Jó; ao contrário, despertaram sua ira, pois ela negou sua fé e obediência a Deus Jeová, e também negou a existência de Deus Jeová. Isso foi intolerável para Jó, pois ele nunca se permitiu fazer nada que se opusesse ou ferisse a Deus, para não falar dos outros. Como ele poderia permanecer indiferente quando viu outros falarem palavras que blasfemavam contra Deus e O insultavam? Assim, ele chamou sua esposa de “mulher doida”. A atitude de Jó para com sua esposa era de raiva e ódio, bem como de reprovação e repreensão. Essa era a expressão natural da humanidade de Jó — diferenciar entre amor e ódio — e era uma verdadeira representação de sua humanidade correta. Jó possuía um senso de justiça — que o fazia odiar os ventos e as marés da iniquidade, abominava, condenava e rejeitava heresias absurdas, argumentos ridículos e afirmações ridículas, e permitia que ele se mantivesse fiel aos próprios e corretos princípios e postura quando ele foi rejeitado pelas massas e abandonado por aqueles que estavam perto dele.

A bondade e a sinceridade de Jó

Já que, da conduta de Jó, somos capazes de ver a expressão de vários aspectos de sua humanidade, o que vemos da humanidade de Jó quando ele abriu a boca para amaldiçoar o dia de seu nascimento? Esse é o tema que compartilharemos abaixo.

Acima, falei das origens de Jó amaldiçoar o dia do seu nascimento. O que vocês veem nisso? Se Jó fosse de coração duro e sem amor, se ele fosse frio, sem emoção e desprovido de humanidade, ele poderia ter se importado com o desejo do coração de Deus? Ele poderia ter desprezado o dia do próprio nascimento porque ele se importava com o coração de Deus? Em outras palavras, se Jó fosse duro de coração e desprovido de humanidade, ele poderia ter se angustiado pela dor de Deus? Poderia ele ter amaldiçoado o dia do seu nascimento porque Deus tinha sido magoado por ele? A resposta é absolutamente não! Por ser bondoso, Jó se preocupava com o coração de Deus; porque ele se importava com o coração de Deus, Jó sentiu a dor de Deus; porque ele era bondoso, ele sofreu um tormento maior como resultado de sentir a dor de Deus; porque ele sentiu a dor de Deus, ele começou a abominar o dia de seu nascimento, e assim amaldiçoou o dia de seu nascimento. Para os de fora, toda a conduta de Jó durante suas provações é exemplar. Somente o fato de Jó amaldiçoar o dia de seu nascimento pinta um ponto de interrogação acima de sua perfeição e retidão ou fornece uma avaliação diferente. De fato, essa foi a expressão mais verdadeira da humanidade essência de Jó. Sua humanidade essência não estava oculta, nem disfarçada, nem corrigida por outra pessoa. Quando ele amaldiçoou o dia de seu nascimento, ele demonstrou a bondade e a sinceridade no fundo do coração; ele era como uma nascente cujas águas são tão claras e transparentes que revelam o fundo.

Tendo aprendido tudo isso sobre Jó, a maioria das pessoas, sem dúvida, terá uma avaliação bastante precisa e objetiva da humanidade essência de Jó. Elas também devem ter uma compreensão e uma apreciação profundas, práticas, e mais avançadas da perfeição e retidão de Jó mencionadas por Deus. Espera-se que essa compreensão e apreciação ajudem as pessoas a tomar o caminho de temer a Deus e de se desviar do mal.

A relação entre a consignação que Deus faz de Jó a Satanás e os objetivos da obra de Deus

Embora a maioria das pessoas reconheça que Jó era perfeito e reto, que temia a Deus e se desviava do mal, esse reconhecimento não lhes dá uma compreensão maior da intenção de Deus. Ao mesmo tempo que invejam a humanidade e a busca de Jó, elas fazem a seguinte pergunta a Deus: Jó era tão perfeito e reto, as pessoas o adoram tanto, então, por que Deus o entregou a Satanás e o sujeitou a tanto tormento? Tais questões estão fadadas a existir no coração de muitas pessoas — ou melhor, essa dúvida é a questão no coração de muitas pessoas. Uma vez que isso confundiu tantas pessoas, devemos expor essa questão e explicá-la adequadamente.

Tudo o que Deus faz é necessário, e possui um significado extraordinário, pois tudo o que Ele faz no homem diz respeito a Seu gerenciamento e à salvação da humanidade. Naturalmente, a obra que Deus fez em Jó não é diferente, apesar de Jó ser perfeito e reto aos olhos de Deus. Em outras palavras, independentemente do que Deus faz ou dos meios pelos quais Ele o faz, independentemente do custo, independentemente do Seu objetivo, o propósito de Suas ações não muda. Seu propósito é operar as palavras de Deus no homem, como também os requisitos e a vontade de Deus para o homem; em outras palavras, é operar no homem tudo o que Deus acredita ser positivo de acordo com Seus passos, capacitando o homem a entender o coração de Deus e a compreender a essência de Deus, permitindo ao homem obedecer à soberania e aos arranjos de Deus, permitindo assim que o homem alcance o temor de Deus e evite o mal — tudo isso é um aspecto do propósito de Deus em tudo que Ele faz. O outro aspecto é que, porque Satanás é o contraste e o objeto de serviço na obra de Deus, o homem é frequentemente entregue a Satanás; esse é o meio que Deus usa para permitir que as pessoas vejam nas tentações e nos ataques de Satanás a maldade, a fealdade e o desprezo de Satanás, fazendo com que as pessoas odeiem Satanás e sejam capazes de conhecer e reconhecer o que é negativo. Esse processo permite que elas gradualmente se libertem do controle de Satanás e das acusações, perturbações e ataques — até que, graças às palavras de Deus, seu conhecimento e obediência a Deus, e sua fé em Deus e temor a Ele triunfem sobre os ataques e as acusações de Satanás; somente então elas serão completamente libertas do poder de Satanás. A libertação das pessoas significa que Satanás foi derrotado, significa que elas não são mais o alimento na boca de Satanás — em vez de engoli-las, Satanás renunciou a elas. Isso ocorre porque tais pessoas são retas, porque elas têm fé, obediência e temor a Deus, e porque elas rompem completamente com Satanás. Elas envergonham a Satanás, fazem de Satanás um covarde e o derrotam completamente. A convicção delas em seguir a Deus e obediência e temor a Deus derrotam Satanás e fazem com que Satanás desista completamente delas. Somente pessoas como essas foram verdadeiramente ganhas por Deus, e esse é o objetivo final de Deus ao salvar o homem. Se desejam ser salvos, e desejam ser completamente ganhos por Deus, então todos aqueles que seguem a Deus devem enfrentar tentações e ataques tanto grandes como pequenos da parte de Satanás. Aqueles que emergem dessas tentações e ataques são capazes de derrotar completamente Satanás são aqueles que foram salvos por Deus. Isso significa que aqueles que foram salvos para Deus são aqueles que passaram pelas provações de Deus e que foram tentados e atacados por Satanás um número incontável de vezes. Aqueles que foram salvos para Deus entendem a vontade e os requisitos de Deus, e são capazes de se submeter à soberania e aos arranjos de Deus, e não abandonam o caminho de temer a Deus e evitar o mal em meio às tentações de Satanás. Aqueles que são salvos para Deus possuem honestidade, são bondosos, diferenciam entre amor e ódio, têm senso de justiça e são racionais, e são capazes de se preocupar com Deus e valorizar tudo o que é de Deus. Tais pessoas não são amarradas, espiadas, acusadas ou abusadas por Satanás; elas estão completamente livres, elas foram completamente libertadas e aliviadas. Jó era tal homem de liberdade, e esse é exatamente o significado de por que Deus o entregou a Satanás.

Jó foi abusado por Satanás, mas também ganhou liberdade eterna e alívio, e ganhou o direito de nunca mais ser submetido à corrupção, abuso e acusações de Satanás, e em vez disso, viver à luz do semblante de Deus de forma livre e desimpedida, e viver entre as bênçãos de Deus dadas a ele. Ninguém poderia tirar, destruir ou se apossar desse direito. Foi dado a Jó em recompensa por sua fé, determinação, obediência e temor a Deus; Jó pagou o preço de sua vida para ganhar alegria e felicidade na terra e para ganhar a qualificação e o direito, o que é perfeitamente natural e justificado, de adorar o Criador sem interferência como uma verdadeira criatura de Deus na terra. Essa também foi a maior consequência das tentações sofridas por Jó.

Quando as pessoas ainda precisam ser salvas, sua vida é frequentemente perturbada e até mesmo controlada por Satanás. Em outras palavras, pessoas que não foram salvas são prisioneiras de Satanás, elas não têm liberdade, elas não foram renunciadas por Satanás, elas não estão qualificadas nem têm o direito de adorar a Deus, e elas são perseguidas de perto e violentamente atacadas por Satanás. Essas pessoas não têm felicidade de que falar, não têm direito a uma existência normal de que falar e, além disso, não têm dignidade de que falar. Somente se você se levantar e lutar contra Satanás, usando sua fé em Deus e obediência e temor a Deus como armas para lutar uma batalha de vida ou morte com Satanás, de modo que você o derrote completamente, o faça se retirar e virar um covarde sempre que vir você, de modo que ele abandone completamente os ataques e acusações contra você — somente então você será salvo e liberto. Se você estiver determinado a romper totalmente com Satanás, mas não está equipado com as armas que o ajudarão a derrotar Satanás, então você ainda estará em perigo. Conforme o tempo passa, quando você tiver sido tão torturado por Satanás que não haja uma gota de força em você, no entanto, você ainda não for capaz de dar testemunho, ainda não tiver se libertado completamente das acusações e ataques de Satanás contra você, então você terá pouca esperança de salvação. No final, quando a conclusão da obra de Deus for proclamada, você ainda estará nas garras de Satanás, incapaz de se libertar, e assim você nunca terá uma chance ou esperança. A implicação, então, é que tais pessoas estarão completamente no cativeiro de Satanás.

Aceite as provas de Deus, supere as tentações satânicas e permita que Deus ganhe todo seu ser

Durante a obra da provisão permanente e do apoio ao homem de Deus, Ele conta a totalidade de Sua vontade e de suas exigências para o homem, e mostra Seus feitos, caráter e o que Ele tem e é para o homem. O objetivo é equipar o homem com estatura e permitir que o homem ganhe várias verdades de Deus enquanto O segue — verdades que são as armas dadas ao homem por Deus para combater Satanás. Equipado dessa forma, o homem deve encarar as provas de Deus. Deus tem muitos meios e caminhos para provar o homem, mas cada um deles requer a “cooperação” do inimigo de Deus: Satanás. Isto é, tendo dado ao homem as armas com as quais batalhar contra Satanás, Deus entrega o homem a Satanás e permite que Satanás “teste” a estatura do homem. Se o homem conseguir escapar das formações de batalha de Satanás, se ele puder escapar do cerco de Satanás e ainda viver, então o homem terá passado no teste. Mas se o homem não conseguir sair das formações de batalha de Satanás e se submeter a Satanás, então ele não terá passado no teste. Qualquer que seja o aspecto do homem que Deus examina, os critérios para Seu exame são se o homem permanece firme ou não em seu testemunho quando atacado por Satanás, e se ele abandonou a Deus e se rendeu e se submeteu a Satanás enquanto estava enlaçado por Satanás. Pode-se dizer que se o homem pode ou não ser salvo depende de se ele pode vencer e derrotar Satanás, e se ele pode ou não ganhar a liberdade depende de se ele é capaz de erguer, sozinho, as armas que lhe são dadas por Deus para vencer o cativeiro de Satanás, fazendo Satanás abandonar completamente a esperança e deixá-lo em paz. Se Satanás abandona a esperança e renuncia a alguém, isso significa que Satanás nunca mais tentará tirar essa pessoa de Deus, nunca mais acusará e perturbará essa pessoa, nunca mais a irá torturar ou atacar arbitrariamente; somente alguém assim terá verdadeiramente sido ganho por Deus. Esse é todo o processo pelo qual Deus ganha pessoas.

A advertência e o esclarecimento oferecidos às gerações posteriores pelo testemunho de Jó

Ao mesmo tempo em que compreendem o processo pelo qual Deus ganha completamente alguém, as pessoas também compreenderão os objetivos e o significado da consignação de Jó a Satanás por Deus. As pessoas não são mais perturbadas pelo tormento de Jó e têm uma nova apreciação de seu significado. Elas não mais se preocupam se elas mesmas serão submetidas à mesma tentação de Jó e não mais se oporão ou rejeitarão a vinda das provações de Deus. A fé, a obediência e o testemunho de Jó para vencer Satanás têm sido uma fonte de grande ajuda e encorajamento para as pessoas. Em Jó, elas veem a esperança da própria salvação e veem que, pela fé, obediência e temor a Deus, é inteiramente possível derrotar Satanás e prevalecer sobre ele. Elas veem que, desde que concordem com a soberania e arranjos de Deus e desde que possuam a determinação e fé de não abandonar a Deus depois de terem perdido tudo, então elas podem envergonhar e derrotar Satanás, e veem que precisam somente possuir a determinação e a perseverança para permanecer firmes em seu testemunho — mesmo que isso signifique perder a vida — para que Satanás seja intimidado e bata rapidamente em retirada. O testemunho de Jó é uma advertência às gerações posteriores, e essa advertência diz-lhes que, se não derrotarem Satanás, nunca poderão livrar-se das acusações e das perturbações de Satanás, nem poderão escapar do abuso e dos ataques de Satanás. O testemunho de Jó esclareceu as gerações posteriores. Esse esclarecimento ensina às pessoas que, somente se elas forem perfeitas e corretas, serão capazes de temer a Deus e se desviar do mal; ensina-lhes que, somente se elas temerem a Deus e se desviarem do mal, elas poderão dar testemunho forte e retumbante de Deus; somente se derem um testemunho forte e retumbante de Deus, poderão nunca ser controladas por Satanás e viver sob a orientação e proteção de Deus — somente então terão sido verdadeiramente salvas. A personalidade de Jó e a busca de sua vida devem ser imitadas por todos os que buscam a salvação. Aquilo que ele viveu durante toda a vida e sua conduta durante as provações é um tesouro precioso para todos aqueles que buscam o caminho de temer a Deus e evitar o mal.

O testemunho de Jó traz conforto a Deus

Se Eu lhes disser agora que Jó é um homem amável, vocês podem não ser capazes de apreciar o significado dentro dessas palavras, e podem não ser capazes de compreender o sentimento por trás do porquê de Eu ter falado todas essas coisas; mas espere até o dia em que vocês tenham experimentado provações iguais ou parecidas com as de Jó, quando vocês tiverem passado por adversidades, quando vocês tiverem passado por provações pessoalmente arranjadas para vocês por Deus, quando vocês derem tudo de si e aguentarem humilhações e dificuldades, a fim de prevalecer sobre Satanás e dar testemunho de Deus em meio às tentações — então vocês poderão apreciar o significado dessas palavras que Eu falo. Naquele momento, vocês sentirão que são muito inferiores a Jó, sentirão quão adorável Jó é e que é digno de imitação. Quando essa hora chegar, vocês perceberão como aquelas palavras clássicas faladas por Jó são importantes para quem é corrupto e quem vive nestes tempos e você perceberá como é difícil para as pessoas de hoje alcançar o que foi alcançado por Jó. Quando vocês sentirem que é difícil, vocês apreciarão quão ansioso e preocupado está o coração de Deus, vocês apreciarão quão alto é o preço pago por Deus para ganhar tais pessoas, e quão precioso é aquilo que Deus faz e despende pela humanidade. Agora que vocês ouviram essas palavras, vocês têm uma compreensão precisa e uma avaliação correta de Jó? Aos seus olhos, Jó era um homem verdadeiramente perfeito e reto que temia a Deus e se desviava do mal? Eu acredito que a maioria das pessoas certamente dirá: sim. Pois os fatos do que Jó agiu e revelou são inegáveis por qualquer homem ou por Satanás. São a prova mais poderosa do triunfo de Jó sobre Satanás. Essa prova foi produzida em Jó e foi o primeiro testemunho recebido por Deus. Assim, quando Jó triunfou nas tentações de Satanás e deu testemunho de Deus, Deus viu a esperança em Jó e Seu coração foi consolado por Jó. Desde o tempo da criação até o tempo de Jó, essa foi a primeira vez que Deus realmente experimentou o que era conforto, e o que significava ser consolado pelo homem. Foi a primeira vez que Ele viu, e ganhou, o verdadeiro testemunho que foi dado a Ele.

Eu confio que, tendo ouvido o testemunho de Jó e os registros dos vários aspectos de Jó, a maioria das pessoas terá planos para o caminho diante delas. Assim, também, Eu confio que a maioria das pessoas que estão cheias de ansiedade e medo começará lentamente a relaxar tanto no corpo como na mente, e começará a sentir alívio, pouco a pouco…

As passagens abaixo também são registros sobre Jó. Vamos continuar lendo.

4. Jó ouve falar de Deus pela audição do ouvido

Jó 9:11 Eis que Ele passa junto a mim, e, não O vejo; sim, vai passando adiante, mas não O percebo.

Jó 23:8-9 Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não O percebo; procuro-O à esquerda, onde Ele opera, mas não O vejo; viro-me para a direita, e não O diviso.

Jó 42:2-6 Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos Teus propósitos pode ser impedido. Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? por isso falei do que não entendia; coisas que para mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia. Ouve, pois, e eu falarei; eu Te perguntarei, e Tu me responderas. Com os ouvidos eu ouvira falar de Ti; mas agora Te veem os meus olhos. Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.

Embora Deus não tenha Se revelado a Jó, Jó acredita na soberania de Deus

Qual é o enfoque dessas palavras? Algum de vocês percebeu que há um fato aqui? Primeiro, como Jó sabia que há um Deus? Como, então, ele sabia que os céus e a terra e todas as coisas são governadas por Deus? Há uma passagem que responde a essas duas perguntas: “Com os ouvidos eu ouvira falar de Ti; mas agora Te veem os meus olhos. Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza”. Com essas palavras, aprendemos que, em vez de ter visto Deus com os próprios olhos, Jó havia aprendido sobre Deus a partir da lenda. Foi nessas circunstâncias que ele começou a trilhar a senda de seguir a Deus, depois do que, ele confirmou a existência de Deus em sua vida e entre todas as coisas. Há um fato inegável aqui — qual é esse fato? Apesar de ser capaz de seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal, Jó nunca tinha visto a Deus. Nisso, ele não era igual às pessoas de hoje? Jó nunca tinha visto a Deus, a implicação disso é que, embora ele tivesse ouvido falar de Deus, ele não sabia onde Deus estava, ou como Deus era, ou o que Deus estava fazendo. Todos esses são fatores subjetivos; objetivamente falando, embora ele seguisse a Deus, Deus nunca aparecera para ele ou falara com ele. Isso não é um fato? Embora Deus não tivesse falado com Jó nem lhe dado quaisquer ordens, Jó tinha visto a existência de Deus e contemplado Sua soberania entre todas as coisas e nas lendas pelas quais Jó tinha ouvido falar de Deus pela audição do ouvido, após o que, ele começou a vida de temer a Deus e de se desviar do mal. Tais foram as origens e o processo pelo qual Jó seguiu a Deus. Mas não importa o quanto ele temesse a Deus e se desviasse do mal, não importa como ele se mantivesse firme em sua integridade, ainda assim Deus nunca apareceu para ele. Vamos ler esta passagem. Jó disse: “Eis que Ele passa junto a mim, e, não O vejo; sim, vai passando adiante, mas não O percebo” (Jó 9:11). O que essas palavras estão dizendo é que Jó pode ter sentido Deus ao seu redor ou não — mas nunca foi capaz de ver a Deus. Houve momentos em que ele imaginou Deus passando diante dele, ou agindo, ou guiando o homem, mas ele nunca soube. Deus vem sobre o homem quando ele não está esperando; o homem não sabe quando Deus vem sobre ele, nem onde Deus vem sobre ele, porque o homem não pode ver a Deus, e assim, para o homem, Deus está escondido.

A fé de Jó em Deus não é abalada pelo fato de Deus estar escondido dele

Na seguinte passagem das Escrituras, Jó diz: “Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não O percebo; procuro-O à esquerda, onde Ele opera, mas não O vejo; viro-me para a direita, e não O diviso” (Jó 23:8-9). Nesse registro, aprendemos que, nas experiências de Jó, Deus esteve oculto para ele o tempo todo; Deus não tinha aparecido abertamente para ele, nem falado abertamente nenhuma palavra para ele, mas, no coração, Jó estava confiante da existência de Deus. Ele sempre acreditou que Deus poderia estar caminhando diante dele, ou poderia estar agindo ao seu lado, e que, embora ele não pudesse ver Deus, Deus estava ao lado dele governando tudo a respeito dele. Jó nunca tinha visto Deus, mas foi capaz de permanecer fiel à sua fé, o que nenhuma outra pessoa foi capaz de fazer. Por que outras pessoas não puderam fazer isso? Porque Deus não falou com Jó nem apareceu a ele, e se ele não tivesse realmente crido, ele não poderia ter continuado nem poderia ter se apegado ao caminho de temer a Deus e evitar o mal. Não é verdade? Como você se sente quando lê Jó dizendo essas palavras? Você acha que a perfeição e retidão de Jó e sua justiça diante de Deus são verdadeiras e não um exagero da parte de Deus? Embora Deus tenha tratado Jó da mesma forma que às outras pessoas e não aparecesse nem falasse com ele, Jó ainda mantinha firme sua integridade, ainda acreditava na soberania de Deus e, além disso, frequentemente oferecia holocaustos e orava diante de Deus como um resultado de seu medo de ofender a Deus. Na habilidade de Jó de temer a Deus sem ter visto a Deus, vemos o quanto ele amava coisas positivas e quão firme e real era sua fé. Ele não negou a existência de Deus porque Deus estava escondido dele, nem perdeu sua fé e abandonou a Deus porque nunca O havia visto. Em vez disso, em meio à obra oculta de Deus de governar todas as coisas, ele percebeu a existência de Deus e sentiu a soberania e o poder de Deus. Ele não desistiu de ser justo porque Deus estava oculto, nem abandonou o caminho de temer a Deus e se desviar do mal porque Deus nunca lhe aparecera. Jó nunca pedira que Deus lhe aparecesse abertamente para provar Sua existência, pois já havia contemplado a soberania de Deus entre todas as coisas e acreditava ter ganhado as bênçãos e graças que os outros não haviam ganhado. Embora Deus permanecesse oculto para ele, a fé de Jó em Deus nunca foi abalada. Assim, ele colheu o que ninguém mais colheu: a aprovação de Deus e a bênção de Deus.

Jó abençoa o nome de Deus e não pensa em bênçãos ou desastre

Há um fato que nunca é mencionado nas histórias de Jó das Escrituras, e esse fato será nosso foco hoje. Embora Jó nunca tivesse visto Deus ou ouvido as palavras de Deus com os próprios ouvidos, Deus tinha um lugar no coração de Jó. Qual era a atitude de Jó para com Deus? Era, como mencionado anteriormente, “bendito seja o nome de Jeová”. Sua bendição ao nome de Deus era incondicional, independentemente do contexto e não estava ligada a nenhuma razão. Vemos que Jó havia entregado o coração a Deus, permitindo que ele fosse controlado por Deus; tudo o que ele pensava, tudo o que ele decidia, e tudo o que ele planejava no coração estava aberto a Deus e não impedido a Deus. Seu coração não estava em oposição a Deus, e ele nunca pedira a Deus para fazer qualquer coisa por ele ou dar-lhe qualquer coisa, e ele não abrigava desejos extravagantes de que ele iria ganhar qualquer coisa com base em sua adoração a Deus. Jó não falava de barganhas com Deus e não fazia pedidos ou exigências a Deus. Seu louvor ao nome de Deus era por causa do grande poder e autoridade de Deus em governar todas as coisas, e não dependia de se ele recebesse bênçãos ou fosse atingido por um desastre. Ele acreditava que, independentemente de Deus abençoar as pessoas ou trazer desastre sobre elas, o poder e a autoridade de Deus não mudarão e, portanto, independentemente das circunstâncias de uma pessoa, o nome de Deus deve ser louvado. O fato de o homem ser abençoado por Deus é por causa da soberania de Deus, e quando o desastre acontece ao homem, também é por causa da soberania de Deus. O poder e a autoridade de Deus governam e arranjam tudo concernente ao homem; os caprichos da sorte do homem são a manifestação do poder e autoridade de Deus e, independentemente do ponto de vista da pessoa, o nome de Deus deve ser louvado. Foi isso que Jó experimentou e conheceu durante os anos de sua vida. Todos os pensamentos e ações de Jó alcançaram os ouvidos de Deus e chegaram diante de Deus e foram vistos como importantes por Deus. Deus apreciou esse conhecimento de Jó e valorizou Jó por ter tal coração. Esse coração aguardava a ordem de Deus sempre, e em todos os lugares e, não importava a hora ou o lugar, recebia de bom grado o que quer que acontecesse com ele. Jó não fez exigências a Deus. O que ele exigia de si mesmo era esperar, aceitar, encarar e obedecer a todos os arranjos que vieram de Deus; Jó acreditava que esse era seu dever, e era exatamente o que era desejado por Deus. Jó nunca tinha visto Deus, nem O ouvido falar qualquer palavra, emitir qualquer ordem, dar ensinamentos ou instruí-lo de qualquer coisa. Nas palavras de hoje, para ele ser capaz de possuir tal conhecimento e atitude para com Deus quando Deus não lhe deu nenhum esclarecimento, orientação ou provisão com respeito à verdade — isso era precioso, e que ele demonstrasse tais coisas era o suficiente para Deus, e seu testemunho foi elogiado e estimado por Deus. Jó nunca tinha visto ou ouvido Deus pessoalmente proferir nenhum ensinamento para ele, mas, para Deus, seu coração e ele mesmo eram muito mais preciosos do que aquelas pessoas que, diante de Deus, só podiam falar em termos de teoria profunda, que só podiam se gabar e falar em oferecer sacrifícios, mas que nunca tiveram um verdadeiro conhecimento de Deus e nunca verdadeiramente temeram a Deus. Pois o coração de Jó era puro e não oculto a Deus, e sua humanidade era honesta e bondosa, e ele amava a justiça e aquilo que era positivo. Somente um homem assim, possuidor de tal coração e humanidade, era capaz de seguir o caminho de Deus e capaz de temer a Deus e se desviar do mal. Tal homem podia ver a soberania de Deus, podia ver Sua autoridade e poder, e era capaz de alcançar obediência à Sua soberania e arranjos. Apenas um homem como esse poderia realmente louvar o nome de Deus. Isso era porque ele não olhava se Deus o abençoaria ou traria um desastre, porque ele sabia que tudo é controlado pela mão de Deus, e que o homem se preocupar é um sinal de tolice, ignorância e irracionalidade, de dúvida do fato da soberania de Deus sobre todas as coisas e de não temer a Deus. O conhecimento de Jó era exatamente o que Deus queria. Então, Jó tinha um maior conhecimento teórico de Deus do que vocês? Porque a obra e as declarações de Deus naquela época eram poucas, não era fácil obter o conhecimento de Deus. Tal realização de Jó foi algo notável. Ele não tinha experimentado a obra de Deus, nem alguma vez havia ouvido Deus falar, nem visto a face de Deus. O fato de ter sido capaz de ter tal atitude para com Deus foi inteiramente o resultado de sua humanidade e sua busca pessoal, uma humanidade e busca que não são possuídas pelas pessoas hoje. Assim, naquela era, Deus disse: “Ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto”. Naquela era, Deus já havia feito tal avaliação dele e chegado a tal conclusão. Quanto mais verdadeiro isso seria hoje?

Embora Deus esteja oculto ao homem, Seus feitos entre todas as coisas são suficientes para que o homem O conheça

Jó não tinha visto a face de Deus nem ouvido as palavras proferidas por Deus, e muito menos pessoalmente experimentara a obra de Deus, no entanto, seu temor a Deus e seu testemunho durante suas provações são presenciados por todos e são amados, deliciados e elogiados por Deus, e as pessoas os invejam e os admiram e, ainda mais do que isso, cantam seus louvores. Não havia nada de grande ou extraordinário em sua vida: assim como qualquer pessoa comum, ele viveu uma vida normal, saindo para trabalhar ao nascer do sol e voltando para casa para descansar ao pôr do sol. A diferença é que, durante as várias décadas banais de sua vida, ele ganhou uma percepção do caminho de Deus e percebeu e compreendeu o grande poder e soberania de Deus, como nenhuma outra pessoa jamais havia feito. Ele não era mais esperto do que qualquer pessoa comum, sua vida não era especialmente tenaz, nem, além disso, tinha ele habilidades especiais invisíveis. O que ele possuía, porém, era uma personalidade honesta, bondosa e, moral, uma personalidade que amava a justiça, a retidão e coisas positivas — nenhuma dessas coisas é possuída pela maioria das pessoas comuns. Ele diferenciava entre amor e ódio, tinha senso de justiça, era inflexível e persistente, e prestava meticulosa atenção aos detalhes em seus pensamentos. Assim, durante seu tempo normal na terra, ele viu todas as coisas extraordinárias que Deus havia feito e viu a grandeza, a santidade e a justiça de Deus, viu a preocupação de Deus, a benevolência e a proteção do homem, e viu a honra e autoridade do Deus supremo. A primeira razão pela qual Jó foi capaz de ganhar essas coisas que estavam além de qualquer pessoa normal foi porque ele tinha um coração puro, e seu coração pertencia a Deus e era conduzido pelo Criador. A segunda razão foi sua busca: sua busca de ser impecável e perfeito e de ser alguém que cumpria a vontade do Céu, que era amado por Deus e evitava do mal. Jó possuía e buscava essas coisas sem poder ver a Deus ou ouvir as palavras de Deus; embora nunca tivesse visto Deus, ele conheceu os meios pelos quais Deus governa sobre todas as coisas e entendeu a sabedoria com a qual Deus o faz. Embora nunca tivesse ouvido as palavras proferidas por Deus, Jó sabia que as ações de recompensar o homem e tomar do homem, tudo vêm de Deus. Embora os anos de sua vida não fossem diferentes daqueles de qualquer pessoa comum, ele não permitiu que a banalidade de sua vida afetasse seu conhecimento da soberania de Deus sobre todas as coisas, ou afetasse seu caminho de temer a Deus e evitar o mal. Aos seus olhos, as leis de todas as coisas estavam cheias dos feitos de Deus, e a soberania de Deus podia ser vista em qualquer parte da vida de uma pessoa. Ele não tinha visto Deus, mas era capaz de perceber que os feitos de Deus estão em toda parte, e durante seu tempo banal na terra, em todos os cantos de sua vida ele era capaz de ver e perceber as extraordinárias e maravilhosas ações de Deus e podia ver os maravilhosos arranjos de Deus. A ocultabilidade e o silêncio de Deus não impediram que Jó percebesse os feitos de Deus, nem afetaram seu conhecimento da soberania de Deus sobre todas as coisas. Sua vida foi a percepção, durante sua vida diária, da soberania e dos arranjos de Deus, que está oculto entre todas as coisas. Em sua vida cotidiana, ele também ouviu e entendeu a voz do coração de Deus, e as palavras de Deus, que permanece em silêncio entre todas as coisas, no entanto, expressa a voz de Seu coração e Suas palavras, governando as leis de todas as coisas. Você vê, então, que se as pessoas têm a mesma humanidade e busca de Jó, então elas podem ganhar a mesma percepção e conhecimento que Jó e podem adquirir o mesmo entendimento e conhecimento da soberania de Deus sobre todas as coisas como Jó. Deus não apareceu a Jó nem falou com ele, mas Jó pôde ser perfeito e reto, temer a Deus e se desviar do mal. Em outras palavras, sem Deus ter aparecido ou falado ao homem, os feitos de Deus entre todas as coisas e Sua soberania sobre todas as coisas são suficientes para o homem se tornar consciente da existência, poder e autoridade de Deus, e o poder e autoridade de Deus são suficientes para fazer o homem seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal. Já que um homem comum como Jó foi capaz de alcançar o temor de Deus e de se desviar do mal, então toda pessoa comum que segue a Deus também deveria ser capaz. Embora essas palavras possam soar como inferência lógica, isso não contraria as leis das coisas. No entanto, os fatos não correspondem às expectativas: temer a Deus e se desviar do mal, parece, é exclusividade de Jó, de Jó somente. À menção de “temer a Deus e se desviar do mal”, as pessoas pensam que isso só deveria ser feito por Jó, como se o caminho de temer a Deus e se desviar do mal tivesse sido rotulado com o nome de Jó e não tivesse nada a ver com outras pessoas. A razão para isso é clara: porque somente Jó possuía uma personalidade que era honesta, bondosa e moral, e que amava a imparcialidade, a justiça e as coisas que eram positivas, assim, somente Jó podia seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal. Vocês devem ter entendido a implicação aqui — porque ninguém é possuidor de uma humanidade que é honesta, bondosa e moral e que ama a imparcialidade e a justiça e que é positiva, ninguém pode temer a Deus e evitar o mal, e assim as pessoas nunca podem ganhar a alegria de Deus ou permanecer firmes em meio às provações. Isso também significa que, com exceção de Jó, todas as pessoas ainda estão amarradas e presas por Satanás; todas elas são acusadas, atacadas e abusadas por ele. Elas são aquelas que Satanás tenta engolir, e todas elas estão sem liberdade, prisioneiras que foram levadas cativas por Satanás.

Se o coração do homem está em inimizade com Deus, como o homem pode temer a Deus e evitar o mal?

Já que as pessoas de hoje não possuem a mesma humanidade que Jó, o que dizer de sua natureza essência e de sua atitude para com Deus? Elas temem a Deus? Elas se desviam do mal? Aquelas que não temem a Deus ou evitam o mal só podem ser resumidas em três palavras: “inimigas de Deus”. Vocês costumam dizer essas três palavras, mas nunca conheceram seu verdadeiro significado. As palavras “inimigas de Deus” têm essência: elas não estão dizendo que Deus vê o homem como o inimigo, mas que o homem vê Deus como o inimigo. Primeiro, quando as pessoas começam a acreditar em Deus, qual delas não tem seus próprios objetivos, motivações e ambições? Mesmo que uma parte delas acredite na existência de Deus e tenha visto a existência de Deus, sua crença em Deus ainda contém essas motivações, e seu objetivo final em acreditar em Deus é receber Suas bênçãos e as coisas que elas querem. Nas experiências de vida das pessoas, elas geralmente pensam em si mesmas: “Eu abandonei minha família e minha carreira para Deus, e o que Ele me deu? Devo fazer as contas e confirmar — recebi alguma bênção recentemente? Eu dei muito durante esse período, corri, corri e sofri muito — Deus me deu alguma promessa em troca? Ele Se lembrou das minhas boas ações? Qual será o meu fim? Posso receber as bênçãos de Deus?…”. Toda pessoa constantemente faz tais cálculos em seu coração e ela faz exigências a Deus que trazem em si suas motivações, ambições e uma mentalidade transacional. Isto quer dizer que, no coração, o homem está constantemente colocando Deus à prova, constantemente concebendo planos sobre Deus e constantemente argumentando a favor do próprio fim individual com Deus, e tentando extrair uma declaração de Deus, vendo se Deus pode ou não dar a ele o que ele quer. Ao mesmo tempo em que busca a Deus, o homem não trata a Deus como Deus. O homem sempre tentou fazer acordos com Deus, fazendo-Lhe exigências incessantes, e até mesmo O pressionando a cada passo, tentando tomar um quilômetro depois de receber um centímetro. Ao mesmo tempo em que tenta fazer acordos com Deus, o homem também discute com Ele, e há até mesmo pessoas que, quando as provações lhes sobrevêm ou se encontram em certas situações, frequentemente se tornam fracas, passivas e negligentes em Sua obra, e cheias de reclamações sobre Deus. Desde o tempo em que o homem começou a acreditar em Deus, ele tem considerado que Deus é uma cornucópia, um canivete suíço, e considera-se o maior credor de Deus, como se tentar receber bênçãos e promessas de Deus fosse seu direito intrínseco e obrigação, enquanto a responsabilidade de Deus fosse proteger e cuidar do homem e prover para ele. Essa é a compreensão básica da “crença em Deus” de todos aqueles que acreditam em Deus, e tal é sua compreensão mais profunda do conceito de crença em Deus. Da natureza essência do homem à sua busca subjetiva, não há nada que se relacione ao temor de Deus. O objetivo do homem em acreditar em Deus não poderia ter nada a ver com a adoração a Deus. Ou seja, o homem nunca considerou nem entendeu que a crença em Deus requer temer e adorar a Deus. À luz de tais condições, a essência do homem é óbvia. Qual é essa essência? É que o coração do homem é malicioso, abriga traição e engano, não ama a equidade e a justiça nem o que é positivo e é desprezível e ganancioso. O coração do homem não poderia estar mais fechado para Deus; ele não o entregou absolutamente a Deus. Deus nunca viu o verdadeiro coração do homem, nem jamais foi adorado pelo homem. Não importa quão grande seja o preço que Deus pague, ou quanta obra Ele execute, ou quanto Ele proveja ao homem, o homem permanece cego e totalmente indiferente a tudo isso. O homem nunca entregou o coração a Deus, ele só quer se importar com o próprio coração, tomar as próprias decisões — cujo significado implícito é que o homem não quer seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal, nem de obedecer à soberania e aos arranjos de Deus, nem quer adorar a Deus como Deus. Tal é o estado do homem hoje. Agora vamos olhar novamente para Jó. Primeiramente, ele fez um acordo com Deus? Ele tinha algum motivo velado para manter firme o caminho de temer a Deus e se desviar do mal? Naquela época, Deus havia falado com alguém do fim que havia de vir? Naquela época, Deus não havia feito promessas a ninguém sobre o fim, e foi com esse pano de fundo que Jó pôde temer a Deus e se desviar do mal. As pessoas de hoje estão em nível de comparação com Jó? Há demasiada disparidade; eles estão em níveis diferentes. Embora Jó não tivesse muito conhecimento de Deus, ele havia entregado o coração a Deus e pertencia a Deus. Ele nunca fez um acordo com Deus e não tinha desejos ou exigências extravagantes para com Deus; em vez disso, ele acreditava que “Jeová deu, e Jeová tirou”. Isso foi o que ele havia visto e ganhado por se manter fiel ao caminho de temer a Deus e se desviar do mal durante muitos anos de vida. Da mesma forma, ele também ganhou o resultado representado nas palavras: “Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”. Essas duas frases foram o que ele viu e veio a conhecer como resultado de sua atitude de obediência a Deus durante as experiências de sua vida, e elas também foram suas armas mais poderosas com as quais ele triunfou durante as tentações de Satanás e foram a fundação de sua posição firme em testemunho a Deus. Neste ponto, vocês imaginam Jó como uma pessoa adorável? Vocês esperam ser uma pessoa assim? Vocês temem passar pelas tentações de Satanás? Vocês decidem orar a Deus para os sujeitar às mesmas provações que a Jó? Sem dúvida, a maioria das pessoas não ousaria orar por tais coisas. É evidente, então, que a fé de vocês é lamentavelmente pequena; comparada à de Jó, a fé de vocês simplesmente não é digna de menção. Vocês são os inimigos de Deus, vocês não temem a Deus, vocês são incapazes de permanecer firmes no testemunho que vocês dão de Deus e incapazes de triunfar sobre os ataques, acusações e tentações de Satanás. O que os torna qualificados para receber as promessas de Deus? Tendo ouvido a história de Jó e entendido a intenção de Deus em salvar o homem e o significado da salvação do homem, vocês agora têm fé para aceitar as mesmas provações que Jó? Vocês não devem ter uma pequena determinação para permitir-se seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal?

Não tenha dúvidas sobre as provações de Deus

Depois de receber o testemunho de Jó após o fim de suas provações, Deus determinou que Ele ganharia um grupo — ou mais de um grupo — de pessoas como Jó, mas determinou nunca mais permitir que Satanás atacasse ou abusasse de qualquer outra pessoa usando os meios pelo qual tentara, atacara e abusara de Jó, apostando com Deus; Deus não permitiu que Satanás voltasse a fazer tais coisas ao homem, que é fraco, tolo e ignorante — foi o bastante que Satanás tivesse tentado Jó! Não permitir que Satanás abuse das pessoas de qualquer maneira que quiser é a misericórdia de Deus. Para Deus, foi o bastante que Jó tivesse sofrido a tentação e o abuso de Satanás. Deus não permitiu que Satanás voltasse a fazer tais coisas, pois a vida e todas as coisas das pessoas que seguem a Deus são regidas e orquestradas por Deus, e Satanás não tem o direito de manipular os escolhidos de Deus à vontade — vocês devem estar claros sobre esse ponto! Deus Se importa com a fraqueza do homem e entende sua tolice e ignorância. Embora, para que o homem pudesse ser completamente salvo, Deus tenha que entregá-lo a Satanás, Deus não está disposto a ver o homem jamais tido como um tolo e abusado por Satanás e Ele não quer ver o homem sempre sofrendo. O homem foi criado por Deus, e o fato de Deus governar e arranjar tudo relacionado ao homem é perfeitamente natural e justificado; essa é a responsabilidade de Deus e é a autoridade pela qual Deus governa todas as coisas! Deus não permite que Satanás abuse do homem e o maltrate à vontade, Ele não permite que Satanás empregue vários meios para desviar o homem e, além disso, Ele não permite que Satanás intervenha na soberania de Deus sobre o homem, nem permite que Satanás atropele e destrua as leis pelas quais Deus governa todas as coisas, para não falar da grande obra de Deus de gerenciar e salvar a humanidade! Aqueles que Deus deseja salvar, e aqueles que são capazes de testemunhar de Deus, são o núcleo e a cristalização da obra do plano de gerenciamento de seis mil anos de Deus, bem como o preço de Seus esforços em Seus seis mil anos de obra. Como Deus poderia descuidadamente dar essas pessoas a Satanás?

As pessoas frequentemente se preocupam e temem as provações de Deus, mas em todos os momentos estão vivendo na armadilha de Satanás e vivendo num perigoso território no qual são atacadas e abusadas por Satanás — ainda assim, não têm medo e estão tranquilas. O que está acontecendo? A fé do homem em Deus é limitada apenas às coisas que ele pode ver. Ele não tem o menor apreço pelo amor e preocupação de Deus pelo homem, ou por Sua ternura e consideração pelo homem. A não ser um pouco de tremor e medo das provações, julgamento, castigo, majestade e ira de Deus, o homem não tem a menor compreensão das boas intenções de Deus. À menção de provações, as pessoas se sentem como se Deus tivesse motivos ocultos, e algumas até acreditam que Deus guarda maus desígnios, inconscientes do que Deus realmente fará com elas; assim, ao mesmo tempo em que clamam obediência à soberania e arranjos de Deus, elas fazem tudo o que podem para resistir e opor-se à soberania de Deus sobre o homem e os arranjos humanos, pois acreditam que se não forem cuidadosas serão enganadas por Deus que, se elas não mantiverem o controle sobre o próprio destino, tudo o que elas possuem poderia ser tomado por Deus, e a vida delas poderia até ser terminada. O homem está no acampamento de Satanás, mas nunca se preocupa em ser abusado por Satanás, e é abusado por Satanás, mas nunca tem medo de ser levado cativo por Satanás. Ele continua dizendo que aceita a salvação de Deus, mas nunca confiou em Deus ou acreditou que Deus realmente salvará o homem das garras de Satanás. Se, como Jó, o homem é capaz de se submeter às orquestrações e arranjos de Deus, e pode entregar todo o seu ser às mãos de Deus, então o fim do homem não será o mesmo de Jó — o recebimento das bênçãos de Deus? Se o homem é capaz de aceitar o governo de Deus e se submeter a isso, o que há a perder? Assim, sugiro que vocês sejam cuidadosos em suas ações, e cautelosos em relação a tudo o que está prestes a vir sobre vocês. Não sejam precipitados ou impulsivos, e não tratem Deus e as pessoas, assuntos e objetos que Ele arranjou para vocês, dependendo de seu sangue quente ou de sua naturalidade ou de acordo com suas imaginações e noções; vocês devem ser cautelosos em suas ações, e devem orar e buscar mais, para evitar incitar a ira de Deus. Lembrem-se disso!

Em seguida, veremos como ficou Jó após suas provações.

5. Jó após suas provações

Jó 42:7-9 Sucedeu pois que, acabando Jeová de dizer a Jó aquelas palavras, Jeová disse a Elifaz, o temanita: A Minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de Mim o que era reto, como o Meu servo Jó. Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao Meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que Eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de Mim o que era reto, como o Meu servo Jó. Então foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como Jeová lhes ordenara; e Jeová aceitou a Jó.

Jó 42:10 Jeová, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e Jeová deu a Jó o dobro do que antes possuía.

Jó 42:12 E assim abençoou Jeová o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.

Jó 42:17 Então morreu Jó, velho e cheio de dias.

Aqueles que temem a Deus e se desviam do mal são vistos por Deus com apreço, enquanto os que são tolos são vistos como desprezíveis por Deus

Em Jó 42:7-9, Deus diz que Jó é Seu servo. O fato de usar o termo “servo” para se referir a Jó demonstra a importância de Jó em Seu coração; embora Deus não tenha chamado Jó de algo mais estimado, essa denominação não teve influência na importância de Jó no coração de Deus. “Servo” aqui é o apelido de Deus para Jó. As múltiplas referências de Deus ao “Meu servo Jó” mostram como Ele estava satisfeito com Jó. Embora Deus não falasse do significado por trás da palavra “servo”, a definição de Deus da palavra “servo” pode ser vista em Suas palavras nessa passagem das Escrituras. Deus primeiro disse a Elifaz, o temanita: “A Minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de Mim o que era reto, como o Meu servo Jó”. Essas palavras são a primeira vez em que Deus disse abertamente às pessoas que Ele aceitou tudo o que foi dito e feito por Jó após as provações de Deus a ele, e são a primeira vez em que Ele confirmou abertamente a exatidão e correção de tudo o que Jó tinha feito e dito. Deus estava irado com Elifaz e com os outros por causa de seu discurso incorreto e absurdo, porque, como Jó, eles não podiam ver a aparição de Deus nem ouvir as palavras que Ele falou na vida deles, mas Jó tinha um conhecimento muito preciso de Deus, enquanto eles só podiam adivinhar cegamente sobre Deus, violando a vontade de Deus e testando Sua paciência em tudo o que faziam. Consequentemente, ao mesmo tempo em que aceitou tudo o que foi feito e dito por Jó, Deus Se tornou colérico com os outros, pois neles Ele não só não foi capaz de ver qualquer realidade de temor a Deus, mas também não ouviu nada do temor de Deus no que eles disseram. E assim, Deus fez as seguintes exigências a eles: “Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao Meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o Meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que Eu não vos trate conforme a vossa estultícia”. Nessa passagem, Deus está dizendo a Elifaz e aos outros que façam algo que redima seus pecados, pois sua loucura era um pecado contra Deus Jeová e, portanto, eles tinham que fazer holocaustos a fim de remediar seus erros. Ofertas queimadas são frequentemente oferecidas a Deus, mas o que é incomum sobre essas ofertas queimadas é que elas foram oferecidas a Jó. Jó foi aceito por Deus porque deu testemunho de Deus durante suas provações. Esses amigos de Jó, entretanto, foram expostos durante o tempo de das provações de Jó; por causa de sua loucura, eles foram condenados por Deus, e incitaram a ira de Deus, e deveriam ser punidos por Deus — punidos com fazerem ofertas queimadas diante de Jó — após o que, Jó orou por eles para dissipar o castigo e a ira de Deus para com eles. A intenção de Deus era trazer vergonha para eles, pois eles não eram pessoas que temiam a Deus e se desviavam do mal, e haviam condenado a integridade de Jó. Em um aspecto, Deus estava dizendo a eles que Ele não aceitou suas ações, mas aceitou grandemente a Jó e Se deleitou nele; em outro, Deus lhes dizia que ser aceito por Deus eleva o homem diante de Deus, que o homem é abominado por Deus por causa de sua loucura e ofende a Deus por causa disso, e é baixo e vil aos olhos de Deus. Essas são as definições dadas por Deus de dois tipos de pessoas, são as atitudes de Deus para com esses dois tipos de pessoas e são a articulação de Deus sobre o valor e a posição desses dois tipos de pessoas. Embora Deus chamasse Jó de Seu servo, aos olhos de Deus, esse servo era amado e recebeu a autoridade de orar pelos outros e perdoar seus erros. Esse servo podia falar diretamente com Deus e ir diretamente para diante de Deus, e seu status era superior e mais honrado do que o dos outros. Este é o verdadeiro significado da palavra “servo” mencionada por Deus. Jó recebeu essa honra especial por causa de seu temor a Deus e por se desviar do mal, e a razão pela qual os outros não foram chamados servos por Deus é porque eles não temiam a Deus e não se desviavam do mal. Essas duas atitudes distintamente diferentes de Deus são Suas atitudes em relação a dois tipos de pessoas: aqueles que temem a Deus e se desviam do mal são aceitos por Deus e vistos como preciosos a Seus olhos, enquanto os que são tolos não temem a Deus, são incapazes de se desviar do mal, e não são capazes de receber o favor de Deus; são muitas vezes abominados e condenados por Deus e são desprezíveis aos olhos de Deus.

Deus concede autoridade a Jó

Jó orou por seus amigos e, depois, por causa das orações de Jó, Deus não lidou com eles como era adequado à loucura deles — Ele não os puniu nem lhes deu nenhum castigo. Por que isso? Foi porque as orações feitas em favor deles pelo servo de Deus, Jó, chegaram aos Seus ouvidos; Deus os perdoou porque aceitou as orações de Jó. Assim, o que vemos nisso? Quando Deus abençoa alguém, Ele dá a essa pessoa muitas recompensas, e não apenas materiais: Deus também lhe dá autoridade, lhe dá o direito de orar pelos outros e Deus esquece e ignora as transgressões dessa pessoa porque ouve essas orações. Essa é a autoridade que Deus deu a Jó. Por meio das orações de Jó para deter a condenação deles, Deus Jeová envergonhou aquelas pessoas tolas — o que, naturalmente, foi Sua punição especial para Elifaz e os outros.

Jó é mais uma vez abençoado por Deus e nunca mais é acusado por Satanás

Entre as declarações de Deus Jeová estão as palavras “porque não tendes falado de Mim o que era reto, como o Meu servo Jó”. O que foi que Jó havia dito? Foi sobre o que falamos anteriormente, assim como as muitas páginas de palavras do Livro de Jó que Jó registrou como tendo falado. Em todas essas muitas páginas de palavras, Jó nunca mais teve reclamações ou dúvidas sobre Deus. Ele simplesmente aguarda o desfecho. É essa espera que é sua atitude de obediência, como resultado da qual, e como resultado das palavras que ele disse a Deus, Jó foi aceito por Deus. Quando ele resistiu às provações e sofreu dificuldades, Deus estava ao seu lado e, embora sua dificuldade não fosse diminuída pela presença de Deus, Deus viu o que queria ver e ouviu o que desejava ouvir. Cada uma das ações e palavras de Jó alcançou os olhos e ouvidos de Deus; Deus ouviu e viu — isso é fato. O conhecimento que Jó tinha de Deus, e seus pensamentos sobre Deus, no coração naquela época, durante esse período, não eram realmente tão específicos quanto os das pessoas de hoje, mas no contexto do tempo, Deus ainda reconhecia tudo o que ele havia dito porque seu comportamento e os pensamentos em seu coração, como também o que ele havia expressado e revelado, eram suficientes para Suas exigências. Durante o tempo em que Jó foi submetido a provações, aquilo que ele pensou no coração e determinou fazer mostrou a Deus um resultado satisfatório para Deus, e depois disso Deus tirou as provações de Jó, Jó emergiu de seus problemas, e suas provações foram embora e nunca mais lhe sobrevieram. Como Jó já havia sido submetido às provações e permaneceu firme durante elas e triunfou completamente sobre Satanás, Deus lhe deu as bênçãos que ele tão legitimamente merecia. Conforme registrado em Jó 42:10, 12, Jó foi abençoado mais uma vez e foi abençoado com mais do que tinha sido abençoado na primeira instância. Nesse momento, Satanás tinha se retirado, e nunca mais disse nem fez nada, e desde então, Jó nunca mais foi perturbado ou atacado por Satanás, e Satanás nunca mais fez acusações contra as bênçãos de Deus sobre Jó.

Jó gasta a última metade de sua vida em meio às bênçãos de Deus

Embora Suas bênçãos daquela época fossem limitadas apenas a ovelhas, gado, camelos, bens materiais, e assim por diante, as bênçãos que Deus desejava conceder a Jó, no coração de Deus, eram muito mais do que isso. Na época, foram registrados que tipo de promessas eternas Deus queria dar a Jó? Em Suas bênçãos para Jó, Deus não mencionou ou tocou em seu fim, e independentemente de qual importância ou posição Jó possuísse dentro do coração de Deus, em suma, Deus foi muito comedido em Suas bênçãos. Deus não anunciou o fim de Jó. O que isso significa? Naquela época, quando o plano de Deus ainda não havia chegado ao ponto da proclamação do fim do homem, o plano ainda tinha que entrar na etapa final de Sua obra, Deus não fez menção do fim, simplesmente concedendo bênçãos materiais ao homem. O que isso significa é que a segunda metade da vida de Jó foi passada em meio às bênçãos de Deus, o que o tornou diferente de outras pessoas — mas da mesma forma que elas, ele envelheceu e, como qualquer pessoa normal, chegou o dia em que ele disse adeus ao mundo. Assim está registrado que “então morreu Jó, velho e cheio de dias” (Jó 42:17). Qual é o significado de “morreu cheio de dias” aqui? Na era antes de Deus proclamar o fim do povo, Deus estabeleceu uma expectativa de vida para Jó e, quando essa idade foi alcançada, permitiu que Jó partisse naturalmente deste mundo. Desde a segunda bênção de Jó até sua morte, Deus não acrescentou mais dificuldades. Para Deus, a morte de Jó era natural e necessária; era algo muito normal e não era um julgamento nem uma condenação. Enquanto ele estava vivo, Jó adorava e temia a Deus; com relação a que tipo de fim ele teve após sua morte, Deus não disse nada, nem fez nenhum comentário sobre isso. Deus tem um forte senso de propriedade no que Ele diz e faz, e o conteúdo e os princípios de Suas palavras e ações estão de acordo com a etapa de Sua obra e o período em que Ele está operando. Que tipo de fim alguém como Jó teve no coração de Deus? Deus havia alcançado algum tipo de decisão no coração? Claro que sim! É só que isso era desconhecido pelo homem; Deus não quis contar ao homem, nem teve qualquer intenção de dizer ao homem. Assim, superficialmente falando, Jó morreu cheio de dias e tal foi a vida de Jó.

O preço vivido por Jó durante sua vida

Jó viveu uma vida de valor? Onde estava o valor? Por que se diz que ele viveu uma vida de valor? Para o homem, qual era seu valor? Do ponto de vista do homem, ele representou a humanidade que Deus deseja salvar, ao dar um testemunho retumbante de Deus perante Satanás e as pessoas do mundo. Ele cumpriu o dever que deveria ser cumprido por uma criatura de Deus, estabeleceu um exemplo, e agiu como um modelo para todos aqueles a quem Deus deseja salvar, permitindo que as pessoas vejam que é inteiramente possível triunfar sobre Satanás confiando em Deus. Qual foi seu valor para Deus? Para Deus, o valor da vida de Jó está em sua capacidade de temer a Deus, adorar a Deus, testificar as obras de Deus e louvar as obras de Deus, trazendo conforto a Deus e algo para Ele desfrutar; para Deus, o valor da vida de Jó estava também em como, antes de sua morte, Jó experimentou provações e triunfou sobre Satanás, e deu um testemunho retumbante de Deus diante de Satanás e das pessoas do mundo, para que Deus ganhasse glória entre os homens, consolando Seu coração e permitindo que Seu coração ansioso contemplasse um resultado e visse esperança. Seu testemunho estabeleceu um precedente para a capacidade de se manter firme no testemunho que se dá de Deus e para ser capaz de envergonhar Satanás em nome de Deus, na obra de Deus de gerenciar a humanidade. Não é esse o valor da vida de Jó? Jó trouxe conforto ao coração de Deus, ele deu a Deus uma amostra do prazer de ganhar glória e proporcionou um começo maravilhoso para o plano de gerenciamento de Deus. Desse ponto em diante o nome de Jó tornou-se um símbolo de Deus ganhar glória e um sinal do triunfo da humanidade sobre Satanás. O que Jó viveu durante a vida, como também seu notável triunfo sobre Satanás, será para sempre apreciado por Deus, e sua perfeição, retidão e temor a Deus serão venerados e imitados pelas gerações vindouras. Ele será eternamente estimado por Deus como uma pérola luminosa e sem defeito, e assim também vale a pena ele ser valorizado pelo homem!

Em seguida, vamos considerar a obra de Deus durante a Era da Lei.

D. O regulamento da Era da Lei

Os dez Mandamentos

Os princípios para construir altares

Regulamento para o tratamento dos servos

Regulamentos para roubo e compensação

Guardar o ano sabático e as três festas

Regulamentos para o dia de sábado

Regulamentos para Ofertas

Ofertas queimadas

Ofertas de grãos

Ofertas pacíficas

Ofertas pelo pecado

Ofertas pela transgressão

Regulamentos para ofertas de sacerdotes (Aarão e seus filhos são ordenados a cumprir)

Ofertas queimadas pelos sacerdotes

Ofertas de grãos pelos sacerdotes

Ofertas pelo pecado pelos sacerdotes

Ofertas pela transgressão pelos sacerdotes

Ofertas pela paz pelos sacerdotes

Regulamentos para o consumo de oferendas pelos sacerdotes

Animais limpos e imundos (aqueles que podem e não podem ser comidos)

Regulamentos para a purificação das mulheres após o parto

Padrões para o exame da lepra

Regulamentos para aqueles que foram curados da lepra

Regulamentos para limpeza de casas infectadas

Regulamentos para aqueles que sofrem de secreções anormais

O dia da expiação que deve ser observado uma vez por ano

Regras para o abate de bovinos e ovinos

A proibição de seguir práticas detestáveis dos gentios (não cometer incesto e assim por diante)

Regulamentos que devem ser seguidos pelo povo (“Sereis santos, porque Eu Jeová, teu Deus, sou santo” (Levítico 19:2))

A execução daqueles que sacrificam seus filhos a Moloque

Regulamentos para a punição do crime de adultério

Regras que devem ser observadas pelos sacerdotes (regras para o comportamento diário, regras para o consumo das coisas sagradas, regras para fazer as ofertas, e assim por diante)

Festas que devem ser observadas (o Dia de Sábado, a Páscoa, o Pentecostes, o Dia da Expiação e assim por diante)

Outros regulamentos (acender as lâmpadas, o ano do jubileu, a redenção da terra, fazer votos, a oferta dos dízimos e assim por diante)

Os regulamentos da Era da Lei são a prova real da direção de Deus para toda a humanidade

Então, vocês leram esses regulamentos e princípios da Era da Lei, não leram? Os regulamentos abrangem uma ampla gama? Primeiro, eles cobrem os Dez Mandamentos, depois dos quais estão os regulamentos de como construir altares e assim por diante. Esses são seguidos por regulamentos para guardar o sábado e observar as três festas, depois dos quais estão os regulamentos para as ofertas. Vocês viram quantos tipos de ofertas existem? Há ofertas queimadas, ofertas de cereais, ofertas pacíficas, ofertas pelo pecado e assim por diante. Elas são seguidas por regulamentos para as ofertas dos sacerdotes, incluindo ofertas queimadas e ofertas de cereais pelos sacerdotes e outros tipos de ofertas. O oitavo conjunto de regras é para o consumo de ofertas pelos sacerdotes. Depois há regulamentos para o que deve ser observado durante a vida das pessoas. Há estipulações para muitos aspectos da vida das pessoas, tais como os regulamentos para o que podem ou não comer, para a purificação das mulheres após o parto e para aquelas que foram curadas da lepra. Nesses regulamentos, Deus vai até a ponto de falar sobre doenças, e há até regras para o abate de ovelhas e bois e assim por diante. Ovelhas e bois foram criados por Deus, e você deve abatê-los como Deus lhe disser; há, sem dúvida, razão para as palavras de Deus, sem dúvida, é certo agir conforme decretado por Deus e, certamente, de benefício para as pessoas! Há também festas e regras a serem observadas, como o Dia de Sábado, a Páscoa e muito mais — Deus falou sobre tudo isso. Vejamos os finais: outros regulamentos — acender as lâmpadas, o ano do jubileu, a redenção da terra, fazer votos, a oferta de dízimos e assim por diante. Esses abrangem uma ampla gama? A primeira coisa a ser falada é a questão das ofertas das pessoas. Então há regulamentos para o roubo e compensação e a observação do dia de sábado…; cada um dos detalhes da vida está envolvido. Isso significa, quando Deus começou a obra oficial de Seu plano de gerenciamento, Ele estabeleceu muitos regulamentos que deveriam ser seguidos pelo homem. Esses regulamentos eram para permitir que o homem conduzisse a vida normal do homem na terra, uma vida normal do homem que é inseparável de Deus e de Sua direção. Deus primeiro disse ao homem como fazer altares, como erguer os altares. Depois disso, Ele disse ao homem como fazer ofertas, e estabeleceu como o homem deveria viver — a que ele deveria prestar atenção na vida, ao que ele deveria obedecer e o que ele deveria e não deveria fazer. O que Deus estabeleceu para o homem foi todo-abrangente e, com esses costumes, regulamentos e princípios Ele padronizou o comportamento das pessoas, guiou sua vida, guiou sua inicialização às leis de Deus, guiou-as para ir para diante do altar de Deus, guiou-as a ter uma vida entre todas as coisas que Deus fez para o homem que era possuidor de ordem, regularidade e moderação. Deus primeiro usou esses regulamentos e princípios simples para estabelecer limites para o homem, de modo que, na terra, o homem tivesse uma vida normal de adorar a Deus, tivesse a vida normal do homem; tal é o conteúdo específico do início de Seu plano de gerenciamento de seis mil anos. Os regulamentos e regras cobrem um conteúdo muito amplo, são os detalhes da orientação de Deus para a humanidade durante a Era da Lei, eles tiveram que ser aceitos e obedecidos pelas pessoas que vieram antes da Era da Lei, são um registro da obra feita por Deus durante a Era da Lei e são uma prova real da liderança e orientação de Deus para toda a humanidade.

A humanidade é sempre inseparável dos ensinamentos e provisões de Deus

Nesses regulamentos, vemos que a atitude de Deus para com Sua obra, para com Seu gerenciamento e para com a humanidade é séria, conscienciosa, rigorosa e responsável. Ele faz a obra que deve fazer entre os homens de acordo com Suas etapas, sem a menor discrepância, falando as palavras que Ele deve falar à humanidade sem o menor erro ou omissão, permitindo ao homem ver que ele é inseparável da liderança de Deus e mostrando-lhe quão importante tudo o que Deus faz e diz é para a humanidade. Independentemente de como é o homem na próxima era, logo no início — durante a Era da Lei — Deus fez essas coisas simples. Para Deus, os conceitos das pessoas sobre Deus, o mundo e a humanidade, naquela era, eram abstratos e opacos, e embora tivessem algumas ideias e intenções conscientes, todos eles estavam obscuros e incorretos, e assim a humanidade estava inseparável dos ensinamentos e provisões de Deus para eles. A humanidade mais antiga não sabia nada, e assim Deus teve que começar a ensinar ao homem os princípios mais superficiais e básicos de sobrevivência e regulamentos necessários para viver, impregnando essas coisas no coração do homem pouco a pouco. Por meio dessas regras, que eram palavras, e por meio desses regulamentos, Ele deu ao homem um entendimento gradual de Si Mesmo, uma apreciação e um entendimento graduais de Sua liderança, e um conceito básico da relação entre Ele e o homem. Depois de alcançar esse efeito, só então, Deus pôde, pouco a pouco, fazer a obra que faria mais tarde. Assim, esses regulamentos e a obra feita por Deus durante a Era da Lei são o alicerce de Sua obra de salvar a humanidade, e a primeira etapa da obra no plano de gerenciamento de Deus. Embora, antes da obra da Era da Lei, Deus tivesse falado com Adão, Eva e seus descendentes, essas ordens e ensinamentos não eram tão sistemáticos ou específicos a ponto de serem emitidos um a um para o homem, e não foram anotados, nem se tornaram regulamentos. Isso porque, naquele momento, o plano de Deus não havia ido tão longe; somente depois que Deus conduziu o homem a essa etapa, Ele pôde começar a falar desses regulamentos da Era da Lei e começar a fazer com que o homem os cumprisse. Foi um processo necessário e o resultado foi inevitável. Esses costumes e regulamentos simples mostram ao homem os passos da obra de gerenciamento de Deus e a sabedoria de Deus revelada em Seu plano de gerenciamento. Deus sabe que conteúdo e meios usar para começar, que meios usar para continuar e que meios usar para terminar, a fim de que Ele pudesse ganhar um grupo de pessoas que dão testemunho Dele e de que pudesse ganhar um grupo de pessoas que são da mesma mente que Ele. Ele sabe o que está dentro do homem e sabe o que está faltando no homem, Ele sabe o que Ele tem que prover e como Ele deve liderar o homem e, assim também, Ele sabe o que o homem deve e não deve fazer. O homem é como um fantoche: embora não tivesse entendimento da vontade de Deus, ele não podia fazer nada exceto ser guiado pela obra de gerenciamento de Deus, passo a passo, até hoje. Não havia nebulosidade no coração de Deus sobre o que Ele deveria fazer; em Seu coração, havia um plano muito claro e vívido, e Ele realizou a obra que Ele Mesmo desejava fazer de acordo com Seus passos e Seu plano, progredindo do superficial para o profundo. Mesmo que Ele não tivesse indicado a obra que Ele deveria fazer mais tarde, Sua obra subsequente ainda continuou a ser realizada e a progredir em estrita conformidade com Seu plano, o que é uma manifestação do que Deus tem e é e, também, é a autoridade de Deus. Independentemente do estágio de Seu plano de gerenciamento em que Ele esteja operando, Seu caráter e Sua essência representam a Si Mesmo. Isso é absolutamente verdade. Independentemente da era ou do estágio da obra, existem coisas que jamais mudarão: que tipo de pessoa Deus ama, que tipo de pessoa Ele abomina, Seu caráter e tudo o que Ele tem e é. Mesmo que esses regulamentos e princípios que Deus estabeleceu durante a obra da Era da Lei pareçam muito simples e superficiais para as pessoas hoje em dia, mesmo que sejam fáceis de compreender e alcançar, neles ainda há a sabedoria de Deus e há ainda o caráter de Deus e o que Ele tem e é. Pois dentro dessas regras aparentemente simples são expressas a responsabilidade e cuidado de Deus para com a humanidade, como também a essência primorosa de Seus pensamentos, permitindo assim que o homem realmente perceba o fato de que Deus governa sobre todas as coisas e todas as coisas são controladas por Suas mãos. Não importa quanto conhecimento a humanidade domine, ou quantas teorias ou mistérios ela entenda, para Deus, nenhum deles é capaz de substituir Sua provisão e liderança da humanidade; a humanidade será para sempre inseparável da orientação de Deus e da obra pessoal de Deus. Tal é o relacionamento inseparável entre o homem e Deus. Independentemente de Deus lhe dar um mandamento, ou regulamento, ou oferecer a verdade para que você compreenda Sua vontade, não importa o que Ele faça, o objetivo de Deus é guiar o homem para um belo amanhã. As palavras proferidas por Deus e a obra que Ele faz são tanto a revelação de um aspecto de Sua essência e a revelação de um aspecto de Seu caráter e sabedoria; elas constituem um passo indispensável de Seu plano de gerenciamento. Isso não deve ser ignorado! A vontade de Deus está em tudo o que Ele faz; Deus não tem medo de observações equivocadas, nem tem medo de nenhuma das noções ou pensamentos do homem sobre Ele. Ele simplesmente faz Sua obra e continua Seu gerenciamento, de acordo com Seu plano de gerenciamento, sem restrições por qualquer pessoa, matéria ou objeto.

Muito bem, isso é tudo por hoje. Até a próxima!

9 de novembro de 2013

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